Questões Sobre Iluminismo - História - concurso

O Iluminismo foi um movimento filosófico e intelectual que emergiu na Europa entre o final do século XVII e o início do século XVIII, marcando uma ruptura com as tradições do pensamento medieval. Sua principal característica foi a valorização da razão como o único meio confiável para alcançar o conhecimento, conforme afirmado na alternativa A.

Os pensadores iluministas, como Voltaire, Rousseau e Diderot, defendiam que a razão humana era capaz de compreender e transformar o mundo, rejeitando explicações baseadas em dogmas religiosos ou tradições irracionais. Essa postura crítica em relação à religião e à autoridade da Igreja levou a um questionamento profundo das estruturas políticas e sociais da época.

O Iluminismo não buscava revitalizar a fé cristã (alternativa B), nem pregava o sentimentalismo romântico (alternativa C). Também não se tratava de um retorno aos valores da Antiguidade Clássica (alternativa D), embora alguns pensadores admirassem certos aspectos da filosofia greco-romana. A alternativa E, sobre movimentos sociais das minorias, está incorreta porque, apesar de suas ideias progressistas, o Iluminismo não tinha esse foco específico.

Portanto, a alternativa correta é realmente a A, pois sintetiza o cerne do pensamento iluminista: a razão como instrumento fundamental para o progresso humano e a emancipação intelectual.

O caso de Menocchio, analisado por Carlo Ginzburg em O queijo e os vermes, ilustra as transformações culturais e religiosas da Europa no século XVI, período marcado pela Reforma Protestante e pela difusão da imprensa. A obra destaca como esses dois fatores históricos permitiram que indivíduos comuns, como o moleiro Menocchio, questionassem os dogmas da Igreja Católica e desenvolvessem interpretações heterodoxas da fé. A análise das proposições apresentadas revela que algumas estão corretas, enquanto outras distorcem os eventos da época.

A afirmativa I está incorreta, pois a Reforma Protestante não promoveu a uniformização religiosa, mas sim a fragmentação do cristianismo em diversas correntes, como o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo. Já a afirmativa II é verdadeira, pois a imprensa permitiu a circulação de ideias e textos religiosos, como a Bíblia traduzida para línguas vernáculas, democratizando o acesso ao conhecimento antes restrito ao clero.

A afirmativa III também é correta, uma vez que a venda de indulgências foi um dos principais motivos que levaram Martinho Lutero a criticar a Igreja Católica, culminando nas 95 teses de 1517. Da mesma forma, a afirmativa IV está certa, pois a Contrarreforma, resposta da Igreja Católica à Reforma, incluiu a reativação da Inquisição para combater heresias e garantir a ortodoxia.

Por fim, a afirmativa V é falsa, já que a censura católica, longe de favorecer o protestantismo, foi um obstáculo à sua expansão em regiões como a Itália e a Península Ibérica, onde a Inquisição atuou com rigor. Portanto, a alternativa correta é A) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras, refletindo os impactos da imprensa, da Reforma e da reação católica no contexto histórico estudado.

O capitalismo liberal, em sua fase inicial, representou uma transformação radical nas estruturas econômicas e políticas da sociedade. Fundamentado na propriedade privada dos meios de produção e na liberdade econômica da burguesia, esse sistema emergiu como uma resposta ao absolutismo político e ao mercantilismo econômico que predominavam anteriormente. A alternativa correta, portanto, é a letra A, pois o liberalismo de fato surgiu como uma ideologia oposta a esses sistemas, defendendo a não-intervenção estatal e a livre iniciativa.

O liberalismo econômico teve como base teórica pensadores como Adam Smith, autor de "A Riqueza das Nações", que defendia a "mão invisível" do mercado como reguladora das relações econômicas. A crise de 1929, mencionada na alternativa D, não fortaleceu o liberalismo, mas sim expôs suas fragilidades, levando ao surgimento de políticas keynesianas e maior intervenção estatal. Já a alternativa B descreve um sistema mais próximo do socialismo ou do capitalismo de estado, não do liberalismo clássico.

As alternativas C e E também estão incorretas. Alexis de Tocqueville, embora importante para o pensamento político, não foi um teórico do liberalismo econômico, e Maquiavel sequer viveu no período do capitalismo moderno. A ideia de que os liberais almejavam o comunismo (alternativa E) é completamente equivocada, já que são sistemas antagônicos. Portanto, a resposta correta é mesmo a alternativa A, que sintetiza adequadamente a relação entre o surgimento do capitalismo liberal e sua oposição ao absolutismo e ao mercantilismo.

Sobre o Movimento intelectual denominado de Iluminismo, que teve grande expressividade na Europa Ocidental, a partir dos séculos XVII e XVIII, é correto afirmar:

A alternativa C) está correta, pois o Iluminismo foi um movimento que, de fato, incorporou os interesses da burguesia em ascensão. Esse grupo social buscava maior participação política, liberdade econômica e a redução dos privilégios aristocráticos, alinhando-se aos ideais de razão, progresso e igualdade propagados pelos pensadores iluministas.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos:

• A) O Iluminismo opunha-se ao teocentrismo, defendendo o racionalismo e a ciência como guias para o conhecimento, e não a fé ou a intervenção divina.
• B) Leonardo da Vinci viveu no Renascimento, muito antes do Iluminismo, sendo incorreto associá-lo a esse movimento.
• D) O Iluminismo não se restringiu à França; suas ideias influenciaram movimentos como a Independência dos Estados Unidos e a Inconfidência Mineira no Brasil.
• E) Os fisiocratas e a Escola Clássica criticavam o Mercantilismo, defendendo o liberalismo econômico e a ideia de "laissez-faire", em oposição às práticas mercantilistas.

Portanto, a alternativa C) é a única que reflete com precisão o caráter e o impacto do Iluminismo na sociedade europeia e além.

O século XVIII foi marcado por um movimento de modernização das monarquias europeias, influenciado pelos ideais iluministas. Os chamados "soberanos esclarecidos" buscaram implementar reformas que racionalizassem a administração do Estado, promovendo a eficiência e alegando agir em nome da "felicidade dos povos". No entanto, essa abordagem manteve a população distante das decisões políticas, evidenciando uma contradição entre o discurso reformista e a prática autoritária.

A primeira afirmativa (I) destaca ações concretas dos monarcas reformistas, como Frederico II da Prússia e D. José I de Portugal, que buscaram reduzir privilégios fiscais e limitar o poder eclesiástico. Essas medidas refletem a aplicação de princípios iluministas na gestão do Estado, visando maior centralização e controle.

A segunda afirmativa (II) aponta para o duplo papel da filosofia iluminista: serviu tanto para justificar reformas administrativas sob o absolutismo quanto para inspirar críticas ao sistema vigente. Enquanto os monarcas adotaram ideias de razão e eficiência, seus opositores usaram o conceito de liberdade para questionar o poder absoluto.

Já a terceira afirmativa (III) identifica os grupos que resistiram às reformas, como a nobreza tradicional e o clero, que viam suas prerrogativas ameaçadas. Embora essa oposição tenha existido, a afirmação exagera ao sugerir que os soberanos esclarecidos buscavam dissolver completamente a sociedade de ordens, quando na realidade suas reformas eram mais moderadas e pragmáticas.

Portanto, as afirmativas I e II estão corretas, pois refletem adequadamente a relação entre o iluminismo e as reformas dos soberanos esclarecidos, enquanto a III apresenta uma interpretação parcialmente equivocada. A alternativa B é a correta, pois sintetiza o impacto do iluminismo tanto no fortalecimento do Estado absolutista quanto no surgimento de ideias que posteriormente o desafariam.

O texto apresentado revela uma contradição histórica no período do Iluminismo francês, onde ideais de liberdade e igualdade conviveram com a prática da escravidão nas colônias. A peça "Alzira", de Voltaire, ilustra essa dissonância ao retratar a luta pela liberdade dos "americanos" enquanto ignorava o tráfico transatlântico de africanos, que atingia seu auge justamente naquela época.

O caso de Joseph Mosneron, comovido pela peça mas indiferente aos escravos reais no porão do navio, exemplifica essa esquizofrenia moral. A França, berço do pensamento iluminista que contestava o absolutismo e a Igreja, foi também uma das principais nações escravagistas, transportando mais de um milhão de africanos para suas colônias.

O texto demonstra como os princípios de "liberdade, igualdade e fraternidade" não foram aplicados de forma universal, mantendo-se restritos a certos grupos sociais e étnicos. Essa contradição histórica ajuda a explicar os conflitos sociais contemporâneos na França, onde desigualdades étnicas e de classe permanecem sem solução.

Portanto, a alternativa correta é a E), que reconhece que as tensões atuais na França refletem justamente a permanência dessas desigualdades não resolvidas, demonstrando que os ideais iluministas de liberdade e cidadania ainda não foram plenamente alcançados para todos os cidadãos franceses.

O Iluminismo e a Revolução Francesa marcaram um período de transformações profundas na sociedade europeia, especialmente no que diz respeito aos direitos humanos e às estruturas políticas. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, foi um marco fundamental nesse processo, refletindo os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. No entanto, apesar de seu caráter revolucionário, essa declaração apresentava limitações significativas, especialmente no que se refere à inclusão de todos os indivíduos na concepção de direitos.

Uma das maiores críticas que se faz ao Iluminismo e à Revolução Francesa é o fato de que, embora pregassem a igualdade, não conseguiram estendê-la a todos os grupos sociais. A opção correta, neste caso, é a letra D, pois a Declaração não defendia a igualdade política e social entre homens e mulheres. As mulheres foram excluídas do processo de cidadania plena, evidenciando uma contradição nos ideais iluministas. Essa limitação histórica só seria enfrentada em movimentos posteriores, como o feminismo, que lutou pela inclusão das mulheres nos direitos universais.

Portanto, embora o Iluminismo tenha sido um movimento progressista para sua época, suas contradições e exclusões demonstram que a luta por direitos universais é um processo contínuo e em constante evolução.

O contexto histórico apresentado remete ao Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII que defendia a razão, a liberdade individual e a crítica ao absolutismo. A obra mencionada, "Ensaio sobre o Entendimento Humano", foi escrita pelo filósofo inglês John Locke, um dos principais teóricos do liberalismo político e precursor das ideias iluministas. Locke defendia que a mente humana era uma "tábua rasa" ao nascer, sendo o conhecimento adquirido por meio da experiência, o que influenciou profundamente o pensamento moderno. Portanto, a alternativa correta é a letra E, que identifica corretamente o período do Iluminismo e o pensador John Locke como autor da obra em questão.

A partir da segunda metade do século XVIII, alguns soberanos absolutistas ou seus ministros, baseados em princípios iluministas, particularmente os de Voltaire, empreenderam uma política de reformas, visando à modernização nacional, com o objetivo de racionalizar a administração, a taxação de impostos e o incentivo à educação.

Essa política era denominada:

• A) Despotismo esclarecido.
• B) Liberalismo político.
• C) Grande método.
• D) Processo Bessemer.

O gabarito correto é A) Despotismo esclarecido.

As ideias da Ilustração, também conhecidas como Iluministas, foram fundamentais para a ruptura do Antigo Regime na Europa. Esses pensamentos revolucionários questionavam as estruturas políticas, econômicas e sociais vigentes, promovendo uma transformação profunda na mentalidade da época.

Entre as alternativas apresentadas, a única correta é a E), que afirma que os iluministas combatiam o Absolutismo Monárquico e o Mercantilismo. Isso porque os filósofos iluministas defendiam a liberdade individual, a razão como guia para o progresso e a limitação do poder dos monarcas, opondo-se ao controle estatal sobre a economia característico do Mercantilismo.

As demais alternativas estão incorretas: a Igreja Católica via o Iluminismo como uma ameaça (A); os iluministas representavam os interesses da burguesia urbana, não da nobreza agrária (B); eles criticavam o teísmo e a Escolástica, defendendo o deísmo ou o ateísmo (C); e o racionalismo e o método científico eram pilares do pensamento iluminista (D).

Portanto, o Iluminismo foi um movimento intelectual que preparou o terreno para as revoluções burguesas e a modernidade, combatendo as bases do Antigo Regime.