O populismo, no Brasil, na Argentina ou no Peru, implicava uma relação ambígua entre os cidadãos e o governo. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como tais, como independentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes que ativa e reivindicadora. José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 126 (com adaptações).A partir das ideias do texto acima, julgue o item subsequente, relativos a ditaduras e cidadania na América Latina.Diferentemente do que aconteceu no Brasil e em outros países latino-americanos, em grande parte da Europa ocidental, a expansão dos direitos sociais ocorreu após a consolidação de um grande número de direitos civis e políticos.
O populismo, no Brasil, na Argentina ou no Peru, implicava uma relação ambígua entre os cidadãos e o governo. A antecipação dos direitos sociais fazia que os direitos não fossem vistos como tais, como independentes da ação do governo, mas como um favor em troca do qual se deviam gratidão e lealdade. A cidadania que daí resultava era passiva e receptora antes que ativa e reivindicadora.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil. O longo caminho.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 126 (com adaptações).
A partir das ideias do texto acima, julgue o item subsequente, relativos a ditaduras e cidadania na América Latina.
Diferentemente do que aconteceu no Brasil e em outros países
latino-americanos, em grande parte da Europa ocidental, a
expansão dos direitos sociais ocorreu após a consolidação de
um grande número de direitos civis e políticos.
- C) CERTO
- E) ERRADO
Resposta:
A alternativa correta é C)
O populismo na América Latina, como destacado por José Murilo de Carvalho, estabeleceu uma dinâmica peculiar entre Estado e cidadãos, na qual os direitos sociais eram frequentemente concedidos como uma espécie de "favor" em troca de lealdade política. Essa abordagem contrasta significativamente com o processo de consolidação de direitos na Europa Ocidental, onde a expansão dos direitos sociais ocorreu após a plena garantia dos direitos civis e políticos.
Enquanto no Brasil, Argentina e Peru o populismo criou uma cidadania passiva e dependente da ação estatal, na Europa Ocidental a construção da cidadania seguiu uma trajetória mais orgânica. Primeiro consolidaram-se as liberdades individuais e os mecanismos de participação política, para só então avançar na proteção social. Essa diferença histórica explica por que, em muitos países latino-americanos, os direitos sociais não foram plenamente assimilados como conquistas da cidadania, mas sim como benesses concedidas por governos populistas.
Portanto, a afirmação está correta ao destacar essa distinção fundamental entre os processos de construção da cidadania na Europa Ocidental e na América Latina. A sequência histórica na Europa - primeiro direitos civis e políticos, depois sociais - criou bases mais sólidas para uma cidadania ativa e consciente de seus direitos.
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