“O golpe de outubro de 1930, que deslocou as tradicionais oligarquias do epicentro do poder, tem sido tratado na historiografia a partir de diferentes vertentes explicativas. […] Propondo uma interpretação alternativa, Fausto crê que a Revolução de 1930 deve ser entendida como o resultado de conflitos intraoligárquicos fortalecidos por movimentos militares dissidentes, que tinham como objetivo golpear a hegemonia da burguesia cafeeira. Contudo, em virtude da incapacidade das demais frações de classe para assumir o poder de maneira exclusiva, e com o colapso político da burguesia do café, abriu-se um vazio no poder. A resposta para essa situação foi o Estado de compromisso”.
(FERREIRA, M.de M.; SÁ PINTO, S.C. A crise dos anos 1920 e a Revolução de 1930. In: FERREIRA, Jorge.; DELGADO, Lucília de A.N. (Orgs.) O Brasil Republicano. O tempo do liberalismo excludente. Da Proclamação da República à Revolução de 1930. 4.ed.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010).
Considerando a vertente explicativa mencionada no fragmento acima, marque a alternativa correta a respeito das características do Estado de Compromisso.
- A) Uma maior centralização, com a subordinação das oligarquias ao poder central, a redução do intervencionismo e estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressiva adesão às fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e distanciamento das matrizes do pensamento autoritário.
- B) Uma maior centralização, com a subordinação das oligarquias ao poder central, a ampliação do intervencionismo, que deixa de ser restrito à àrea do café, além do estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressivo abandono das fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e aproximação com matrizes do pensamento autoritário.
- C) Uma maior descentralização, com a divisão do poder entre as oligarquias tradicionais e as classés médias urbanas, o fortalecimento dos sindicatos e diálogo com a classe operária, a redução do intervencionismo e o estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressiva adesão às fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e distanciamento das matrizes do pensamento autoritário.
- D) Uma maior centralização, com a divisão do poder entre as oligarquias tradicionais e as classes médias urbanas, o fortalecimento dos sindicatos e diálogo com a classe operária, a ampliação do intervencionismo e o estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressivo abandono das fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e aproximação das matrizes do pensamento autoritário.
- E) Uma maior centralização, com a insubordinação das oligarquias ao poder central, a redução do intervencionismo, que deixa de ser restrito à àrea do café, além do estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressivo abandono das fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e aproximação com matrizes do pensamento autoritário.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Uma maior centralização, com a subordinação das oligarquias ao poder central, a ampliação do intervencionismo, que deixa de ser restrito à área do café, além do estabelecimento de certa racionalização na utilização de algumas fontes fundamentais de riqueza pelo capitalismo internacional. Progressivo abandono das fórmulas liberais pelos quadros dirigentes e aproximação com matrizes do pensamento autoritário.
Essa alternativa é a correta porque, de acordo com a vertente explicativa de Fausto, o Estado de Compromisso surge como resultado da incapacidade das demais frações de classe para assumir o poder de maneira exclusiva, após o colapso político da burguesia do café. Isso levou a uma maior centralização do poder, com a subordinação das oligarquias ao poder central, e a ampliação do intervencionismo estatal em áreas além da cafeicultura. Além disso, houve um progressivo abandono das fórmulas liberais e uma aproximação com matrizes do pensamento autoritário.
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