A história mundial contemporânea, iniciada no último terço do século XVIII, apresenta-se como uma sucessão de sistemas mundiais intercalados por fases de transição e configuração de novas lideranças. Assim, de 1776 (ano da independência dos EUA e da publicação de A Riqueza das Nações, de Adam Smith) a 1890, a Pax Britânica, embasada na Revolução Industrial e regulada pelo liberalismo, deu início ao mundo dominado pelas potências anglo-saxônicas.
Paulo G. Fagundes Visentini e Analúcia Danilevicz Pereira. História do mundo contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 10 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos da história econômica mundial, julgue (C ou E) o item seguinte.
Maior potência industrial do século XIX, a Inglaterra, que optou pela mediação política de autoridades locais em suas colônias, não se beneficiou da corrida imperialista na mesma proporção alcançada por seus concorrentes diretos, como a Alemanha.
- A) Certo
- B) Errado
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Errado
Gabarito: Errado
O erro dessa questão está em dizer que a Inglaterra não se beneficiou da corrida imperialista em relação aos demais concorrentes.
Poderíamos reescrever esse trecho dizendo que a Alemanha não se beneficiou da corrida imperialista na mesma proporção alcançada por seus concorrentes diretos, como a Inglaterra ou a França. E isso ocorreu por vários motivos:
A “roedura” do continente africano já havia começado em fins do século XVIII, quando franceses e ingleses passaram a ser mais efetivos na África, com uma série de expedições de reconhecimento e missões cristãs. No século XVIII a Alemanha não era um estado centralizado tal como os demais concorrentes.
Uma vez que o processo de unidade alemão foi tardio, em fins do século XIX, o que fez com que a Alemanha iniciasse o projeto de conquista de territórios de forma atrasada, ocupando áreas de menor porção geográfica.
Resistência do chanceler Bismarck em ocupar territórios na África ou Ásia por não enxergar vantagens econômicas.
A Inglaterra, que já se encontrava presente em algumas áreas do globo, sobretudo na costa ocidental da África e em boa parte do subcontinente indiano, começou a expandir sua presença para regiões vizinhas em função da concorrência estrangeira que poderia ameaçar os interesses ingleses.
Assim, a Inglaterra participou da abertura da China às potências capitalistas, como forma de defender seu mercado de ópio e chá indiano e evitar que a Índia fosse aberta a outros países. Garantiu o Egito e o Sudão a fim de controlar a navegação pelo Mar Vermelho que saía para o Oceano Índico.
Em relação à administração no mundo colonial, a Inglaterra adotou a política de se envolver de forma indireta com pouca participação . Com isso, não alterou as bases dos governos locais, deixando que os seus representantes passassem a atuar como intermediários entre os governos locais e a metrópole inglesa.
Prevaleceu o princípio da autonomia financeira e foi concedido aos chefes locais, em sua maior parte composto de "nativos", uma certa margem de liberdade em suas decisões - desde que não entrassem em conflito com os interesses metropolitanos.
Referências:
HERNANDEZ, Leila Maria Gonçalves Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.
MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo : Contexto, 2013.
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