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Os viajantes, missionários, administradores coloniais e etnógrafos europeus, no passado, tenderam a fundir múltiplas identidades em um único conceito de tribo. O uso da palavra tribo para descrever as sociedades africanas surgiu de um desejo de enaltecer o Estado-nação, ao mesmo tempo em que sugeria a inferioridade inerente de outros. Em resumo, conotava políticas primitivas que eram menos desenvolvidas do que as políticas dos Estadosnação. (Adaptado de John Parker e Richard Rathbone, “A ideia de África”, em História da África. Lisboa: Quimera, 2016, p. 56-58.) Baseado no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.

Os viajantes, missionários, administradores coloniais e
etnógrafos europeus, no passado, tenderam a fundir
múltiplas identidades em um único conceito de tribo. O uso
da palavra tribo para descrever as sociedades africanas
surgiu de um desejo de enaltecer o Estado-nação, ao
mesmo tempo em que sugeria a inferioridade inerente de
outros. Em resumo, conotava políticas primitivas que eram
menos desenvolvidas do que as políticas dos Estadosnação.
(Adaptado de John Parker e Richard Rathbone, “A ideia de África”, em História
da África
. Lisboa: Quimera, 2016, p. 56-58.)
Baseado no texto acima e em seus conhecimentos,
assinale a alternativa correta.

Resposta:

A alternativa correta é A)

A formação do conceito de tribo no pensamento europeu está intrinsecamente ligada ao processo de colonização da África no século XIX. Como aponta o texto, viajantes, missionários e administradores coloniais reduziram a complexidade das sociedades africanas a uma noção simplista e homogênea de "tribo", termo carregado de conotações pejorativas. Essa visão serviu como justificativa ideológica para o domínio colonial, ao apresentar os povos africanos como inferiores e menos desenvolvidos politicamente em comparação com os Estados-nação europeus.

A alternativa correta (A) demonstra como esse conceito foi instrumentalizado para legitimar a dominação colonial. Ao desconsiderar a diversidade de organizações políticas africanas e classificá-las genericamente como "tribos", os europeus criaram uma narrativa que reforçava sua suposta superioridade civilizatória. Essa perspectiva ignorava deliberadamente a existência de reinos, impérios e outras formas de organização política complexas que existiam no continente africano antes da colonização.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A opção B erra ao afirmar que não havia formações políticas extensas na África, quando na verdade existiam vários impérios e reinos de grande dimensão territorial. A alternativa C reproduz o estereótipo colonial ao descrever as sociedades africanas como inevitavelmente fragmentadas e belicosas. Já a opção D comete o erro de considerar as "tribos" como unidades estáticas, quando na realidade as identidades africanas eram dinâmicas e sujeitas a transformações históricas.

Portanto, a alternativa A é a única que corretamente relaciona a construção do conceito de tribo com os interesses colonialistas europeus, demonstrando como essa categoria foi utilizada como ferramenta ideológica de dominação.

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