Questões Sobre Era Vargas (1930-1945) - História - concurso
551) A chamada Revolução de 1930 promoveu uma transformação extensa da ordem política brasileira, especialmente por:
- A) permitir a ascensão política de comunistas e anarquistas a cargos do executivo e do legislativo.
- B) abolir a alternância dos cafeicultores paulistas e dos pecuaristas mineiros no centro do poder político nacional.
- C) garantir o fortalecimento de outras oligarquias regionais, especialmente do Nordeste e do Centro-Oeste brasileiro.
- D) favorecer a projeção de grupos políticos fascistas, como a Aliança Nacional Libertadora.
- E) dar vazão à instalação de um regime ditatorial iniciado em 1930 e encerrado em 1937, com o golpe político do Estado Novo.
A alternativa correta é letra B) abolir a alternância dos cafeicultores paulistas e dos pecuaristas mineiros no centro do poder político nacional.
Gabarito: Letra B
Segundo a aliança política estabelecida durante a Primeira República entre as oligarquias de São Paulo, grande produtor de café da época, e as de Minas Gerais, também um estado produtor de café e um grande produtor de leite, as oligarquias paulistas e mineiras se revezaram no comando da Presidência da República.
Como o último presidente eleito, Washington Luís, representava os interesses da oligarquia paulista, as oligarquias mineiras esperavam ter seu candidato indicado nas eleições de 1929, mas o presidente Washington Luís indicou para sucedê-lo outro paulista, Júlio Prestes, e não um candidato da oligarquia mineira como era esperado, quebrando o estabelecido inicialmente.
Tal fato acabou levando ao descontentamento que proporcionou os acontecimentos que desencadearam a Revolução (ou Golpe) de 1930.
Assim, estabelecida a revolução (ou golpe), o poder foi retirado das mãos da oligarquia paulista e repassado para um dos representantes políticos da Revolução (ou Golpe) de 1930: Getúlio Vargas, marcando assim o enfraquecimento do poder das oligarquias agrárias.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: permitir a ascensão política de comunistas e anarquistas a cargos do executivo e do legislativo.
Durante o Governo Provisório, primeira fase da Era Vargas, inaugurada com a Revolução (ou Golpe) de 1930, os cargos do legislativo foram suspensos e o poder executivo esteve nas mãos de Getúlio Vargas. Já durante o Governo Constitucional, a partir de 1934, os comunistas foram um dos grupos de oposição ao governo Vargas e inclusive serviram de pretexto para o estabelecimento da ditadura do Estado Novo. Portanto, a chegada de Vargas ao poder não permitiu a ascensão de grupos de esquerda no executivo e legislativo. Cabe destacar que durante o período constitucional, os grupos de esquerda conseguiram eleger deputados para a Assembleia, mas por conta própria, com suas bases eleitorais concedendo apoio.
Letra C: garantir o fortalecimento de outras oligarquias regionais, especialmente do Nordeste e do Centro-Oeste brasileiro.
A Revolução (ou golpe) de 1930 marcou o enfraquecimento do poder das oligarquias agrária, principalmente as do Sudeste. Estabelecido o governo provisório em 1930, a Constituição de 1891 foi revogada e os governadores dos estados foram substituídos por interventores de confiança do governo. Além disso, foram fechados o Congresso Nacional, as assembleias legislativas e as câmaras de vereadores e Getúlio Vargas passou a governar por meio de decretos. Portanto, houve um enfraquecimento da chamada "Política dos Governadores" que vigorou como um sistema durante a Primeira República.
Letra D: favorecer a projeção de grupos políticos fascistas, como a Aliança Nacional Libertadora.
Nem a Revolução (ou Golpe) de 1930 buscou favorecer a projeção de grupos políticos fascistas e nem a Aliança Nacional Libertadora (ANL) foi um grupo político fascista. Ao contrário, a ANL foi uma frente antifascista, liderada por militares identificados com o movimento tenentista (uma das bases de apoio da Revolução de 1930), e composta por diversas organizações – femininas, culturais, estudantis, sindicais e de profissionais liberais – preocupados com o avanço do fascismo na Europa e com o crescimento do integralismo no Brasil.
Letra E: dar vazão à instalação de um regime ditatorial iniciado em 1930 e encerrado em 1937, com o golpe político do Estado Novo.
O regime ditatorial da Era Vargas, o Estado Novo, iniciou-se em 1937 e terminou somente em 1945. Seu fim foi influenciado pelos rumos tomados pelo Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e pela vitória dos Aliados, lado ao qual se aliou o governo brasileiro.
Resposta baseada nas fontes:
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.
552) O governo constitucional de Vargas foi marcado por forte instabilidade, com manifestações provenientes tanto da direita quanto da esquerda. Os dois grupos que pressionaram Vargas nessa fase de governo foram respectivamente:
- A) Intentona Comunista e Aliança Integral Nacional.
- B) Ação Integralista Brasileira e Aliança Nacional Libertadora.
- C) Aliança Nacional Libertadora e Ação Integralista Brasileira.
- D) Movimento Conservador Nacional e Aliança Nacional Libertadora.
A alternativa correta é letra B) Ação Integralista Brasileira e Aliança Nacional Libertadora.
O governo constitucional de Vargas, que durou de 1934 a 1937, foi marcado por forte instabilidade política. Nesse período, Vargas enfrentou pressões de dois grupos políticos opostos: a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL).
A Ação Integralista Brasileira era um grupo de extrema direita, inspirado no fascismo italiano, que defendia a implantação de um regime autoritário no Brasil. Já a Aliança Nacional Libertadora era uma frente de esquerda, que reunia comunistas, socialistas e liberais, que lutavam contra o autoritarismo e defendiam a democratização do país.
Essas duas forças políticas exerceram forte pressão sobre o governo Vargas, que tentava manter o equilíbrio entre elas. No entanto, em 1937, Vargas fechou o Congresso e implantou o Estado Novo, um regime autoritário que durou até 1945.
553) Leia o fragmento a seguir:
- A) Revolta de Juazeiro, Cangaço e Luis Carlos Prestes.
- B) Luis Carlos Prestes, Cangaço e Revolta Farroupilha.
- C) Revolta do Juazeiro, Cangaço e Plínio Salgado.
- D) Cabanagem, Isidoro Dias e Cangaço.
A alternativa correta é letra A) Revolta de Juazeiro, Cangaço e Luis Carlos Prestes.
Gabarito Letra A
Revolta de Juazeiro, Cangaço e Luis Carlos Prestes.
O cordel apresentado pela questão cita como personagens o Padre Cícero e Virgolino, além disso, faz referência ao evento chamado de Coluna Prestes.
O Padre Cícero está relacionado à Revolta de Juazeiro, quando fiéis se mobilizaram em defesa do Padre Cícero e da veracidade do milagre ocorrido em uma missa celebrada pelo mesmo.
Já o Virgolino (ou Virgulino), está relacionado ao Cangaço, sendo o personagem, também chamado de Lampião, o famoso “Rei do Cangaço”. O nome Cangaço referia-se ao modo de vida das pessoas que formavam o grupo de cangaceiros. Vivendo como nômades, os cangaceiros eram grupos armados que praticavam assaltos em fazendas e, muitas vezes, matavam pessoas. Atuavam, frequentemente, com grande violência e, por isso, espalhavam terror e destruição por onde passavam.
Por fim, a Coluna Prestes, que teve por líderes Miguel Costa e Luís Carlos Prestes, foi uma coluna militar formada por forças tenentistas que percorreram o país em busca de apoio popular para a instalação de revoltas contra o governo, dominado pelas oligarquias rurais.
Assim, os personagens citados no cordel estão relacionados, respectivamente, à Revolta de Juazeiro e ao Cangaço, e o evento citado, está relacionado ao Luís Carlos Prestes, uma de suas principais lideranças.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: Luis Carlos Prestes, Cangaço e Revolta Farroupilha.
Além do personagem Luís Carlos Prestes está sendo citado, na alternativa, fora de sua correta ordem, devendo vir citado ao final e não no começo, não há no cordel nenhuma referência à Revolta Farroupilha ocorrida no Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845.
Letra C: Revolta do Juazeiro, Cangaço e Plínio Salgado.
Não há no cordel nenhuma referência ao Plínio Salgado, líder do movimento integralista no Brasil.
Letra D: Cabanagem, Isidoro Dias e Cangaço.
Além do Cangaço está sendo citado, na alternativa, fora de sua correta ordem, devendo vir citado ao meio e não ao final, não há no cordel nenhuma referência à Cabanagem ocorrida no Pará, entre 1835 e 1840. Também Isidoro Dias não está relacionado a nenhum dos eventos ou personagens citados no Cordel, mas sim as Revoltas de 1924.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
554) A Aliança Nacional Libertadora (ANL), criada na década de 1930, tinha como base um programa que defendia, exceto:
- A) Nacionalização das empresas estrangeiras.
- B) Defesa das liberdades individuais.
- C) Concepção cristã e de liderança carismática.
- D) Reforma agrária com garantia da manutenção da pequena e média propriedade.
A alternativa correta é letra C) Concepção cristã e de liderança carismática.
Gabarito: Letra C
Concepção cristã e de liderança carismática.
A Aliança Nacional Libertadora (ANL), organizada em março de 1935, foi uma frente antifascista, liderada por militares identificados com o movimento tenentista, e composta por diversas organizações – femininas, culturais, estudantis, sindicais e de profissionais liberais – preocupados com o avanço do fascismo na Europa e com o crescimento do integralismo no Brasil.
O programa político da Aliança incluía:
- O combate ao capital estrangeiro e a estatização de empresas estrangeiras;
- O não pagamento e cancelamento da dívida externa brasileira;
- A defesa das liberdades democráticas;
- A reforma agrária, com distribuição de terras aos trabalhadores rurais e combate aos latifúndios.
Em nenhum momento o programa político da ANL apresentou a defesa de uma liderança carismática e de uma concepção cristã, sendo tais características princípios defendidos não pela ANL, mas sim pelos integralistas, grupo a qual se opunham os aliancistas.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Nacionalização das empresas estrangeiras.
A nacionalização das empresas estrangeiras fazia parte do programa defendido pela ANL.
Letra B: Defesa das liberdades individuais.
A defesa das liberdades individuais fazia parte do programa defendido pela ANL.
Letra D: Reforma agrária com garantia da manutenção da pequena e média propriedade.
A Reforma agrária fazia parte do programa defendido pela ANL.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
555) Em 1930 chegou ao fim o período chamado de primeira república. Apesar da superação pacífica do antigo regime, teve início um período conturbado da história política brasileira. Em relação a esse tema, julgue o item que se segue.
- A) Certo
- B) Errado
A alternativa correta é letra A) Certo
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, entre os meses de julho e outubro de 1932, que tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil.
Foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia de que os estados gozavam durante a vigência da Constituição de 1891. Constituiu-se na primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil. Dois anos depois do conflito armado, uma nova constituição foi promulgada no Brasil, a Constituição de 1934.
Gabarito: Certo
556) “Ao subir ao poder, em 1930, Getulio Vargas procurou combater as estruturas de sustentação criadas pela política do ‘café‐com‐leite’, e para isso desenvolveu uma série de mecanismos que visavam reorganizar o Estado.
- A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
- B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
- C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
- D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
- E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
A alternativa correta é letra E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito: ALTERNATIVA E
“Ao subir ao poder, em 1930, Getulio Vargas procurou combater as estruturas de sustentação criadas pela política do ‘café‐com‐leite’, e para isso desenvolveu uma série de mecanismos que visavam reorganizar o Estado.
[...]
Para governar os estados, Vargas nomeou interventores federais, que deviam exercer tanto o Poder Executivo quanto o Legislativo, com os mesmos poderes que cabiam ao governo provisório.
[...]
A situação se agravou mais ainda, quando em 9 de julho de 1932, os paulistas iniciaram a Revolução Constitucionalista.”
(www.educacional.com.br/.../Livro%20de%20Mato%20Grosso43201211)
Em relação à crise de 1932, analise as afirmativas a seguir.
- I. São Paulo esperava a adesão das elites mineiras e gaúchas, mas, na realidade, somente contou com a participação de um pequeno destacamento, proveniente do sul de Mato Grosso, comandado pelo general Bertoldo Klinger.
Bertoldo Klinger foi general-de-divisão do Exército Brasileiro e, em 1932, movimentou tropas em favor da Revolução Constitucionalista liderada por São Paulo. Na oportunidade, o general comandava o Comando Militar sediado em Mato Grosso e, apesar de ter sido um entusiasta do movimento de 1930, que levou Vargas ao poder, estava se distanciando do Governo Provisório (1930-1934) por se desiludir com a condução do governo com poderes discricionários por tempo demais. Maior liderança militar a claramente acenar em favor do movimento revolucionário em 1932, o general Klinger seria nomeado como comandante supremo do Exército Constitucionalista, levando parte de seus comandados para a frente de batalha em São Paulo a partir do Mato Grosso. Ocorre que, na véspera da sedição, o general foi enviado para a reserva compulsoriamente e exonerado da sua posição de comando, o que impediu que todas as tropas sob seu comando aderissem ao movimento paulista. Ainda que as oligarquias de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul também estivessem sinalizando possibilidades de rompimento com o governo central, no momento do levante, não houve nenhuma adesão significativa nesses estados, comprometendo até mesmo as estratégias de abastecimento material das forças paulistas. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
- II. O apoio do sul de Mato Grosso à causa paulista estava associado à divisão do estado uma vez que, no decorrer da Revolução Constitucionalista, o sul de Mato Grosso se separou, criando o Estado de Maracajú.
A liderança do general Klinger era mais expressiva no sul do grande estado do Mato Grosso e a possibilidade de secessão era especialmente atraente para aquela região, uma vez que a distância em relação à capital Cuiabá dificultava a organização de uma administração pública mais efetiva na área. Por sua vez, o estado de Maracaju foi uma expressão de rebeldia total do sul do Mato Grosso frente ao governo central durante a Revolução Constitucionalista. Logo no 10 de julho de 1932, um dia depois do início da revolução, foi declarada a criação rebelde do estado de Maracaju, ocupando, linhas gerais, o território equivalente ao atual estado do Mato Grosso do Sul. Sob o governo estadual de Vespasiano Martins, o estado chegou a receber certo suporte das forças locais, mas não resistiria ao fracasso da própria revolução paulista, que estaria completamente debelada em outubro de 1932. Na sequência, foi restabelecida a ordem legal na região, que garantiria o restabelecimento da integridade territorial do estado de Mato Grosso, que só seria dividido novamente na década de 1970. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
- III. A Revolução Constitucionalista durou três meses. Após ter derrotado o movimento em São Paulo, Vargas controlou o movimento separatista do sul de Mato Grosso.
De fato, o movimento revolucionário de 1932 foi iniciado em 9 de julho e já estaria totalmente derrotado em 2 de outubro do mesmo ano. Ocorre que a desproporção de forças entre os lados, dado o isolamento paulista, inviabilizava qualquer resistência realmente duradoura por parte dos revolucionários, que enfrentavam cerca de cem mil homens das tropas regulares contando com um exército revolucionário composto sobretudo de voluntários. Em 30 de setembro, com o comando do general Klinger completamente comprometido, a força pública paulista assinou os termos da rendição para as tropas legalistas, que tomaram a capital paulista depois de renhido cerco. O último foco de resistência, de fato, seria o governo do estado de Maracaju, cuja cadeia de comando seria comprometida com as notícias do armistício paulista. Com o governo estadual rebelde comprometido, o estado de Maracaju se dissolveu em focos de resistência, que estariam completamente debelados antes do final de outubro de 1932. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
Portanto, são verdadeiras as afirmativas I, II e III.
Assinale:
a) se apenas a afirmativa I estiver correta.
b) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.
557) Nas primeiras décadas do século XX algumas batalhas foram empreendidas em nome da luta pela democracia dentro do território brasileiro. A respeito destas batalhas, assinale a alternativa INCORRETA.
- A) A Revolução de 1924, ocorrida em São Paulo, também é conhecida como “revolução esquecida” e foi a tentativa comunista de derrubar o poder e instaurar um regime socialista sob o comando de Luiz Carlos Prestes.
- B) A Revolução de 1930 foi aquela que elevou Getúlio Vargas ao posto de chefe do Governo Provisório, após longa batalha empreendida contra as oligarquias agrária e fundiária que dominavam o país.
- C) A Revolução de 1930 ficou conhecida como revolução liberal, pois combateu a política do café com leite que imperava no país sob o comando dos plantadores de café e criadores de gado dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.
- D) A Revolução Constitucionalista foi deflagrada em 9 de julho de 1932, pelos paulistas, com o intuito de derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e em prol de uma nova Constituição para o país.
- E) A Constituição de 1934 é resultado da luta empreendida pelo estado de São Paulo, que se organizou e realizou a Revolução de 1932, conhecida como Revolução Constitucionalista, ou seja, em prol da constituição.
A alternativa correta é letra A) A Revolução de 1924, ocorrida em São Paulo, também é conhecida como “revolução esquecida” e foi a tentativa comunista de derrubar o poder e instaurar um regime socialista sob o comando de Luiz Carlos Prestes.
Gabarito: ALTERNATIVA A
Nas primeiras décadas do século XX algumas batalhas foram empreendidas em nome da luta pela democracia dentro do território brasileiro. A respeito destas batalhas, assinale a alternativa INCORRETA.
- a) A Revolução de 1924, ocorrida em São Paulo, também é conhecida como “revolução esquecida” e foi a tentativa comunista de derrubar o poder e instaurar um regime socialista sob o comando de Luiz Carlos Prestes.
A alternativa confunde o tenentismo da década de 1920 com a Intentona Comunista de 1935. O tenentismo foi, de maneira geral, uma série de movimentos armados que partiram de parcelas do jovem oficialato do Exército que viam na República Velha uma traição aos princípios que animaram a Proclamação da República (1889). Para aqueles jovens, a realidade política brasileira e o estabelecimento das oligarquias agroexportadoras no centro do poder traíam os princípios fundamentais do positivismo que o próprio Exército encampara para derrubar a monarquia; e o tenentismo encarnava uma releitura e uma revitalização do pensamento positivista em ação na política brasileira. Com os levantes armados de São Paulo (Revolta Paulista de 1924) e do Rio de Janeiro (Revolta dos 18 do Forte de 1922), o tenentismo, ainda que não tenha ameaçado de fato o governo central no campo de batalha, marcou uma posição importante na vida brasileira e abriu um ciclo de revoltas que marcaria a década de 1920. Com apoio da União Soviética, Luís Carlos Prestes organizou uma oposição de extrema-esquerda no Brasil ao governo de Getúlio Vargas. Com os recursos recebidos de Moscou, conseguiu organizar uma tentativa de golpe de Estado, que era entendido como o estopim de uma grande revolução comunista no Brasil. Deflagrada em novembro de 1935, a Intentona Comunista apenas conseguiu tomar o controle de algumas guarnições militares em poucas capitais, principalmente o Rio de Janeiro e Recife. Com o golpe tendo sido traído e abandonado por supostos aliados, Prestes ainda tentou alguma forma de resistência armada, mas acabaram esmagados em poucos dias sem ter ameaçado sequer assumir o controle de uma única cidade. Prestes passaria a ser implacavelmente perseguido pela polícia política de Vargas e acabaria preso e torturado, bem como sua mulher, a judia alemã Olga Benário Prestes, seria entregue grávida à Alemanha nazista. Por conter erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.
- b) A Revolução de 1930 foi aquela que elevou Getúlio Vargas ao posto de chefe do Governo Provisório, após longa batalha empreendida contra as oligarquias agrária e fundiária que dominavam o país.
A Revolução de 1930 foi uma convergência gravíssima dos descontentes contra a Primeira República (1889-1930). Naquele momento, uma nova geração de jovens oficiais do Exército se deparava com a corrupção geral do sistema republicano, que havia sido idealizado pelo próprio Exército no ocaso do período monárquico. Ou seja, o pensamento positivista voltava a monopolizar as críticas sobre a situação brasileira com grande capacidade de mobilização das Forças Armadas. Ao contrário do que se supunha em 1889, a República, per se, não foi capaz de traduzir sobre a realidade brasileira o progresso e a modernização geral das estruturas sociais, políticas e econômicas. A explicação dos jovens oficiais para isso atribuía culpas insuperáveis contra o sistema político que sequestrara a República brasileira logo nos seus primeiros anos. Além disso, havia um descontentamento das classes médias urbanas (mormente formadas por burocratas e profissionais liberais) sobre a fragilidade institucional do país e contra o teatro das oligarquias, que corroía as práticas democráticas no país. O predomínio das oligarquias rurais, na prática, relegava a sistematização da modernização brasileira para um segundo plano. Além disso, o controle eleitoral exercido pelos grande agroexportadores diminuía sobremaneira o lugar dessas camadas urbanas na cena política. Numa outra frente, cresciam as cisões dentro das oligarquias e os grupo apartados do governo central estavam se adensando em torno do esforço de implodir as estruturas de poder. O lançamento da Aliança Liberal sob a liderança de Getúlio Vargas para as eleições de 1930 foi o primeiro grande sintoma da convergência dessas diferentes insatisfações - o que geraria forças oposicionistas inéditas contra o predomínio paulista no centro do poder. Com a derrota eleitoral sob pesadas fraudes, a Aliança logo se traduziria numa grande frente revolucionária que deporia o presidente. A vitória militar de Vargas em 1930 representou o sucesso claro do tenentismo, que marcara a década anterior com seus questionamentos a favor da modernização e da retomada dos princípios positivistas na vida republicana. Sem erros na alternativa.
- c) A Revolução de 1930 ficou conhecida como revolução liberal, pois combateu a política do café com leite que imperava no país sob o comando dos plantadores de café e criadores de gado dos estados de Minas Gerais e de São Paulo.
A Revolução (ou Golpe) de 1930 marcou o fim da Primeira República (1889-1930) e está inserida num longo processo de questionamento contra a ordem estabelecida. Após os tumultos dos dois primeiros governos militares, a república brasileira enveredou pelo chamado "teatro das oligarquias", quando a política foi dominada pelas oligarquias agroexportadoras (principalmente de São Paulo e de Minas Gerais), que conseguiram organizar um sistema de governabilidade muito estável e sem debates reais. A vida democrática brasileira era extremamente frágil nesse período, com fraudes de toda sorte e uma legislação bastante restritiva contra a participação popular; esvaziando, na prática, todo o processo eleitoral em favor das elites dominantes. Os sonhos de modernização geral do Estado brasileiro e de desenvolvimento positivista que animaram a Proclamação da República (1889) foram rapidamente abandonados em favor da reprodução de privilégios das oligarquias. O descolamento entre o governo central e a realidade brasileira era dramático e os presidentes pouco se identificavam com a população, que mais tinha contato com as oligarquias profundamente reacionárias que dominavam os estados. Epitácio Pessoa, por exemplo, sequer estava no Brasil à época de sua eleição, já que representava o país na Conferência de Versalhes. Como resultado, o sonho da grande república positivista dos trópicos repleta de indústrias e de potencialidades de toda sorte era abortado sem qualquer forma de deliberação mais séria. Com a via das armas tendo sido repetidamente derrotada em episódios bastante violentos, esse movimento de contestação contra a ordem estabelecida se adensou em outras frentes, aproveitando do sentimento de contestação lançado pelos levantes. Outras elites estaduais começaram a ver o desgaste do teatro das oligarquias e o descaso com que o governo federal as tratava; o que gerou certa tensão interna. Além disso, a questão sucessória para as eleições de 1930 fez romper definitivamente o acordo entre paulistas e mineiros, facilitando o rearranjo de forças eleitorais. Nesse momento, Getúlio Vargas lança a sua Aliança Liberal para concorrer à presidência com o apoio de vários governadores e várias lideranças estaduais dispostas a romper com a estrutura de poder estabelecida. Mobilizando as massas urbanas em vários estados, Vargas conseguiu impor um sério desafio eleitoral contra a oligarquia cafeeira, mas esta recorreu a toda sorte de fraudes para eleger Júlio Prestes como presidente. Ainda que as fraudes tenham dado uma vitória às oligarquias, o custo político da manobra acabou sendo fatal, já que as demais elites conseguiram mobilizar forças para o movimento decisivo. Vinte dias antes da posse do novo presidente, Vargas invadiu o Rio de Janeiro com forças rebeldes e com ampla adesão, desfechando a Revolução de 1930 contra o presidente Washington Luís. Feito presidente provisório do país, Vargas fez valer as suas raízes do positivismo gaúcho em nome da modernização do país sob um regime centralizador. Portanto, o fim da República oligárquica brasileira não pode ser compreendido no momento estrito da sua deposição, estando antes inscrita num longo processo de contestação. Sem erros na alternativa.
- d) A Revolução Constitucionalista foi deflagrada em 9 de julho de 1932, pelos paulistas, com o intuito de derrubar o Governo Provisório de Getúlio Vargas e em prol de uma nova Constituição para o país.
A Revolução de 1930 marcou um processo de ruptura profunda com fortes oligarquias do país inteiro e insistindo em reformas profundas do Estado e da sociedade brasileira. Inspirado num certo positivismo, o governo Vargas tinha um compromisso com a modernização geral do país num recorte muito centralizador sob a lógica do fortalecimento do Estado e do poder central. Isso implicava num enfrentamento direto contra as oligarquias que outrora controlavam a Primeira República (1889-1930). O caso mais extremo dessa experiência foi o levante paulista em 1932 contra o poder central para exigir o restabelecimento de uma ordem constitucional, já que o processo revolucionário abolira a Constituição de 1891, mas seguia governando com poderes discricionários. Em julho de 1932, os revoltosos paulistas iniciaram o levante armado e enfrentaram uma forte reação das forças regulares; sendo rapidamente derrotados e com São Paulo sendo retomada pelas forças federais. Sem erros na alternativa.
- e) A Constituição de 1934 é resultado da luta empreendida pelo estado de São Paulo, que se organizou e realizou a Revolução de 1932, conhecida como Revolução Constitucionalista, ou seja, em prol da constituição.
Em 1932, São Paulo se levantou em armas contra o Governo Provisório na chamada Revolução Constitucionalista. A propaganda do governo central tentaria ainda imputar aos revoltosos a pecha de separatistas, no entanto, o mote da revolução era muito claro no sentido de exigir do governo federal uma nova Constituição e o restabelecimento da ordem institucional plena para o país. Deflagrada após violenta repressão contra estudantes paulistas, a Revolução Constitucionalista durou poucos meses e foi severamente reprimida pelas forças regulares sob o comando de Vargas, que apenas em 1934 abriria espaço para uma nova Constituição. Sem erros na alternativa.
Portanto, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA A.
558) A história do Brasil possui alguns nomes de real destaque devido a importantes atuações em prol da nação e da humanidade. Candido Mariano Silva Rondon, ou Marechal Rondon, é uma dessas figuras.
- A) Rondon, em 1930, interrompeu seu trabalho no sertão para lutar na Revolução de 1930, ao lado dos militares varguistas.
- B) Foi um militar e sertanista que realizou diversas missões na região amazônica ao deslocar-se para aquele local a fim de construir a linha telegráfica.
- C) Manteve-se sempre opositor ao Governo Vargas, empreendeu a campanha denominada “marcha para o oeste” que, apesar de vitoriosa, onerava o Estado.
- D) Seu trabalho teve real importância para o homem branco, entretanto defendeu a extinção das populações indígenas na região amazônica.
- E) Foi um militar e sertanista que realizou diversas missões na região amazônica ao deslocar-se para aquele local a fim de construir a linha férrea.
Resposta
A alternativa correta é B) Foi um militar e sertanista que realizou diversas missões na região amazônica ao deslocar-se para aquele local a fim de construir a linha telegráfica.
Essa alternativa é correta porque Marechal Rondon foi um militar e sertanista que realizou diversas missões na região amazônica, tendo como um de seus principais objetivos a construção da linha telegráfica naquela região. Ele não interrompeu seu trabalho para lutar na Revolução de 1930 (A), não foi opositor ao Governo Vargas (C), não defendeu a extinção das populações indígenas (D) e não construiu uma linha férrea (E).
559) O trabalho de recomposição que nos espera não admite medidas contemporizadoras. Implica o reajustamento social e econômico de todos os rumos até aqui seguidos.
- A) funcionamento regular dos partidos políticos.
- B) controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
- C) centralismo presente na Constituição então em vigor.
- D) mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
- E) imobilismo popular nos processos político-eleitorais.
A alternativa correta é letra B) controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
Gabarito: Letra B
Controle político exercido pelas oligarquias estaduais.
A Revolução de 1930 marca o enfraquecimento do poder das oligarquias agrárias, porque surge como oposição a velha política de clientelismo que marcou a Primeira República, caracterizada pela troca de favores políticos e alianças entre chefes políticos locais, governadores dos Estados e diferentes oligarquias com a finalidades de proteger seus interesses e conquistar o poder local, regional ou nacional.
Assim, no seu discurso de posse, pronunciado em 03 de novembro de 1930, Getúlio Vargas tece uma crítica a essa velha estrutura política, ao referir-se a necessidade de “desmontar a máquina do favoritismo parasitário” como forma de reajustar os rumos político, econômico e social do país.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: funcionamento regular dos partidos políticos.
Durante a Primeira República vigorava um forte esquema político que centralizava a presidência nas mãos de duas grandes oligarquias: a paulista e a mineira. No final da Primeira República, a oligarquia paulista rompe o acordo com a mineira, levando essa a unir-se a oposição formada pelos gaúchos e paraibanos. Assim, o próprio funcionamento regular dos partidos era comprometido pela política clientelista e fraudulenta, não sendo, portanto, esse o objeto de crítica de Vargas.
Letra C: centralismo presente na Constituição então em vigor.
A Constituição em vigor, a de 1891, seguiu o modelo vigente nos Estados Unidos estabelecendo o liberalismo e o federalismo, com isso, não havia uma centralização política, tendo os Estados da Federação autonomia para constituir forças militares e estabelecer impostos, entre outras coisas.
Letra D: mecanismo jurídico que impedia as fraudes eleitorais.
Não havia durante a Primeira República nenhum mecanismo jurídico que impedisse as fraudes eleitorais. O processo eleitoral era conduzido pelos chefes locais, chamados de coronéis, que exerciam grande influência e controle sobre os eleitores e, por isso mesmo, as eleições eram marcadas por fraudes.
Letra E: imobilismo popular nos processos político-eleitorais.
Durante a Primeira República mais que um imobilismo popular nos processos políticos o que havia era uma estrutura política fraudulenta que exercia enorme controle sobre a vontade dos indivíduos sujeitos a uma política de barganha e fraudes.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documento. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
560) A Revolução Constitucionalista foi, sem dúvida, um dos acontecimentos mais importantes e dramáticos da história republicana. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
- A) Esta revolução ocorreu em 1930 e envolveu todos os Estados da federação.
- B) Em 1932, paulistas e cariocas se enfrentaram nessa guerra civil em prol da Constituição.
- C) Revoltadas, as elites paulistas desejavam reaver seu domínio político perdido em 1930.
- D) Esta revolução se deu em 1964 entre paulistas e mineiros, contestando Getúlio Vargas.
- E) Ocorreu por causa do fim da política do “café com pão”, marcando o fim da República Velha.
A alternativa correta é letra C) Revoltadas, as elites paulistas desejavam reaver seu domínio político perdido em 1930.
Gabarito Letra C
Revoltadas, as elites paulistas desejavam reaver seu domínio político perdido em 1930.
A Revolução Constitucionalista de 1932 mobilizou intelectuais e setores ligados ao café, à indústria e às classes médias do Estado de São Paulo contrários ao governo provisório de Getúlio Vargas.
Caracterizou-se como uma reação paulista ao fato de Vargas excluí-los do governo, especialmente os ligados ao Partido Democrático (PD), que nas eleições de 1930 tinham apoiado a sua candidatura. Tal atitude de Vargas foi motivada pelo interesse de tenentes e grupos civis que o apoiavam em aprofundar o programa nacionalista e reformista e o empecilho que parte das oligarquias paulistas representavam para a execução dessas reformas.
O movimento foi ainda uma reação à nomeação de um interventor militar pernambucano identificado com o tenentismo para administrar o Estado. Frente ao descontentamento dos paulistas com a política Varguista, lançaram-se numa campanha pela constitucionalidade do país e as elites paulistas se uniram pela volta do regime constitucional e a autonomia dos estados.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Esta revolução ocorreu em 1930 e envolveu todos os Estados da federação.
A Revolução Constitucionalista ocorreu em 1932 e não envolveu todos os Estados da federação. Foi um movimento empreendido pelo Estado de São Paulo, que só não ficou totalmente isolado porque forças do Mato Grosso somaram-se a sua luta contra o governo federal.
Letra B: Em 1932, paulistas e cariocas se enfrentaram nessa guerra civil em prol da Constituição.
A Revolução Constitucionalista não opôs paulistas e cariocas, mas sim paulistas e o governo federal. Também não foi apenas um movimento em prol da Constituição, envolveu também a defesa de interesses paulistas.
Letra D: Esta revolução se deu em 1964 entre paulistas e mineiros, contestando Getúlio Vargas.
A Revolução Constitucionalista ocorreu em 1932, e não em 1964, e não foi entre mineiros e paulistas, mas sim entre paulistas e o governo de Getúlio Vargas.
Letra E: Ocorreu por causa do fim da política do “café com pão”, marcando o fim da República Velha.
Ocorreu por causa de medidas do governo federal que contrariavam os interesses paulistas e por esses sentirem-se excluídos do governo. O fato do governo Vargas se mostrar centralizador, preocupado com a questão social e defensor das riquezas nacionais assustou opositores paulistas, acostumados com as práticas políticas existentes na Primeira República, entre elas, a do “café com leite”, que revezava o poder entre paulistas e mineiros, e teve seu fim com a Revolução de 1930.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.