O Estado desenvolvimentista, de características tradicionais, reforça o aspecto nacional e autônomo da política exterior. Trata-se do Estado empresário que arrasta a sociedade no caminho do desenvolvimento nacional mediante a superação de dependências econômicas estruturais e a autonomia de segurança. O Estado normal, invenção latino-americana dos anos noventa, foi assim denominado pelo expoente da comunidade epistêmica argentina, Domingo Cavallo, em 1991, quando era ministro das Relações Exteriores do governo de Menem. Aspiram a ser normais os governos latino-americanos que se instalaram em 1989-90 na Argentina, Brasil, Peru, Venezuela, México e outros países menores. O terceiro é o paradigma do Estado logístico, que fortalece o núcleo nacional, transferindo à sociedade responsabilidades empreendedoras e ajudando-a a operar no exterior, de modo a equilibrar os benefícios da interdependência mediante um tipo de inserção madura no mundo globalizado.
Amado Luiz Cervo. Relações internacionais do Brasil: um balanço da era Cardoso. In: Revista Brasileira de Política Internacional,
ano 45, n.o. 1, 2002, p. 6-7 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a abrangência do tema nele focalizado, julgue o item seguinte.
Um caso típico de clara identificação entre política interna e política externa, na história republicana do Brasil, foi o ocorrido na Era Vargas. O projeto de modernização do país buscou na política exterior importante ponto de apoio, tanto na tentativa de equilíbrio em face de Berlim e Washington com vistas à obtenção de vantagens, quanto na negociação com os EUA, que culminou na entrada do país na Segunda Guerra Mundial.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra A) Certo
O texto apresenta uma discussão sobre os paradigmas do Estado em relação à política exterior, e o item a ser julgado afirma que, na Era Vargas, houve uma clara identificação entre política interna e política externa. Isso é verdadeiro, pois o governo de Getúlio Vargas buscou modernizar o país e, para isso, utilizou a política exterior como um importante ponto de apoio.
Vargas tentou equilibrar as relações com Berlim e Washington para obter vantagens, e posteriormente negociou com os EUA, o que culminou na entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Essa política externa foi fundamental para o projeto de modernização do país, o que caracteriza uma clara identificação entre política interna e política externa.
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