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Em busca de matérias-primas e de mercados por causa da acelerada industrialização, os europeus retalharam entre si a África. Mais do que alegações econômicas, havia justificativas políticas, científicas, ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo II defendia o trabalho missionário e a civilização dos nativos do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades praticadas contra a população.

 

NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de

História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 75, dez. 2011 (adaptado).

 

A atuação dos países europeus contribuiu para que a África — entre 1880 e 1914 — se transformasse em uma espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi motivado pelo(a)

Resposta:

A alternativa correta é letra D) domínio sobre os recursos considerados estratégicos para o fortalecimento das nações europeias.

Gabarito: Letra D (domínio sobre os recursos considerados estratégicos para o fortalecimento das nações europeias.)

 

A questão poderia ser respondida com base na interpretação do trecho.

 

O trecho afirma que os europeus retalharam o continente africano em busca de matérias-primas e mercados por causa da revolução industrial, ou seja, os europeus procuraram dominar recursos estratégicos para o fortalecimento econômico nacional.

 

A partir de 1880, a África tornou-se um alvo crescente das rivalidades europeias que tentaram ser resolvidas na Conferência de Berlim em 1885. Essa reunião com os principais líderes europeus tinha por objetivo discutir a livre navegação nos rios do centro da África, mas acabou lançando as bases da conquista territorial nos anos seguintes, ao estabelecer critérios de notificação e ocupação.

 

A procura pelo continente africano se insere no contexto da expansão da industrialização europeia, que buscava matérias-primas, mão de obra local e áreas de exportação de capital e produtos industrializados. 

 

Por detrás desse argumento econômico, havia outros de cunho ideológico, como, por exemplo, a ideia de se construir um poderoso império no exterior elevaria o status de um país como uma grande potência e traria apoio popular. Além disso, existiu o discurso de levar toda uma cultura considerada superior (a chamada “civilização”) aos “ignorantes e selvagens” africanos. Nesse discurso, haveria o ensino da fé cristã (católica ou protestante) e do idioma europeu como principais instrumentos de dominação cultural.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: busca de acesso à infraestrutura energética dos países africanos.

 

A busca por fontes de energia é uma disputa recente, típica do século XX e XXI, uma vez queas pesquisas científicas apontaram para a necessidade de substituir matrizes energéticas poluentes e não renováveis por outras renováveis e menos poluentes, possibilitou acordos comerciais com os países africanos.

 

Letra B: tentativa de regulação da atividade comercial com os países africanos.

 

Na Era do Imperialismo não havia tentativa de regular o comércio com a África, mas explorá-la a fim de possibilitar lucro para os estados europeus.

 

Letra C: resgate humanitário das populações africanas em situação de extrema pobreza.

 

Essa alternativa parece falar de missões humanitárias, típicas das décadas de 1980 e 1990 feitas por organizações não governamentais para ajudar populações em condições de extrema pobreza no continente africano. Na Era do Imperialismo, embora houvesse um discurso humanitário de levar a “civilização europeia” às populações africanas, o discurso era um disfarce para interesses econômicos e de dominação, sem a intenção de ajudar o continente.

 

Letra E: necessidade de expandir as fronteiras culturais da Europa pelo contato com outras civilizações.

 

Havia a necessidade de expandir a cultura europeia para o continente sem que houvesse contato e trocas. Os europeus buscaram impor seu modo de vida e cultura aos africanos como parte de um projeto civilizacional e “humanitário”.

 

Referência:

MEREDITH, Martin. O destino da África. Cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

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