Quais as principais inovações interpretativas que influenciam, de forma positiva, o ensino de História Antiga? Em primeiro lugar, a apresentação de uma Antiguidade construída pela historiografia antes que uma História dada, acabada, a ser decorada pelo aluno.
Na História Antiga, a tradicional dicotomia entre Oriente e Ocidente constituiu uma grande narrativa que estrutura toda uma visão eurocêntrica da História. Cada vez mais, apresenta-se essa oposição no contexto histórico do moderno imperialismo do século XIX e XX, a mostrar como o Ocidente se cria como uma supercivilização dominadora do mundo. Em um primeiro momento, esse Ocidente é nitidamente racista, arianista, antissemita, ao criar um homem ariano ocidental, guerreiro e conquistador do oriental irracional, trapaceiro, indolente, pronto a ser civilizado pelos arianos (alemães, ingleses, franceses, depois americanos). No bojo da derrota nazista e da forja de um novo Ocidente antirracista, cria-se o novo conceito, muito presente nas interpretações tradicionais da Antiguidade, da superioridade cultural da civilização
judaico-cristã, ocidentalizando, em parte, tanto o judaísmo como o cristianismo, reconhecidos como de origem oriental.
(Pedro Paulo Funari. A renovação da História Antiga: In: Leandro Karnal (org.). História na sala de aula)
A análise sobre a História Antiga permite a conclusão de que
- A) a superioridade das civilizações da Grécia Antiga e do Império Romano necessita ser analisada para que os estudantes reconheçam os avanços relacionados à cidadania política hoje presentes.
- B) a renovação dos estudos sobre a Antiguidade Clássica representa a confirmação de que esse período da História deve ser abordado apenas nas séries finais do Ensino Fundamental.
- C) as sociedades democráticas contemporâneas evitaram as pesquisas mais elaboradas sobre o mundo greco-romano para que não se reforçassem preconceitos contra as minorias étnicas.
- D) a Antiguidade é uma construção historiográfica, portanto a maneira de olhá-la depende do contexto histórico da produção desse conhecimento histórico.
- E) a História Antiga, em razão das incertezas teórico-metodológicas, tem pouca utilidade prática em sala de aula e afasta os estudantes das suas realidades mais próximas.
Resposta:
A correct alternative is letter D) The Antiquity is a historiographic construction, , therefore the way of looking at it depends on the historical context of the production of this historical knowledge.
In this sense, the traditional dichotomy between East and West, formed a great narrative that structures an entire Eurocentric view of History. This dichotomy was presented in the historical context of modern imperialism in the 19th and 20th centuries, showing how the West created itself as a dominant super-civilization in the world. At first, this West was clearly racist, Aryanist, anti-Semitic, creating an Aryan Western man, warrior and conqueror of the irrational, deceitful, and indolent Orient, ready to be civilized by the Aryans (Germans, English, French, and later Americans).
After the defeat of Nazism and the forging of a new anti-racist West, a new concept emerged, very present in traditional interpretations of Antiquity, of the cultural superiority of the Judeo-Christian civilization, Westernizing, in part, both Judaism and Christianity, recognized as of Oriental origin.
The analysis of Ancient History allows us to conclude that the superiority of the civilizations of Ancient Greece and the Roman Empire needs to be analyzed so that students recognize the advances related to citizenship and political awareness that are present today.
The renewal of studies on Classical Antiquity represents the confirmation that this period of History should only be approached in the final years of Elementary School.
Democratic societies have avoided more elaborate research on the Greco-Roman world so as not to reinforce prejudices against ethnic minorities.
Therefore, the Antiquity is a historiographic construction, and the way of looking at it depends on the historical context of the production of this historical knowledge.
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