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A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

 

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

 

Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

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Resposta:

A alternativa correta é letra A)  Controle da terra.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

 

CARDOSO, C. F. A cidade-estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.

 

Nas cidades-estado da Antiguidade Clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

  • a)  Controle da terra.

A vida nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica, ainda que oferecesse algumas transformações sociais, políticas e econômicas bastante significativas esbarrava numa dificuldade gravíssima: a capacidade de abastecimento urbano com gêneros alimentícios. Por mais que a vida urbana tivesse um protagonismo muito expressivo, não se pode descartar a necessidade de manter uma parcela expressiva da população ligada à agricultura. O ócio e a sedentarização exigidos pela vida política da polis e pelo cuidado com a vida abstrata, portanto, dependia diretamente dessa capacidade de manter o funcionamento do abastecimento urbano. Naquele momento, a produtividade dos campos era relativamente baixa, bem como as possibilidades de emprego de ferramentas, de animais e de meios logísticos para aprimorar essas dinâmicas eram expressivamente reduzidas. O controle da terra, portanto, acabava sendo um recurso político importantíssimo para as classes dominantes, porque tinha reverberações gravíssimas sobre a própria sobrevivência da cidade. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  Liberdade de culto.

Durante a Antiguidade Clássica, havia uma presença muito forte de valores religiosos e de influência sacerdotal sobre a vida política das cidades. Ou seja, seria impossível estabelecer a liberdade de culto como um traço distintivo de todas as cidades-Estado, até porque o universo de relações daquelas sociedades era relativamente limitado, com muitas dessas cidades compartilhando de sistemas simbólicos e de sistemas de crença muito próximos uns dos outros. Alternativa errada.

 
  • c)  Igualdade de gênero.

É inimaginável a discussão sobre igualdade de gênero como um traço decisivo na política das cidades-Estado. Via de regra, as mulheres não gozavam de cidadania plena nessas sociedades, sendo que muitas delas ainda teriam noções de cidadania bastante restritivas mesmo aos homens livres. Além disso, a igualdade de gênero se tornaria uma discussão mais sólida apenas nas democracias mais robustas do Ocidente na segunda metade do século XX. Aliás, a obviedade sobre o sufrágio feminino só seria aceita há menos de um século em muitos países; portanto, é descabido falar em igualdade de gênero nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica. Alternativa errada.

 
  • d)  Exclusão dos militares.

Algumas cidades-Estado eram profundamente militarizadas, bem como parte importante das elites de várias dessas cidades se confundiam com as suas elites militares. Ainda que houvesse limites eventuais para o envolvimento militar nos negócios políticos, não se pode falar que havia uma exclusão perfeita e definitiva da classe. Alternativa errada.

 
  • e)  Exigência da alfabetização.

Ainda que a escrita fosse, sim, um traço comum a essas sociedades, havia uma prevalência significativa da cultura oral, principalmente no mundo grego antigo. Portanto, a alfabetização não se fazia assim indispensável para a organização da vida política, tampouco para a exclusão de seus participantes. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

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