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Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso

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91) “Por volta de 1900, o imperialismo era considerado como um prolongamento da política nacional no quadro da política internacional. A palavra tinha acabado por significar construir um império com base em aquisições coloniais; desenvolver a marinha e o exército como instrumento desta política. O imperialismo consistia, também, em desenvolver as exportações e os investimentos no estrangeiro em proveito da economia nacional.” Sobre o imperialismo ou neocolonialismo, assinale a afirmativa correta.

  • A) O imperialismo foi um sistema de dominação realizado, principalmente por meio do controle de mercados, sem controle político direto em muitos casos, garantindo, assim, a autonomia das novas colônias.
  • B) A exploração econômica caracterizou-se pela transferência de empresas ou de capitais, pela utilização da mão de obra nativa com baixos salários e pela imposição de uma produção que atendia aos interesses da colônia.
  • C) As nações que se enriqueciam com a industrialização começaram a buscar regiões onde pudessem aplicar seus capitais excedentes, garantindo uma verdadeira modernização em todas as regiões colonizadas. Sem essa política de expansão, tais regiões teriam permanecido no atraso total em que se encontravam antes da chegada dos europeus.
  • D) No final do século XIX, multiplicaram-se as ideologias do imperialismo. A “missão civilizadora” foi a justificativa francesa para entrar na África, o “destino manifesto” foi o argumento americano para policiar a América Central e garantir seus interesses e o “fardo do homem branco” foi o argumento inglês para espoliar a Índia com administração centralizada.

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A resposta certa é a letra D) No final do século XIX, multiplicaram-se as ideologias do imperialismo.

Essa afirmação é verdadeira porque, no final do século XIX, as potências europeias e americanas começaram a criar justificativas para seus projetos coloniais. A França, por exemplo, utilizou a ideologia da "missão civilizadora" para justificar sua expansão colonial na África. Já os Estados Unidos utilizaram a ideologia do "destino manifesto" para justificar sua expansão territorial na América Central. E o Reino Unido utilizou a ideologia do "fardo do homem branco" para justificar sua dominação colonial na Índia.

Essas ideologias eram utilizadas para justificar a expansão colonial e a dominação sobre os povos colonizados. Elas eram baseadas em uma visão de superioridade racial e cultural, que considerava os europeus e americanos como mais civilizados e avançados do que os povos colonizados.

A multiplicação dessas ideologias no final do século XIX foi uma característica marcante do imperialismo, pois permitia que as potências coloniais justificassem suas ações e mascarassem sua busca por recursos naturais e mercados.

Portanto, a alternativa D) é a resposta certa, pois ela destaca a multiplicação das ideologias do imperialismo no final do século XIX, que foi uma característica importante desse período.

92) Observe o mapa a seguir.

  • A) os territórios coloniais dominados por Portugal no continente africano ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, em meio ao processo de colonização da América, com o objetivo de garantir o fluxo contínuo de negros escravizados para os engenhos de cana-de-açúcar e para as minas de ouro na América portuguesa.

  • B) as aspirações portuguesas para ocupação e colonização de territórios africanos entre Angola e Moçambique, ligando os oceanos Atlântico e Índico, o que entrava em choque com as pretensões da Inglaterra de construir uma estrada de ferro entre as cidades do Cairo, no Egito, e do Cabo, na África do Sul.

  • C) as possessões neocoloniais portuguesas, conquistadas especialmente no século XIX, devido à corrida imperialista e ao processo de interiorização da ocupação europeia na África, o que culminou com a Conferência de Berlim, que reconheceu a legitimidade das conquistas portuguesas no continente africano.

  • D) a extensão do império colonial português exaltado pela ditadura salazarista no século XX, o que contribuiu para que a oposição a Salazar em Portugal fosse solidária às lutas anticoloniais travadas na África, que culminaram nos processos de independência de Angola e Moçambique e na Revolução dos Cravos.

  • E) os interesses expansionistas portugueses, coincidentes com a época de circunavegação do continente africano, em que Portugal pretendia buscar rotas alternativas para o Oriente em busca do comércio de especiarias, seda e porcelana, produtos altamente valorizados na Europa.

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A alternativa correta é letra B) as aspirações portuguesas para ocupação e colonização de territórios africanos entre Angola e Moçambique, ligando os oceanos Atlântico e Índico, o que entrava em choque com as pretensões da Inglaterra de construir uma estrada de ferro entre as cidades do Cairo, no Egito, e do Cabo, na África do Sul.

Gabarito: Letra B

 

A elaboração do mapa cor de rosa está ligada ao período da formação de colônias na África no século XIX, fruto do processo chamado de Imperialismo.

 

Esse mapa era uma projeção cartográfica elaborado pela Sociedade Geográfica Portuguesa que retratava as aspirações portuguesas para ocupação e colonização de territórios africanos entre Angola e Moçambique, ligando os oceanos Atlântico e Índico.

 

Essas pretensões territoriais entravam em choque com os objetivos da Inglaterra de construir uma estrada de ferro entre as cidades do Cairo, no Egito, e do Cabo, na África do Sul.

 

O mapa foi apresentado na Conferência de Berlim (1884-1885) que tratou de determinar o modo como seria a ocupação dos territórios na África (através da ocupação efetiva e notificação aos estados europeus) e logo foi recebido pelos ingleses como uma ameaça ao seu projeto expansionista.

 

Em 1890, os ingleses deram um ultimato britânico aos portugueses exigindo a retirada de Portugal da zona disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Isolado, Portugal protestou, mas terminou por recuar e o projeto mapa cor-de-rosa foi abandonado.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: O mapa cor de rosa era uma aspiração portuguesa de ocupação de territórios africanos no contexto do imperialismo, já no século XIX. O objetivo do mapa era garantir a área que ia de Angola à Moçambique para a exploração colonial africana.

 

Letra C: O mapa foi apresentado na Conferência de Berlim, mas não houve reconhecimento das conquistas portuguesas no continente africano, uma vez, que a reunião definiu que os territórios deveriam ser ocupados efetivamente, portanto, quem chegasse primeiro e notificasse levaria a terra.

 

Letra D: O mapa foi confeccionado antes do período salazarista (1932-1968).

 

Letra E: O mapa não retrata os interesses expansionistas portugueses da época das Grandes Navegações, pois ele vai além, uma vez que pretendia interiorizar a ocupação da África. Por exemplo, era uma aspiração portuguesa ocupar os territórios da atual Zâmbia e do Zimbábue, que na época da expansão marítima não eram colônias de europeus.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

CHARLES, Arlindo José e SÁ, Lucilene Antunes Correia Marques. Cartografia histórica da África – Mapa cor de rosa. Disponível em: https://www.ufmg.br/rededemuseus/crch/simposio/CHARLES_ARLINDO_E_SA_LUCILENE_ANTUNES.pdf. Acesso: 15 abr. 2020.

 

UZOIGWE, Godfrey. “Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral”. In: BOAHEN, Albert Adu. História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. Brasília : UNESCO, 2010.

93) Analise a charge abaixo:

  • A) O colonialismo normalmente implica, somente, controle econômico, envolvendo anexação de território e perda da soberania.

  • B) O colonialismo normalmente implica, apenas, controle político, envolvendo anexação de território e perda da soberania.

  • C) A presença colonial europeia na África abrangia os colonos holandeses e britânicos na África do Sul, e os militares britânicos e franceses na África do Norte.

  • D) O colonialismo ligou a América Latina economicamente às grandes potências europeias e os benefícios desse sistema vão para os países poderosos e nunca de volta para os dominados.

  • E) O imperialismo norte-americano é uma expressão frequentemente utilizada para descrever um histórico de ações e de doutrinas da política externa dos EUA que demonstram uma inequívoca intenção de controlar zonas de influência na África e na Ásia.

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Resposta: A alternativa correta é a letra C) A presença colonial europeia na África abrangia os colonos holandeses e britânicos na África do Sul, e os militares britânicos e franceses na África do Norte.

Explicação: O Imperialismo do Século XIX foi um fenômeno histórico que caracterizou a expansão dos impérios europeus sobre outras regiões do mundo, especialmente a África e a Ásia. Nesse contexto, a presença colonial europeia na África foi marcada pela ocupação de territórios e pela exploração de recursos naturais.

A alternativa C é a correta porque descreve a presença colonial europeia na África de forma precisa. Os colonos holandeses e britânicos estabeleceram-se na África do Sul, enquanto os militares britânicos e franceses estavam presentes na África do Norte.

As outras alternativas não são corretas porque não descrevem a presença colonial europeia na África de forma precisa. A alternativa A afirma que o colonialismo normalmente implica controle econômico, o que não é uma característica exclusiva do Imperialismo do Século XIX. A alternativa B também não é correta porque o controle político não era a única característica do colonialismo.

A alternativa D não é correta porque a América Latina não foi um foco principal do Imperialismo do Século XIX. Já a alternativa E não é correta porque o Imperialismo norte-americano é um conceito mais amplo que envolve a política externa dos EUA em relação à América Latina e à Ásia.

Portanto, a alternativa C é a que melhor descreve a presença colonial europeia na África durante o Imperialismo do Século XIX.

94) O Imperialismo não foi apenas um fenômeno econômico, político ou territorial. A esfera ideológica também foi fortemente marcada pela sua interferência. O HQ, Tintim na África, traz inscritos em sua narrativa alguns dos discursos imperialistas em relação ao continente africano.

  • A) nas potências europeias que justificavam a exploração do continente africano, afirmando que essa ação contribuiria para o desenvolvimento industrial.

  • B) na difusão do discurso de que o homem branco europeu teria uma missão civilizadora em relação aos povos considerados atrasados.

  • C) na xenofobia e no racismo como discurso presente nas políticas imperialistas em relação aos povos africanos.

  • D) nas potências capitalistas que entraram num acordo, visando a dividir, de forma pacífica, os mercados mundiais.

  • E) na escolarização dos povos africanos como preocupação constante das potências capitalistas.

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A alternativa correta é a letra B) na difusão do discurso de que o homem branco europeu teria uma missão civilizadora em relação aos povos considerados atrasados.

Explicação: O imperialismo do século XIX não foi apenas um fenômeno econômico, político ou territorial, mas também teve uma forte interferência na esfera ideológica. A tira em questão, Tintim na África, traz inscritos em sua narrativa alguns dos discursos imperialistas em relação ao continente africano.

A partir da análise da tira, é possível identificar que o imperialismo europeu foi justificado por meio de discursos que afirmavam que a exploração do continente africano contribuiria para o desenvolvimento industrial. Além disso, o discurso de que o homem branco europeu teria uma missão civilizadora em relação aos povos considerados atrasados foi amplamente difundido.

Essa ideia de missão civilizadora era uma justificativa para a exploração e dominação dos povos africanos, que eram considerados "atrasados" e precisavam da "ajuda" dos europeus para se desenvolverem. Isso é um exemplo claro de racismo e xenofobia, que foram fundamentais para a expansão colonial europeia.

Portanto, a alternativa correta é a letra B) na difusão do discurso de que o homem branco europeu teria uma missão civilizadora em relação aos povos considerados atrasados.

95)   Texto associado

  • A) à crise da política colonialista de Portugal e Espanha, marcada pelo liberalismo, diante do triunfo de práticas mercantilistas.

  • B) ao pioneirismo industrial da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, financiado pelos lucros do monopólio sobre suas colônias sul americanas.

  • C) ao imperialismo britânico e estadunidense na América Latina, baseado nas relações mercantis e na intervenção militar.

  • D) à política de boa vizinhança estadunidense, responsável por sua hegemonia econômica na América Latina em prejuízo dos países ibéricos.

  • E) ao processo de emancipação das Américas Espanhola e Portuguesa, com a intervenção militar britânica e estadunidense no continente.

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A alternativa correta é letra C) ao imperialismo britânico e estadunidense na América Latina, baseado nas relações mercantis e na intervenção militar.

A questão trata da influência da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos na América Latina durante o século XIX, conforme descrito no excerto de Marc Ferro. A análise das alternativas deve focar em elementos como imperialismo, industrialização e intervenções econômicas e militares.

 

A) à crise da política colonialista de Portugal e Espanha, marcada pelo liberalismo, diante do triunfo de práticas mercantilistas.

ERRADA. A alternativa sugere que a crise e o declínio das políticas colonialistas de Portugal e Espanha foram marcados pelo liberalismo e superados por práticas mercantilistas. No entanto, esse não é o foco do texto, que aborda a substituição da influência ibérica pela britânica e norte-americana na América Latina, sem menção à transição específica entre liberalismo e mercantilismo.

 

B) ao pioneirismo industrial da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, financiado pelos lucros do monopólio sobre suas colônias sul americanas.

ERRADA. Embora a Grã-Bretanha e os Estados Unidos sejam mencionados como potências industriais, a alternativa erra ao afirmar que o financiamento do pioneirismo industrial foi feito pelos "lucros do monopólio sobre suas colônias sul-americanas". O texto não menciona o monopólio colonial como a principal fonte de financiamento, e sim a venda de produtos industriais e o controle de circuitos comerciais.

 

C) ao imperialismo britânico e estadunidense na América Latina, baseado nas relações mercantis e na intervenção militar.

CORRETA. O texto menciona explicitamente o controle comercial britânico resultante da Revolução Industrial e a apropriação norte-americana de terras açucareiras em Cuba, além da dominação das planícies da América Central para estabelecer o império bananeiro. Isso caracteriza o imperialismo britânico e estadunidense na América Latina, sustentado por relações mercantis e, implicitamente, pela força quando necessário, como no caso das companhias norte-americanas em Cuba e América Central.

 

D) à política de boa vizinhança estadunidense, responsável por sua hegemonia econômica na América Latina em prejuízo dos países ibéricos.

ERRADA. A política de boa vizinhança foi oficialmente implementada pelos Estados Unidos durante a década de 1930 sob o governo de Franklin D. Roosevelt, enquanto o texto se refere ao século XIX. Além disso, a questão central do texto é o imperialismo e a dominação econômica, não especificamente uma política de boa vizinhança.

 

E) ao processo de emancipação das Américas Espanhola e Portuguesa, com a intervenção militar britânica e estadunidense no continente.

ERRADA. Apesar de o século XIX ter sido um período marcado pelas independências das colônias espanholas e portuguesas na América, o texto não menciona intervenções militares diretas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos para esse fim. A ênfase é dada ao papel da Grã-Bretanha na economia através da Revolução Industrial e do controle comercial, bem como à apropriação econômica pelos Estados Unidos.

96) Leia o excerto para responder à questão.

  • A) do respeito ao princípio da autonomia e da independência dos povos nativos do continente americano.
  • B) dos estímulos financeiros à recuperação econômica dos países latino-americanos, após a depressão econômica de 1929.
  • C) das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-americanos.
  • D) da elevação das taxas alfandegárias na entrada de mercadorias europeias nos Estados Unidos, após a crise de 1929.
  • E) da repressão às manifestações por direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960.

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A alternativa correta é letra C) das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-americanos.

Gabarito: Letra C

 

das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-americanos.

 

De acordo com Rubem Aquino, o século XIX assinalou a entrada dos Estados Unidos no cenário das grandes potências internacionais e no século XX o país passou a adotar uma política expansionista na Ásia e, principalmente, na América.

 

Uma das figuras mais conhecidas dessa política imperialista estadunidense foi o presidente Theodore Roosevelt que elaborou uma ideologia chamada de Corolário Roosevelt, popularmente conhecida como política do Grande Porrete (Big Stick). Pelo Corolário, os EUA seguiam com a política de afastar a presença europeia em solo americano e agora evoluía para um novo nível: ganhar um poder de polícia e com isso poder intervir no continente americano, inclusive nos negócios internos dos países do continente e de manter neles somente governantes “aceitáveis” por Washington.

 

Assim, o presidente estimulou o movimento de independência do Panamá, que era parte da Colômbia, pois pretendia construir um canal no território panamenho que ligasse o Oceano Atlântico ao Pacífico. Em 1905, praticou a intervenção militar na República Dominicana e no ano seguinte invadiu Cuba.

 

Conforme Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de Morais apontam, entre 1900 e 1920, os EUA intervieram nos assuntos internos de pelo menos seis países do Hemisfério. Se Roosevelt inaugurou o imperialismo político, sob o governo de William Howard Taft (1909-1913), o intervencionismo norte-americano assumiu uma conotação claramente econômica, a chamada Diplomacia do Dólar. E até mesmo no mandato de Woodrow Wilson (1913-1921), houve a prática do “imperialismo missionário”: os norte-americanos reservavam o direito de “esclarecer e elevar povos”, pela força, se necessário. O presidente Wilson fazia discursos anticolonialistas e, apesar disto, interveio em Cuba, estabeleceu protetorados norte-americanos no Haiti e na República Dominicana e ainda apoiou uma ditadura na Nicarágua.

   

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: do respeito ao princípio da autonomia e da independência dos povos nativos do continente americano.

 

A política do Big Stick não tinha por princípios o respeito à autonomia e à independência dos povos da América. O Big Stick tratou-se de uma política de intervenção, de agressão e interesses dos EUA em territórios da América.

 

Letra B: dos estímulos financeiros à recuperação econômica dos países latino-americanos, após a depressão econômica de 1929.

 

A política do Big Stick é anterior à Crise de 1929 e à Grande Depressão, sendo praticada a partir do início do século XX.

 

Letra D: da elevação das taxas alfandegárias na entrada de mercadorias europeias nos Estados Unidos, após a crise de 1929.

 

A política do Big Stick é anterior à Crise de 1929 e à Grande Depressão, sendo praticada a partir do início do século XX.

 

Letra E: da repressão às manifestações por direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960.

 

A política do Big Stick é anterior à década de 19600, sendo praticada a partir do início do século XX. O Big Stick foi uma política externa imperialista e não uma política de repressão interna às manifestações e protestos por direitos civis.

   

Referências:

 

AQUINO, Rubim Santos Leão et al. História das sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro: Editora ao livro técnico, 1978.

 

FERNANDES, Luiz Estevam e DE MORAIS, Marcus Vinícius. "Os EUA no século XIX". In: KARNAL, Leandro et al. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo : Contexto, 2007.

97) A partir de 1850, período da 2ª Revolução Industrial, a expansão do capitalismo forçou o fim do trabalho compulsório (servil ou escravo), colocando fim ao tráfico negreiro. Nesse contexto, Portugal tentou manter seu império colonial na África, enquanto a França buscava garantir seu prestígio politico internacional, e a Inglaterra procurava descobrir novas áreas de exploração econômica, além de resguardar seus postos avançados na costa africana, para assegurar sua rota comercial para a Índia. Logo, outras potências tomaram medidas que transformaram a África num campo de batalhas por novas fontes de riqueza e exercício de domínio político sobre os povos daquele continente. Assinale a alternativa que identifica esse contexto.

  • A) Colonialismo.
  • B) Mercantilismo.
  • C) Absolutismo.
  • D) Neocolonialismo.

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A alternativa correta é letra D) Neocolonialismo.

Gabarito: ALTERNATIVA D

 

A partir de 1850, período da 2ª Revolução Industrial, a expansão do capitalismo forçou o fim do trabalho compulsório (servil ou escravo), colocando fim ao tráfico negreiro. Nesse contexto, Portugal tentou manter seu império colonial na África, enquanto a França buscava garantir seu prestígio politico internacional, e a Inglaterra procurava descobrir novas áreas de exploração econômica, além de resguardar seus postos avançados na costa africana, para assegurar sua rota comercial para a Índia. Logo, outras potências tomaram medidas que transformaram a África num campo de batalhas por novas fontes de riqueza e exercício de domínio político sobre os povos daquele continente. Assinale a alternativa que identifica esse contexto.

  • a)  Colonialismo.

Costuma-se chamar colonialismo o primeiro ciclo de expansão dos impérios coloniais europeus na Idade Moderna. Ciclo este iniciado pelas potências ibéricas ao se expandirem por América, África e Ásia, no que seriam seguidos por outras potências como França, Inglaterra e Holanda. Trata-se de período muito anterior ao tratado no enunciado, que se concentra na segunda metade do século XIX. Alternativa errada.

 

  • b)  Mercantilismo.

Mercantilismo foi a principal doutrina econômica do Antigo Regime, modelo que perdurou na Europa do século XV ao início do século XIX. O momento em tela já primava pelo capitalismo industrial, fase de grandes investimentos produtivos, dinamização dos mercados, grande integração e interdependência entre as potências centrais. Alternativa errada.

 

  • c)  Absolutismo.

O Absolutismo monárquico era a doutrina política do Antigo Regime. Quando da partilha da África, os Estados absolutistas na Europa já eram minoritários e não predominava em nenhuma das potências coloniais. O Absolutismo perderia seu protagonismo a partir da Revolução Francesa e das subsequentes revoluções burguesas do século XIX. No período em tela, as repúblicas e as monarquias parlamentaristas já dominavam a cena política europeia.

 

  • d)  Neocolonialismo.

Há, aqui, importante controvérsia sobre qual o melhor termo a ser utilizado. A questão trata da corrida imperialista protagonizada por algumas potências europeias na segunda metade do século XIX. Uma série de transformações permitia, enfim, que os europeus fossem além da costa africana, dominando o interior do continente. As pressões políticas, a busca por novas matérias primas para a indústria, estabilização de novos mercados e um discurso civilizatório europeu embasaram um processo de corrida imperialista que culminaria, ao final do século, na partilha da África entre as principais potências europeias. Esse processo é mais comumente referido como "imperialismo", o que foi iniciado de maneira mais clara com a ascensão inglesa sobre a Índia - no entanto, há bancas que se referem como "neocolonialismo". Por sua vez, autores importantes da melhor bibliografia reservam o termo neocolonialismo para as novas formas de dependência afro-asiática após a descolonização no século XX. Assim, neocolonialismo também pode ser entendido como as novas formas de dominação das potências centrais sobre a África independente, o que é muito posterior ao que se trata aqui.

 

 

Como vimos acima, a única resposta possível seria a alternativa D; no entanto, não há consenso sobre o emprego do conceito de neocolonialismo. Consequentemente, poderia o candidato, não sem razão, pedir que a questão fosse anulada, mesmo que a prudência exigisse que fosse marcada a alternativa considerada correta. Assim sendo, somos pela ANULAÇÃO da questão.

 

Nosso gabarito: ANULADA

Gabarito da banca: ALTERNATIVA D

98) O período entre 1870 e 1914 caracterizou-se por importantes mudanças na história mundial. A esse respeito, julgue o item a seguir.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

 

O período entre 1870 e 1914 caracterizou-se por importantes mudanças na história mundial. A esse respeito, julgue o item a seguir.

 

No final do século XIX, o Japão tornou-se uma potência colonialista, como o demonstra a Primeira Guerra Sino-Japonesa.

 

No final do século XIX, o Japão já havia passado pelo seu primeiro grande impulso de modernização da Era Meiji, imperador que abriu o país-arquipélago para as trocas culturais, comerciais e políticas com as potências mundiais. Um dos objetivos fundamentais de Meiji era fazer do Japão uma potência mundial, projetando-o para um longo plano de modernização e de crescimento econômico. O processo vivido pelo Japão incluiu desde reformas profundas que aboliram o seu sistema feudal até a criação de universidades modernas e a adoção do parlamentarismo. Se o candidato tiver em mente todo esse processo maior que o Japão viveu na segunda metade do século XIX, ficará mais fácil de solucionar um item de dificuldade bastante elevada como este.

 

Todo o processo de modernização da Era Meiji foi desencadeado pela pressão militar dos Estados Unidos e dos europeus pela abertura do Japão ao comércio internacional. Naquele momento, o imperador japonês assumiu que o caminho a ser trilhado pelo país seria a adesão ao capitalismo ocidental, mas com um processo de inserção controlado e interpretado pelo Japão. Tratava-se, portanto, de uma maneira de garantir uma inserção autônoma no sistema internacional, ainda que aceitando muitas das regras já estabelecidas.

 

Neste contexto, Meiji observou o processo de intervenções imperialistas na Ásia como uma janela de manter uma inserção ativa ao mesmo tempo em que superava as dificuldades de limitações territoriais inerentes ao Japão. A sorte da China vinha sendo discutida por britânicos, franceses, alemães e americanos, ávidos pela abertura do mercado consumidor chinês e pelo acesso às matérias-prima exóticas. Participar da ofensiva imperialista europeia contra a China também significaria adentrar ao consórcio internacional das potências coloniais. E o primeiro grande e ostensivo passo nesse sentido foi a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), quando Meiji declarou guerra à China. Com a vitória, os japoneses avançaram sobre alguns territórios na região da Península Coreana e em Taiwan, consagrando sua posição de importante ator político e militar na região. Portanto, o item está CORRETO.

99) Observe o mapa a seguir:

  • A) A herança da partilha representada no mapa acima é a existência de uma variedade de Estados cujos limites foram traçados sem se considerar profundamente elementos étnicos, religiosos e linguísticos

  • B) Compostos em maioria por “minorias étnicas” estes países encontram dificuldades a manterem-se unificados, dando espaço à governanças que atuam com mãos de ferro e governos centrais muito fortes, culminando muitas vezes em ditaduras

  • C) As duas forças locais que mais efetivamente tem desafiado tal herança fronteiriça do período neocolonial são inimigas, os curdos e o Estado Islâmico

  • D) A referida partilha entre o império francês e britânico se ratificou oficialmente com o acordo Sykes-Picot tão logo terminou a I Guerra Mundial

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A alternativa correta é letra D) A referida partilha entre o império francês e britânico se ratificou oficialmente com o acordo Sykes-Picot tão logo terminou a I Guerra Mundial

Gabarito: Letra D

 

A questão foi elaborada a partir de uma reportagem da BBC e quer saber qual é a alternativa incorreta.

 

A região apresentada no mapa era território do antigo Império Otomano que participou da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) como membro do bloco formado pela Alemanha e Áustria-Hungria.

 

Com o conflito próximo de ser encerrado, ingleses e franceses começaram com tratativas para dividir o Oriente Médio entre si. E chegaram a realizar um acordo secreto dividindo essa região em áreas de influência inglesa e francesa.

 

Esse acordo ficou conhecido como acordo Sykes-Picot e recebeu esse nome em função dos principais articuladores, dois diplomatas: Mark Sykes, britânico e François Georges-Picot, francês.

 

Mas não foi o acordo de Sykes-Picot que organizou a divisão atual do Oriente Médio. Sykes-Picot é o pontapé de uma série de longos e complexos processos de tratados, conferências, acordos e conflitos que vieram após a queda do Império Otomano e o fim da Primeira Guerra Mundial.

  

As demais estão corretas, pois:

 

Letra A:  A herança da partilha representada no mapa acima é a existência de uma variedade de Estados cujos limites foram traçados sem se considerar profundamente elementos étnicos, religiosos e linguísticos.

 

A herança para o Oriente Médio atual é uma variedade de Estados cujos limites foram traçados com pouca atenção a características étnicas, religiosas ou linguísticas.

 

Letra B:  Compostos em maioria por “minorias étnicas” estes países encontram dificuldades a manterem-se unificados, dando espaço à governanças que atuam com mãos de ferro e governos centrais muito fortes, culminando muitas vezes em ditaduras.

 

Formados quase sempre por um apanhado de minorias étnicas, esses países sofrem uma tendência natural à desintegração, a menos que sejam unificados pela mão de ferro de um líder ou por um governo central poderoso.

 

Letra C:  As duas forças locais que mais efetivamente tem desafiado tal herança fronteiriça do período neocolonial são inimigas, os curdos e o Estado Islâmico

 

As duas forças mais potentes a desafiar o legado de Sykes-Picot são inimigas mortais: os militantes do EI e os curdos do norte do Iraque e da Síria. Nos dois países, os curdos, ao combater o EI, mostraram ser os aliados mais efetivos da coalizão ocidental liderada pelos EUA, embora os dois lados dividam a determinação em redesenhar o mapa da região.

 

Referência:

 

BBC Brasil. Sykes-Picot: o acordo secreto que está na raiz de conflitos no Oriente Médio. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-36320891. Acesso: 10 ago. 2020.

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100) Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

  

Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de porte e natureza variados. No entanto, nos trinta anos seguintes, assistiu-se a uma transmutação extraordinária, para não dizer radical, dessa situação. Em 1914, com exceção da Etiópia e da Libéria, a África inteira estava submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões diversas, mas de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas. Albert Adu Boahen. A África diante do desafio colonial. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (editado por Albert Adu Boahen), 2.ª ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p. 3 (com adaptações).


Tendo o texto anterior como referência inicial, julgue (C ou E) o item que se segue.

 
  • O imperialismo estabeleceu novo paradigma de exploração colonial no continente africano, pautado a partir de então pela noção de ocupação efetiva e formalizado pela Conferência de Berlim.

A corrida imperialista do século XIX lançou as grandes potências europeias num novo tipo de empreso colonial na África e na Ásia, segundo a qual era necessário desenvolver estruturas de controle e administração coloniais de fato. Isto é, era necessário que ocorresse a ocupação efetiva do território para consolidar a posição colonial sobre ele. A Conferência de Berlim dispôs, no capítulo VI de sua Ata Geral, que a posse efetiva e reconhecida internacionalmente de áreas na costa africana só poderia ser reclamada se houvesse ocupação efetiva do mesmo território previamente. Além disso, os mecanismos diplomáticos exigiam que a potência que promovesse tal ocupação deveria comunicá-la às demais signatárias da conferência.

 

O estudante precisa ter em mente que muitas das formas anteriores de colonização supunha antes o controle político das lideranças locais numa relação de exclusivo de comércio sob uma configuração militar dissuasória. O imperialismo do século XIX, por sua vez, exigia a ocupação efetiva com a organização burocrático-institucional da colônia. Item CORRETO.

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