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A Doutrina Monroe, enunciada em 1823, teve seu sentido reinterpretado pelo corolário Roosevelt (1904), por intermédio da mensagem ao Congresso dos Estados Unidos da América formulada pelo presidente republicano Theodore Roosevelt (1901-1909), em 6 de dezembro de 1904.

Não é verdade que os Estados Unidos sentem qualquer fome de terra. (…) Tudo o que este país deseja é ver os países vizinhos estáveis, ordeiros e prósperos. Qualquer país cujo povo se conduza bem pode contar com nossa amizade sincera. (…) [Mas] Irregularidades crônicas, ou uma incapacidade que resulte num afrouxamento geral dos laços da sociedade civilizada, podem em última instância exigir, na América como em outro lugar, intervenção por alguma nação civilizada, e no Hemisfério Ocidental a adesão dos Estados Unidos à Doutrina Monroe pode forçar os Estados Unidos, ainda que com relutância, em casos flagrantes de tais irregularidades ou incapacidade, ao exercício de um poder de polícia internacional.

Com base no texto, sobre o Corolário Roosevelt analise as afirmativas a seguir.

I. Foi elaborado no contexto de afirmação das independências das ex-colônias ibéricas na América, quando os EUA se apresentavam como defensores de um continente livre com o slogan “América para os americanos”.

II. Buscava legitimar as intervenções militares dos EUA como defensivas e preventivas, já que não visariam à aquisição de territórios, mas à preservação da civilização, da ordem, da estabilidade e do progresso.

III. Recorreu à diplomacia das canhoneiras para levar ao poder governantes ou grupos políticos favoráveis aos interesses norte-americanos, ou para combater movimentos revolucionários em sua área de influência.

Está correto o que se afirma em:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) II e III, apenas.

Gabarito: Letra D

 

As afirmativas corretas são II e III.

 

Vamos analisar as proposições.

 

I. Foi elaborado no contexto de afirmação das independências das ex-colônias ibéricas na América, quando os EUA se apresentavam como defensores de um continente livre com o slogan “América para os americanos”. (INCORRETA)

 

O Corolário Roosevelt é uma mudança na orientação da política externa dos EUA conhecida então pelo nome de Doutrina Monroe, iniciada em 1823. Esta sim havia sido elaborada no contexto das independências das ex-colônias ibéricas, quando os EUA se apresentaram como defensores de um continente sem intervenção europeia no famoso slogan "América para os americanos".

 

O Corolário Roosevelt situa-se no contexto de expansão imperialista fruto da Segunda Revolução Industrial e da busca por matérias-primas, mercados consumidores e áreas de exportação do capital pelos europeus e estadunidenses . Essa nova orientação da política externa buscou atender os interesses do governo e do capital estadunidense na América Latina, assim como faziam os europeus em outros continentes.

 

 

II. Buscava legitimar as intervenções militares dos EUA como defensivas e preventivas, já que não visariam à aquisição de territórios, mas à preservação da civilização, da ordem, da estabilidade e do progresso. (CORRETA)

 

O próprio discurso trazido pela questão exemplifica qual era a linha a ser seguida pela política externa dos EUA. O Corolário buscou dar legitimidade às intervenções militares dos EUA em países latino-americanos com um discurso de proteção, defesa e prevenção dos povos latino-americanos sem qualquer anexação de territórios. Na prática, o Corolário era uma forma dos EUA intervirem na América para preservar os seus interesses, como ocorreu no conflito com a Colômbia, pois desejavam construir um canal no Panamá que permitisse maior rapidez de escoamento de produtos entre o Pacífico e o Atlântico, bem como na intervenção da República Dominicana que resultou na instalação de um governo pró-EUA.

 

 

III. Recorreu à diplomacia das canhoneiras para levar ao poder governantes ou grupos políticos favoráveis aos interesses norte-americanos, ou para combater movimentos revolucionários em sua área de influência. (CORRETA)

 

A diplomacia das canhoneiras é um método um de intimidação ou intervenção militar por meio da mobilização de navios de guerra de pequeno e médio porte para, sem recorrer à declaração formal de guerra, perseguir objetivos nacionais. Os EUA utilizaram-se disso desde o final do século XIX, momento em que iniciaram seu processo de expansão imperialista pela Ásia e América Latina, afastando a presença dos europeus em área latino-americana e asiática (Filipinas, Cuba, Porto Rico), forçando a abertura de portos comerciais na Ásia (Japão) e colocando governos a favor dos EUA (República Dominicana)

 

 

Referências:

 

BONAFÉ, Luigi. "Diplomacia das Canhoneiras". FGV/CPDOC. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/DIPLOMACIA%20DAS%20CANHONEIRAS.pdf

 

VISENTINI, Paulo Fagundes e PEREIRA, Analúcia Danilevicz. Manual do candidato : história mundial contemporânea (1776-1991): da independência dos Estados Unidos ao colapso da União Soviética. Brasília : FUNAG, 2012.

 

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