Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso

A alternativa correta é letra A) aos acordos pela divisão do território chinês entre as potências imperialistas.

Gabarito: Letra A

Trata-se de uma charge famosa, presente em muitos livros didáticos usada para ilustrar como as principais potências estavam interessadas em dividir o Império Chinês.

A China é representada por uma torta em que cada potência pretende “abocanhar” uma fatia do território.

Na charge vemos a Rainha Vitória, representando a Inglaterra, o imperador Guilherme da Alemanha, o tzar Nicolau II da Rússia, uma mulher representando a república francesa e o imperador japonês Mutsuhito.

Ao fundo, uma figura representando um chinês com as mãos erguidas.

O Império Chinês foi dividido em áreas de influência entre russos, ingleses e franceses que estabeleceram postos comerciais. Na prática, o governo chinês ainda estava sob a direção da dinastia chinesa, mas a economia estava sob controle dos europeus. 

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: Na época em que a charge foi produzida os impérios coloniais estavam em seu auge da conquistas territoriais.

Letra C: A charge representa muito mais as disputas pelo território chinês do que uma revolta por séculos de exploração.

Letra D: A Conferência de Berlim não dividiu a China. A reunião decidiu como os europeus ocupariam o continente africano, sendo considerado por muitos historiadores um marco da partilha do continente.

Letra E: Quando a charge foi produzida, a Rússia não era União Soviética. Ainda era um império absolutista, governado pelo tzar Nicolau II.
 

A alternativa correta é letra A) A consolidação das estruturas capitalistas de produção nos Estados Unidos da América e no Japão permitiu que esses dois países pudessem competir com as potências tradicionais na conquista e ampliação de seus respectivos espaços econômicos na América e na Ásia.

Gabarito: Letra A

A consolidação das estruturas capitalistas de produção nos Estados Unidos da América e no Japão permitiu que esses dois países pudessem competir com as potências tradicionais na conquista e ampliação de seus respectivos espaços econômicos na América e na Ásia.

A partir da segunda metade do século XIX, algumas nações europeias aprofundaram seu processo de industrialização, lançando-se em uma nova etapa conhecida como imperialismo, onde as principais potências capitalistas desenvolveram uma política externa ou de ocupação de territórios nos continentes asiático e africano ou de acordos e tratados com os reinos desses continentes para assegurar a presença das indústrias e do capital estrangeiro.

A Inglaterra e a França tornaram-se as principais potências coloniais, ficando todas as outras em segundo plano. A Alemanha e a Itália, devido a tardia unificação nacional, quando se lançaram à expansão encontraram o mundo sob influência francesa ou inglesa.

Além disso, duas potências não europeias também fizeram parte da corrida imperialista. Tanto os EUA quanto o Japão aceleraram a industrialização em seus territórios, consolidando as estruturas produtivas capitalistas (fábricas, meio de transportes e de comunicação mais ágeis, fundação de bancos privados que investiam fora desses países. Assim, os Estados Unidos buscaram estabelecer a América como sua área de influência e o Japão que disputava o Pacífico e o sudeste asiático com os EUA e os europeus.

Por que as demais estão incorretas?

Letra B: O desenvolvimento de novas tecnologias, poupadoras de mão-de-obra, pelas economias centrais possibilitou a liberação de um número crescente de trabalhadores que foram absorvidos no setor agrícola, aumentando a disponibilidade alimentos a serem exportados para as colônias.

O desenvolvimento da maquinofatura (produção feita com máquinas) aliada às novas tecnologias (transportes, energias e comunicação) pelas economias industriais possibilitou a formação de um mercado de trabalhadores que eram oriundos do setor agrícola que sofreu com processo de mecanização produtiva, liberando mão de obra para o mundo urbano.

Letra C: A contínua exportação de capitais para as áreas coloniais, através dos investimentos diretos realizados pelas grandes empresas sediadas nos países imperialistas ou de financiamentos concedidos, determinou a efetiva modernização e industrialização de várias regiões da periferia.

Havia exportações de capitais para as áreas coloniais, mas esses capitais eram utilizados no emprego de indústrias e empresas nacionais que se deslocaram para o continente africano e asiático para ali explorar os recursos naturais e a mão de obra local.

Letra D: O processo de intervenção imperialista praticado pelas economias centrais sobre as colônias levou à superação dos modelos agrário e /ou minero-exportadores próprios a essas regiões, rompendo com a tradicional divisão internacional do trabalho e alterando visivelmente a ordem econômica mundial.

O imperialismo não levou à superação dos modelos agrários ou minero-exportadores no continente africano e asiático. O processo de dominação colonial aprofundou a divisão internacional do trabalho, mantendo as regiões do continente africano e asiático como produtores e exportadores de gêneros agrícolas e recursos minerais.

Referências:

COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 8° ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.

A alternativa correta é letra A) justificativa ideológica dos povos europeus e especialmente da Inglaterra para conquistar terras e povos na África e na Ásia. Essa corrida desencadeou disputas internacionais na Europa e foi uma das causas da 1ª Guerra Mundial.

Gabarito: ALTERNATIVA A

O uso mais comum da palavra Imperialismo refere-se à relação econômica e política entre países capitalistas “adiantados” e tidos como “civilizados” e aqueles outros considerados pelos primeiros como “atrasados” e “incultos”. Considerando que o Imperialismo contemporâneo ganhou o mundo na virada do século XIX para o XX, podemos afirmar que, nesse contexto, ele significava a

• a)  justificativa ideológica dos povos europeus e especialmente da Inglaterra para conquistar terras e povos na África e na Ásia. Essa corrida desencadeou disputas internacionais na Europa e foi uma das causas da 1ª Guerra Mundial.

A corrida imperialista experimentada pelas principais potências europeias na segunda metade do século XIX deixou marcas profundas nos mapas da Ásia e da África e se valeu das mais diversas justificativas. O pensamento esboçado no enunciado faz referência ao chamado "fardo do homem branco" e foi muito influente na Europa do período. Segundo essa linha interpretativa, as sociedades industriais europeias representavam o mais elevado nível de desenvolvimento jamais experimentado, bem como a sociedade europeia de uma maneira geral, significava o mais fino desenvolvimento humano. Além disso, entendia-se que as sociedades se desenvolviam em etapas sucessivas, teleologiamente organizadas, nas quais o mundo europeu deveria representar a plena maturidade da espécie, enquanto as sociedades encontradas na África e na Ásia seriam algo como a infância da espécie humana. Consequentemente, para o imperialismo, isso significava que caberia o direito de tutela sobre aqueles povos como uma forma de exportar o desenvolvimento e os valores fundamentais da civilização. Trata-se, óbvio, de uma compreensão extremamente racista e eurocêntrica do mundo e da espécie humana como um todo. Ao lado da França, a Inglaterra foi a mais importante potência imperial do século XIX e centrou seu império afro-asiático na unificação da administração indiana sob a coroa imperial britânica em 1876. Por fim, cumpre destacar, as rivalidades imperialistas foram um fator importante para a crise política internacional que precedeu a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), principalmente a partir da ascensão da Alemanha unificada e das pressões por novas formas de organização do mundo colonial. ALTERNATIVA CORRETA.

• b)  forma principal de exploração do trabalho de trabalhadores escravizados pelos europeus (especialmente portugueses e espanhóis) na América durante o processo de ocupação e colonização europeu neste continente.

Esse é um ponto que costuma confundir candidatos menos atentos no momento da prova. A organização do comércio atlântico de escravos para o fortalecimento dos empreendimentos coloniais ibéricos (principalmente no mundo português) se deu muito antes do impulso imperialista, sendo organizado a partir da segunda metade do século XVI. No entanto, nesse momento, os esforços coloniais portugueses na África se restringiam a alguns pontos da faixa litorânea africana, mas sem conseguir internalizar ou sistematizar a ocupação colonial - essa presença estava restrita às chamadas feitorias. Na corrida imperialista do século XIX, Portugal já não representava uma força realmente relevante e o grau de complexidade do funcionamento da administração colonial era muito superior, dominando os interiores e organizando de fato instituições de controle e de governo nas colônias ao mesmo tempo em que debelava profundamente as formas autóctones de organização. Alternativa errada.

• c)  maneira útil de organizar os povos menos desenvolvidos, africanos e asiáticos, já que os povos desenvolvidos europeus extraíam dos continentes sob seu domínio matérias-primas, mas davam a eles educação, saúde e moradias civilizadas.

Não havia nada de sutil no mundo colonial europeu. O imperialismo estabelecia instituições de governo direto muito além das rotas tradicionais de comércio de matérias-primas e dos tratados assimétricos ocorridos anteriormente. O impulso do século XIX estabelecia o funcionamento de administrações coloniais ao mesmo tempo em que organizava de fato o controle sobre fronteiras e o controle territorial. Em alguns casos, isso significava também o estabelecimento de sistemas de segregação racial e de subjugação profunda e violenta das populações colonizadas, o que também implicava no exclusivismo branco sobre serviços básicos levados a esses territórios. Alternativa errada.

• d)  forma de exploração do trabalho indígena e africano de povos dos continentes africano e asiático que foram submetidos à escravidão e a trabalhos forçados para sustentar os preceitos imperialistas europeus.

No momento imperialista, o capitalismo industrial já era uma realidade triunfante na Europa e as práticas de escravização já não eram aceitas. O que não significa que não fosse tratada como uma mão de obra barata e com pouquíssimos direitos sociais. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA A.

A alternativa correta é letra C) era declarado legal o aprisionamento de qualquer navio negreiro, bem como o julgamento dos traficantes pela marinha inglesa.

Gabarito: ALTERNATIVA C

Em 1845, a Inglaterra aprovou o Bill Aberdeen. Com relação a esse ato é correto afirmar:

• a)  concedia à Inglaterra o direito de monopolizar o tráfico negreiro par o Brasil.

Sobre o tema, há de se recordar o estudante que a Inglaterra exerceu grande pressão para o fim da escravidão durante o século XIX. Além da evidente questão humanitária envolvida, interessava à Inglaterra o fim do trabalho sem remuneração por conta da industrialização. Na perspectiva inglesa, era interessante a formação de mercados consumidores pelo mundo para o consumo de massa (adequado, portanto, à escala industrial) e, para isso, o trabalho remunerado monetariamente precisava ser convertido em regra. Portanto, o interesse inglês era a extinção do tráfico negreiro e da escravidão em si. Alternativa errada.

• b)  determinava a substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre.

A legislação inglesa não poderia interferir no ordenamento jurídico de outros Estados soberanos. Portanto, não se tratava de uma determinação sobre outros territórios e, nos seus domínios, a escravidão já havia sido abolida em 1833. Alternativa errada.

• c)  era declarado legal o aprisionamento de qualquer navio negreiro, bem como o julgamento dos traficantes pela marinha inglesa.

A Bill Aberdeen foi um desdobramento do esforço inglês para acabar com a escravidão internacionalmente. Segundo a lei de 1845, a esquadra inglesa poderia aprisionar navios negreiros em águas internacionais por considerar a prática ilegal e desumana. Quanto aos cativos levados dentro do navio, seriam desembarcados no ponto mais próximo da costa africana; enquanto a tripulação seria entregue à jurisdição inglesa para os devidos julgamentos. A promulgação da lei implicaria em abalos das relações com alguns países, principalmente o Brasil, que via uma ação ofensiva da Inglaterra contra a soberania dos demais Estados. ALTERNATIVA CORRETA.

• d)  elevava violentamente as taxas alfandegárias sobre os produtos brasileiros.

No século XIX, a Inglaterra era feroz defensora do liberalismo comercial. Na década de 1820, conseguira uma importante abertura do mercado brasileiro com franca vantagem para os produtos ingleses. Ou seja, não faria sentido se pensar numa maior taxação sobre os produtos brasileiros - até porque não eram economias que competissem entre si, mas sim complementares. Alternativa errada.

• e)  visava à eliminação da concorrência que a agricultura escravista brasileira representava.

A agroexportação brasileira - concentrada, principalmente, no café - não competia propriamente com os produtos britânicos. Lembre-se o estudante que a Inglaterra já se aproximava da Segunda Revolução Industrial e os circuitos comerciais coloniais não sofriam propriamente concorrência brasileira. Alternativa errada.

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

O conceito de imperialismo é polissêmico, tendo sido utilizado pela historiografia mundial em referência a diferentes processos históricos. Acerca do imperialismo formal no final do século XIX e início do século XX, julgue (C ou E) o item subsequente.
 

• Os indirect rules, forma de ocupação territorial anglo-francesa na Ásia e na África, constituíram o modelo hegemônico de expansão imperialista europeia nas denominadas áreas periféricas.

O item é bastante frágil e não impõe dificuldades maiores após se entender o que eram os "indirect rules" no imperialismo sobre África e Ásia. Tratava-se de uma maneira de administração do império colonial sem a instituição de governos locais com controle direto da metrópole, mas fazendo das elites locais formas de governos clientes com o poder metropolitano. Ou seja, valendo-se de estruturas políticas anteriormente existentes nos territórios colonizados, os impérios coloniais garantiam amplo acesso e importante controle sobre a região sem, no entanto, concretizar os esforços do estabelecimento de uma administração colonial propriamente dita.

Ao final do século XIX, este modelo era bastante comum dentro do Império Britânico, contando com oficiais britânicos atuando sobre líderes tradicionais para garantir a obediência sob o controle indireto. Os casos mais expressivos seriam as áreas aliadas na Índia e a administração da Nigéria; no entanto, isso não pode ser confundido como um modelo absolutamente dominante nem mesmo no caso inglês, que mantinha importantes áreas sob sua administração direta, como seus territórios na Índia e o Quênia.

O caso francês, por sua vez, seria o exemplo por excelência do estabelecimento de controle colonial direto como modelo de colonização. Haveria poucas exceções em favor do "indirect rule", sendo que a padronização colonial e a centralização administrativa eram marcas importantes do caso francês. Na África Ocidental, por exemplo, os franceses sequer estabeleceriam unidades menores, mantendo grandes territórios sob uma única administração; bem como seriam extremamente intervencionistas na Argélia e na Indochina. Portanto, item ERRADO.