Questões Sobre Era Vargas (1930-1945) - História - concurso
581) Analise as afirmativas sobre a Revolução de 1930 e marque a opção correta.
- A) Somente I está correta.
- B) Somente II está correta.
- C) Somente III está correta.
- D) Somente I e II estão corretas.
- E) Somente II e III estão corretas.
A alternativa correta é letra C) Somente III está correta.
Gabarito: ALTERNATIVA C
Analise as afirmativas sobre a Revolução de 1930 e marque a opção correta.
- I. Contrariamente aos paulistas, que estavam no poder, o programa político da Aliança Liberal era francamente industrialista.
A Aliança Liberal foi uma frente ampla organizada pelas classes médias urbanas, os tenentistas e as oligarquias locais descontentes com o predomínio da oligarquia paulista no centro do poder republicano. O movimento foi liderado por Getúlio Vargas para concorrer as eleições de 1930 contra Júlio Prestes, candidato indicado pelo presidente Washington Luís e seu Partido Republicano Paulista (PRP). Ainda que essas oposições tivessem, sim, uma vocação modernizante, não se pode dizer que atuavam em uníssono e tampouco que tinham clareza sobre a industrialização. O que as unia era a vontade de encerrar o domínio paulista sobre a política, e não propriamente um grande pacto industrialista. Afirmativa falsa.
- II. A aliança entre os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul não se colocou contra a política de valorização do café que vinha sendo adotada há décadas pelo governo federal.
A insistência paulista em lançar um candidato próprio para as eleições de 1930 levaria ao rompimento da tradicional aliança com a oligarquia mineira, com a qual tinha se alternando no poder em grande parte da Primeira República (1889-1930). Com isso, o Partido Republicano Mineiro (PRM) se aproximaria das forças políticas gaúchas, principalmente com Getúlio Vargas. Seria este o núcleo duro da Aliança Liberal, à qual adeririam muitas outras figuras importantes da vida política brasileira. No entanto, não havia uma lógica de enfrentamento ao café, principal atividade econômica brasileira à época. Entendia-se que, qualquer que fosse o destino econômico a ser perseguido, os recursos oriundos da agroexportação seriam importantíssimos e que esse lugar era o ocupado pelo café. Não por acaso, Vargas manteria, em meio à Grande Depressão, os termos do Convênio de Taubaté de valorização e de proteção dos preços internacionais do café. Além disso, há de observar o estudante que essas forças de oposição eram compostas por oligarquias, cujos interesses econômicos também seriam afetados em caso de um declínio rápido do café. Afirmativa falsa.
- III. O movimento de 1930, que depôs Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes, contou com o apoio de parte substancial do movimento tenentista.
Chama-se de tenentismo, de maneira genérica, uma série de contestações oriundas do jovem oficialato do Exército à ordem oligárquica da república brasileira. Profundamente influenciados pelo positivismo, esses oficiais entendiam que o projeto republicano que levaria o Exército a depor a monarquia em 1889 havia sido completamente pervertido pelas oligarquias estaduais, afastando o Estado brasileiro do ideal de modernização geral pressuposto pelos positivistas. Assim, em nome da restauração de um projeto maior de ordem e de progresso, vários levantes tenentistas ocorreram ao longo da década de 1920 vocalizando esses questionamentos. No entanto, havia múltiplas interpretações dentro desse mesmo movimento; afinal, tanto havia democratas como autoritários entre os tenentistas, bem como surgiria, na Coluna Prestes-Miguel Costa, o pensamento socialista pensando a transformação nacional a partir das massas. Ou seja, ainda que convergissem, de fato, para uma ideia de modernização ordeira e generalizada do país e do Estado, os tenentistas não tinham propriamente uma formulação clara e uniforme, visto que discordavam em pontos elementares de organização da vida política. Vargas tinha uma grande afinidade com o pensamento positivista, o que lhe aproximava do tenentismo, que, em importante medida, foi favorável à Revolução de 1930. Ainda no Rio Grande do Sul, Vargas se alinhava às fileiras políticas de Júlio de Castilhos e de Borges de Medeiros, nomes importantíssimos do positivismo entre as lideranças civis do Brasil na Primeira República. Na deposição de Washington Luís contra a posse de Júlio Prestes, essas forças estavam, em menor ou maior grau, do mesmo lado do processo. Além disso, importantes nomes do tenentismo acabariam compondo o governo Vargas ao longo dos seus quinze anos. AFIRMATIVA VERDADEIRA.
Assim, é verdadeira apenas a afirmativa III.
a) Somente I está correta.
b) Somente II está correta.
c) Somente III está correta.
d) Somente I e II estão corretas.
e) Somente II e III estão corretas.
Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.
582) O advento da crise internacional de 1929-1932 teve como principal repercussão no Brasil uma mudança da correlação de forças no interior das classes dominantes, mas também trouxe consequências significativas para os trabalhadores, precipitando os acontecimentos na efervescente sociedade brasileira daqueles tempos. O enunciado se refere à
- A) Revolução de 60.
- B) Revolução de 50.
- C) Revolução de 40.
- D) Revolução de 30.
- E) Revolução de 20.
A alternativa correta é letra D) Revolução de 30.
Gabarito Letra D
Revolução de 30.
Com a crise de 1929, iniciada no Estados Unidos, o Brasil entrou em uma de suas maiores crises: muitas fábricas faliram, milhares de pessoas foram demitidas. Boa parte daqueles que mantiveram seus empregos tiveram os salários reduzidos à metade. O preço da saca de café despencou de 200 mil-réis para 21 mil-réis em poucos meses, abalando toda a economia nacional.
No Brasil, a crise do capitalismo causou a queda brusca das exportações cafeeiras. Com a recessão econômica vivida pelos Estados Unidos e a consequente redução de vendas, comerciantes estadunidenses também reduziram suas compras. Isso afetou gravemente a economia das nações que dependiam das importações dos EUA. Foi o caso do Brasil que já vinha produzindo café em grande escala e deixou de vender milhões de sacas para o mercado desse país.
É nesse contexto, no qual o enfraquecimento econômico dos cafeicultores significou também o declínio de seu poder e a instalação de uma crise política, que se dá a transição da Primeira República para a Era Vargas, o que acontece a partir da chamada Revolução de 1930. Momento no qual um novo pacto político, envolvendo as oligarquias mineiras, gaúchas e paraibanas, é articulado.
Sucedendo a derrota dessas oligarquias nas disputas eleitorais de 1929, e tendo como estopim o assassinato de João Pessoa (vice da chapa de Getúlio Vargas nas eleições daquele ano) em um crime que misturava razões políticas locais e passionais, os derrotados na eleição para presidente transformaram o episódio em questão nacional e deflagraram uma revolução.
A Revolução de 1930 começou com um movimento insurrecional, em outubro de 1930, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, e se espalhou rapidamente pelo Nordeste levando altos oficiais do Exército e da Marinha a deporem o presidente Washington Luís e passar o poder a Getúlio Vargas, mudando assim, a correlação de forças no interior das classes dominantes e inaugurando uma nova era – a Era Vargas – que, entre outras coisas, beneficiou os trabalhadores urbanos através de leis trabalhistas e sociais.
Por que as demais estão incorretas?
A questão quer saber do candidato se ele sabe o ano da Revolução descrita no texto apresentado.
Letra A: Revolução de 60.
Não houve no Brasil nenhuma Revolução de 1960.
Letra B: Revolução de 50.
Não houve no Brasil nenhuma Revolução de 1950
Letra C: Revolução de 40.
Não houve no Brasil nenhuma Revolução de 1940.
Letra E: Revolução de 20.
Não houve no Brasil nenhuma Revolução de 1920.
Referências:
AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
583) Em março de 1988, o modelo sindical levado por Lindolfo Collor para o Ministério do Trabalho completou 57 anos de idade. Em todos estes anos foi olhado com suspeita pelos empresários e com bastante desconfiança pelos grupos socialistas, comunistas e pela esquerda em geral. Atribuía-se sua criação, na década de 30, à influência das doutrinas autoritárias e fascistas então na moda.
- A) o direito de greve e a valorização da luta de classes.
- B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
- C) a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
- D) o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
- E) o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.
A alternativa correta é letra B) a unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
Gabarito: Letra B
A unicidade sindical por categoria e o corporativismo.
O texto citado pela questão refere-se à política sindicalista criada na Era Vargas.
Seguindo uma lógica corporativista, o governo Vargas pretendia que o Estado exercesse o papel de conciliador entre os patrões e operários, evitando greves e reivindicações, daí o surgimento de um sindicalismo atrelado ao Estado, através do qual Vargas buscou exercer cada vez maior controle sobre os sindicatos e os trabalhadores.
Um dos recursos para o exercício desse controle foi a Lei de Sindicalização, de março de 1931, na qual ficava estabelecido o princípio do chamado sindicato único de base territorial, ou seja, poderia haver apenas um sindicato por categoria profissional em cada Município. Com essa lei os sindicatos perdiam a sua autonomia ao se tornarem órgãos oficiais do Estado, o que estabeleceu um controle do Estado sobre as lideranças sindicais. Isso porque, para funcionar o sindicato precisava obter o registro no Ministério do Trabalho e, ao ser reconhecido oficialmente, deixava de ser um órgão livre, ficando impedido de fazer propaganda política, ideológica ou religiosa. O Ministério detinha o poder de fiscalizar as eleições para diretoria, as assembleias e a contabilidade dos sindicatos, e ainda podia nomear um interventor.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o direito de greve e a valorização da luta de classes.
O modelo sindical criado na Era Vargas baseava-se numa lógica corporativista e, portanto, buscava evitar greves e a luta de classes. Nessa época, para evitar conflitos entre uma classe trabalhadora e uma patronal, o Estado buscou neutralizar o crescimento da pressão dessa classe trabalhadora através da “antecipação” do Estado às suas reivindicações, ou seja, através da concessão de direitos, e, além disso, procurou absorver e controlar as organizações sindicais, através da Lei de sindicalização.
Letra C: a liberdade de organização sindical e a conscientização política dos trabalhadores.
No modelo sindical criado na Era Vargas não havia uma liberdade de organização sindical, visto que, o princípio do sindicato único de base territorial, permitia apenas um sindicato por categoria profissional em cada Município, devendo este ser oficializado no Ministério do Trabalho, momento no qual perdia a sua autonomia, pois ficava impedido de fazer propaganda política, ideológica ou religiosa, e estava sujeito à fiscalização do Ministério do Trabalho. Além disso, não havia um interesse em conscientizar politicamente os trabalhadores, mas sim o interesse de propagar entre os mesmos a concepção corporativista e conciliatória do Estado.
Letra D: o predomínio de lideranças de esquerda e a autonomia de atuação dos sindicatos.
Como vimos, no modelo sindical criado na Era Vargas não havia o predomínio de lideranças de esquerda, mas sim de lideranças ligadas ao Estado, que passou a controlar a organização sindical, também não havia autonomia de atuação nesses sindicatos controlados pelo Estado.
Letra E: o controle governamental e a sindicalização obrigatória dos trabalhadores.
Não houve, no modelo sindical criado na Era Vargas, uma obrigatoriedade dos trabalhadores se sindicalizarem, porém para ter acesso as leis criadas nesse período, o trabalhador tinha que estar filiado a um sindicado registrado e reconhecido oficialmente pelo Ministério do Trabalho.
Referências:
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 3. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MUNAKATA, Kazumi. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo, Brasiliense 1985.
VAINFAS, Ronaldo et ali. História: o mundo por um fio: do século XX ao XXI, volume 3. São Paulo: Saraiva, 2010.
584) Analise as proposições a seguir acerca do golpe de 1930 no Brasil, e assinale com V as proposições verdadeiras e com F, as falsas.
- A) V, F, V, F.
- B) F, V, F, V.
- C) V, V, F, V.
- D) V, V, F, F.
Resposta
A alternativa correta é letra C) V, V, F, V.
Explicação
(1) O golpe de 1930 teve como um dos seus desdobramentos a arregimentação das massas que foram cooptadas pela proposta do Estado totalitário e que demonstravam uma grande empatia por Getúlio Vargas. V (Verdadeiro)
Essa proposição é verdadeira, pois o golpe de 1930 foi marcado pela cooptação das massas pelo Estado, que prometia uma série de benefícios sociais e econômicos, e Getúlio Vargas foi capaz de conquistar a simpatia popular.
(2) O autoritarismo de Estado observado a partir de 1930 não foi realizado por meio de partidos, mas de um governo que impunha seu regime sem intermediação partidária. V (Verdadeiro)
Essa proposição também é verdadeira, pois o regime de Getúlio Vargas foi caracterizado por um autoritarismo que não se baseava em partidos políticos, mas sim em uma estrutura de poder centralizada e personalista.
(3) Não foi sem percalços e resistências que Getúlio Vargas manteve a si e seu regime no poder. Ainda assim, o golpe representou a insatisfação das massas que realizaram uma atividade sistemática de oposição ao regime. F (Falso)
Essa proposição é falsa, pois embora houvesse resistências e oposições ao regime de Vargas, o golpe de 1930 não representou uma atividade sistemática de oposição das massas, mas sim uma cooptação delas pelo Estado.
(4) O Estado instituído passou, de certo modo, a gerar a mentalidade das massas. Mas essa integração se verificou através da violência ligada às formas emotivas de manipulação. V (Verdadeiro)
Essa proposição é verdadeira, pois o regime de Vargas utilizou mecanismos de manipulação e controle para influenciar a opinião pública e gerar uma mentalidade que apoiasse o Estado.
585) Getúlio Vargas assumiu o poder com a revolução de 1930, que depôs o então presidente Washington Luís. Em meio as dificuldades da grande depressão, uma das primeiras atitudes de Getúlio como estadista foi:
- A) Criou o BNDES para conceder créditos aos produtores de café para incentivar a produção.
- B) Fez acordos internacionais bilaterais para poder exportar o excesso de produção do café.
- C) Baixou o preço dos itens agrícolas por decreto, para assim incentivar o consumo pela população.
- D) Fechou o congresso nacional para centralizar o poder político.
A alternativa correta é letra D) Fechou o congresso nacional para centralizar o poder político.
Após assumir o poder com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas enfrentou a crise econômica da Grande Depressão. Uma das primeiras medidas de Getúlio Vargas como estadista foi o fechamento do Congresso Nacional em 1930, por meio do Decreto nº 19. De maneira controversa, Vargas justificou essa medida como necessária para centralizar o poder político e permitir uma governabilidade mais eficaz diante das crises econômicas e políticas que o país enfrentava. Esse episódio marcou o início de um período de centralização do poder executivo no Brasil durante a Era Vargas.
586) Presidente que deixou de tomar posse em virtude da Revolução de 1.930:
- A) Bueno de Paiva.
- B) Estácio Coimbra.
- C) Fernando de Melo Viana.
- D) Júlio Prestes.
A alternativa correta é letra D) Júlio Prestes.
Júlio Prestes foi eleito presidente do Brasil em 1930, mas não chegou a tomar posse devido à Revolução de 1930. Este movimento revolucionário, liderado por Getúlio Vargas, resultou na deposição do então presidente Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes. A Revolução de 1930 marcou o fim da República Velha e o início da Era Vargas, um período de profundas transformações políticas, econômicas e sociais no Brasil.
587) Observe a imagem a seguir:
- A) defendia a existência de um partido único, o total controle do Estado sobre a sociedade, e o ultranacionalismo, o que a levava a questionar a democracia, o liberalismo e o capitalismo internacional.
- B) repudiava a existência do Estado e dos seus componentes — como os partidos, as eleições e o parlamento —, além de defender as liberdades individuais e a organização da sociedade em pequenos grupos.
- C) defendia a existência de um governo forte e intervencionista para garantir a ordem; entretanto exigia a preservação de dispositivos democráticos básicos, como o pluralismo político e as eleições.
- D) exigia o cancelamento da dívida externa brasileira, liberdades democráticas e o início de uma reforma agrária, para que se pusesse fim à excessiva exploração da mão de obra dos camponeses.
A alternativa correta é letra A) defendia a existência de um partido único, o total controle do Estado sobre a sociedade, e o ultranacionalismo, o que a levava a questionar a democracia, o liberalismo e o capitalismo internacional.
Essa organização mencionada na questão é a Ação Integralista Brasileira (AIB), fundada por Plínio Salgado em 1932. Inspirada pelo fascismo italiano, a AIB promovia ideias autoritárias e nacionalistas, pregando um governo central forte e a eliminação das influências estrangeiras no Brasil. A organização defendia a criação de um partido único e a subordinação completa da sociedade ao Estado, rejeitando os princípios democráticos, o liberalismo econômico e o capitalismo internacional.
O lema "Deus, Pátria e Família" e o símbolo sigma (Σ) eram características marcantes dos integralistas, que enfatizavam valores tradicionais e um nacionalismo extremo como fundamentos para a reconstrução social e política do Brasil nos anos 1930.
588) No Brasil, a Revolução de 1930, vitoriosa, foi responsável por mudanças consideráveis no panorama político brasileiro. O governo que se seguiu a esta Revolução, encabeçada por Getúlio Vargas, surgiu de um movimento que aglutinou diversas forças sociais (oligarquias dissidentes, classes médias, setores da burguesia urbana) e instituições que reivindicavam participação política em um cenário até então dominado quase exclusivamente pela oligarquia cafeeira. O governo iniciado com a Revolução de 1930 no Brasil durou até 1945 e ficou conhecido, historicamente, como Era Vargas ou Segunda República. Sobre esse período é correto afirmar, exceto:
- A) Entre 1930 e 1933, a indústria do Brasil teve um crescimento expressivo, principalmente nos setores mais sofisticados, como a indústria pesada, baseada na produção de máquinas objetivando o aproveitamento da mão de obra especializada ociosa.
- B) A limitação ideológica do tenentismo, que combatia a República oligárquica em nome de umas poucas reformas e sem se filiar a nenhuma linha política ou partidária, levaria o movimento ao colapso. Como alternativa de sobrevivência, os tenentistas tiveram como opção abraçar um programa mais amplo, como Luís Carlos Prestes já havia feito ao se converter ao comunismo.
- C) A centralização do poder no Estado Novo criou condições para que se iniciasse o trabalho de coordenação e planejamento econômico, com ênfase no prosseguimento da industrialização por substituição de importações.
- D) Eleito indiretamente pelo Congresso para um mandato de quatro anos, sem direito a reeleição, Getúlio Vargas demonstrava, no início de seu governo constitucional, a intenção de fazer o país voltar à normalidade. Entretanto, apesar da entrada em vigor da Constituição e de uma clara definição dos limites do poder Executivo, continuava a aproveitar-se da crise de hegemonia existente no país, ou seja, da incapacidade de um único grupo controlar o poder.
Resposta
A alternativa correta é letra A) Entre 1930 e 1933, a indústria do Brasil teve um crescimento expressivo, principalmente nos setores mais sofisticados, como a indústria pesada, baseada na produção de máquinas objetivando o aproveitamento da mão de obra especializada ociosa.
Explicação
A Era Vargas, que durou de 1930 a 1945, foi marcada por um crescimento industrial significativo no Brasil. No entanto, entre 1930 e 1933, a indústria brasileira não teve um crescimento expressivo nos setores mais sofisticados, como a indústria pesada. Na verdade, o crescimento industrial durante a Era Vargas foi mais lento e gradual, e se concentrou em setores como a indústria têxtil e a indústria alimentícia.
Além disso, a indústria pesada não foi baseada na produção de máquinas para aproveitar a mão de obra especializada ociosa. Em vez disso, a indústria pesada brasileira se desenvolveu mais tarde, durante o governo de Getúlio Vargas, com a criação de empresas estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
589) Observe a charge abaixo e responda à questão proposta sobre o papel de Vargas nos anos de 1930.
- A) Vargas tomou o poder em 1930, colocando-se contra as oligarquias cafeicultoras de São Paulo, o que gerou uma guerra civil. Contudo, em 1934, Vargas havia destruído esta oligarquia, o que o deixava mais forte no poder.
- B) São Paulo promoveu, em 1932, uma guerra civil contra o industrialismo de Vargas. Neste momento, seu poder esteve enfraquecido. Contudo, em 1934, Vargas perdoou os paulistas, encerrou a guerra com um armistício e se garantiu no poder.
- C) ocorreu em São Paulo, em 1932, uma revolução constitucionalista, o que fez com que Vargas perdesse parte de seu apoio político. Todavia, em 1934, Vargas havia recomposto suas alianças políticas e oligárquicas, o que o garantia no poder novamente.
- D) Vargas se indispôs contra os industriais paulistas, como o conde Matarazzo, em 1932. Contudo, em 1934, foi feita uma aliança com estes industriais, a guerra empresarial encerrou e Vargas voltou a ter o apoio político para governar o Brasil.
A alternativa correta é letra C) ocorreu em São Paulo, em 1932, uma revolução constitucionalista, o que fez com que Vargas perdesse parte de seu apoio político. Todavia, em 1934, Vargas havia recomposto suas alianças políticas e oligárquicas, o que o garantia no poder novamente.
Gabarito: Letra C
Quando Vargas tomou o poder em 1930, a constituição de 1891 foi revogada e o país estava sem uma lei que organizasse o novo regime político. Vargas era o chefe do Governo Provisório e governava através de decretos.
E nesse processo de centralização política, Vargas retirou a autonomia do estado de São Paulo, nomeando um interventor tenentista pernambucano e substituindo o Instituto do Café do estado de São Paulo por um órgão federal (Conselho Nacional do Café)
O chefe do governo sabia que não poderia elaborar uma nova constituição sem ter implantado parte de suas propostas, daí, adiar a convocação da Assembleia Constituinte.
Essa demora fez com que as elites paulistas (oligarcas e industriais) e parte da classe média da capital organizassem movimentos pró-constituição. A bandeira constitucional significava eleição e, com ela, também havia a chance de São Paulo readquirir o controle da República.
Em 1932 ocorreu o movimento conhecido como “Revolução Constitucionalista”, um conflito envolvendo as forças militares do governo provisório contra as de São Paulo com apoio dos civis. Com um número maior de soldados e uma artilharia mais efetiva, o governo provisório acabou vencendo o movimento constitucionalista.
Vargas mandou prender os rebeldes, expulsou oficiais do Exército, cassou os direitos civis dos principais implicados no levante, despachou para o exílio as lideranças políticas e militares do estado, mandou reorganizar a Força Pública e reduzi-la ao status de órgão policial. A elite paulista estava derrotada momentaneamente.
Depois disso, para se manter no poder precisou negociar com os derrotados, nomeando um interventor civil paulista, instruiu o Banco do Brasil a assumir os bônus de guerra emitidos pelos bancos de São Paulo e confirmou a convocação para a Assembleia Constituinte.
A Assembleia produziu a constituição de 1934 e elegeu indiretamente Getúlio Vargas como presidente para um mandato de quatro anos, até 1938, mas Vargas deu um golpe, estabelecendo o Estado Novo em 1937.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: Vargas não destruiu a oligarquia paulista, apenas a enfraqueceu retirando parte de sua autonomia econômica e política. Além do mais para as eleições de deputados em 1933-1934 grande parte dos eleitos estava ligada àqueles que se opuseram a Vargas em 1932.
Letra B: São Paulo promoveu uma guerra contra a centralização política de Vargas que retirou a autonomia paulista para comandar o próprio estado. Após o conflito, Vargas perseguiu os principais líderes e depois passou a negociar com a elite econômica paulista.
Letra D: Segundo a biografia de Francesco Matarazzo, o empresário se manteve neutro nos conflitos de 1932, embora, muitas vezes tenha sido prejudicado pelas medidas do governo provisório.
Textos usados para elaborar a resposta:
COUTO, Ronaldo Costa. Matarazzo: Colosso Brasileiro (V2). São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2004
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª edição. São Paulo: EdUSP, 1995.
MAYRINK, José Maria. Revolução de 1932: derrota militar, vitória política. Disponível em: https://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,revolucao-de-1932-derrota-militar-vitoria-politica,10000061815. Acesso: 04 jan. 2020.
590) “O ano de 1930 foi um divisor de águas na história do país. A partir dessa data, houve aceleração das mudanças sociais e políticas, a história começou a andar mais rápido. No campo que aqui nos interessa, a mudança mais espetacular verificou-se no avanço dos direitos sociais. […] Os direitos políticos tiveram evolução mais complexa. O país entrou em fase de instabilidade, alternando-se ditaduras e regimes democráticos.”
- A) a deposição de Getúlio Vargas do governo do Rio Grande do Sul.
- B) o assassinato de João Pessoa em Recife, supostamente a mando de Washington Luís.
- C) a ruptura de Washington Luís com a Política do Café com Leite.
- D) o decreto que colocou na ilegalidade política o gaúcho Borges de Medeiros.
- E) o assassinato de Júlio Prestes em Recife, supostamente a mando de Washington Luís.
A alternativa correta é letra B) o assassinato de João Pessoa em Recife, supostamente a mando de Washington Luís.
Esta alternativa refere-se ao episódio conhecido como "Crime de 1930", que teve grande repercussão política no Brasil. João Pessoa era o presidente da Paraíba e candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. Seu assassinato, atribuído a motivos políticos e ao descontentamento com a política de São Paulo, governada por Washington Luís, contribuiu significativamente para a eclosão da Revolução de 1930.
O crime gerou um clima de instabilidade política e intensificou as tensões entre as oligarquias estaduais, culminando na ascensão de Vargas ao poder e na queda do regime oligárquico da Primeira República.