No início da guerra, Getúlio Vargas manteve o Brasil neutro e conservou relações comerciais tanto com os alemães como com os norte-americanos. Aos poucos, no entanto, foi se tornando cada vez mais difícil para o Brasil manter a neutralidade.
(Alfredo Boulos Júnior, História: sociedade & cidadania, 9º ano)
A respeito da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, é correto afirmar que
- A) se condicionou a participação do Brasil na guerra contra o Eixo ao perdão da dívida com a Alemanha.
- B) pressionado pela França e pela Inglaterra, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha, mas não mobilizou tropas.
- C) rompidas as relações diplomáticas com o Japão, a participação da Marinha brasileira foi decisiva nas batalhas do Atlântico.
- D) se declarou guerra ao Eixo e houve o envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália.
- E) foi fundamental a pressão exercida pela Argentina, que exigiu que o Brasil declarasse guerra contra os Aliados.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) se declarou guerra ao Eixo e houve o envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália.
Gabarito: ALTERNATIVA D
No início da guerra, Getúlio Vargas manteve o Brasil neutro e conservou relações comerciais tanto com os alemães como com os norte-americanos. Aos poucos, no entanto, foi se tornando cada vez mais difícil para o Brasil manter a neutralidade. (Alfredo Boulos Júnior, História: sociedade & cidadania, 9º ano)
A respeito da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, é correto afirmar que
- a) se condicionou a participação do Brasil na guerra contra o Eixo ao perdão da dívida com a Alemanha.
A alternativa é absurda em seus próprios termos. Ora, declarar guerra ao Eixo significava exatamente entrar em conflito com a Alemanha. Então, por que a Alemanha perdoaria as dívidas brasileiras para que o Brasil declarasse guerra contra ela mesma? Além disso, no final da década de 1930, Brasil e Alemanha se relacionavam comercialmente por meio do chamado comércio compensado: câmaras de conversão estabeleciam as trocas comerciais sem a intermediação monetária, trocando, em geral, produtos agrícolas brasileiros por bens de capital alemães. Essa prática estava inserida no esforço do governo Vargas para promover a industrialização nacional e, no caso das relações com a Alemanha, não implicava propriamente em endividamento. Alternativa errada.
- b) pressionado pela França e pela Inglaterra, o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha, mas não mobilizou tropas.
O rompimento de relações brasileiras com a Alemanha e a Itália se deu em janeiro de 1942, após os Estados Unidos terem se envolvido decisivamente no conflito. Naquele momento, a França já havia se rendido e o governo-fantoche de Vichy fez do país um aliado tácito do Eixo; enquanto os Estados Unidos mobilizavam definitivamente esforços de toda sorte para começar a operar no teatro de guerra. Com o envolvimento dos EUA no conflito, ficou impossível para o Brasil manter sua política de equidistância pragmática e se manteve ao lado do bloco continental. Nos meses seguintes, submarinos alemães atacariam navios mercantes brasileiros dentro da política de bloqueio naval contra os Aliados; o que levaria o Brasil a declarar o estado de beligerância contra a Itália e a Alemanha em agosto de 1942. Os esforços diplomáticos e militares brasileiros levariam ainda o país a mobilizar tropas e a combater pela libertação da Itália, organizando para tanto, principalmente, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e esquadrões da Força Aérea Brasileira (FAB). Alternativa errada.
- c) rompidas as relações diplomáticas com o Japão, a participação da Marinha brasileira foi decisiva nas batalhas do Atlântico.
Mais uma vez, a alternativa é insustentável em seus próprios termos: como a declaração de guerra ao Japão poderia levar o Brasil a ter uma ação decisiva no Atlântico? Tratava-se de uma alternativa que antes exigia conhecimentos geográficos elementares por parte dos candidatos. De toda forma, cumpre esclarecer que a Marinha brasileira, apesar de ter transportado e escoltado tropas e mercadorias na travessia atlântica, não teve propriamente um envolvimento bélico ao longo das operações. Quando o Brasil se envolveu decisivamente na guerra, os combates navais já estavam relativamente resolvidos no Atlântico e os principais combates estavam concentrados na terra e no ar. Depois das quedas da Itália fascista e da Alemanha nazista em 1945, o Brasil ainda declararia guerra contra o Japão, cuja resistência exasperava os Aliados no Pacífico. No entanto, o uso das bombas atômicas e os devastadores combates navais decidiram o conflito antes que qualquer iniciativa militar brasileira se organizasse para o engajamento militar contra o Japão. Alternativa errada.
- d) se declarou guerra ao Eixo e houve o envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para a Itália.
A alternativa não tem erros e apresenta informações bastante simples. Como explicado acima, em agosto de 1942, após ter rompido relações com o Eixo e sofrido com ataques à Marinha mercante, o Brasil declarou guerra contra a Alemanha e a Itália. Após importantes negociações com as potências aliadas, o Brasil organizou um esforço operacional de guerra, decidindo-se a empregar tropas terrestres e a Força Aérea no combate. A Força Expedicionária Brasileira seria constituída em agosto de 1943 e suas primeiras tropas chegariam na Itália um ano mais tarde, onde combateriam até a rendição da Itália fascista. ALTERNATIVA CORRETA.
- e) foi fundamental a pressão exercida pela Argentina, que exigiu que o Brasil declarasse guerra contra os Aliados.
A Argentina foi o último país latino-americano a romper com o Eixo, mantendo suas simpatias para com os governos nazi-fascistas bastante ativas até mesmo na fase final do conflito. Ainda que houvesse certo entendimento entre as ditaduras de Brasil e Argentina no período, jamais houve uma pressão dessa natureza e o país não declarou guerra contra os aliados - e tampouco o fez a Argentina. Alternativa errada.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.
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