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Questões Sobre Era Vargas (1930-1945) - História - concurso

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171) A grande mudança que se deu, após 1930, [no governo de Getúlio Vargas], foi que o poder passou a dar máxima prioridade ao desenvolvimento do mercado interno, ao crescimento “para dentro”, adotando uma estratégia em que a industrialização aparece como instrumento para tornar a economia nacional o menos dependente possível do mercado mundial.

  • A) redução do comércio entre países devido à depressão econômica internacional.
  • B) crise da economia cafeeira provocada pela baixa produção.
  • C) aplicação de capital norte-americano nas indústrias metalúrgicas nacionais.
  • D) instalação no país de grandes indústrias multinacionais de bens duráveis.
  • E) atração de investimentos internacionais para o país com a política de juros altos.

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A alternativa correta é letra A) redução do comércio entre países devido à depressão econômica internacional.

Gabarito: Letra A

 

O que se observa após 1930, com a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial é uma forte redução do nível de trocas comerciais entre os países. E isso acarretou prejuízos para a economia brasileira, uma vez que era um país agroexportador dependente do mercado internacional.

 

Portanto, a crise econômica mundial gerou a ruína da antiga oligarquia agroexportadora, que perdeu sua força política.

 

Segundo Paul Singer, no lugar dessa oligarquia ocupou o poder uma reunião de capitais agrícolas e industriais ligados ao mercado interno.

 

Assim, com a chegada do grupo político de Vargas, o governo passou a dar prioridade ao mercado interno, com a estratégia de industrializar o país para não ser mais dependente da economia mundial.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: Incorreta, porque a economia cafeeira não estava em baixa produção. Encontrava-se em superprodução, tanto que com a Grande Depressão e a crise econômica mundial, o Brasil vê os estoques aumentarem e as suas exportações de café diminuírem. Basta lembrar que uma das medidas do governo Vargas era comprar o café excedente e queimar.

 

Letra C: Incorreta, porque as indústrias metalúrgicas nacionais foram construídas em parte com capital público brasileiro e em parte com capital público estadunidense. A exemplo, a Companhia Siderúrgica Nacional que foi construída com auxílio do governo dos EUA.

 

Letra D: Incorreta, porque o capital privado internacional na década de 30 não esteve interessado em investir em indústrias no Brasil. O processo de industrialização no Brasil entre 1930 e 1955 foi feito sob a direção do Estado, com capitais públicos. É só a partir do governo JK que haverá a abertura para o capital privado internacional.

 

Letra E: Incorreta, pois como já dito anteriormente, o capital internacional não tinha atração em investir no país. Isso será mais recorrente durante o governo JK e será feito com redução de juros. Ao final desse processo, estaremos endividados.

172) Leia o trecho a seguir.

  • A) nacionalismo, defensores da indústria, papelistas e positivismo.
  • B) nacionalismo, defensores da agricultura, papelistas e marxismo.
  • C) liberalismo, defensores da indústria, jusnaturalistas e keynesianismo.
  • D) liberalismo, defensores da agricultura, jusnaturalistas e neoliberalismo.

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A alternativa correta é letra A) nacionalismo, defensores da indústria, papelistas e positivismo.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar as quatro correntes de ideias que, quando associadas, constituem o desenvolvimentismo segundo Pedro Fonseca.

 

A) nacionalismo, defensores da indústria, papelistas e positivismo.

CORRETO. Segundo Fonseca, o desenvolvimentismo é antecedido por quatro correntes de ideias: o nacionalismo, os defensores da indústria, os papelistas e o positivismo. O nacionalismo é uma ideologia que prega a valorização da nação, da cultura e dos interesses nacionais. Os defensores da indústria são aqueles que acreditam no potencial da indústria como motor do desenvolvimento econômico. Os papelistas são aqueles que defendem a importância do papel moeda na economia, o que está relacionado com a ideia de que o Estado deve ter um papel ativo na economia. Por fim, o positivismo é uma corrente filosófica que defende que o conhecimento deve ser baseado em fatos observáveis e verificáveis, o que está relacionado com a ideia de que o desenvolvimento deve ser planejado e orientado pelo Estado.

 

B) nacionalismo, defensores da agricultura, papelistas e marxismo.

INCORRETO. A alternativa erra ao citar os defensores da agricultura e o marxismo. Os defensores da indústria, e não da agricultura, são uma das correntes que antecedem o desenvolvimentismo. O marxismo, por sua vez, é uma corrente ideológica que defende a superação do capitalismo por meio da luta de classes, o que não está relacionado com o desenvolvimentismo tal como concebido por Fonseca.

 

C) liberalismo, defensores da indústria, jusnaturalistas e keynesianismo.

INCORRETO. A alternativa erra ao citar o liberalismo e os jusnaturalistas. O liberalismo é uma corrente ideológica que prega a liberdade individual e a limitação do poder do Estado, o que contrasta com a ideia do desenvolvimentismo de que o Estado deve ter um papel ativo na economia. Os jusnaturalistas, por sua vez, são defensores de uma concepção de direito baseada na natureza humana, o que não tem relação direta com o desenvolvimentismo.

 

D) liberalismo, defensores da agricultura, jusnaturalistas e neoliberalismo.

INCORRETO. A alternativa erra ao citar o liberalismo, os defensores da agricultura, os jusnaturalistas e o neoliberalismo. Como já mencionado, o liberalismo e os jusnaturalistas não estão entre as correntes que antecedem o desenvolvimentismo. Os defensores da indústria, e não da agricultura, são uma das correntes que antecedem o desenvolvimentismo. O neoliberalismo, por sua vez, é uma corrente ideológica que prega a limitação do poder do Estado e a liberalização da economia, o que contrasta com a ideia do desenvolvimentismo de que o Estado deve ter um papel ativo na economia.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA A.

173) Leia o texto para responder à questão.

  • A) pelo esforço de atendimento à demanda externa provocada pela desindustrialização norte-americana durante a Primeira Guerra Mundial.

  • B) pelo avanço maior da industrialização no Sudeste e no Nordeste, que dependeu de capitais deslocados da produção de café e de cana.

  • C) pela valorização da livre iniciativa empresarial, estimulada pelas campanhas industrialistas e de renúncia fiscal do governo brasileiro.

  • D) pelo investimento prioritário na produção de aço, com o desenvolvimento de uma tecnologia industrial autônoma.

  • E) pelo desenvolvimento maior das indústrias têxtil e alimentícia, com o prevalecimento de capital nacional.

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A alternativa correta é letra E) pelo desenvolvimento maior das indústrias têxtil e alimentícia, com o prevalecimento de capital nacional.

GabaritoLetra E

 

Pelo desenvolvimento maior das indústrias têxtil e alimentícia, com o prevalecimento de capital nacional.

 

O avanço da industrialização no Brasil, ainda durante a Primeira República, decorreu da expansão dos cafezais e das crises de superprodução do café, que levaram muitos cafeicultores a investir na indústria uma parte de seus lucros.

O primeiro ciclo de industrialização no Brasil baseou-se na busca por substituir os produtos importados, visto que durante a Primeira Guerra Mundial o Brasil ficou impossibilitado de importar produtos industrializados da Europa. Assim, dedicou-se especialmente à fabricação de tecidos de algodão, calçados, materiais de construção, móveis e à produção alimentícia.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: pelo esforço de atendimento à demanda externa provocada pela desindustrialização norte-americana durante a Primeira Guerra Mundial.

 

Durante a Primeira Guerra Mundial a industrialização norte-americana cresceu, portanto, não houve nem uma desindustrialização dos EUA e nem um esforço do Brasil em atender uma demanda externa estadunidense nessa época.

 

Letra B: pelo avanço maior da industrialização no Sudeste e no Nordeste, que dependeu de capitais deslocados da produção de café e de cana.

 

Nesse primeiro momento a industrialização concentrou-se mais no Sudeste e no Sul (e não no nordeste), e os capitais que a financiaram vieram da produção cafeeira e não da produção de cana de açúcar.

 

Letra C: pela valorização da livre iniciativa empresarial, estimulada pelas campanhas industrialistas e de renúncia fiscal do governo brasileiro.

 

As campanhas industrialistas realizadas por associações de classe, buscavam o incentivo do Estado na industrialização, portanto, o primeiro ciclo de industrialização brasileira não ocorreu com base na valorização da livre iniciativa empresarial, baseando-se no incentivo do governo, que, durante a Primeira República, passou a apoiar, através de tarifas protecionistas e subsídios, as indústrias que produzissem bens para substituir as importações. Se esse primeiro ciclo de industrialização brasileira funcionasse conforme a lei de livre iniciativa, não haveria a intervenção do Estado na economia.

 

Letra D: pelo investimento prioritário na produção de aço, com o desenvolvimento de uma tecnologia industrial autônoma.

 

Durante o primeiro ciclo de industrialização não houve investimento prioritário na produção de aço nem o desenvolvimento de uma tecnologia industrial autônoma. Apenas no segundo ciclo de industrialização é que haverá investimento em setores estratégicos como o setor siderúrgico, voltado para a produção de ferro e de aço.

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo de. Indústria, trabalho e cotidiano:  Brasil - 1889 a 1930. São Paulo: Atual Editora, 1991.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

174) Leia o texto para responder à questão.

  • A) pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecnologia e de capitais estrangeiros.

  • B) pela política nacional de controle do câmbio, o que facilitava a exportação brasileira de produtos industrializados.

  • C) pelo deslocamento do eixo industrial para a região Norte, a partir da criação da Zona Franca de Manaus.

  • D) pela implantação de políticas públicas de apoio às pequenas e médias empresas.

  • E) pelo processo de privatização das empresas estatais, adquiridas por grandes empresários nacionais.

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A alternativa correta é letra A) pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecnologia e de capitais estrangeiros.

 

GabaritoLetra A

 

Pelo ingresso, no país, de grande quantidade de tecnologia e de capitais estrangeiros.

 

A partir dos anos 1940, o governo Vargas passou a fundar empresas estatais para atuarem em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento industrial brasileiro, tais como o petrolífero, o de mineração, o siderúrgico e o de energia elétrica.

Em decorrência dessa ação estatal foram fundadas empresas destinadas à exploração de minério de ferro (Companhia Vale do Rio Doce), à criação de represas de água para o funcionamento de usinas hidrelétricas de grande porte (Companhia Hidrelétrica de São Francisco), à produção de aço, fundamental para a industrialização do país (Companhia Siderúrgica Nacional).

Para a criação dessas empresas utilizou-se grande quantidade de tecnologias, como no caso da Companhia Hidrelétrica que baseou-se nas mais recentes tecnologias implantadas nos Estados Unidos e na União Soviética, e na entrada de capitais estrangeiros, como no caso da Companhia Siderúrgica Nacional, construída a partir de empréstimos e tecnologias estadunidenses.

Posteriormente, o governo de Juscelino Kubitschek, intensificou o processo de industrialização e também o de entrada de tecnologias e capitais estrangeiros.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra B: pela política nacional de controle do câmbio, o que facilitava a exportação brasileira de produtos industrializados.

 

A política de controle de câmbio durante o governo Vargas variou de acordo com os interesses da ocasião, mantendo-se momentos de controle e de liberalização (ou mesmo de liberalização parcial) da política de câmbio. Assim, no final dos anos 30 do século XX, os Estados Unidos exerceram pressão sobre o governo brasileiro para uma liberalização da política cambial, o que levou a um aumento de 19% das exportações brasileiras. Dessa forma, a liberalização, e não o controle, do câmbio é que facilitou as exportações brasileiras nesse período.

 

Letra C: pelo deslocamento do eixo industrial para a região Norte, a partir da criação da Zona Franca de Manaus.

 

Não houve um deslocamento do eixo industrial para a região Norte durante esse período. O que houve foi a ampliação de setores estratégicos para outras regiões, além do sudeste, como o nordeste brasileiro, região onde foi construída a Companhia Hidrelétrica de São Francisco. Além disso, a criação da Zona Franca de Manaus ocorreu durante a Ditadura Militar e não durante o governo Vargas ou do período democrático que sucedeu seu governo (que marcam os anos do segundo ciclo de industrialização).

 

Letra D: pela implantação de políticas públicas de apoio às pequenas e médias empresas.

 

Não houve nesse período a implantação de políticas públicas de apoio à pequenas e médias empresas, o que houve foi o controle, pelo Estado, de áreas estratégicas para a industrialização brasileira. Foi somente em 1960 que teve início um programa oficial de apoio a empresas  de  pequeno porte, programa este instituído pelo Banco Nacional do desenvolvimento Econômico (BNDE).

 

Letra E: pelo processo de privatização das empresas estatais, adquiridas por grandes empresários nacionais.

 

Durante esse segundo ciclo de industrialização ocorreu a fundação, e não a privatização, de empresas estatais.

 

Referências:

 

ABREU, Marcelo de Paiva. Crise, crescimento e modernização autoritária, 1930-1945. In: A Ordem do Progresso: Dois séculos de Política Economia no Brasil. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4128559/mod_resource/content/1/Texto%2016%20-%20Crise%2C%20crescimento%20e%20modernização%20autoritária.pdf Acesso em 13 de out. de 2021.

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

DECCA, Maria Auxiliadora Guzzo de. Indústria, trabalho e cotidiano:  Brasil - 1889 a 1930. São Paulo: Atual Editora, 1991.

NARETTO, N., BOTELHO, M. dos R., & MENDONÇA, M. (2009). A trajetória das políticas públicas para pequenas e médias empresas no Brasil: do apoio individual ao apoio a empresas articuladas em arranjos produtivos locais. Planejamento e Políticas Públicas, (27), publicado em 02-10-2009. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/ppp/index.php/PPP/article/view/51 Acesso em 13 de out. de 2021.

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.

175) O modelo Nacional-desenvolvimentista, surgido no governo de Getúlio Vargas, fortaleceu-se no período em que Juscelino Kubistchek governou o país e se estendeu aos governos seguintes. Essa ideologia que teve no ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) sua principal escola formuladora e difusora, da qual participaram nomes como Hélio Jaguaribe e Nelson Werneck Sodré, também contou com a colaboração de influentes personagens da cultura nacional, como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Heitor Villa Lobos, Celso Furtado, dentre outros. Entre as contribuições, para o Brasil, da ideologia Nacional-desenvolvimentista difundida pelo ISEB encontra-se

  • A) a privatização de empresas públicas e de economia mista que davam prejuízos ao Estado brasileiro, tais como o Banco do Brasil e a Petrobrás.
  • B) o desenvolvimento de políticas de inserção e assistência social, com a criação de programas como o Fome Zero, o Bolsa Família e o ProUni.
  • C) a criação do órgão de planejamento e desenvolvimento regional para o Nordeste, a SUDENE, que devia combater a disparidade regional no país.
  • D) o encerramento de programas que oneravam o Estado como a Eletrobrás Eletronuclear e a Agência Espacial Brasileira (AEB).

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A alternativa correta é letra C) a criação do órgão de planejamento e desenvolvimento regional para o Nordeste, a SUDENE, que devia combater a disparidade regional no país.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a contribuição do Nacional-desenvolvimentismo difundida pelo ISEB.

 

A) a privatização de empresas públicas e de economia mista que davam prejuízos ao Estado brasileiro, tais como o Banco do Brasil e a Petrobrás.

INCORRETO. A ideologia Nacional-desenvolvimentista, de fato, defendia um papel ativo do Estado na economia, mas não por meio da privatização de empresas públicas e de economia mista. Pelo contrário, a ideia era que o Estado deveria promover o desenvolvimento econômico por meio da criação e manutenção de empresas estatais e de economia mista. Portanto, a privatização de empresas como o Banco do Brasil e a Petrobrás vai de encontro à ideologia Nacional-desenvolvimentista.

 

B) o desenvolvimento de políticas de inserção e assistência social, com a criação de programas como o Fome Zero, o Bolsa Família e o ProUni.

INCORRETO. Embora a ideologia Nacional-desenvolvimentista defendesse o papel ativo do Estado na promoção do bem-estar social, os programas mencionados, Fome Zero, Bolsa Família e ProUni, foram implementados em governos muito posteriores à época em que essa ideologia estava em voga. Portanto, esses programas não podem ser atribuídos à ideologia Nacional-desenvolvimentista.

 

C) a criação do órgão de planejamento e desenvolvimento regional para o Nordeste, a SUDENE, que devia combater a disparidade regional no país.

CORRETO. A criação da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) é uma das ações que se encaixam na ideologia Nacional-desenvolvimentista. A SUDENE foi criada em 1959, durante o governo de Juscelino Kubitschek, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico da região Nordeste e reduzir as disparidades regionais. Portanto, essa ação está alinhada com a ideologia Nacional-desenvolvimentista, que defendia o papel ativo do Estado na promoção do desenvolvimento econômico e da redução das desigualdades.

 

D) o encerramento de programas que oneravam o Estado como a Eletrobrás Eletronuclear e a Agência Espacial Brasileira (AEB).

INCORRETO. A ideologia Nacional-desenvolvimentista defendia a criação e manutenção de empresas estatais e de economia mista como meio de promover o desenvolvimento econômico. Portanto, o encerramento de programas estatais que oneravam o Estado, como a Eletrobrás Eletronuclear e a Agência Espacial Brasileira (AEB), vai de encontro à ideologia Nacional-desenvolvimentista.

 

Portanto, a alternativa correta é a LETRA C.

176)

  • A) os republicanos paulistas que, em 1873, criaram o Partido Republicano, defensor de uma República orientada por princípios positivistas.
  • B) a Igreja Católica, descontente com a orientação do governo imperial, que proibiu católicos de frequentarem a maçonaria.
  • C) os militares, tais como Sena Madureira, descontentes com a obrigação de publicarem na imprensa suas declarações.
  • D) os fazendeiros escravistas do Rio de Janeiro, descontentes com a demora do governo imperial em abolir o trabalho escravo.
  • E) os grandes cafeicultores do oeste paulista, que, com base no Manifesto Republicano, defendiam a República e o federalismo.

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AGOSTINI, Angelo. A grande degringolade. Rio de Janeiro: Revista Ilustrada,1885.

Na charge, contextualizada na crise do Segundo Reinado (Brasil, segunda metade do século XIX), AGOSTINE mostra um indígena, simbolizando a nação, rompendo correntes e chutando a carruagem do Império, lançando ao chão o imperador e seus seguidores. Segundo essa analogia, contribuíram para a queda de D. Pedro II:

  • A) os republicanos paulistas que, em 1873, criaram o Partido Republicano, defensor de uma República orientada por princípios positivistas.
  • B) a Igreja Católica, descontente com a orientação do governo imperial, que proibiu católicos de frequentarem a maçonaria.
  • C) os militares, tais como Sena Madureira, descontentes com a obrigação de publicarem na imprensa suas declarações.
  • D) os fazendeiros escravistas do Rio de Janeiro, descontentes com a demora do governo imperial em abolir o trabalho escravo.
  • E) os grandes cafeicultores do oeste paulista, que, com base no Manifesto Republicano, defendiam a República e o federalismo.

A alternativa correta é a letra E) os grandes cafeicultores do oeste paulista, que, com base no Manifesto Republicano, defendiam a República e o federalismo.

A resposta correta é a alternativa E, pois os grandes cafeicultores do oeste paulista foram fundamentais para a queda de D. Pedro II. Esses cafeicultores, insatisfeitos com a centralização do poder imperial e a política econômica do governo, apoiaram a causa republicana e o federalismo. Eles tiveram um papel crucial no movimento que culminou no golpe de 15 de novembro de 1889, que proclamou a República no Brasil.

177) Observe o cartaz a seguir.

  • A) lutarem contra tropas inimigas alemãs e japonesas que ameaçavam invadir as fronteiras brasileiras no norte do país.
  • B) fortificarem defesas na região norte, onde o governo varguista construiu grandes presídios para conter alemães e japoneses residentes no Brasil durante a guerra.
  • C) combaterem inimigos estrangeiros que ameaçavam destruir as tropas aliadas, invadindo a Amazônia e roubando do Brasil a produção de pneus de borracha.
  • D) ajudarem na produção e no trabalho na região, sobretudo na extração da borracha, matéria prima básica para a indústria bélica e de pneus.

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A alternativa correta é letra D) ajudarem na produção e no trabalho na região, sobretudo na extração da borracha, matéria prima básica para a indústria bélica e de pneus.

A propaganda do SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia) refere-se ao esforço do governo de Getúlio Vargas durante a Segunda Guerra Mundial para incentivar a extração de borracha na Amazônia. Conhecida como a "batalha da borracha", essa campanha visava suprir a demanda dos Aliados por borracha, essencial para a produção de pneus e outros materiais bélicos. Trabalhadores nordestinos foram enviados à região amazônica para aumentar a produção de borracha, fundamental para o esforço de guerra.

Jean Pierra Chabloz. Propaganda do SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia). 1943.

178) Ao receberem menos dinheiro por suas vendas ao exterior, os exportadores e produtores ligados à exportação reduzem suas compras. Os produtores internos afetados por essa redução também reduzem as suas, e assim por diante.

  • A) adquirir empréstimos no exterior, visando à manutenção da política de valorização do preço do café.
  • B) extinguir em curto prazo a dependência do país à economia cafeeira, abandonando os empresários do setor.
  • C) substituir os latifúndios cafeeiros por pequenas propriedades, desapropriando terras e concedendo incentivos fiscais a agricultores.
  • D) equilibrar a oferta e a procura do produto, comprando e destruindo os excedentes das colheitas.
  • E) limitar a venda do produto ao mercado interno, considerando os prejuízos que a exportação de café causava ao país.

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A alternativa correta é letra D) equilibrar a oferta e a procura do produto, comprando e destruindo os excedentes das colheitas.

Gabarito: ALTERNATIVA D

 

Ao receberem menos dinheiro por suas vendas ao exterior, os exportadores e produtores ligados à exportação reduzem suas compras. Os produtores internos afetados por essa redução também reduzem as suas, e assim por diante. (Celso Furtado. Formação econômica do Brasil, 1989)


O autor refere-se aos desdobramentos da queda no preço e no volume da exportação do café brasileiro decorrente da Crise de 1929. Tendo em vista o cenário econômico descrito pelo texto, o governo Getúlio Vargas decidiu, entre 1931 e 1939,

  • a)  adquirir empréstimos no exterior, visando à manutenção da política de valorização do preço do café.

Em primeiro lugar, é importante que o estudante tenha claro que o início da década de 1930 é marcado, no centro do capitalismo mundial, pela Grande Depressão. Ou seja, a oferta de crédito internacional naquele momento era muito restrita por conta da recessão generalizada; portanto, é descabido falar que, no início da década, o país tenha conseguido empréstimos internacionais vultuosos. Além disso, empréstimos internacionais teriam pouco efeito sobre os preços internacionais do café, que estava deprimidos exatamente pela queda da demanda, enquanto a oferta se mantinha crescente. Alternativa errada.

  • b)  extinguir em curto prazo a dependência do país à economia cafeeira, abandonando os empresários do setor.

De fato, entre 1930 e 1945, se organizaria o modelo de industrialização pela substituição de importações como uma forma de superar a dependência econômica brasileira frente à agroexportação. No entanto, a sustentação econômica desses novos investimentos viria exatamente dos excedentes de capital oriundos da exportação cafeeira, que seriam orientados para um esforço industrialista. Portanto, em momento algum houve um abandono real desse setor da economia, ainda que se quisesse superar a dependência histórica do Brasil em relação à agricultura voltada para a exportação. Alternativa errada.

  • c)  substituir os latifúndios cafeeiros por pequenas propriedades, desapropriando terras e concedendo incentivos fiscais a agricultores.

O governo Vargas não procedeu a nenhuma forma de reestruturação fundiária. Ainda que tenha desalojado a elite cafeeira do centro poder, Vargas tinha clareza sobre a importância da agroexportação para o desenvolvimento nacional e manteve em funcionamento grande parte dos circuitos produtivo-comerciais que já caracterizava a exportação do café. Em alguma medida, ainda deu incentivos e proteções para a ampliação deste comércio, mas condicionou a ajuda à integração do seu plano de desenvolvimento. Alternativa errada.

  • d)  equilibrar a oferta e a procura do produto, comprando e destruindo os excedentes das colheitas.

Este foi o epicentro da política de Vargas para a valorização internacional do café durante a depressão econômica da década de 1930. Como a recessão mundial fizera a demanda internacional se contrair violentamente, o que fez os preços internacionais do café despencarem em poucos anos a níveis muito baixos. Com a oferta em expansão e sem correspondente demanda, havia uma risco de a recessão internacional estrangular toda a lavoura cafeeira brasileira por conta dos baixos preços e dos consequentes prejuízos. A saída adotada por Vargas, percebendo que o país detinha praticamente o monopólio da oferta de café no mundo, foi comprar os excedentes das colheitas e estocá-los de maneira a enxugar a oferta no mercado externo, o que auxiliaria a elevar os preços do produto. Como a demanda não reagiria no curto prazo, Vargas decidiu ainda pela medida extrema de destruir os excedentes da colheita como forma de garantir o equilíbrio entre oferta e demanda internacionais para estabilizar os preços. ALTERNATIVA CORRETA.

  • e)  limitar a venda do produto ao mercado interno, considerando os prejuízos que a exportação de café causava ao país.

As questões centrais da crise estavam no mercado internacional, e não no mercado interno. A agroexportação sempre fora a principal força econômica brasileira e o desequilíbrio internacional erodia decisivamente essa porção da vida econômica brasileira. Ou seja, limitar o consumo de café ao mercado interno teria sido catastrófico, porque as dimensões produtivas eram muito maiores do que o mercado doméstico e não haveria capacidade de consumo mínima para viabilizar essa transição. Além disso, é completamente errado falar que a exportação do café causava prejuízos ao país nos anos anteriores, sendo, antes, uma das principais fontes de recursos brasileiras. Alternativa errada.

 

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA D.

179) Em termos econômicos, o Estado Novo (1937-45) caracterizou-se

  • A) pela política da privatização de empresas ligadas aos serviços urbanos, como o abastecimento de água.

  • B) pela adoção de um nacionalismo extremado por meio do qual se proibiu a entrada de capitais estrangeiros no país.

  • C) pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o Conselho Nacional do Petróleo.

  • D) pela aplicação de medidas liberais, tais como o congelamento dos salários para evitar o aumento da inflação.

  • E) pela redução do deficit público com o corte de gastos em algumas áreas sociais, como a educação.

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A alternativa correta é letra C) pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o Conselho Nacional do Petróleo.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

Em termos econômicos, o Estado Novo (1937-45) caracterizou-se

  • a)  pela política da privatização de empresas ligadas aos serviços urbanos, como o abastecimento de água.

Muito pelo contrário, o Estado Novo especificamente pode ser localizado como a gênese do estatismo econômico brasileiro. Nesse período, construiu-se a percepção de que a modernização do país era urgente e o Estado seria um vetor de condução nesse processo. O desenvolvimento econômico foi levado para o centro da discussão sob a compreensão de que a urbanização e a industrialização - e, consequentemente, a superação da dependência da agro-exportação e das bases agrárias da nossa sociedade - seriam os grandes símbolos desse processo. Os serviços urbanos precisariam ser dramaticamente expandidos e estavam, majoritariamente, concentrados nas mãos de empresas estrangeiras. O Estado Novo fortaleceria o papel do governo central na organização desses serviços e abriria caminho para processos de nacionalização que floresceriam nos anos seguintes. Alternativa errada.

 
  • b)  pela adoção de um nacionalismo extremado por meio do qual se proibiu a entrada de capitais estrangeiros no país.

De fato, o recorte desenvolvimentista do Estado Novo ensaiava uma face bastante nacionalista, mas isso só seria expresso de fato na década de 1970. Durante o Estado Novo, o capital estrangeiro, ainda que alvo de controvérsias dentro do país, foi recebido como um recurso possível para a industrialização e a modernização geral do Brasil. Alternativa errada.

 
  • c)  pelo forte intervencionismo estatal com a criação de conselhos regulatórios, como o Conselho Nacional do Petróleo.

A criação do Conselho Nacional do Petróleo se deu em 1938 e foi um símbolo importante da opção brasileira pelo desenvolvimentismo baseado na intervenção estatal. Desde a década de 1920, havia um grande aprofundamento da controvérsia sobre o uso dos recursos minerais brasileiros, opondo setores técnicos do Estado, militares, empresários e lobistas numa disputa que se arrastava entre as dificuldades e as convulsões da última década da Primeira República (1889-1930). Naquele momento, o Estado avançava decisivamente na direção de regulamentar e de impor rumos para vários setores da vida econômica brasileira e a questão energética foi eleita como um dos setores estratégicos mais importantes. Essa percepção estratégica foi uma das grandes vitórias dos militares na construção de um intervencionismo estatal robusto, característica importante do nacional-desenvolvimentismo brasileiro. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  pela aplicação de medidas liberais, tais como o congelamento dos salários para evitar o aumento da inflação.

As bases populares de apoio de Getúlio Vargas foram constituídas, entre outros esforços, pela coesão de um nascente proletariado nas cidades brasileiras. A ampliação do poder de compra e um trabalhismo calcado na expansão salarial foram algumas das marcas dessa mobilização popular do varguismo, que também assentava direitos trabalhistas reorganizando todo o mundo do trabalho no Brasil. A organização de sindicatos leais ao governo central, aliás, era uma das grades estratégias para dar suporte e legitimidade à centralização da vida econômica sob um projeto desenvolvimentista. Alternativa errada.

 
  • e)  pela redução do deficit público com o corte de gastos em algumas áreas sociais, como a educação.

A política econômica do Estado Novo foi responsável por uma expressiva expansão do gasto público, o que incluiu até mesmo o lançamento de uma nova moeda: o Cruzeiro em 1941. Além da modernização e da expansão da máquina pública, dos investimentos em infraestrutura e das atividades empresariais do Estado, passou-se por uma revitalização geral das áreas sociais. Reformas educacionais, expansão dos gastos com saúde e reorganização das cidades foram necessárias para se dar suporte a todo o projeto varguista de desenvolvimento. Alternativa errada.

  

Note o estudante que todas as alternativas erradas apontavam na direção de uma política econômica de características liberais. Ou seja, do ponto de vista teórico, elas estavam interligadas entre si e costumam ser aplicadas em conjunto. Isso poderia servir de indício ao candidato no momento da prova para observar com mais critério a única alternativa que seguia na direção oposta. Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

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180) No Brasil, em que governo foi criado a Lei de Lucros Extraordinários?

  • A) João Goulart.

  • B) Juscelino Kubitschek.

  • C) Fernando Henrique Cardoso.

  • D) Getúlio Vargas.

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A alternativa correta é letra D) Getúlio Vargas.

A Lei de Lucros Extraordinários foi criada durante o governo de Getúlio Vargas. Essa lei fazia parte de uma série de medidas econômicas e sociais implementadas por Vargas para regular a economia e promover a justiça social durante seu período de governo, especialmente no contexto do Estado Novo (1937-1945).

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