O populismo, no Brasil, na Argentina ou no Peru, implicava uma relação ambígua entre os cidadãos e o governo. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como tais, como independentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes que ativa e reivindicadora. José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 126 (com adaptações).A partir das ideias do texto acima, julgue o item subsequente, relativos a ditaduras e cidadania na América Latina.Várias das ditaduras iniciadas na América Latina, nas décadas de 60 e 70 do século passado, foram justificadas como reações antecipadas a ameaças de tomada de poder por parte de líderes ou grupos políticos radicais.
O populismo, no Brasil, na Argentina ou no Peru, implicava uma relação ambígua entre os cidadãos e o governo. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como tais, como independentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes que ativa e reivindicadora.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil. O longo caminho.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 126 (com adaptações).
A partir das ideias do texto acima, julgue o item subsequente, relativos a ditaduras e cidadania na América Latina.
Várias das ditaduras iniciadas na América Latina, nas décadas
de 60 e 70 do século passado, foram justificadas como reações
antecipadas a ameaças de tomada de poder por parte de líderes
ou grupos políticos radicais.
- C) CERTO
- E) ERRADO
Resposta:
A alternativa correta é C)
O populismo na América Latina, conforme apontado por José Murilo de Carvalho em Cidadania no Brasil: O longo caminho, estabeleceu uma dinâmica complexa entre governos e cidadãos, marcada pela concessão de direitos sociais como forma de obter lealdade política. Essa relação, no entanto, fragilizou a noção de cidadania ativa, substituindo-a por uma postura passiva e dependente do Estado.
No contexto histórico das décadas de 1960 e 1970, diversos países latino-americanos vivenciaram o surgimento de regimes ditatoriais. Esses governos autoritários frequentemente se legitimaram alegando a necessidade de prevenir a ascensão de líderes ou movimentos políticos radicais, que supostamente ameaçavam a ordem estabelecida. Tal justificativa, conhecida como "doutrina de segurança nacional", serviu como fundamento ideológico para golpes de Estado e repressão sistemática.
Portanto, a afirmação de que várias ditaduras latino-americanas desse período se apresentaram como reações antecipadas a ameaças radicais está correta, conforme comprovado pelos estudos históricos sobre a região. Esse fenmeno está diretamente relacionado ao quadro de fragilidade institucional e cidadania passiva descrito por Carvalho, que facilitou a ruptura da ordem democrática em nome da suposta proteção contra extremismos.
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