“Nem os operários nem os patrões têm o direito de perder de vista a própria sorte do país. É tempo desubstituirmos o velho e negativo conceito de lutas de classes, pelo novo, construtor e orgânico, de colaboração de classes. Tanto o capital como o trabalho merecem e terão o amparo e proteção do Governo. As forças reacionárias do capital e as tendências subversivas são igualmente nocivas à Pátria e não podem contar com o beneplácito dos poderes públicos”.
COLLOR, L . Ministro do Trabalho.IN: D’ARAÚJO, M C. “Estado, classes trabalhadoras e políticas sociais”. In: FERREIRA, J, DELGADO, L. O Brasil Republicano, Vol 2. O tempo do nacional-estatismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 221.(Texto Adaptado).
O texto acima sintetiza algumas das idéias que caracterizaram as políticas trabalhistas no Brasil entre os anos de 1930 a 1945. Sobre o texto e o contexto referidos, é correto afirmar que:
- A) O discurso critica as organizações sindicais dos trabalhadores, consideradas subversivas principalmente durante o Estado Novo, o qual proibiu qualquer forma de organização sindical no país.
- B) O texto representa os ideais liberais do governo Vargas, como a não intervenção do Estado nas relações entre trabalhadores e empresários, cabendo ao mercado regular a convivência desses setores.
- C) O texto sintetiza os ideais corporativistas da política trabalhista de Vargas, quando o Estado assumiu o papel de árbitro das relações de trabalho, controlando sindicatos patronais e de empregados.
- D) O discurso acima demonstra a preocupação governamental em evitar lutas de classe, principalmente no setor agrícola, que contava com o maior número de trabalhadores sindicalizados.
- E) Ao criticar as “forças reacionárias do capital”, o texto ataca o empresariado brasileiro, tendo em vista que o governo Vargas caracterizou-se pela união Estado- sindicatos contra a iniciativa privada.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) O texto sintetiza os ideais corporativistas da política trabalhista de Vargas, quando o Estado assumiu o papel de árbitro das relações de trabalho, controlando sindicatos patronais e de empregados.
O texto apresentado reflete a política trabalhista do governo Vargas, que buscou implementar um modelo corporativista, onde o Estado atuava como árbitro nas relações entre trabalhadores e empresários. Nesse modelo, o Estado controlava os sindicatos patronais e de empregados, buscando evitar conflitos e promover a colaboração entre as classes.
O texto destaca a importância de superar o conceito de lutas de classes e adotar um modelo de colaboração entre capital e trabalho, com o Estado como garantidor da ordem e do bem-estar social. Isso se alinha com a política trabalhista de Vargas, que buscou implementar um modelo de desenvolvimento econômico e social que conciliasse os interesses dos trabalhadores e dos empresários.
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