Questões Sobre Imperialismo do Século XIX - História - concurso
71) Quem foi o consolidador do império português na Ásia?
- A) Pedro Álvares Cabral.
- B) Afonso de Albuquerque.
- C) Bartolomeu Dias.
- D) Vasco da Gama.
A alternativa correta é a letra B) Afonso de Albuquerque. Este navegador português foi o consolidador do império português na Ásia. Ele foi nomeado pelo rei Manuel I como vice-rei da Índia em 1507 e governou a região até 1515. Durante seu governo, Albuquerque conquistou vários territórios, incluindo Goa, Malaca e Ormuz, e estabeleceu uma rede de fortalezas e feitorias que garantiram o controle português sobre as rotas comerciais da Ásia.
Albuquerque também implementou uma política de colonização e exploração, enviando expedições para explorar o interior da Ásia e estabelecer relações comerciais com os Estados asiáticos. Ele também promoveu a cristianização dos povos asiáticos e estabeleceu uma hierarquia administrativa eficiente para governar as possessões portuguesas na Ásia.
Portanto, Afonso de Albuquerque é considerado o consolidador do império português na Ásia, pois ele foi capaz de conquistar e colonizar novos territórios, estabelecer uma rede de fortalezas e feitorias, implementar uma política de colonização e exploração e promover a cristianização dos povos asiáticos.
72) O “processo de roedura” do continente africano é um termo cunhado por Leila Leite Hernandez, em sua obra A África na Sala de Aula. Segundo a autora, tal processo é iniciado a partir da:
- A) Conferência de Yalta (1945).
- B) Conferência de Berlim (1884-1885).
- C) Congresso de Viena (1814-1815).
- D) Conferência de Paz em Paris (1919-1920).
A alternativa correta é letra B) Conferência de Berlim (1884-1885).
Gabarito da banca: Letra B
Meu gabarito: Anulada
A banca queria que respondêssemos que a Conferência de Berlim foi responsável pelo processo de “roedura” da África.
Essa conferência foi uma reunião entre os principais representantes europeus ocorrida em Berlim entre 1884 e 1885.
O evento está situado dentro da Era do Imperialismo no qual as principais potências europeias começaram a se deslocar para ocupar o continente africano em busca de territórios, mercados consumidores e mão de obra mais barata. Não podemos deixar de esquecer que essa “corrida para o continente africano” é uma das consequências da Segunda revolução Industrial.
De acordo com Godfrey Uzoigwe, a reunião não tinha por objetivo claro partilhar o continente, mas definir resoluções sobre a livre navegação nos rios Níger, Benue e seus afluentes. Mas não podemos ignorar que ela foi ponta de lança para a ocupação da África, pois estabeleceu as regras a serem observadas no futuro em matéria de ocupação de territórios nas costas africanas.
Após a conferência as principais potências acertaram entre si tratados e acordos definindo fronteiras a fim de começar a expansão pelo continente.
Por que deveria ser anulada?
Para Leila Leite Hernandez o processo de roedura do continente teria começado bem antes da conferência:
“Tratar da partilha europeia e da conquista da África, significa repor o protagonismo europeu no momento em que são traçadas as modernas fonteiras do continente na Conferência de Berlim (1884-1885), desencadeando-se um processo cujas consequências se fazem até os dias atuais. Nesse sentido, a conferência é o grande marco na expansão do processo de “roedura” do continente, inciado por volta de 1430 com a entrada portuguesa na África”
(HERNANDEZ, Leila Leite. “O processo de roedura do continente e a Conferência de Berlim”. In: África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008)
Por que as demais estão incorretas?
a) Conferência de Yalta (1945).
A Conferência de Yalta foi realizada ainda no decorrer da Segunda Guerra Mundial e nela discutiu-se a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), Definiu-se também a partilha mundial, deixando o predomínio sobre a Europa Oriental para a União Soviética, que incorporou os territórios alemães a leste. Estabeleceu-se a participação da União Soviética na rendição do Japão, com a divisão da Coreia em áreas de influência soviética e norte-americana. Separava-se o mundo capitalista do socialista.
Letra C: Congresso de Viena (1814-1815).
Reunião entre as principais potências vencedoras das Guerras Napoleônicas. Tinha por objetivos reconfigurar o mapa europeu para os anos anteriores à Revolução Francesa, ou seja, retornar as fronteiras originais, bem como as monarquias pré-revolução. Discutiu também a criação de um órgão de defesa para combater novos levantes liberais. Era a Santa Aliança.
Letra D: Conferência de Paz em Paris (1919-1920).
Ocorrida após o fim da Primeira Guerra, produziu o Tratado de Versalhes que puniu a Alemanha com uma série de medidas restritivas. Discutiu-se também a criação de um órgão internacional que assegurasse a defesa da Paz. Era a Liga das Nações.
Referências:
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
UZOIGWE, Godfrey. “Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral. In: História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. rev. – Brasília: UNESCO, 2010
VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. Volume 3. São Paulo: Scipione, 2013.
73) Segundo Leila Leite Hernandez, em sua obra A África na Sala de Aula, é possível iniciar uma reflexão sobre a História da África construída a partir do olhar europeu, com base em três pontos:
- A) o 1º: Status de selvageria atribuído à África Setentrional em que se produzia pouca cultura e história; 2º: Uma definição pouco clara entre europeus e africanos e também a justificativa de uma indiferença que havia entre os próprios africanos; 3º: O africano da África subsaariana como sujeito com vontade racional e na África Setentrional os africanos eram racionais, porém não eram católicos.
- B) o 1º: Status de selvageria atribuído à África Setentrional em que se produzia mais escravos; 2º Uma definição pouco clara entre africanos brancos e africanos negros, que por sua vez justificava a barbárie de um africano para com o outro; 3º O africano da África subsaariana ou de qualquer outro ponto da África, eram racionais somente entre si, no entanto não eram católicos.
- C) o 1º: Relevância onde houvesse mais aquisição de escravos; 2º: A força e resistência para o trabalho entre africanos brancos e africanos negros, pois a renda per capita favorecia a produção europeia; 3º: Pontos em que houvesse mais submissão por parte dos africanos para com os europeus.
- D) o 1º: Status de selvageria atribuído à África em que a natureza é predominante e não se produzia cultura e história; 2º: Uma distinção clara entre europeus e africanos e também a diferença que havia entre os próprios africanos; 3º: O africano da África subsaariana como sujeito sem vontade racional.
A alternativa correta é letra D) o 1º: Status de selvageria atribuído à África em que a natureza é predominante e não se produzia cultura e história; 2º: Uma distinção clara entre europeus e africanos e também a diferença que havia entre os próprios africanos; 3º: O africano da África subsaariana como sujeito sem vontade racional.
Gabarito: Letra D
Trata-se de uma questão específica retirada do livro da autora.
Leila Leite Hernandez afirma três pontos que caracterizariam a África na visão europeia a partir do século XIX.
1º ponto: O estado de selvageria do continente africano. Esse estado está ligado ao conceito de incivilizados. Estando nesse estado de selvageria, os africanos não possuem escrita, e, portanto também não teriam história. É a famosa frase de Hegel de que a "África não tinha história", pois o modo de ser fazer história naquele período era com fontes escritas.
2º ponto: Existência de uma distinção entre povos com vistas à hierarquização. Os europeus são superiores aos africanos. Dentro dos povos africanos, aqueles que dialogam com o mundo colonial seriam superiores aos que estão fora do mundo colonial.
3º ponto: Os africanos que viviam abaixo do Saara seriam os mais atrasados culturalmente e, portanto, sem possibilidade de ultrapassar a o estado de selvageria e de buscar mudar sua condição. Visão que reforça então a necessidade das missões civilizadoras e humanitárias europeia.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o 1º: Status de selvageria atribuído à África Setentrional em que se produzia pouca cultura e história; 2º: Uma definição pouco clara entre europeus e africanos e também a justificativa de uma indiferença que havia entre os próprios africanos; 3º: O africano da África subsaariana como sujeito com vontade racional e na África Setentrional os africanos eram racionais, porém não eram católicos.
De acordo com a autora o status de selvageria atribuído pelos europeus aos africanos era generalizado e não restrito a uma parte do continente. Existia uma definição bem clara entre europeus e africanos e dentro dos povos africanos. O terceiro ponto diz que o africano subsaariano é um sujeito sem vontade racional.
Letra B: o 1º: Status de selvageria atribuído à África Setentrional em que se produzia mais escravos; 2º Uma definição pouco clara entre africanos brancos e africanos negros, que por sua vez justificava a barbárie de um africano para com o outro; 3º O africano da África subsaariana ou de qualquer outro ponto da África, eram racionais somente entre si, no entanto não eram católicos.
De acordo com a autora o status de selvageria atribuído pelos europeus aos africanos era generalizado e não restrito a uma parte do continente. Além disso, era na África Central que se obtinha o maior número de escravos nos séculos anteriores ao Imperialismo. Existia uma distinção e não uma definição bem clara entre europeus e africanos e dentro dos povos africanos. O terceiro ponto diz que o africano subsaariano é um sujeito sem vontade racional.
Letra C: o 1º: Relevância onde houvesse mais aquisição de escravos; 2º: A força e resistência para o trabalho entre africanos brancos e africanos negros, pois a renda per capita favorecia a produção europeia; 3º: Pontos em que houvesse mais submissão por parte dos africanos para com os europeus.
A autora não mencionou nenhum desses pontos.
Referência:
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
74) Para Leila Leite Hernandez, “tornou-se, portanto, evidente a existência de duas Áfricas com aspectos geográficos diferentes, classificadas em estágios de desenvolvimento diversos, povoadas por etnias distintas, branca e negra e, por fim, uma com e a outra sem história”. A autora se refere a:
- A) duas Áfricas na visão do europeu: Subsaariana e Setentrional.
- B) duas Áfricas na visão do africano: Subsaariana e Setentrional.
- C) duas Áfricas na visão da igreja católica: Subsaariana e Setentrional.
- D) duas Áfricas na visão do homem negro e branco: Subsaariana e Setentrional.
A alternativa correta é letra A) duas Áfricas na visão do europeu: Subsaariana e Setentrional.
Gabarito: Letra A
Trata-se de uma questão específica retirada do livro da autora.
Leila Leite Hernandez menciona que os europeus classificaram e distinguiram africanos entre si. Havia na visão europeia duas Áfricas bem delimitadas:
A África abaixo do Saara (Subsaariana) ou África Negra. Nessa imperava o estado de selvageria. Local onde não havia cultura e história. Marcada pelo exotismo e primitivismo.
A África acima do Saara ou Norte da África ou África Setentrional que tinha influência e contato com o homem europeu. Já fora berço de grandes civilizações como o Egito e Cartago. Portanto, já houvera uma cultura e uma história.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: duas Áfricas na visão do africano: Subsaariana e Setentrional.
É a visão do europeu branco que delimitou duas Áfricas diferentes.
Letra C: duas Áfricas na visão da igreja católica: Subsaariana e Setentrional.
É a visão do europeu branco que delimitou duas Áfricas diferentes.
Letra D: duas Áfricas na visão do homem negro e branco: Subsaariana e Setentrional.
É a visão do europeu branco que delimitou duas Áfricas diferentes.
Referência:
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
75) Segundo Leila Leite Hernandez, “A partir do momento que foram utilizadas as noções de “brancos” e “negros” para nomear, de maneira genérica, os europeus colonizadores e os africanos colonizados, os segundos têm de enfrentar uma dupla servidão: como ser humano e no mundo do trabalho”.
- A) o negro e o branco, marcados pela pigmentação da pele, por imposição transformaram-se em mercadorias destinados a diversas formas compulsórias de trabalho.
- B) o negro, marcado pela pigmentação da pele, transformado em mercadoria e destinado a diversas formas compulsórias de trabalho, também é símbolo de uma essência racial imaginária, ilusoriamente inferior.
- C) tanto na África Subsaariana e Setentrional, o negro transformou o próprio negro em mercadorias e o destinou a diversas formas compulsórias de trabalho, tendo como base as políticas de apartheid.
- D) na África Subsaariana e Setentrional, a pigmentação da pele era determinante e selava o destino daqueles que poderiam tornar-se mercadorias ou aderir ao trabalho compulsório escravista.
A alternativa correta é letra B) o negro, marcado pela pigmentação da pele, transformado em mercadoria e destinado a diversas formas compulsórias de trabalho, também é símbolo de uma essência racial imaginária, ilusoriamente inferior.
Gabarito: Letra B
Trata-se de uma questão específica retirada do livro da autora.
Leila Leite Hernandez menciona que havia uma construção de visões e discursos de superioridade dos europeus em relação aos africanos. Uma supremacia do branco sobre o negro.
Assim, aos negros seria reservado tudo o que o mantivesse em condição inferior, como a realização de trabalhos compulsórios ou mesmo a negação de direitos sociais. O extremo seria a segregação social dentro de um país como no caso do Apartheid, na África do Sul.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: o negro e o branco, marcados pela pigmentação da pele, por imposição transformaram-se em mercadorias destinados a diversas formas compulsórias de trabalho.
Somente o negro, em função da pigmentação da pele que relembrava a história bíblica da maldição de Cam. Este era um dos filhos de Noé, que havia zombado do pai por ter bebido além da conta. Por essa atitude toda a sua descendência foi condenada a viver com a pele da cor escura. Assim, os africanos seriam descendentes de Cam e, portanto, por direito a serem escravizados.
Letra C: tanto na África Subsaariana e Setentrional, o negro transformou o próprio negro em mercadorias e o destinou a diversas formas compulsórias de trabalho, tendo como base as políticas de apartheid.
O branco transformou o negro em mercadoria, mão de obra e tutela, tendo como base os discursos religiosos, como da maldição de Cam ou discursos humanitários de levar o progresso e a civilização aos povos mais atrasados. Além disso, o apartheid foi uma política específica da África do Sul.
Letra D: na África Subsaariana e Setentrional, a pigmentação da pele era determinante e selava o destino daqueles que poderiam tornar-se mercadorias ou aderir ao trabalho compulsório escravista.
Na África Subsaariana apenas.
Referência:
HERNANDEZ, Leila Leite. África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
76) Alguns anos atrás, a Companhia das índias Orientais recebia anualmente da produção de teares da índia uma quantidade de peças de pano que variava de seis milhões a oito milhões. Pouco a pouco, a demanda se reduziu a pouco mais de um milhão de peças e atualmente quase cessou por completo (…) Terríveis são os relatos da desgraça dos pobres tecelões indianos, reduzidos a total inanição (…) E qual foi a causa exclusiva? A presença da manufatura britânica mais barata (…) Muitos deles morreram de fome; os restantes foram, em sua maioria, transferidos para outras ocupações, principalmente agrícolas”.
- A) a guerra dos Bôeres, na qual famílias zulus lutaram, nas regiões de Transvaal e de Orange, África do Sul, contra a crescente presença das fábricas inglesas e contra o desemprego gerado na produção manufatureira de diamantes da região.
- B) a Revolta dos Boxers, na qual nacionalistas egípcios se opuseram ao domínio britânico no país, voltado para o desejo de construção e exploração do Canal de Suez.
- C) o Movimento Taiping, no qual membros do Partido Comunista Chinês de Mao Tse Tung lutaram contra a aliança dos nacionalistas de Chiang Kai-Shek ao governo inglês, consolidado através de políticas de beneficiamento a empresas britânicas no país.
- D) a Guerra dos Cipaios, na qual soldados indianos começaram um movimento de resistência ao imperialismo britânico no país.
A resposta correta é a letra D) A Guerra dos Cipaios
Essa guerra foi um movimento de resistência ao imperialismo britânico na Índia. Os soldados indianos se uniram para lutar contra a dominação britânica em seu país.
A presença da manufatura britânica mais barata foi a causa exclusiva da redução da produção de tecidos indianos,,<|begin_of_text|>1975 a Companhia das Índias Orientais recebia anualmente da produção de tecidos da Índia uma quantidade de peças de pano que variava de seis milhões a oito milhões. Pouco a pouco, a demanda se reduziu a pouco mais de um milhão de peças e atualmente quase cessou por completo.
Os relatos da desgraça dos pobres tecelões indianos, reduzidos a total inanição, são terríveis. Muitos deles morreram de fome; os restantes foram, em sua maioria, transferidos para outras ocupações, principalmente agrícolas.
A Guerra dos Cipaios foi um exemplo de movimento nacionalista de oposição ao imperialismo britânico. Os soldados indianos lutaram contra a presença britânica em seu país e contra a exploração econômica que vinha junto com ela.
A Guerra dos Cipaios foi uma das muitas lutas nacionalistas que ocorreram durante o século XIX em resposta à expansão imperialista britânica. Outros exemplos incluem a Guerra dos Bôeres, na qual as famílias zulus lutaram contra a crescente presença das fábricas inglesas e contra o desemprego gerado na produção manufatureira de diamantes na região de Transvaal e Orange, África do Sul.
Também há o exemplo da Revolta dos Boxers, na qual nacionalistas egípcios se opuseram ao domínio britânico no país, voltado para o desejo de construir e explorar o Canal de Suez.
E, por fim, há o exemplo do Movimento Taiping, no qual membros do Partido Comunista Chinês de Mao Tse-Tung lutaram contra a aliança dos nacionalistas de Chiang Kai-Shek ao governo inglês, consolidado através de políticas de benefício às empresas britânicas no país.
Portanto, a Guerra dos Cipaios foi um movimento nacionalista que se opôs ao imperialismo britânico na Índia, lutando contra a exploração econômica e a dominação política do país.
77) Texto associado
- A) ao neocolonialismo na África e na Ásia e aos processos migratórios intercontinentais.
- B) à expansão napoleônica na Europa e ao controle italiano do comércio oriental.
- C) à fundação de feitorias na África e ao apogeu dos Impérios Português e Espanhol.
- D) aos movimentos de independência na América e ao auge da escravidão negra.
- E) ao monopólio mercantilista na Ásia e ao pioneirismo inglês na Revolução Industrial.
A alternativa correta é letra A) ao neocolonialismo na África e na Ásia e aos processos migratórios intercontinentais.
A questão trata das consequências da crise econômica que se estendeu de 1873 a 1896 e das medidas tomadas por empresas e governos para enfrentá-la. Este contexto está relacionado ao aumento da produção, avanços técnicos, e a necessidade de novos mercados e terras.
Vamos analisar cada alternativa para identificar a correta.
A) ao neocolonialismo na África e na Ásia e aos processos migratórios intercontinentais.
CORRETA. O período mencionado (1873-1896) coincide com a fase do neocolonialismo, que se caracteriza pela expansão das potências europeias na África e na Ásia em busca de novos mercados e recursos. Além disso, os processos migratórios intercontinentais aumentaram, com muitos europeus emigrando para as Américas e outras regiões em busca de melhores condições de vida, devido às dificuldades econômicas e sociais na Europa.
B) à expansão napoleônica na Europa e ao controle italiano do comércio oriental.
ERRADA. A expansão napoleônica ocorreu no início do século XIX (1799-1815), bem antes do período de 1873-1896. O controle italiano do comércio oriental também não está relacionado diretamente com as medidas descritas no texto.
C) à fundação de feitorias na África e ao apogeu dos Impérios Português e Espanhol.
ERRADA. A fundação de feitorias na África e o apogeu dos Impérios Português e Espanhol ocorreram nos séculos XV e XVI, respectivamente, durante a Era dos Descobrimentos, não se relacionando ao contexto de crise econômica do final do século XIX mencionado no texto.
D) aos movimentos de independência na América e ao auge da escravidão negra.
ERRADA. Os movimentos de independência na América ocorreram principalmente no início do século XIX (entre 1808 e 1833). O auge da escravidão negra também é anterior ao período mencionado, sendo que durante o final do século XIX, muitos países já estavam abolindo a escravidão.
E) ao monopólio mercantilista na Ásia e ao pioneirismo inglês na Revolução Industrial.
ERRADA. O monopólio mercantilista na Ásia refere-se a práticas econômicas anteriores, principalmente do século XVII em diante. O pioneirismo inglês na Revolução Industrial ocorreu no final do século XVIII e início do XIX, mas não se encaixa diretamente no período de crise mencionado na questão.
78) Os diários, as memórias e as crônicas de viagens escritas por marinheiros, comerciantes, militares, missionários e exploradores, ao lado das cartas náuticas, seriam as principais fontes de conhecimento e representação da África dos séculos XV ao XVIII.
- A) derivou prioritariamente dos valores do islamismo, aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício, salvar suas almas.
- B) foi um esforço humanitário, que visava libertar povos oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos e selvagens.
- C) baseou-se em avanços científicos e em pressupostos liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais e sociais.
- D) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia.
- E) fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes, que mostravam fascínio e respeito pelas culturas nativas africanas.
A alternativa correta é letra D) sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia.
Gabarito: Letra D
sustentou-se no comércio e na construção de um imaginário acerca do continente africano, que legitimava a ideia de superioridade europeia.
Usando Leila Leite Hernandez como referência, afirmamos que os séculos XV a XVIII marcam o processo de roedura do continente africano, mas não propriamente da dominação em si. Nesses três séculos, os europeus sob a forma de viajantes, missionários, exploradores e militares estabeleceram contatos com os povos africanos e realizaram trocas comerciais ao longo da costa, obtendo metais preciosos, matérias-primas como a cana-de-açúcar, sal, marfim e, principalmente, os primeiros escravizados que seriam utilizados no continente europeu, nas ilhas do Atlântico e mais tarde nas Américas, como parte da comércio conhecido como tráfico transatlântico.
E nesse contato, uma vasta literatura do além-mar foi produzida sobre sociedades, culturas e práticas africanos que eram constantemente idealizadas e classificadas como inferiores. O olhar do europeu sobre o africano era pautado na construção de estereótipos que reforçavam a imagem do europeu como um ser superior e os africanos como selvagens, pagãos, povos sem história e primitivos.
Os estereótipos construídos possibilitavam que os povos africanos fossem dominados pelos europeus e consequentemente escravizados e essa situação não se encerra no século XVIII. Os séculos seguintes ainda são marcados pela visão negativa do continente que agora sofre com os processos de dominação e conquista imperialista.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: derivou prioritariamente dos valores do islamismo, aprisionando os corpos dos africanos para, com o sacrifício, salvar suas almas.
As visões europeias sobre os povos africanos derivaram de seus contatos com as sociedades do continente e não dos valores do islã. Ancoradas no pensamento cristão-medieval, os europeus passaram a diminuir a figura dos africanos, classificando-os como bárbaros, primitivos e pagãos, abrindo caminho para processos de escravização.
Letra B: foi um esforço humanitário, que visava libertar povos oprimidos por práticas culturais e hábitos pré-históricos e selvagens.
O discurso de humanitário de salvação dos povos africanos poderia até conter elementos de sinceridade por parte de missionários e exploradores, mas em grande parte foi utilizado como pretexto para a dominação colonial do continente africano. Além disso, esse discurso não está representado no trecho da questão.
Letra C: baseou-se em avanços científicos e em pressupostos liberais, voltados à eliminação de preconceitos raciais e sociais.
Além de não estar presente no trecho, tanto a ciência quanto as ideias liberais reforçaram os preconceitos raciais e sociais, pois consideravam os europeus como povos muito à frente dos africanos em matéria de progresso, de pensamento e de desenvolvimento do estado.
Letra E: fundamentou-se nas orientações dos relatos de viajantes, que mostravam fascínio e respeito pelas culturas nativas africanas.
Não havia respeito e reconhecimento das diversas culturas africanas por parte dos viajantes. Houve uma produção bastante extensa sobre o continente que trazia visões preconceituosas sobre os povos africanos, imaginários herdados da tradição cristã-medieval que definiu o continente como sendo habitado por monstros, seres disformes, marcados por maldições bíblicas, pagãos e selvagens.
Referências:
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula. Uma visita à história contemporânea. SP: Selo Negro Ed., 2005.
OLIVA, Anderson Ribeiro. "Os africanos entre representações. Viagens reveladoras, olhares imprecisos e a invenção do imaginário Ocidental sobre a África". Em Tempo de Histórias n. 09, 2011. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/20107.
79) Leia o texto para responder à questão.
- A) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano.
- B) a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemonia norte-americana no comércio internacional e retomar posição de liderança na economia mundial.
- C) o esforço de criação de um mercado consumidor global, sem hierarquia política ou prevalecimento comercial de um país ou continente sobre os demais.
- D) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de obra disponível nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano Pacífico.
- E) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes europeus e africanos, que favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra Mundial.
A alternativa correta é letra A) a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano.
Gabarito: Letra A
a busca de fontes de energia e de matérias-primas pelas potências europeias, associada à realização de expedições científicas de exploração do continente africano.
O novo tipo de colonialismo mencionado no texto é conhecido também na historiografia como Imperialismo. Os imperialismos foram processos históricos que aconteceram entre 1875 a 1914, quando a Europa Ocidental passou a exercer intensa influência sobre o restante do mundo. O conceito também inclui o conjunto de práticas e teorias que um centro metropolitano elabora para controlar um território distante.
Segundo Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva, o conjunto de práticas que fazem parte do imperialismo começou a ganhar corpo na Europa em fins do século XIX, com o a transformação do capitalismo em sua fase monopolista, onde ocorre a concorrência entre as economias capitalistas, o abandono da política liberal, o nascimento dos oligopólios, a intensa participação dos bancos em diversos investimentos econômicos e da participação dos Estados na economia.
Nascido a partir da participação dos bancos em diversos setores da economia e da formação dos monopólios, os imperialismos promoveram disputas por fontes de energia e matérias-primas, que seriam utilizadas nas indústrias europeias e expansão dos excedentes de capitais, uma vez que já havia saturação do mercado europeu, precisavam se expandir para além de suas fronteiras, momento marcado pela dominação de territórios no continente africano e asiático e do domínio econômico na América.
Assim, o aumento do interesse pelas matérias-primas de outros continentes levou os políticos, industriais e empresários a investir em expedições de exploração que uniam seus objetivos econômicos à aventura, investigação e curiosidade de cientistas e exploradores. Um bom exemplo dessa prática pode ser encontrada na expedição de Henry Stanley, patrocinada pelo rei belga Leopoldo II que tinha interesses comerciais e exploratórios na Bacia do rio Congo. As viagens de Stanley que definiram o território e as fronteiras naturais, acabaram por resultar na criação artificial do Estado Livre do Congo, colônia de propriedade pessoal do rei belga onde se explorou borracha com a utilização da mão de obra local.
Por que as demais estão incorretas?
Letra B: a tentativa das potências europeias de reduzir a hegemonia norte-americana no comércio internacional e retomar posição de liderança na economia mundial.
O novo colonialismo é aquele marcado pela concorrência entre as potências imperialistas, incluindo aí, os Estados Unidos. Trata-se de uma corrida pelos continente africano e asiático e tudo o que pudesse se obter dele: mão de obra, matérias-primas, fontes de energias, locais para investimentos de capitais, dentre outros.
Letra C: o esforço de criação de um mercado consumidor global, sem hierarquia política ou prevalecimento comercial de um país ou continente sobre os demais.
Os imperialismos não buscavam criar um mercado global, mas mercados consumidores dos produtos industrializados de cada estado imperialista. Basta lembrar que os imperialismos situam-se na fase do capitalismo monopolista, que visa à proteção dos mercados nacionais.
Letra D: a aquisição de escravos pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de obra disponível nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano Pacífico.
No novo colonialismo, a mão de obra nativa não era mais transportada para outros locais, como no antigo colonialismo dos séculos XV a XVIII. No novo colonialismo, a mão de obra africana ou asiática era utilizada nos empreendimentos coloniais, considerada livre e assalariada, embora em alguns casos, tratada como trabalhadores compulsórios.
Letra E: o estabelecimento de alianças políticas entre líderes europeus e africanos, que favorecessem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra Mundial.
Em muitos territórios do continente africano houve negociação entre os europeus e os líderes africanos para que houvesse a instalação de uma empresa estrangeira ou que fosse utilizada a mão de obra local. Não houve alianças para favorecer o avanço militar do Ocidente europeu na Primeira Guerra.
Referências:
SILVA, Kalina Vanderlei e SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo : Contexto, 2009.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2008.
80) Leia o texto para responder à questão.
- A) buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a negociação política.
- B) respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano.
- C) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
- D) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido colônias em outras partes do mundo.
- E) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano.
A alternativa correta é letra C) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
Gabarito: Letra C
ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
De acordo com Leila Leite Hernandez, a corrida ao continente africano e a sua consequente divisão entre os europeus foi um verdadeiro gesto de violência geográfica no qual todo o espaço foi recortado de acordo com os interesses de controle e exploração.
Assim, os imperialismos podem ser descritos como um grande processo de reagrupamento populacional onde uma diversidade de unidades sociais acabou se transformando em pequenos grupos dirigentes dos estados coloniais, chamadas de "tribos" pelos colonizadores. Estes ignoraram os laços comerciais, políticos e culturais que haviam unido essas unidades sociais.
Muitas vezes reorganizados a partir de novas fronteiras coloniais que foram traçadas sem a participação dos africanos, os grupos sociais tiveram que construir novas identidades a partir da língua e da religião do colonizador.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: buscou conciliar os interesses de colonizadores e colonizados, valorizando o diálogo e a negociação política.
No processo de conquista do continente africano não houve diálogo e negociação entre colonizadores e colonizados, mas somente os interesses dos europeus.
Letra B: respeitou as divisões políticas e as diferenças étnicas então existentes no continente africano.
A partilha do continente não respeitou as divisões políticas e as diferentes etnias que existem no continente africano.
Letra D: privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido colônias em outras partes do mundo.
A conquista do continente acabou privilegiando os países que já possuíam verdadeiros impérios coloniais em outras partes do mundo, como, os ingleses e franceses. Isso não significa que alemães, belgas, portugueses e italianos não tenham conseguido colônias no continente. Conseguiram, porém em menor quantidade.
Letra E: afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano.
A conquista do continente atingiu todas as áreas, do litoral ao interior. Segundo Leila Leite Hernandez, com exceção da Libéria (que era um protetorado dos EUA) e da Etiópia, que viria a ser ocupada mais pela Itália fascista, todo o continente foi ocupado pelos europeus através de tratados, diplomacia e acordos entre os países europeus.
Referências:
HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula - visita à história contemporânea. SP: Selo Negro Ed., 2005.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo: Ática, 2008.