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      As primeiras expedições na costa africana a partir da ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes, foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam com as populações locais e sequestravam pessoas que chegavam às praias, levando-as para os navios para serem vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé, considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados, pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul, além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados, portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes das leis de Deus, e no entender dos portugueses da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas almas na vida além desta.                         (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)O texto caracteriza

      As primeiras expedições na costa africana a partir da
ocupação de Ceuta em 1415, ainda na terra de povos berberes,
foram registrando a geografia, as condições de navegação e de ancoragem. Nas paradas, os portugueses negociavam
com as populações locais e sequestravam pessoas que
chegavam às praias, levando-as para os navios para serem
vendidas como escravas. Tal ato era justificado pelo fato de
esses povos serem infiéis, seguidores das leis de Maomé,
considerados inimigos, e portanto podiam ser escravizados,
pois acreditavam ser justo guerrear com eles. Mais ao sul,
além do rio Senegal, os povos encontrados não eram islamizados,
portanto não eram inimigos, mas eram pagãos, ignorantes
das leis de Deus, e no entender dos portugueses
da época também podiam ser escravizados, pois ao se converterem
ao cristianismo teriam uma chance de salvar suas
almas na vida além desta.

                        (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)

O texto caracteriza

Resposta:

A alternativa correta é B)

O texto descreve as primeiras expedições portuguesas na costa africana após a ocupação de Ceuta em 1415, destacando o registro geográfico e as condições de navegação. Durante essas expedições, os portugueses não apenas negociavam com as populações locais, mas também sequestravam pessoas para escravizá-las, justificando tal prática com base em argumentos religiosos e ideológicos. No norte da África, os povos berberes eram considerados inimigos por seguirem o islamismo, enquanto, mais ao sul, os não islamizados eram vistos como pagãos ignorantes das leis de Deus, o que, segundo a visão portuguesa, também legitimava sua escravização sob o pretexto de conversão ao cristianismo.

A análise do texto permite identificar que ele caracteriza o avanço gradual da presença europeia na África e a conformação de um modelo de exploração que envolvia tanto a natureza quanto o trabalho humano, especialmente por meio da escravização. Essa exploração foi marcada por uma justificativa religiosa, que servia para legitimar a violência e a dominação sobre os povos africanos. A alternativa B) é a que melhor sintetiza essa interpretação, ao abordar a expansão europeia e a estruturação de um sistema de exploração baseado no trabalho escravo e na apropriação de recursos.

As demais alternativas não correspondem ao conteúdo do texto. A alternativa A) menciona o mercado atlântico em seu auge e as Companhias de Comércio, elementos que não são abordados no excerto. A alternativa C) fala em "exploração sustentável", o que não se aplica ao contexto histórico descrito. A alternativa D) incorre ao sugerir um caráter laico do Estado português, quando o texto evidencia justamente o uso de argumentos religiosos para legitimar a escravidão. Por fim, a alternativa E) menciona uma concentração de atividades nas áreas centrais do continente africano, enquanto o texto se refere principalmente às regiões costeiras.

Portanto, a resposta correta é a alternativa B), que reflete adequadamente o processo de expansão europeia na África e a formação de um sistema de exploração baseado na dominação e na escravidão.

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