A dominação do continente africano pelos europeus teve início por volta do século XV, e o processo de conquista, por assim dizer, teve sua conclusão no século XIX. A “Partilha da África” pelos países europeus é um dos momentos mais marcantes do imperialismo e do neocolonialismo. Essa “Partilha” se efetivou, do ponto de vista europeu, no:
- A) Congresso de Viena de 1884.
- B) Congresso de Berlim de 1884.
- C) Congresso de Paris de 1884.
- D) Congresso de Londres de 1884.
- E) Congresso de Bruxelas de 1884.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Congresso de Berlim de 1884.
Gabarito: ALTERNATIVA B
- A dominação do continente africano pelos europeus teve início por volta do século XV, e o processo de conquista, por assim dizer, teve sua conclusão no século XIX. A “Partilha da África” pelos países europeus é um dos momentos mais marcantes do imperialismo e do neocolonialismo. Essa “Partilha” se efetivou, do ponto de vista europeu, no:
Note o estudante que a banca, infelizmente, exigia apenas o nome da reunião em que se processou uma das mais icônicas discussões imperialistas. Naquele momento, abria-se um processo de grave rivalidade entre as potências europeias sobre a corrida imperialista que se abatia sobre a África e sobre a Ásia. Se as fronteiras imperiais estavam relativamente estabilizadas na Ásia, o continente africano ainda deixava algumas tensões expostas nas relações imperialistas. Especificamente em 1884, havia certa disputa sobre a ocupação da bacia do Rio Congo e Portugal levantava questões sobre a interiorização do processo de colonização - já que havia certo interesse português em se tentar unir os territórios de Angola e Moçambique pelo reconhecimento internacional e a cessão dos territórios entre as duas costas.
A recém-unificada Alemanha de Bismarck viu naquela disputa uma oportunidade para se colocar como um pivô da ordem europeia. A liderança alemã para a construção de uma grande conferência capaz de equacionar tendências imperialistas marcaria, de certa forma, um reconhecimento generalizado sobre a liderança do país na arquitetura de uma ordem internacional. Além disso, a própria Alemanha, apesar de ser a maior potência industrial e militar do continente, estava em franca desvantagem na corrida imperialista: sua unificação tardia (1870) acontecera já em meio ao início da corrida imperialista. Ou seja, a extensão dos impérios coloniais guardava uma assimetria frente às capacidades das potências europeias, já que a Alemanha, a maior delas, não dispunha de possessões coloniais correspondentes.
Assim, levar para Berlim uma conferência sobre o tema também servia à estratégia de Bismarck, o chanceler alemão, para inserir o seu país na corrida imperialista de maneira a não levantar suspeitas excessivas nem desequilibrar o concerto europeu. A um só tempo, a Alemanha conseguia afirmar seu papel de liderança nas relações europeias e se lançar como uma potência imperialista mesmo com seu início tardio. A conferência, com certo exagero, entraria para a história como o momento por excelência da concertação europeia em torno da estabilização das fronteiras coloniais sobre a África, equacionando disputas e consagrando a forma imperialista dentro do quadro das relações internacionais da época. Assim, observemos as alternativas que seguem.
a) Congresso de Viena de 1884.
b) Congresso de Berlim de 1884.
c) Congresso de Paris de 1884.
d) Congresso de Londres de 1884.
e) Congresso de Bruxelas de 1884.
Caberia, ainda, um reparo importante na construção de tão pobres alternativas. A bibliografia especializada prefere a forma "Conferência de Berlim de 1884", e não o termo congresso. Além dos especificidades do encontro, há de ser observada a possível confusão com o Congresso de Berlim de 1878, que se propôs à rediscussão das fronteiras balcânicas após o término da Sétima Guerra Russo-Turca (1877-1878). Com esse reparo, está correta a ALTERNATIVA B.
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