Logo do Site - Banco de Questões

Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso

Continua após a publicidade..

131) Observe a charge a seguir.

  • A) A reafirmação dos direitos coloniais de ingleses, franceses e portugueses, e o apoio às nações africanas independentes contra as pretensões imperialistas belgas e alemãs.
  • B) O estabelecimento de protetorados das potências imperiais e o incentivo à industrialização das colônias africanas.
  • C) A resolução dos conflitos territoriais das potências europeias e a redefinição das fronteiras entre os estados coloniais, respeitando a diversidade étnica africana.
  • D) A confirmação das possessões coloniais das potências europeias já estabelecidas na África e a distribuição de territórios para as potências imperiais emergentes.

FAZER COMENTÁRIO

Para responder à questão sobre o Imperialismo do Século XIX, é importante entender o contexto histórico em que se inseriu a Conferência de Berlim. Essa conferência foi um marco importante no processo de partilha do território africano pelas potências europeias no século XIX.

No que diz respeito às decisões tomadas nessa conferência, a alternativa correta é a letra D) A confirmação das possessões coloniais das potências europeias já estabelecidas na África e a distribuição de territórios para as potências imperiais emergentes.

Isso porque a Conferência de Berlim representou um momento crucial na partilha do continente africano entre as potências europeias. Nessa conferência, as potências europeias estabeleceram regras para a partilha do território africano, respeitando a soberania das potências europeias já estabelecidas na África e distribuindo territórios para as potências imperiais emergentes.

Essa decisão teve um impacto significativo na história da África, pois permitiu que as potências europeias consolidassem seu domínio sobre o continente e impusessem sua influência política, econômica e cultural sobre as sociedades africanas.

Portanto, é correto afirmar que a Conferência de Berlim confirmou as possessões coloniais das potências europeias já estabelecidas na África e distribuiu territórios para as potências imperiais emergentes.

132) Nas guerras das potências europeias, em matéria ou só a elas diga respeito, jamais tomamos a menor parte, nem cabe à nossa política fazê-lo. E somente quando nossos direitos são investidos ou seriamente ameaçados é que nós ressentimos injúrias ou fazemos preparativos para nossa defesa […]. É impossível que as potências aliadas estendam seu sistema político a qualquer porção deste continente sem ameaçar nossa paz e felicidade […].

  • A) O isolamento do continente americano das tensões e conflitos europeus e a disputa dos mercados africanos e asiáticos pelos produtos americanos.
  • B) A subordinação econômica da América Latina aos EUA e o alinhamento político aos interesses norteamericanos.
  • C) O estabelecimento do princípio diplomático da não intervenção estrangeira em assuntos internos dos países americanos e a criação de organismos de cooperação pan-americanos.
  • D) A abertura das economias americanas ao livre comércio internacional e o apoio incondicional norteamericano às independências latino-americanas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) A subordinação econômica da América Latina aos EUA e o alinhamento político aos interesses norte-americanos.

Essa resposta está correta pois a Doutrina Monroe, 1823, estabelece que os EUA não permitiriam a intervenção de potências europeias nos assuntos dos países americanos. Além disso, a doutrina também estabeleceu que os EUA exerceriam influência política e econômica sobre a América Latina, visando a proteger seus interesses no continente. Isso significa que os EUA estabeleceriam relações econômicas e políticas com os países latino-americanos, visando a garantir sua influência e proteger seus interesses.

Portanto, a letra B) é a alternativa correta pois apresenta a subordinação econômica da América Latina aos EUA e o alinhamento político aos interesses norte-americanos como um dos principais objetivos da Doutrina Monroe.

É importante notar que a Doutrina Monroe foi uma política externa dos EUA que visava a estabelecer a sua influência e proteger seus interesses na América Latina, ao mesmo tempo em que impedia a intervenção de potências europeias no continente. Essa política foi fundamental para a formação da política externa dos EUA na América Latina durante o século XIX.

Além disso, a Doutrina Monroe também pode ser vista como uma forma de imperialismo econômico e político, pois os EUA estabeleceram relações econômicas e políticas desiguais com os países latino-americanos, visando a exercer sua influência e proteger seus interesses. Isso significa que a Doutrina Monroe foi uma política que visava a estabelecer a hegemonia dos EUA na América Latina.

Em resumo, a letra B) é a alternativa correta pois apresenta a subordinação econômica da América Latina aos EUA e o alinhamento político aos interesses norte-americanos como um dos principais objetivos da Doutrina Monroe. Essa política foi fundamental para a formação da política externa dos EUA na América Latina durante o século XIX e pode ser vista como uma forma de imperialismo econômico e político.

133) Em nome de Deus Todo-Poderoso[…] Querendo regular de boa compreensão mútua as condições mais favoráveis ao desenvolvimento do comércio e da civilização em certas regiões da África, e assegurar a todos os povos as vantagens da livre navegação sobre os dois principais rios africanos que se lançam no oceano Atlântico; desejosos, por outro lado, de prevenir os mal-entendidos que poderiam originar, no futuro, as novas tomadas de posse nas costas da África das populações aborígines, resolveram sob convite que lhes enviou o Governo Imperial Alemão, em concordância com o governo da República Francesa, reunir para este fim uma Conferência em Berlim[…].

  • A) Divisão internacional do trabalho e fortalecimento das democracias nos países colonizados.
  • B) Estabelecimento da concorrência nos moldes propugnados por Adam Smith na “Riqueza das Nações” e incentivo aos fluxos migratórios em direção à África e à Ásia.
  • C) Partilha do mundo entre as grandes potências europeias capitalistas e estabelecimento de instituições globais de governança.
  • D) Concentração de capital com formação de monopólios e disputas territoriais em busca de matérias primas e mercados consumidores.

FAZER COMENTÁRIO

A resposta certa é a letra D) Concentração de capital com forma de monopólios e disputas territoriais em busca de matérias-primas e mercados consumidores.

Essa alternativa apresenta duas características fundamentais do imperialismo do século XIX. Em primeiro lugar,<|begin_of_text|>2000 a concentração de capital em forma de monopólios, que ocorreu quando as grandes potências europeias capitalistas buscassem expandir seus negócios e interesses econômicos em todo o mundo. Isso levou à formação de grandes empresas que dominaram os mercados e exploraram os recursos naturais das colônias.

Em segundo lugar, a disputa territorial em busca de matérias-primas e mercados consumidores também foi uma característica marcante do imperialismo do século XIX. As potências europeias competiam entre si para estabelecer colônias e proteger os interesses econômicos em diferentes regiões do mundo. Isso levou a uma série de conflitos e guerras, como a Guerra dos Bôeres na África do Sul e a Guerra Hispano-Americana, que redesenhou o mapa do mundo.

Portanto, a alternativa D apresenta uma visão mais completa e precisa do imperialismo do século XIX, destacando a concentração de capital e a disputa territorial como característica fundamental desse fenômeno histórico.

134) “Muita gente no chamado mundo ocidental ou metropolitano, bem como seus parceiros do Terceiro Mundo ou das ex-colônias, concorda que a época do grande imperialismo clássico, o qual atingiu seu clímax na “era do império”, segundo a descrição de Eric Hobsbawm, e terminou mais ou menos formal com o desmantelamento das grandes estruturas coloniais após a Segunda Guerra Mundial, continua a exercer, de uma ou outra maneira, uma influência cultural considerável no presente. Pelas mais variadas razões, sente-se uma nova premência de entender o que permanece ou não permanece do passado, e essa premência se introduz nas percepções do presente e do futuro” (SAID, E. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 38”.

  • A) entre 1870 e 1914, a Europa Ocidental e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, da Ásia, da Oceania e da América Latina.

  • B) esse período ficou conhecido como imperialista, e as causas dessa expansão foram diversas. No entanto, todas se relacionam com o desenvolvimento do capitalismo industrial nos países imperialistas.

  • C) o imperialismo tinha outras máscaras e razões mais sutis e menos transparentes. A conquista militar e política de milhões de seres humanos de outras raças e culturas era induzida pela exportação de capitais que não rendiam juros suficientes na Europa.

  • D) jogo político significou que qualquer mudança de posição, de poder, dentro e fora da Europa, prejudicaria o vizinho. Nesse sentido, a formação de um império colonial por parte de um país foi vista como instrumento de força e prestígio que podia romper o equilíbrio entre as potências.

  • E) o temor de que uma potência estrangeira ameaçasse uma possessão colonial estimulava a conquista de uma fronteira mais extensa. Foi a esse elemento a que alguns historiadores chamaram de um “acumulativo processo preventivo”

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) entre 1870 e 1914, a Europa Ocidental e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, da Ásia, da Oceania e da América Latina.

Gabarito: ALTERNATIVA A

  

“Muita gente no chamado mundo ocidental ou metropolitano, bem como seus parceiros do Terceiro Mundo ou das ex-colônias, concorda que a época do grande imperialismo clássico, o qual atingiu seu clímax na “era do império”, segundo a descrição de Eric Hobsbawm, e terminou mais ou menos formal com o desmantelamento das grandes estruturas coloniais após a Segunda Guerra Mundial, continua a exercer, de uma ou outra maneira, uma influência cultural considerável no presente. Pelas mais variadas razões, sente-se uma nova premência de entender o que permanece ou não permanece do passado, e essa premência se introduz nas percepções do presente e do futuro” (SAID, E. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 38”.

 

Sobre o imperialismo é INCORRETO afirmar que:

  • a)  entre 1870 e 1914, a Europa Ocidental e os Estados Unidos arquitetaram a conquista política, econômica e cultural da África, da Ásia, da Oceania e da América Latina.

Como fica claro no enunciado, não se pode resumir o imperialismo clássico, que emerge na década de 1870 e entrará em crise definitiva a a partir de 1945, à influência ou ao predomínio político, econômico e cultural; mas sim ao estabelecimento de administração colonial direta a partir do poder metropolitano. Eram impérios coloniais de fato, dividindo territórios e formando soberanias europeias em vários pontos do planeta. Entre os europeus, Reino Unido e França formara a vanguarda da corrida colonial, dividindo territorialmente a África e a Ásia em vastas porções de suas administrações coloniais. No caso dos Estados Unidos, houve, de fato, uma expansão na direção do Caribe e, principalmente, para o Pacífico no final do século XIX. No entanto, é bastante incorreto dizer que a América Latina foi um grande alvo da corrida imperialista, já que as independências das repúblicas da região jamais foram realmente ameaçadas, ainda que houvesse um importante predomínio econômico das potências centrais. Por ser a única a apresentar erros, esta é a ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  esse período ficou conhecido como imperialista, e as causas dessa expansão foram diversas. No entanto, todas se relacionam com o desenvolvimento do capitalismo industrial nos países imperialistas.

A primeira frase da alternativa é uma platitude e é difícil compreender o que o avaliador buscava aqui. Mas, de fato, não é possível definir uma causa única para a corrida imperialista, afinal envolveu diferentes potências em diferentes contextos. No entanto, há uma importante covariação entre todas as potências imperialistas: estavam todas profundamente envolvidas com o desenvolvimento da Segunda Revolução Industrial, disputando mercados internacionais e buscando desenvolver seus parques domésticos, o que envolvia acesso a matérias primas e a dinamização dos mercados. Sem erros na alternativa.

 
  • c)  o imperialismo tinha outras máscaras e razões mais sutis e menos transparentes. A conquista militar e política de milhões de seres humanos de outras raças e culturas era induzida pela exportação de capitais que não rendiam juros suficientes na Europa.

Os vultuosos lucros dos parques industriais europeus geravam excedentes de capitais que já não encontravam espaços financeiros adequados nos mercados centrais. A possibilidade de realizar novos investimentos em infraestrutura, de controlar novos mercados consumidores e ampliar suas áreas de atuação era uma pressão importante na corrida imperialista: o sistema capitalista como um todo precisava transbordar os limites do desenvolvimento das economias centrais - que também ampliavam suas capacidades comerciais. Os lucros e a dinamização econômica oriundos desse processo ofereciam grandes atrativos econômicos para o estabelecimento dos impérios coloniais. Sem erros na alternativa.

 
  • d)  jogo político significou que qualquer mudança de posição, de poder, dentro e fora da Europa, prejudicaria o vizinho. Nesse sentido, a formação de um império colonial por parte de um país foi vista como instrumento de força e prestígio que podia romper o equilíbrio entre as potências.

O quarto final do século XIX na Europa foi marcado por um tenso equilíbrio político-militar entre as potências centrais. A ascensão alemã, a força comercial britânica e a estabilização política francesa reforçavam as tensões centrais na política internacional. Nesse contexto a expansão imperialista era um novo fator de incerteza: o pioneirismo de uma das potências poderia significar uma vantagem irreversível dentro desse equilíbrio. A amplitude dos impérios coloniais foi, de fato, uma componente de prestígio e de demonstração de força entre essas potências, mas também um fator de acirramento decisivo das rivalidades. Sem erros na alternativa.

 
  • e)  o temor de que uma potência estrangeira ameaçasse uma possessão colonial estimulava a conquista de uma fronteira mais extensa. Foi a esse elemento a que alguns historiadores chamaram de um “acumulativo processo preventivo”

Esta alternativa é, praticamente, um corolário da anterior. O "acumulativo processo preventivo" é uma resultante direta da incerteza estrutural resultante da expansão imperialista -  daí, o reforço da lógica da corrida imperialista para se evitar um desvantagem definitiva no frágil equilíbrio central. Ou seja, as duas alternativas acabam por se anular mutuamente, já que, dado que estão conectadas, as duas não poderiam estar simultaneamente erradas. Sem erros na alternativa.

  

Sem mais, a única a apresentar erros é a ALTERNATIVA A.

135) Martin Meredith (2017) afirmou que “A Bélgica encarava o Congo essencialmente como um bem valioso que só precisava de uma boa gestão. Desde o fim do Estado Livre do Congo, do rei Leopoldo, em 1908, os assuntos do Congo tinham sido controlados rigidamente de Bruxelas, por um pequeno grupo de gestão que representava uma aliança entre o governo, a Igreja Católica e empresas”. Sobre a região do Congo, durante o século XX, analise as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

  • A) V – V – V – V.

  • B) V – F – F – V.

  • C) F – V – V – F.

  • D) V – F – V – F.

  • E) F – F – F – F.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) V – F – V – F.

Gabarito: Letra D

 

Trata-se de uma questão que foi elaborada com base no livro do historiador Martin Meredith, portanto, bem específica.

 

A sequência correta é V, F, V, F.

 

Vamos analisar proposição por proposição.

 

(V) Em essência, o governo providenciava a administração, a Igreja cuidava da educação e do bem-estar moral e as mineradoras produziam a receita para manter a empreitada.

 

O Congo-Belga foi um território da África explorado pela Bélgica. Era uma propriedade pessoal do rei dos belgas, Leopoldo II. Uma vez que os assuntos da colônia eram controlados pela Igreja, pelas empresas de mineração e negócios e pelo próprio rei, era nítida a divisão exercida na sociedade congolesa. A Igreja cuidava da educação e do bem-estar moral, as mineradoras produziam a receita para manter a empreitada colonial e o rei era o administrador de tudo.

  

(F) O Congo era um empreendimento lucrativo em virtude da profusão de cobre, diamantes e urânio, o que permitia que a Bélgica mantivesse um quadro de lei, ordem e desenvolvimento limitado à capital da região.

 

Essa proposição tornou-se falsa ao dizer que a lei, ordem e desenvolvimento estava restrita à capital, quando, na verdade, a lei, a ordem e o desenvolvimento valia para toda a colônia belga, das cidades ao mundo rural.

 

(V) Os missionários eram ativos na construção de escolas primárias e clínicas e as mineradoras, no leste do Congo, ofereciam a seus funcionários habitação, sistemas de previdência e formação técnica, na expectativa de que com educação rígida, liderança sábia e benefícios materiais suficientes, a população ficaria contente com o governo.

 

De acordo com Martin Meredith essas ações promovidas por missionários e pelas mineradoras eram vistas como importantes para que a população congolesa ficasse contente com o governo belga para o resto das vidas.

 

(F) Os congoleses foram encorajados a se formar como funcionários administrativos, médicos, advogados ou arquitetos, o que favoreceu a formação de uma elite negra que como comunidade privilegiada, tornou-se proprietária de terra e passou a ter o direito de cidadania belga.

 

Segundo Martin Meredith, embora os congoleses fossem encorajados a se formar como funcionários administrativos, auxiliares de enfermagem ou mecânicos, eram proibidos de se tornarem médicos, advogados ou arquitetos. Os belgas reprimiram o surgimento de uma elite negra, que poderia exigir uma mudança no sistema.

 

Referência:

 

MEREDITH, Martin. O destino da África. Cinco mil anos de riquezas, ganância e desafios. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

136) As explicações para os fatores que permitiram a extensão e consolidação dos britânicos do território da Índia estão relacionadas às cuidadosas alianças feitas ao longo de décadas e também à uma bem-sucedida estratégia de explorar as divisões e fragilidades dos regentes indianos.

  • A) Os franceses, rivais europeus mais próximos, foram desarticulados desde meados do século XVIII com as decisões políticas de contenção em Paris.

  • B) Os regentes indianos antibritânicos, tais como Haider Ali e Tipu Sultan não conseguiram assegurar amplas coalizões contra os longos conflitos com britânicos que fizeram uso de alianças com regentes locais.

  • C) A conquista da Índia despertava grande interesse do público britânico, por isso houve uma grande campanha nacional para o engrandecimento imperial e as batalhas na Índia geraram muitos custos para o contribuinte britânico.

  • D) Houve uma significativa prosperidade da Companhia Britânica das Índias Orientais nos negócios advindos principalmente dos tributos recolhidos nas regiões de Madras, Bombaim e Bengala – os lucros com as vendas de têxteis de algodão atraíram jovens britânicos para servir junto a companhia.

  • E) Nenhuma das alternativas anteriores.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) A conquista da Índia despertava grande interesse do público britânico, por isso houve uma grande campanha nacional para o engrandecimento imperial e as batalhas na Índia geraram muitos custos para o contribuinte britânico.

Gabarito: Letra C

 

A questão foi formulada com base no livro História da Ásia do historiador Emiliano Unzer, portanto, trata-se de uma questão bem específica.

 

Em primeiro lugar essa alternativa não expressa fatores de dominação da Índia. Em segundo lugar, a banca alterou alguns trechos originais.

 

Segundo o autor, a conquista da Índia não despertou grande interesse do público britânico, sem quaisquer campanhas nacionais para engrandecer o império. Em relação as batalhas em solo indiano, não geraram muitos custos para os britânicos, porque foram empregados soldados indianos e mercenários.

 

Comentários das outras alternativas:

 

Letra A: Os franceses, rivais europeus mais próximos, foram desarticulados desde meados do século XVIII com as decisões políticas de contenção em Paris.

 

Alternativa correta e que apresenta um dos fatores de dominação da Índia.

 

Letra B: Os regentes indianos antibritânicos, tais como Haider Ali e Tipu Sultan não conseguiram assegurar amplas coalizões contra os longos conflitos com britânicos que fizeram uso de alianças com regentes locais.

 

Alternativa correta que aponta para mais um fator de dominação inglesa na Índia.

 

Letra D: Houve uma significativa prosperidade da Companhia Britânica das Índias Orientais nos negócios advindos principalmente dos tributos recolhidos nas regiões de Madras, Bombaim e Bengala – os lucros com as vendas de têxteis de algodão atraíram jovens britânicos para servir junto a companhia.

 

Alternativa correta, pois a conquista da Índia asseguraria a continuidade dos lucros da Companhia Britânica das Índias Orientais que arrecadava recursos de tributos e das vendas de têxteis de algodão.

 

Letra E: Nenhuma das alternativas anteriores.

               

Verificamos que existem três alternativas que apresentam fatores de dominação (letras A, B e D).

 

Referências:

 

UNZER, Emiliano. História da Ásia.EUA: Amazon, 2019.

137) Muito pouco se sabe acerca do ocorrido nos bastidores da diplomacia europeia, capaz de informar propósitos e resultados das negociações que culminaram em um dos períodos mais violentos da época contemporânea. O que parece consensual, no entanto, foram os quatro principais motivos que levaram à realização da Conferência.

  • A) a intenção dos Estados Unidos em obter espaços de exploração na África e a preocupação anglo-francesa com as recorrentes revoltas coloniais.

  • B) a inquietação das potências imperialistas europeias com o recrudescimento do escravismo na África e o intento francês de emancipar os seus domínios coloniais.

  • C) a preocupação francesa com a rápida expansão alemã na África e o interesse da Espanha em conquistar regiões sob o domínio britânico.

  • D) a proposta britânica de articular economicamente a África e o projeto francês de redistribuir os domínios coloniais entre todas as nações europeias.
  • E) o objetivo do rei Leopoldo II, da Bélgica, em fundar um império ultramarino na África, e a busca de Portugal pelos territórios que ligassem Angola a Moçambique.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) o objetivo do rei Leopoldo II, da Bélgica, em fundar um império ultramarino na África, e a busca de Portugal pelos territórios que ligassem Angola a Moçambique.

Gabarito: ALTERNATIVA E

  

Muito pouco se sabe acerca do ocorrido nos bastidores da diplomacia europeia, capaz de informar propósitos e resultados das negociações que culminaram em um dos períodos mais violentos da época contemporânea. O que parece consensual, no entanto, foram os quatro principais motivos que levaram à realização da Conferência. (Leila Leite Hernandez, A África na sala de aula: visita à história contemporânea)

 

 Entre os motivos para a realização da Conferência de Berlim, Hernandez apresenta

  • a)  a intenção dos Estados Unidos em obter espaços de exploração na África e a preocupação anglo-francesa com as recorrentes revoltas coloniais.

Convocada para discutir a situação colonial da bacia do rio Congo, a Conferência de Berlim reuniu apenas potências europeias. Ou seja, não faz sentido se falar da presença dos Estados Unidos na reunião. Por fim, há de se lembrar o estudante que o imperialismo americano se expressou no Pacífico, e não em colônias pela África. Alternativa errada.

 
  • b)  a inquietação das potências imperialistas europeias com o recrudescimento do escravismo na África e o intento francês de emancipar os seus domínios coloniais.

A Conferência de Berlim aconteceu em 1885, quando o tráfico negreiro no Atlântico já estava completamente esvaziado. Lembre-se o estudante que os Estados Unidos haviam encerrado a escravidão em 1864, enquanto o Brasil proibira o tráfico de escravos em 1850. Além disso, as colônias francesas na África só alcançariam a independência despois de intensa luta de libertação em meados do século XX. Alternativa errada.

 
  • c)  a preocupação francesa com a rápida expansão alemã na África e o interesse da Espanha em conquistar regiões sob o domínio britânico.

Ora, a Espanha era uma potência em franca decadência no final do século XIX, ao passo que o imperialismo britânico estava em todo seu esplendor. Ou seja, não seria possível à Espanha requerer qualquer fração de território colonial britânico na Conferência de Berlim. A Alemanha tinha, sim, pretensões imperialistas sobre a África, no entanto, era uma potência retardatária no processo e não chegava a rivalizar com França e Reino Unido. Alternativa errada.

 
  • d)  a proposta britânica de articular economicamente a África e o projeto francês de redistribuir os domínios coloniais entre todas as nações europeias.

A França era uma das duas principais potências coloniais na África, ao lado do Reino Unido; ou seja, não fazia parte dos seus interesses a redistribuição dos territórios africanos. Pelo contrário, interessava à França a confirmação das fronteiras coloniais existentes naquele último quarto do século XIX. Além disso, interessava ao Reino Unido manter o domínio econômico sobre suas colônias, e não a sua integração na economia internacional. Alternativa errada.

 
  • e)  o objetivo do rei Leopoldo II, da Bélgica, em fundar um império ultramarino na África, e a busca de Portugal pelos territórios que ligassem Angola a Moçambique.

Formalmente, a Conferência de Berlim foi convocada para discutir a situação da bacia do Rio Congo. A proposta portuguesa era de assumir o controle sobre o estuário do Congo ao mesmo tempo em que consolidaria suas colônias da Costa à Contra-costa; isto é, de Angola a Moçambique. Por sua vez, o rei belga se colocava como uma força de estabilização, criando uma zona tampão entre os impérios coloniais. A formação do Congo belga teria essa função central de isolar tensões na região do rio Congo, afastando fronteiras entre as experiências imperiais de França e Reino Unido. ALTERNATIVA CORRETA.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

138) Leia o texto com atenção: “Política externa expansionista (ocupação e controle político, militar e econômico de territórios em diferentes continentes) – desenvolvida pelas potências europeias a partir da Revolução Industrial (ANDRADE, 1997).” Que movimento foi esse?

  • A) Imperialismo.
  • B) Mercantilismo.
  • C) Descolonização.
  • D) Industrialismo.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) Imperialismo.

Explicação: O texto apresenta uma definição do imperialismo do século XIX, que se caracteriza pela política externa expansionista, ou seja, a ocupação e controle político, militar e econômico de territórios em diferentes continentes, desenvolvida pelas potências europeias a partir da Revolução Industrial.

Essa definição não se refere ao mercantilismo, que foi uma política econômica adotada por vários países europeus entre os séculos XVI e XVIII, que visava ao aumento da riqueza nacional por meio do comércio e da exploração colonial.

Também não se refere à descolonização, que foi um processo histórico que ocorreu no século XX, em que os países colonizados conquistaram sua independência política e econômica.

E não se refere ao industrialismo, que foi uma revolução tecnológica e econômica que ocorreu na Europa e nos EUA no século XIX, que substituiu a produção artesanal pela produção em massa.

Portanto, a alternativa correta é a letra A) Imperialismo, que se refere ao processo histórico específico descrito na definição.

139) A Inglaterra não só os produzia em condições técnicas mais avançadas do que o resto dos países, como os transportava e distribuía. Tinha, pois, necessidades de mercados, e foi por isso que se esforçou, naquela etapa de sua história, para criá-los e desenvolvê-los. O Tratado de Methuen em 1703 estabelecia a compra dos tecidos ingleses por parte de Portugal, enquanto a Inglaterra se comprometia a adquirir a produção vinícola dos lusitanos.

  • A) aplicação de práticas liberais.
  • B) estagnação de superávit mercantil.
  • C) obtenção de privilégios comerciais.
  • D) promoção de equidade alfandegária.

  • E) equiparação de reservas monetárias.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) obtenção de privilégios comerciais.

Gabarito: ALTERNATIVA C

SODRÉ, N. W. As razões da independência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969 (adaptado).

  • a) aplicação de práticas liberais.

A liberalização de mercados não foi uma consequência do tratado, mas sim a sua causa. Um tratado de abertura comercial bilateral, naquele momento, tinha profunda influência das práticas liberais nascentes na Inglaterra. Ainda que Portugal estivesse distante do mundo liberal e da monarquia constitucional, a Inglaterra já tinha certa familiaridade com esse pensamento. Alternativa errada.

  • b) estagnação de superávit mercantil.

O tratado comercial em tela tinha uma assimetria fundamental: o volume de exportações de tecidos era muito superior ao volume de importações de vinhos de Portugal. Para a Inglaterra, portanto, significava um grande aumento das exportações da sua nascente indústria ao passo que havia um pequeno incremento das importações vindas de Portugal. Ou seja, o superávit comercial foi sensivelmente ampliado na esteira do tratado. Alternativa errada.

  • c) obtenção de privilégios comerciais.

A alternativa é bastante óbvia e tem plena adesão ao texto do início da questão. Os privilégios comerciais eram o centro do interesse inglês naquela alvorada da industrialização. Abrir o mercado português para os produtos têxteis foi um grande feito da política comercial inglesa, uma vez que ampliava de maneira expressiva a demanda tanto pelo reino quanto por todo o mundo colonial português. ALTERNATIVA CORRETA.

  • d) promoção de equidade alfandegária.

Quando se fala em "equidade alfandegária", está sendo tratado de um acordo muito mais amplo, com a equalização de todas as tarifas. No caso do Tratado de Methuen, eram apenas dois produtos em tela: vinhos e tecidos. Ou seja, não se tratava de uma abertura comercial de maior fôlego e tampouco respondia a um acordo mais profundo. Alternativa errada.

  • e) equiparação de reservas monetárias.

O Tratado não tinha qualquer relação direta com a a política monetária, estando restrito à esfera comercial. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

Continua após a publicidade..

140) Texto

  • A) na imposição de valores culturais ocidentais sobre as sociedades africanas, no processo de colonização imperialista e na releitura destes valores como forma de resistência e de luta no processo de descolonização, o que pode ser identificado nos versos Se o rei Zulu já não pode andar nu / Salve a batina do bispo Tutu.
  • B) nas ideias de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa, simbolizadas pelas cores azul, vermelha e branca, fundamentando os princípios do Congresso de Viena e da independência das colônias africanas, o que pode ser identificado nos versos Ó, Deus do céu da África do sul / Do céu azul da África do sul / Tornai vermelho todo sangue azul.
  • C) na Revolta da Chibata e na Revolta da Vacina contra a permanência da utilização de castigos físicos e na ausência de remuneração monetária dos camponeses e operários das nascentes indústrias brasileiras, durante a Primeira República, o que pode ser identificado nos versos Já que vermelho tem sido todo sangue derramado / Todo corpo, todo irmão, chicoteado, iô.
  • D) no surgimento de movimentos marxistas armados na América Latina e na África, que possibilitaram a ascensão ao poder de governos de esquerda como os de Hugo Chávez na Venezuela e de Nelson Mandela na África do Sul, o que pode ser identificado nos versos Senhor da selva africana, irmã da selva americana / Nossa selva brasileira de Tupã.
  • E) na luta pela reforma agrária, através de movimentos que extinguiram o latifúndio, como na adoção da Lei de Terras no Brasil Imperial e nos treze anos dos governos do PT, contribuindo para o desaparecimento do MST, o que pode ser identificado nos versos Revogai da intolerância a lei / Devolvei o chão a quem do chão foi criado.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) na imposição de valores culturais ocidentais sobre as sociedades africanas, no processo de colonização imperialista e na releitura destes valores como forma de resistência e de luta no processo de descolonização, o que pode ser identificado nos versos Se o rei Zulu já não pode andar nu / Salve a batina do bispo Tutu.

Gabarito: ALTERNATIVA A

 

O conflito entre concepções e Estados opressores e a luta pela liberdade é uma constante na história das sociedades humanas, como se identifica

  • a)  na imposição de valores culturais ocidentais sobre as sociedades africanas, no processo de colonização imperialista e na releitura destes valores como forma de resistência e de luta no processo de descolonização, o que pode ser identificado nos versos Se o rei Zulu já não pode andar nu / Salve a batina do bispo Tutu.

De fato, o processo de colonização do século XIX foi seguido da imposição de valores europeus às sociedades colonizadas. Ocorre que o pensamento esboçado na alternativa faz referência ao chamado "fardo do homem branco" e foi muito influente na Europa do período. Segundo essa linha interpretativa, as sociedades industriais europeias representavam o mais elevado nível de desenvolvimento jamais experimentado, bem como a sociedade europeia de uma maneira geral, significava o mais fino desenvolvimento humano. Além disso, entendia-se que as sociedades se desenvolviam em etapas sucessivas, teleologiamente organizadas, nas quais o mundo europeu deveria representar a plena maturidade da espécie, enquanto as sociedades encontradas na África e na Ásia seriam algo como a infância da espécie humana. Consequentemente, para o imperialismo, isso significava que caberia o direito de tutela sobre aqueles povos como uma forma de exportar o desenvolvimento e os valores fundamentais da civilização. Trata-se, óbvio, de uma compreensão extremamente racista e eurocêntrica do mundo e da espécie humana como um todo. Isso explica o verso "o rei Zulu já não pode andar nu". O verso seguinte, porém, faz referência ao arcebispo anglicano Desmond Tutu, que foi uma das mais importantes lideranças sul-africanas na luta contra o apartheid. Por isso, a referência ao bispo Tutu como nova forma de resistência aos ecos da colonização na África do Sul. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • b)  nas ideias de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa, simbolizadas pelas cores azul, vermelha e branca, fundamentando os princípios do Congresso de Viena e da independência das colônias africanas, o que pode ser identificado nos versos Ó, Deus do céu da África do sul / Do céu azul da África do sul / Tornai vermelho todo sangue azul.

A alternativa é bastante confusa, mas está invariavelmente errada. O Congresso de Viena (1815) foi convocado para reorganizar a Europa depois do período napoleônico. Tratava-se de um espírito profundamente reacionário, que via nos lemas da Revolução Francesa um risco grande à ordem legítima, que era aquela do Antigo Regime na Europa. Portanto, não faz sentido se falar que as ideias revolucionárias de 1789 foram o esteio para as discussões de Viena em 1815. Além disso, o período das independências afro-asiáticas está concentrado entre as décadas 1940 e 1970; ou seja, muito distante dos eventos associados. Alternativa errada.

 
  • c)  na Revolta da Chibata e na Revolta da Vacina contra a permanência da utilização de castigos físicos e na ausência de remuneração monetária dos camponeses e operários das nascentes indústrias brasileiras, durante a Primeira República, o que pode ser identificado nos versos Já que vermelho tem sido todo sangue derramado / Todo corpo, todo irmão, chicoteado, iô.

A Revolta dos Marinheiros de 1910 (também conhecida como Revolta da Chibata) foi um levante de quatro dias ocorrido em novembro daquele ano sob a liderança de João Cândido. Naquele momento, a Marinha estava sendo modernizada ao mesmo tempo em que mantinha práticas de disciplina e de controle sobre os subalternos bastante atrasadas. Na prática, isso implicava em restringir a participação negra aos postos mais baixos da hierarquia ao mesmo tempo em que essa mesma hierarquia permitia que os oficiais (praticamente todos brancos) pudessem usar de castigos físicos contra os subalternos mesmo para transgressões leves. O plano dos amotinados foi assumir o controle dos dois modernos couraçados recém-adquiridos pela Marinha além de algumas outras embarcações centrais para o funcionamento da Força. Com os marinheiros no controle dos navios sem a possibilidade de resposta violenta livre grandes prejuízos para o Estado, o governo foi forçado a negociar e o Parlamento agiu para aprovar leis que flexibilizassem as relações entre os marinheiros negros e a Marinha e que proibiam o açoite como medida disciplinar. Ainda que os revoltosos tenham sido anistiados num primeiro momento, acabaram sendo perseguidos e expulsos da carreira militar nos meses seguintes. Em 1904, o Rio de Janeiro estava vivendo as suas grandes reformas urbanísticas e sanitárias sob o comando do prefeito Pereira Passos. Por um lado, havia o plano da modernização e do embelezamento à europeia de toda a capital da República, abrindo largas avenidas e transformando a arquitetura do Rio de Janeiro. Por outro, havia um esforço de sanitização urbana, combatendo doenças endêmicas e enfrentando grandes desafios de saneamento básico e de higienização. No entanto, ao fundo de todas essas medidas, estava uma série de políticas públicas de baixíssima sensibilidade social, fazendo com que as classes menos favorecidas sofressem parte significativa das perdas e das perseguições em meio às reformas. Para a abertura das novas avenidas no antigo centro carioca, foram demolidos prédios que serviam de cortiços aos mais pobres, bem como se perseguia abertamente o entretenimento popular em nome da moralidade pública da capital. Consequentemente, uma grande massa de desvalidos foi condenada à repressão policial e a um gravíssimo achatamento da qualidade de vida: excluídos para subúrbios distantes, vendo o custo de vida disparar e sentindo a criminalização do seu cotidiano. As insatisfações sociais com as reformas chegavam a patamares explosivos sem que fosse dada qualquer forma de atenção mais séria. Em 1904, sob a orientação de Oswaldo Cruz, seria lançada a vacinação obrigatória contra a varíola, doença endêmica que afetava gravemente a cidade. Sem nenhuma forma de comunicação efetiva com a população, a campanha foi lançada sobre os mais pobres com a rotineira violência policial, impondo a vacinação e abrindo espaço para toda sorte de hipóteses conspiratórias depois de tantos abusos contra essa mesma população. Temendo a vacinação, a população se amotinou num movimento espontâneo e altamente explosivo, levando a capital ao caos social por dias. Alternativa errada.

 
  • d)  no surgimento de movimentos marxistas armados na América Latina e na África, que possibilitaram a ascensão ao poder de governos de esquerda como os de Hugo Chávez na Venezuela e de Nelson Mandela na África do Sul, o que pode ser identificado nos versos Senhor da selva africana, irmã da selva americana / Nossa selva brasileira de Tupã.

Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em 1999 por meio de eleições livres ao mesmo tempo em que o país optava por um processo constituinte. Já o caso sul-africano ficaria marcado pela luta pacífica de Nelson Mandela e de Desmond Tutu contra o regime do apartheid. Nelson Mandela foi um dos principais nomes da luta contra o regime segregacionista na África do Sul, motivo que o levou à cadeia por quase trinta anos. Sua proposta central era a resistência pacífica, incitando manifestações populares e a luta legal nos tribunais para defender negros enquadrados nas leis segregacionistas. Ao ser libertado, propôs um processo de união nacional a partir do fim do apartheid. Consequentemente, consolidou-se como a principal força política da África do Sul e seria o primeiro presidente negro do país, tendo sido democraticamente eleito em 1994. Alternativa errada.

 
  • e)  na luta pela reforma agrária, através de movimentos que extinguiram o latifúndio, como na adoção da Lei de Terras no Brasil Imperial e nos treze anos dos governos do PT, contribuindo para o desaparecimento do MST, o que pode ser identificado nos versos Revogai da intolerância a lei / Devolvei o chão a quem do chão foi criado.

O MST continua sendo um movimento social ativo mesmo após os governos do Partido dos Trabalhadores. Ainda que alguns esforços tenham sido feitos no sentido de dar função social à terra no período, há de se observar que o país ainda segue muito distante de um processo real de reforma agrária. Editada em 1850 para reformar a estrutura fundiária brasileira, a Lei de Terras foi um marco importantíssimo no caminho do fortalecimento dos latifúndios na longa jornada agro-fundiária brasileira. A partir da sua promulgação, o Estado brasileiro levava a proteção da propriedade privado para um novo momento, já que só eram reconhecidas e válidas aquelas propriedades que dispusessem de registros cartoriais, cujos custos eram impeditivos para a grande maioria da população brasileira. Até então, a ocupação efetiva de terras devolutas era o suficiente para assegurar a posse, permitindo que as pequenas lavouras, que eram praticamente desconectadas das redes comerciais baseadas no dinheiro, sobrevivessem dentro de certa legalidade sem que passassem pelos ritos de formalização. A partir da Lei de Terras, esses proprietários que baseavam sua vida econômica na troca de mercadorias se viam obrigados a pagar em dinheiro pesadas taxas cartoriais para formalizarem suas propriedades, que passavam para a ilegalidade sem os devidos registros em escrituras. Na prática, isto significava que apenas os grandes proprietários, por estarem conectados com os grandes fluxos de comércio formal (ou seja, por terem reservas monetárias), pudessem realizar a transição para o regime cartorial e registrar suas propriedades. Desta forma, o novo momento de proteção da propriedade privada passou por etapas que fragilizaram ao extremo os pequenos proprietários, que dependeram da "proteção" dos latifundiários para manter a posse de suas terras. Isto é, o latifúndio já estabelecido acabou por aglutinar as pequenas propriedades que não tinham condições de realizar a transição. Consequentemente, também foi aumentada a dificuldade de acesso à propriedade rural pelos novos camponeses, uma vez que foi estabelecido um sistema rígido com pouco diálogo com a realidade da pequena lavoura brasileira. Paralelamente, aumentava-se o poder das elites locais sobre os pequenos proprietários, que passavam a lhes dever ainda mais obediência por conta dos "favores" feitos para assegurar as terras - o apadrinhamento político-econômico. Alternativa errada.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

1 12 13 14 15 16 18