O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos.
Comecemos por desmontar a máquina do favoritismo parasitário, com toda sua descendência espúria.
Discurso de posse de Getúlio Vargas como chefe do governo provisório, pronunciado em 03 de novembro de 1930.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
Em seu discurso de posse, como forma de legitimar o regime político implantado em 1930, Getúlio Vargas estabelece uma crítica ao
- A) funcionamento regular dos partidos políticos.
- B) controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
- C) centralismo presente na Constituição então em vigor.
- D) mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
- E) imobilismo popular nos processos político-eleitorais.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
Gabarito: Letra B
Controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
A Revolução de 1930 marca o enfraquecimento do poder das oligarquias agrárias, porque surge como oposição a velha política de clientelismo que marcou a Primeira República, caracterizada pela troca de favores políticos e alianças entre chefes políticos locais, governadores dos Estados e diferentes oligarquias com a finalidades de proteger seus interesses e conquistar o poder local, regional ou nacional.
Assim, no seu discurso de posse, pronunciado em 03 de novembro de 1930, Getúlio Vargas tece uma crítica a essa velha estrutura política, ao referir-se a necessidade de “desmontar a máquina do favoritismo parasitário” como forma de reajustar os rumos político, econômico e social do país.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: funcionamento regular dos partidos políticos.
Durante a Primeira República vigorava um forte esquema político que centralizava a presidência nas mãos de duas grandes oligarquias: a paulista e a mineira. No final da Primeira República, a oligarquia paulista rompe o acordo com a mineira, levando essa a unir-se a oposição formada pelos gaúchos e paraibanos. Assim, o próprio funcionamento regular dos partidos era comprometido pela política clientelista e fraudulenta, não sendo, portanto, esse o objeto de crítica de Vargas.
Letra C: centralismo presente na Constituição então em vigor.
A Constituição em vigor, a de 1891, seguiu o modelo vigente nos Estados Unidos estabelecendo o liberalismo e o federalismo, com isso, não havia uma centralização política, tendo os Estados da Federação autonomia para constituir forças militares e estabelecer impostos, entre outras coisas.
Letra D: mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
Não havia durante a Primeira República nenhum mecanismo jurídico que impedisse as fraudes eleitorais. O processo eleitoral era conduzido pelos chefes locais, chamados de coronéis, que exerciam grande influência e controle sobre os eleitores e, por isso mesmo, as eleições eram marcadas por fraudes.
Letra E: imobilismo popular nos processos político-eleitorais.
Durante a Primeira República mais que um imobilismo popular nos processos políticos o que havia era uma estrutura política fraudulenta que exercia enorme controle sobre a vontade dos indivíduos sujeitos a uma política de barganha e fraudes.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
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