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“Em toda a parte onde [o inglês] domine e impere, todo o esforço consiste em reduzir as civilizações estranhas ao tipo da sua civilização anglo-saxônica. O mal não é grande quando eles operam sobre a Zululância e sobre a Cafraria, nessas vastidões da Terra Negra, onde selvagens e a sua cubata mal se distinguem das ervas e das rochas, e são meros acessórios da paisagem: aí encontram apenas uma matéria bruta, onde nenhuma anterior forma de beleza original se estraga, quando eles a refundem para a fazer à sua imagem. Vestir o desventurado rei negro Cetewayo, como eles agora fizeram, de coronel de infantaria, obrigar os chefes do Basutos a saber de cor os nomes da família real inglesa, são talvez actos de feroz despotismo, mas não deterioram nenhuma primitiva originalidade de linha ou de ideia.” [QUEIROZ, Eça. Cartas da Inglaterra]O texto do escritor português Eça de Queiroz ressalta concepção difundida durante a chamada pax britânica, que seria:

“Em toda a parte onde [o inglês] domine e impere, todo o
esforço consiste em reduzir as civilizações estranhas ao tipo
da sua civilização anglo-saxônica. O mal não é grande quando
eles operam sobre a Zululância e sobre a Cafraria, nessas
vastidões da Terra Negra, onde selvagens e a sua cubata mal
se distinguem das ervas e das rochas, e são meros acessórios
da paisagem: aí encontram apenas uma matéria bruta, onde
nenhuma anterior forma de beleza original se estraga, quando
eles a refundem para a fazer à sua imagem. Vestir o
desventurado rei negro Cetewayo, como eles agora fizeram, de
coronel de infantaria, obrigar os chefes do Basutos a saber de
cor os nomes da família real inglesa, são talvez actos de feroz
despotismo, mas não deterioram nenhuma primitiva
originalidade de linha ou de ideia.”

[QUEIROZ, Eça. Cartas da Inglaterra]

O texto do escritor português Eça de Queiroz ressalta
concepção difundida durante a chamada pax britânica, que
seria:

Resposta:

A alternativa correta é C)

O trecho de Eça de Queiroz, retirado de Cartas da Inglaterra, ilustra uma visão crítica sobre a expansão colonial britânica e sua imposição cultural sobre povos considerados "inferiores". O autor descreve como o imperialismo inglês buscava moldar outras civilizações segundo seus próprios padrões anglo-saxônicos, especialmente em regiões como a África, onde as culturas locais eram vistas como "matéria bruta" a ser reformulada. Essa postura reflete claramente o eurocentrismo, conceito que coloca a Europa — e, no caso, a Inglaterra — como centro civilizatório e modelo a ser seguido, desprezando as tradições e identidades dos povos colonizados.

A alternativa correta, portanto, é a C) Eurocentrismo, pois o texto evidencia a superioridade atribuída à cultura europeia e sua pretensão de uniformizar outras sociedades segundo seus valores. Enquanto o antropocentrismo (A) refere-se à centralidade do ser humano, o individualismo (B) destaca a primazia do indivíduo sobre o coletivo, e o liberalismo (D) está mais associado à liberdade econômica e política, nenhum desses conceitos captura a essência da dominação cultural descrita por Eça de Queiroz. O eurocentrismo, por sua vez, explica a hierarquização de culturas e a justificativa para a assimilação forçada, como no caso do rei Cetewayo vestido à moda britânica ou dos chefes Basutos submetidos à memorização da família real inglesa.

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