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Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso

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161) […] o surgimento dos movimentos operários ou, de maneira mais geral, da política democrática teve uma relação nítida com o surgimento do “novo imperialismo”. A partir do momento em que o grande imperialista Cecil Rhodes observou em 1895 que, para evitar a guerra civil, era preciso se tornar imperialista, a maioria dos observadores se conscientizou do assim chamado “imperialismo social” […]

  • A) a política de expansão econômica europeia baseada na introdução de atividades industriais em regiões de outros continentes, como a América e a Ásia.
  • B) a tentativa de usar a expansão imperial com o intuito de diminuir o descontentamento interno por meio de avanço econômico ou reforma social, entre outras maneiras.
  • C) a opção das potências europeias em contribuir com a autonomia política, econômica e tecnológica de espaços coloniais africanos e asiáticos.
  • D) a ideologia das classes médias das nações desenvolvidas, que defendia um intercâmbio entre os trabalhadores metropolitanos e coloniais.
  • E) a concepção de que os ganhos dos trabalhadores das nações industrializadas precisavam ser repassados para os trabalhadores dos espaços coloniais.

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162) Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre a História Global.

  • A) V • F • V • V • F
  • B) V • F • F • V • V
  • C) F • V • V • V • F
  • D) F • V • V • F • V
  • E) F • F • V • V • V

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A resposta certa é a alternativa C) F; V; V; V; F.

Vamos analisar cada afirmação:

(1) Surgiu no século XIX, como reação ao imperialismo e à produção da historiografia fragmentada e temática. Falso. A História Global não surgiu como reação ao imperialismo, mas sim como uma tentativa de entender a história em uma perspectiva mais ampla, considerando a interconexão entre as diferentes regiões do mundo.

(2) Categoria de estudos que analisa os fenômenos, eventos e processos históricos inseridos em contexto global. Verdadeiro. A História Global é justamente uma abordagem que busca analisar a história de forma mais ampla, considerando as conexões entre as diferentes regiões do mundo e como elas se influenciaram mutuamente.

(3) Caracteriza-se pelas críticas à historiografia fundada no eurocentrismo e nas histórias nacionais. Verdadeiro. A História Global critica a abordagem eurocêntrica da história, que considera a Europa como o centro do mundo, e também questiona a visão das histórias nacionais que se concentram apenas em uma região específica.

(4) Investiga os processos de conexões e interações entre a comunidade humana, na perspectiva de que as histórias regionais e nacionais estão em conexão. Verdadeiro. A História Global busca entender como as diferentes regiões do mundo se conectaram e se influenciaram mutuamente ao longo da história.

(5) No estabelecimento desta perspectiva foram fundamentais as produções historiográficas publicadas na Rússia, China e Índia. Falso. Embora esses países tenham contribuído para o desenvolvimento da História Global, não foram fundamentais para o estabelecimento desta perspectiva.

163) “O êxito espetacular do exército japonês (na base do alistamento obrigatório) contra a China em 1894-1895 e da marinha contra a Rússia czarista em 1905, e mais a anexação de Taiwan (1895) e da Coreia (1910), todos propagandeados através das escolas e da imprensa, foram de imensa valia para criar a impressão geral de que a oligarquia conservadora era uma representante autêntica da nação, enquanto os japoneses começavam a se imaginar membros dela”.

  • A) O projeto expansionista e o já consolidado sentimento nacional.
  • B) A inspiração no nacionalismo russo e a força dos grupos dominantes apoiados pelo nacionalismo popular.
  • C) A força da oligarquia progressista-expansionista e a aliança com a aristocracia agrária.
  • D) A força do nacionalismo popular e a aliança com a casa imperial.
  • E) A longa herança isolacionista e a força do modelo nacional oficial.

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A alternativa correta é letra E) A longa herança isolacionista e a força do modelo nacional oficial.

Gabarito: ALTERNATIVA E

   

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. P.144.

 

O fragmento acima descreve eventos históricos relacionados ao imperialismo nacionalista japonês. Marque a alternativa CORRETA que apresenta os dois fatores constituintes desse nacionalismo.

 

a)  O projeto expansionista e o já consolidado sentimento nacional.

Como fica muito claro no fragmento de texto citado no início do enunciado, havia um grande projeto expansionista associado ao nacionalismo japonês, que se mostraria especialmente dramático na primeira metade do século XX. Essa noção de superioridade japonesa sobre os demais povos servia de mote para um forte esforço imperialista, uma vez que justificava para que fossem subjugados povos pelo Pacífico e pelo Extremo Oriente. No entanto, esse mesmo excerto é muito claro ao falar que houve toda uma construção de sentimento nacional sob a liderança de oligarquias muito fortalecidas com o esforço de modernização do país. As massas, por sua vez, foram alvo de grande propaganda nacionalista para que fosse criado um sentimento nacional capaz de unir toda a população no projeto imperialista. Logo, não faz sentido se falar em um já consolidado sentimento nacional no período abordado, uma vez que criar tal sentimento foi parte do projeto imperialista para conseguir unir o país num único discurso de grandeza. Alternativa errada.

  

b)  A inspiração no nacionalismo russo e a força dos grupos dominantes apoiados pelo nacionalismo popular.

Ora, todo esforço nacionalista é necessariamente autóctone, já que tem por base uma noção de superioridade de uma nacionalidade sobre os demais povos. A ofensiva militar contra o Império Russo em 1905 marcaria essa profunda diferença entre os dois povos; ou seja, não faz sentido se pensar que a experiência russa era uma fonte de inspiração para o projeto japonês. A segunda parte da alternativa é um tanto quanto imprecisa, mas há de se observar que a formação do nacionalismo japonês, conforme diz o excerto citado no enunciado, deu-se verticalmente, partindo de oligarquias conservadoras para mobilizar, por meio de propaganda, as grandes massas - ou seja, há uma inversão das relações básicas na alternativa. Alternativa errada.

  

c)  A força da oligarquia progressista-expansionista e a aliança com a aristocracia agrária.

Ora, o texto citado no enunciado é muito claro ao dizer que a oligarquia que controlava o processo de conformação do imperialismo japonês era de corte conservador, e não de perfil progressista; ainda que os conservadores fossem, sim, comprometidos com o expansionismo. Por sua vez, a aristocracia agrária havia sido desarticulada no Japão durante as reformas da segunda metade do século XIX, principalmente por conta da Era Meiji. Ou seja, tratava-se de uma força decadente durante o período que temos em tela, uma vez que o poder central do imperador havia sido fortalecido. Alternativa errada.

  

d)  A força do nacionalismo popular e a aliança com a casa imperial.

A casa imperial era, de fato, o epicentro do sistema político japonês desde o último quarto do século XIX, quando o Era Meiji consolidou as principais capacidades em torno do imperador. No entanto, conforme já explicado, a formação de um nacionalismo popular foi decorrente dos esforços de construção de um imperialismo japonês, e não sua causa. Alternativa errada.

  

e)  A longa herança isolacionista e a força do modelo nacional oficial.

Na década de 1860, o Japão foi forçado a um processo de abertura de relações comerciais com todo o mundo depois de setecentos anos de vigor do xogunato, espécie de organização feudal japonesa com grande atomização do poder em favor dos samurais. Sob o regime dos xoguns, o Japão adotou uma política isolacionista bastante severa, mas, em meados do século XIX, o Extremo Oriente estava sendo forçado à abertura comercial por potências ocidentais, como foi o caso da China atacada militarmente por Inglaterra e França. Com a aproximação da esquadra americana, decidiu o imperador japonesa por iniciar um processo de abertura para evitar uma agressão armada, o que levaria a um colapso generalizado do xogunato. Com isso, a Era Meiji abria o país todo para a modernização ao mesmo tempo em que implodia decisivamente as bases dos poderes locais, fazendo com que o imperador ganhasse força. No entanto, os séculos de isolacionismo criaram uma certa herança cultural comum para o país ao mesmo tempo em que o grande esforço de modernização dava um novo dinamismo a esse mesmo país. ALTERNATIVA CORRETA.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

164) O ensino sobre o Imperialismo europeu no continente africano costuma dar ênfase às pressões, opressões e conquistas dos invasores. Todavia, é importante destacar que existiram movimentos de resistência dos africanos contra o Imperialismo no século XIX como

  • A) Revolta dos Mau-Mau.
  • B) Revolta Kaocen.
  • C) Revolta de Caprivi.
  • D) Rebelião Ashanti.
  • E) Rebelião Maji Maji.

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A alternativa correta é letra D) Rebelião Ashanti.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar o movimento de resistência dos africanos contra o Imperialismo no século XIX.

   

A) Revolta dos Mau-Mau.

INCORRETO. A Revolta dos Mau-Mau ocorreu no Quênia, na África, mas não foi no século XIX. Ela aconteceu na década de 1950, durante o período de descolonização africana, e foi uma resistência contra o domínio britânico. Portanto, esta alternativa está incorreta por conta da datação errada.

   

B) Revolta Kaocen.

INCORRETO. A Revolta Kaocen ocorreu no Níger, na África, mas novamente, não foi no século XIX. Este levante aconteceu em 1916 e 1917 contra o domínio francês na região do Aïr. Assim como a alternativa anterior, esta também está incorreta por conta da datação errada.

   

C) Revolta de Caprivi.

INCORRETO. A Revolta de Caprivi aconteceu na Namíbia, na África, mas não foi no século XIX. Ela ocorreu em 1999, quando o grupo separatista Caprivi Liberation Army (CLA) declarou a independência da região de Caprivi do restante da Namíbia. Portanto, esta alternativa também está incorreta por conta da datação errada.

   

D) Rebelião Ashanti.

CORRETO. A Rebelião Ashanti, também conhecida como a Guerra Anglo-Ashanti, aconteceu na África Ocidental, no atual Gana, no século XIX. Foram várias guerras de resistência do povo Ashanti contra a expansão britânica em seu território. Portanto, esta alternativa está correta.

   

E) Rebelião Maji Maji.

INCORRETO. A Rebelião Maji Maji ocorreu na África Oriental Alemã, atual Tanzânia, mas não foi no século XIX. Este levante aconteceu entre 1905 e 1907 contra o domínio colonial alemão. Assim como as alternativas A, B e C, esta também está incorreta por conta da datação errada.

   

Portanto, a alternativa correta é a LETRA D.

165) “A medida em que os Estados-nação eram formados, postos públicos e profissões da civilização progressista se multiplicavam, a educação escolar se tornava mais geral e, acima de tudo, a migração urbanizava populações rurais” (Eric Hobsbawm, A era dos impérios, 1875-1914, p. 158). A partir do texto supra é possível afirmar, EXCETO:

  • A) A consequência direta do Estado-nação e da cultura penetrando nas camadas do povo foi a modernização e a urbanização.
  • B) O nacionalismo não era manejável dentro da estrutura do liberalismo burguês, visto ser incompatível com ele.
  • C) Com o uso do nacionalismo e da uniformização houve uma aproximação maior entre o povo e os governantes.
  • D) Com o advento do Estado-nação foi diminuída drasticamente a distância entre o povo e a nobreza.
  • E) A população melhor instruída participava do desenvolvimento do Estado o que gerava um sentimento de inclusão, formando a união entre a nação e o Estado.

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A alternativa correta é letra B) O nacionalismo não era manejável dentro da estrutura do liberalismo burguês, visto ser incompatível com ele.

Vamos analisar cada alternativa, para identificar a que não está de acordo com o texto de Eric Hobsbawm. 

 

A) A consequência direta do Estado-nação e da cultura penetrando nas camadas do povo foi a modernização e a urbanização.

CORRETO. O texto menciona que com a formação dos Estados-nação, a educação se tornou mais geral e a migração urbanizou as populações rurais. Isso é uma clara indicação de um processo de modernização e urbanização.

 

B) O nacionalismo não era manejável dentro da estrutura do liberalismo burguês, visto ser incompatível com ele.

INCORRETO. O texto não faz qualquer menção à incompatibilidade entre o nacionalismo e o liberalismo burguês. É importante notar que, historicamente, o surgimento dos Estados-nação esteve em grande parte associado ao desenvolvimento do liberalismo burguês. O liberalismo defendia a liberdade individual, a propriedade privada e a livre concorrência, enquanto o nacionalismo, nesse contexto, era uma forma de unir as pessoas em torno de uma identidade comum, o que poderia fortalecer o Estado-nação. Portanto, eles não eram necessariamente incompatíveis.

 

C) Com o uso do nacionalismo e da uniformização houve uma aproximação maior entre o povo e os governantes.

CORRETO. O texto menciona que a formação dos Estados-nação, a educação mais geral e a urbanização das populações rurais foram fenômenos que, em conjunto, levaram a uma maior aproximação entre o povo e os governantes.

 

D) Com o advento do Estado-nação foi diminuída drasticamente a distância entre o povo e a nobreza.

CORRETO. Embora o texto não mencione especificamente a nobreza, a formação dos Estados-nação e a educação mais geral certamente contribuíram para diminuir a distância entre diferentes classes sociais, incluindo a nobreza e o povo.

 

E) A população melhor instruída participava do desenvolvimento do Estado o que gerava um sentimento de inclusão, formando a união entre a nação e o Estado.

CORRETO. O texto menciona que a educação se tornou mais geral com a formação dos Estados-nação, o que implica que a população estava melhor instruída. Isso, juntamente com a urbanização das populações rurais, teria contribuído para a participação do povo no desenvolvimento do Estado e para a formação da união entre a nação e o Estado.

 

Portanto, a alternativa que não está de acordo com o texto é a LETRA B.

166) Sobre as características da dominação imperialista ou do colonialismo contemporâneo, assinale a alternativa INCORRETA.

  • A) Nas áreas de dominação, a busca do lucro era meta exclusiva das empresas privadas. Os estados europeus não se envolveram com as políticas financeiras e/ou administrativas.
  • B) Na América Latina, não ocorria uma dominação direta, mas os países eram explorados economicamente e convencidos a tomar medidas que beneficiavam os países imperialistas.
  • C) As áreas de protetorado, como a Índia, eram tratadas como aliados, mantendo-se os quadros dirigentes locais, mas subordinados a uma autoridade europeia presente.
  • D) Muitas regiões da África possuíam áreas de colonização direta, pois possuíam uma dominação militar, política e econômica, com a presença no local de quadros de dirigentes europeus.
  • E) As áreas de influência eram territórios em que os dirigentes locais eram mantidos, mas obrigados a assinar tratados que garantiam vantagens econômicas e jurídicas à potência estrangeira.

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A alternativa correta é letra A) Nas áreas de dominação, a busca do lucro era meta exclusiva das empresas privadas. Os estados europeus não se envolveram com as políticas financeiras e/ou administrativas.

Gabarito: LETRA A.

 

A questão versa sobre a dominação imperialista associada ao colonialismo contemporâneo, solicitando a alternativa incorreta. Vejamos cada alternativa.

 

a)  Nas áreas de dominação, a busca do lucro era meta exclusiva das empresas privadas. Os estados europeus não se envolveram com as políticas financeiras e/ou administrativas.

 

INCORRETONas áreas de dominação imperialista, o objetivo principal das empresas privadas era o lucro. No entanto, os estados europeus frequentemente estavam envolvidos nessas atividades, seja por meio de apoio financeiro, intervenção militar ou políticas administrativas que visavam garantir os interesses das potências colonizadoras.


b)  Na América Latina, não ocorria uma dominação direta, mas os países eram explorados economicamente e convencidos a tomar medidas que beneficiavam os países imperialistas.

 

CORRETO. Na América Latina, de fato não ocorreu uma dominação tão direta quanto a que foi promovida na África (ocupação militar direta), mesmo que as potências imperialistas exercessem forte influência econômica e política.


c)  As áreas de protetorado, como a Índia, eram tratadas como aliados, mantendo-se os quadros dirigentes locais, mas subordinados a uma autoridade europeia presente.

     

CORRETOAs áreas de protetorado eram aquelas em que os quadros dirigentes locais mantinham-se no poder, mas estavam subordinados a uma autoridade europeia, sendo a Índia um exemplo clássico disso.


d)  Muitas regiões da África possuíam áreas de colonização direta, pois possuíam uma dominação militar, política e econômica, com a presença no local de quadros de dirigentes europeus.

     

CORRETOMuitas regiões da África foram diretamente colonizadas por potências europeias, como resultado de uma dominação militar, política e econômica. Isso envolveu práticas como a ocupação de territórios, a imposição de governos e leis, a exploração dos recursos naturais e da mão de obra local, entre outros.


e)  As áreas de influência eram territórios em que os dirigentes locais eram mantidos, mas obrigados a assinar tratados que garantiam vantagens econômicas e jurídicas à potência estrangeira.

 

CORRETOAs áreas de influência eram territórios nos quais os dirigentes locais mantinham-se no poder, mas estavam sujeitos a tratados que muitas vezes eram desiguais e favoreciam os interesses das potências imperialistas em detrimento dos interesses domésticos.

 

Assim, a alternativa a ser assinalada, que apresenta uma sentença incorreta, é a LETRA A.

167) A respeito do contexto histórico mundial após a Revolução Francesa, julgue o item a seguir.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: Certo

 

O Neocolonialismo ou Imperialismo é o nome dado ao processo histórico ocorrido a partir da década de 1830 e com mais intensidade nas décadas seguintes onde as potências europeias, os EUA e o Japão buscaram conquistar territórios, bens, matérias-primas, mercados e mão de obra e elaboraram tentativas de imposição da cultura, da economia e da política do colonizador no continente africano e asiático.

 

O Imperialismo apresentou muitas justificativas. No campo ideológico, que é o que interessa para a questão foram utilizados argumentos e teorias derivadas das ciências, como o evolucionismo, que foi adaptado para explicar a desigualdade das raças humanas. Essas teorias eram interpretações distorcidas das sociedades humanas com base em aspectos biológicos, culturais e sociais. De acordo com esse modelo explicativo, a espécie humana era biologicamente única, mas havia grupos em diferentes estágios civilizatórios (socioculturais): os que viviam no estágio mais primitivo (considerados selvagens), os que estavam em estágios intermediários (denominados bárbaros) e os que faziam parte do estágio considerado mais evoluído (chamados civilizados). Essa ideia de civilização tinha como parâmetro a Europa ou os EUA.

 

As teorias utilizadas para justificar o imperialismo tinham o racismo como base. Apesar de condenar as misturas raciais, porém, os defensores dessas teorias afirmavam que as nações civilizadas deviam estar presentes entre as menos civilizadas para tutelá-las. Fortaleceu-se, dessa forma, um discurso em defesa da ideia de que levar a civilização para africanos e asiáticos, por exemplo, seria uma obrigação moral dos europeus, responsáveis por civilizar povos que eles consideravam atrasados. Defendia-se também a ideia de que as raças que os europeus consideravam inferiores deviam ser eliminadas ou dominadas em benefício das superiores.

   

Referência:

 

KARNAL, Leandro et al. Viver História. 8º ano. São Paulo: Moderna, 2022.

168) A respeito do processo de colonização europeia no Oriente Médio durante as primeiras três décadas do século 20, julgue (C ou E) o item a seguir.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

   

Trata-se, aqui, da longa relação da França com o Oriente Médio, que só teria um desfecho mais claro no século XX durante as independências múltiplas. Há, no entanto, algumas dificuldades importantes na construção do item. Em primeiro lugar, a bibliografia costuma se referir a uma Aliança Franco-Otomana, e não propriamente um tratado. Além disso, há discrepâncias na bibliografia acerca da data exata do tratado, com as informações variando entre 1535 e 1536. Certo é, no entanto, que, em 1535, o Império Otomano estava reorganizando as suas relações com o Ocidente depois de grandes campanhas militares em direção à Europa e a França foi o único reino importante disposto a firmar acordos com um Estado marcadamente islâmico - o que causou grande escândalo entre a cristandade, que insistia num discurso de desconfiança contra os muçulmanos.

 

A aliança estabelecia os direitos de comércio da França com todo o Império Otomano, o que não era concedido aos demais europeus, assim como dava condições especiais para os cidadãos franceses residentes nos domínios otomanos, atribuindo ao cônsul francês a capacidade de julgar e guardar esses indivíduos. Além disso, o sultão Suleimão I atribuía à França, na figura do rei Francisco I, a condição de protetor de todos os cristãos e de todos os locais sagrados no Império Otomano, o que era algo absolutamente impensável até então.

 

Anteriormente, Francisco I já pedira auxílio a Suleimão I por ocasião da sua derrota contra o Sacro Império Romano-Germânico de Carlos V, que apresaria o rei francês e o forçaria a abrir mão de territórios assinando o Tratado de Madri de 1526. Tal pedido convergia para a disposição otomana em fustigar os Habsburgos e seus domínios no sudeste europeu, animando uma aproximação entre franceses e otomanos. Depois de intensas trocas diplomáticas, as concessões otomanas a Francisco I seriam, de fato, consolidadas na forma de uma aliança em 1536.

 

A aliança, no entanto, seria rompida em 1798, quando Napoleão Bonaparte, aproveitando da fragilidade do Império Otomano, lançou uma campanha militar contra o Egito. A vitória francesa marcaria o fim de toda uma era das relações entre França e a região; no entanto, uma nova aproximação ocorreria em 1860, quando a população maronita (cristã) passou a ser vítima de um massacre na região da Síria. Sem conseguir conter os acontecimentos, o Sultão Abdul Mejide I solicitou ajuda de Napoleão III, soberano francês, para proteger a população cristã em seu território. Isso resultou no envio de um corpo expedicionário de doze mil soldados para a Síria com consentimento explícito do Império Otomano e com o compromisso francês de não se imiscuir em assuntos domésticos do império. A intervenção, de fato, estender-se-ia em direção ao Líbano, para onde os drusos, etnia que perseguia os maronitas, retiraram-se após pouco tempo de enfrentamento contra os franceses. Ou seja, podemos, sim, questionar a construção do item, a qual, tal como está feita, dá-nos a impressão de que a França, em 1860, acionou uma declaração do século XVI para, unilateralmente, agredir o território otomano, o que não foi o caso.

 

Em 1916, com a Primeira Guerra Mundial ainda em curso, França e Reino Unido celebraram secretamente o Acordo Sykes-Picot, que, prevendo a derrota final do Império Otomano, definia as zonas de influências de cada um dos impérios coloniais no Oriente Médio. Tratava-se de uma forma de pactuar, de maneira absolutamente colonialista, a ordem do pós-guerra entre aliados; já que os termos do acordo definiam até mesmo as áreas que seriam apenas protetorados e as áreas que seriam realmente ocupadas militarmente pelos dois impérios coloniais. Ainda que a França, de fato, tenha estendido suas áreas de influência sobre o Líbano e a Síria, há de se observar que os locais sagrados do cristianismo, nos termos do Acordo, seriam entendidos como territórios internacionais, bem como a Palestina ficaria sob controle britânico. Ou seja, ainda que isso tenha feito parte da argumentação francesa em 1916, é muito exagerado fazer uma transposição absoluta.

 

Concluímos, portanto, que a construção do item é muito frágil para que seja considerado integralmente correto. As dúvidas sobre as datas e a forma duvidosa de expressar os episódios de 1860 criam dúvidas demais para que possamos ter uma postura firme acerca do que expressou a banca. Desta forma, na nossa avaliação, o item deveria ser ANULADO.

 

Nosso gabarito: ANULADO

Gabarito da banca: CORRETO

169) Com base no processo de unificação alemão e na dimensão de seu empreendimento colonial entre os anos de 1884 e 1899, julgue (C ou E) o item a seguir.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: CORRETO

   

Acerca do tema da relação entre o Estado alemão e suas populações, é interessante compreendermos o abandono gradual de valores liberais após a unificação do país em 1871. Na década de 1820, havia por praticamente toda a Europa um efervescente debate sobre o liberalismo em oposição à Restauração (em linhas gerais, o restabelecimento do Absolutismo) decorrente do Congresso de Viena e da derrocada napoleônica. Tratava-se de um amplo espectro de propostas liberais, indo desde os reformistas moderados até as forças jacobinas e revolucionárias unidas no ódio contra o restauracionismo, o que daria origem aos movimentos carbonaristas. Especificamente no caso alemão, havia uma grave contradição de termos. Com os povos germânicos fragmentados em reinos menores e enquadrados numa Confederação Germânica, os movimentos liberais da região, ao mesmo tempo que queriam o fim do absolutismo em suas unidades administrativas, tendiam à unificação alemã, o que só parecia ser possível com a ascensão de uma força hegemônica entre aqueles reinos. Ou seja, a combinação de nacionalismo com reformas liberais, o que era muito claro àqueles movimentos na Alemanha, principalmente entre certa juventude universitária, gerava um curto-circuito de difícil solução: aparentemente, apenas um Estado forte e centralizado (e, portanto, em alguma medida antiliberal) seria capaz de afirmar uma nacionalidade alemã e unificá-la.

 

Essa tensão, de fato, foi declinando ao longo do século XIX com o insucesso desses liberais alemães e com as dificuldades verificadas entre os carbonaristas por toda a Europa. Na década de 1860, a ascensão de Otto von Bismarck na Prússia equacionava esse processo com o enfraquecimento do liberalismo, principalmente quanto ao parlamentarismo. O processo de unificação acabaria centralizado no forte Estado prussiano, cujas instituições davam pouco espaço para o dissenso interno e para medidas liberalizantes. Portanto, está na origem dessa Alemanha um processo de intransigência contra grandes desafios à ordem, sendo a cultura prussiana, que foi central nessa formação, muito devotada ao pensamento militarista e às noções de ordem do mundo industrial. Portanto, desafios sociais como populações de rua eram entendidos como uma ofensa à ordem pública, o que era respondido com medidas corretivas altamente verticalizadas. Por exemplo, as relações com as populações de origem polonesa em território alemão sempre foram muito tensas e cercadas por noções racistas de hierarquia rígida. Nesse contexto, havia um modelo central a ser imposto e seguido a qualquer preço, sendo a fase adulta por excelência, enquanto todas as demais eram entendidas como deturpações infantis.

 

Quanto ao processo imperialista do final do século XIX, àquela altura as nascentes ciências sociais entendiam que o processo humano se dava de maneira unidirecional e em etapas inevitáveis e sequenciais. Isto é, toda sociedade humana apresentaria, necessariamente, as mesmas características em cada estágio evolutivo e todas caminhariam para um mesmo formato final. Essa ideia traduzida para a compreensão europeia significava que as sociedades europeias viviam na maturidade da organização humana, sendo o modelo mais avançado do processo civilizatório. Em contrapartida, viam as sociedades africanas e asiáticas como uma espécie de infância da humanidade, devendo, portanto, ser educadas e corrigidas para que se desenvolvessem tendo como espelho o modelo europeu.

 

Isto implicava numa justificativa moral para o empreendimento imperialista do século XIX: não se tratava de explorar as colônias, mas sim de expandir o processo civilizatório para todas as sociedades, ajudando-as a alcançar a sua fase adulta de maneira adequada. Portanto, para aquele arranjo teórico, haveria um imperativo moral sobre os europeus forçando para que desenvolvessem o imperialismo sobre sociedades, na visão deles, menos desenvolvidas; organizando, portanto, uma espécie de tutela humanitária. Essa noção de dever profundamente incompreendido pelas sociedades subjugadas foi sintetizado por Rudyard Kipling, Nobel de Literatura de 1907, sob a expressão "fardo do homem branco": por ser o mais desenvolvido e o mais avançado, cabia ao homem branco o dever (ou fardo) moral de agir pelo desenvolvimento civilizatório das demais sociedades, impondo, portanto, o seu modelo. Com isso, o modelo imperialista alemão reproduziria com ainda mais brutalidade as suas "medidas corretivas" no espaço colonial. Portanto, item CORRETO.

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170) Considerando os principais motivos das potências europeias invadirem e colonizarem áreas no continente africano e asiático, assinale a alternativa correta.

  • A) Visavam desenvolver os países colonizados, inserindo-os, dessa maneira, de forma intensa no mercado econômico.

  • B) Visavam impedir a volumosa imigração da população europeia para esses continentes, evitando, assim, a perda de mão de obra.

  • C) Buscavam, principalmente, construir nesses lugares novas indústrias, impulsionando tanto a economia das metrópoles quanto das colônias.

  • D) O principal objetivo era construir uma maior ligação cultural, econômica e social entre Europa e esses continentes.

  • E) Buscavam matérias-primas, além da aplicação de capital excedente e a construção de novos mercados para os manufaturados.

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A alternativa correta é letra E) Buscavam matérias-primas, além da aplicação de capital excedente e a construção de novos mercados para os manufaturados.

Gabarito: ALTERNATIVA E

   

Estamos aqui tratando do ciclo imperialista europeu sobre África e Ásia que se iniciou, grosso modo, no último quarto do século XIX. A "expansão do capitalismo" de meados do século XIX está intimamente ligado com o fenômeno do imperialismo e ao aumento do alcance dos mercados financeiros. Quanto ao imperialismo, nada havia mais óbvio do que a proeminência da ação estatal carregando a reboque a expansão privada. A formação dos impérios coloniais na África e na Ásia seria crucial para a inclusão dessas outras regiões no sistema capitalista europeu, mas isso se deu pela ação direta dos Estados nacionais. Sobre isso, é fundamental que o estudante compreenda que se tratou de uma empresa muito cara e difícil, envolvendo a mobilização de tropas e a formação de novos aparatos burocráticos. Ainda que, de fato, a iniciativa privada tenha estabelecido vínculos comerciais e realizado investimentos nessas regiões, o estudante precisa ter claro de que a ação direta do Estado sempre esteve muito presente. Sobre isso, há de se observar que importantes esforços militares e diplomáticos foram feitos para garantir o controle e a estabilidade sobre essas novas regiões integradas ao capitalismo.

 

Àquela altura as nascentes ciências sociais entendiam que o processo humano se dava de maneira unidirecional e em etapas inevitáveis e sequenciais. Isto é, toda sociedade humana apresentaria, necessariamente, as mesmas características em cada estágio evolutivo e todas caminhariam para um mesmo formato final. Essa ideia traduzida para a compreensão europeia significava que as sociedades europeias viviam na maturidade da organização humana, sendo o modelo mais avançado do processo civilizatório. Em contrapartida, viam as sociedades africanas e asiáticas como uma espécie de infância da humanidade, devendo, portanto, ser educadas e corrigidas para que se desenvolvessem tendo como espelho o modelo europeu.

 

Isto implicava numa justificativa moral para o empreendimento imperialista do século XIX: não se tratava de explorar as colônias, mas sim de expandir o processo civilizatório para todas as sociedades, ajudando-as a alcançar a sua fase adulta de maneira adequada. Portanto, para aquele arranjo teórico, haveria um imperativo moral sobre os europeus forçando para que desenvolvessem o imperialismo sobre sociedades, na visão deles, menos desenvolvidas; organizando, portanto, uma espécie de tutela humanitária. Essa noção de dever profundamente incompreendido pelas sociedades subjugadas foi sintetizado por Rudyard Kipling, Nobel de Literatura de 1907, sob a expressão "fardo do homem branco": por ser o mais desenvolvido e o mais avançado, cabia ao homem branco o dever (ou fardo) moral de agir pelo desenvolvimento civilizatório das demais sociedades, impondo, portanto, o seu modelo.

 

Assim, observemos as alternativas propostas.

 
  • a)  Visavam desenvolver os países colonizados, inserindo-os, dessa maneira, de forma intensa no mercado econômico.

A retórica do desenvolvimento era apenas uma justificativa moral e profundamente racista para a corrida imperialista. A inserção das colônias nos mercados internacionais se dava em termos profundamente assimétricos e exclusivistas sem qualquer perspectiva de transferência das plantas industriais. Alternativa errada.

 
  • b) Visavam impedir a volumosa imigração da população europeia para esses continentes, evitando, assim, a perda de mão de obra.

A alternativa não faz o menor sentido. Naquele final de século XIX, as potências industriais estavam sofrendo com um excedente de mão de obra ociosa por conta da destruição de empregos em meio à Segunda Revolução Industrial. Países como Itália e Alemanha estavam sofrendo um profundo processo de emigração para a América, que oferecia novas oportunidades e possibilidades de acesso à terra, o que também animou populações de outros países. Além disso, essas regiões colonizadas não ofereciam grandes atrativos econômicos à imigração das classes mais baixas da Europa. Alternativa errada.

 
  • c) Buscavam, principalmente, construir nesses lugares novas indústrias, impulsionando tanto a economia das metrópoles quanto das colônias.

Ora, não faria sentido a instalação de indústrias nas colônias, uma vez que seriam produtos concorrentes àqueles produzidos nos parques industriais metropolitanos. A colônias, de uma maneira geral, serviam como mercado consumidor para os produtos industrializados oriundos de suas respectivas metrópoles, vivendo sob regime de reserva de mercado para essas indústrias. Alternativa errada.

 
  • d)  O principal objetivo era construir uma maior ligação cultural, econômica e social entre Europa e esses continentes.

Ainda que houvesse, sim, um discurso ético acerca da construção de ligações culturais e da conformação de territórios ultramarinos como parte do Estado-nação continental, não se pode falar que este era o objetivo principal. A formação desta comunidade sempre foi muito frágil e a formação de uma administração colonial verticalizada e excludente foi a regra em todos esses processos coloniais. Não raro, foram processos violentos e deixaram para trás profundas marcas sociais e econômicas de exclusão e atraso. Alternativa errada.

 
  • e) Buscavam matérias-primas, além da aplicação de capital excedente e a construção de novos mercados para os manufaturados.

A Segunda Revolução Industrial demandava novas matérias-primas para explorar as novas possibilidades produtivas, mas isso orbitava, basicamente, o extrativismo vegetal e mineral, o que era muito potente e abundante no universo colonial. Importadores exclusivos, os países metropolitanos também eram exportadores exclusivos para as suas respectivas colônias, inserindo essas regiões no capitalismo industrial em posições assimétricas. Por fim, a reserva de mercado colonial também dava aos capitalistas metropolitanos as possibilidades de investimentos dos excedentes de capital na Europa, que já tinha pouco espaço para novos investimentos. Então, por exemplo, a exploração de ferrovias e de serviços nas colônias eram uma chance de novos lucros para o capital excedente sem grandes riscos por conta da ausência de concorrência internacional e da garantia direta do Estado-nação como vetor de expansão. ALTERNATIVA CORRETA.

   

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA E.

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