No debate historiográfico, vários autores sustentam a tese de que, apesar de autoritário e repressivo, o Estado Novo brasileiro não pode ser considerado tipicamente fascista, pois lhe faltava
- A) um movimento miliciano controlado pelas Forças Armadas, uma polícia política organizada e uma política expansionista.
- B) um partido de massas oficial organizado em nível nacional, o investimento na formação de milícias paramilitares e uma política colonialista ou imperialista sobre os outros países.
- C) uma política ostensiva de propaganda de massas, uma constituição autoritária e o controle do Estado pelos altos oficiais do Exército.
- D) uma ideologia nacionalista, um partido único e centralizador e o uso do terror de Estado contra os oponentes.
- E) um ditador com amplos poderes, a instalação de campos clandestinos de concentração e o uso da censura sistemática nos meios de comunicação.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) um partido de massas oficial organizado em nível nacional, o investimento na formação de milícias paramilitares e uma política colonialista ou imperialista sobre os outros países.
Vamos analisar cada alternativa, para identificar quais elementos faltavam ao Estado Novo brasileiro para ser considerado tipicamente fascista.
A) Um movimento miliciano controlado pelas Forças Armadas, uma polícia política organizada e uma política expansionista.
INCORRETO. Embora o Estado Novo não tenha tido um movimento miliciano controlado pelas Forças Armadas, ele contava com uma polícia política organizada, a DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que atuava na repressão e censura. Quanto à política expansionista, de fato, não era uma característica do Estado Novo, mas isso por si só não é suficiente para desqualificar um regime como fascista.
B) Um partido de massas oficial organizado em nível nacional, o investimento na formação de milícias paramilitares e uma política colonialista ou imperialista sobre os outros países.
CORRETO. O Estado Novo, embora autoritário, não contava com um partido de massas organizado em nível nacional. O partido do governo, o PSD, não tinha a mesma estrutura e mobilização de massas que os partidos fascistas europeus. Além disso, não houve investimento na formação de milícias paramilitares, outra característica comum aos regimes fascistas. E, como mencionado na alternativa anterior, o Estado Novo não praticou uma política colonialista ou imperialista sobre outros países.
C) Uma política ostensiva de propaganda de massas, uma constituição autoritária e o controle do Estado pelos altos oficiais do Exército.
INCORRETO. O Estado Novo tinha uma política ostensiva de propaganda de massas, utilizada para consolidar a imagem de Getúlio Vargas e do próprio regime. Além disso, a Constituição de 1937, conhecida como "Polaca", era autoritária e proporcionava amplos poderes ao presidente. Quanto ao controle do Estado pelos altos oficiais do Exército, isso não é uma característica necessária para um regime ser considerado fascista.
D) Uma ideologia nacionalista, um partido único e centralizador e o uso do terror de Estado contra os oponentes.
INCORRETO. O Estado Novo tinha uma forte ideologia nacionalista e o partido do governo, o PSD, era centralizador e detinha o controle do poder. Além disso, o regime utilizou o terror de Estado contra seus oponentes, com prisões, torturas e censura. Portanto, essas características estavam presentes no Estado Novo.
E) Um ditador com amplos poderes, a instalação de campos clandestinos de concentração e o uso da censura sistemática nos meios de comunicação.
INCORRETO. O Estado Novo tinha um ditador com amplos poderes, Getúlio Vargas, e utilizava a censura sistemática nos meios de comunicação. No entanto, não houve a instalação de campos clandestinos de concentração, uma característica marcante dos regimes fascistas europeus, principalmente o nazismo na Alemanha.
Portanto, a alternativa correta é a LETRA B.
Deixe um comentário