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Questões Sobre Imperialismo e Colonialismo do século XIX - História - concurso

Questão 11

      Ouvimos dizer que, no vosso próprio país, o ópio é
proibido com o máximo rigor e severidade: esta é uma forte
prova de que sabeis muito bem como ele é danoso para a
humanidade. Como não permitis que ele fira vosso próprio
país, não deveríeis transferir droga tão prejudicial a outro
país, e menos ainda para o Império do Meio. Dos produtos
que a China exporta a vossos países, não há um que não seja
benéfico para a humanidade. Isso sem mencionar nosso chá e
ruibarbo, coisas sem as quais vossos países estrangeiros não
poderiam passar um dia. Se nós, do Império Central, vos
limitássemos do que é benéfico e vos privássemos de vossos
desejos, como poderíeis vós, estrangeiros, existir? 
LIN ZEXU. Carta de junho de 1839, Cantão, para sua Majestade a Rainha
Vitória da Grã-Bretanha e da Irlanda, Londres. 2 f. Sobre comércio de ópio
na China, traduzido, com adaptações 

No que se refere aos conflitos conhecidos como as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860), julgue (C ou E) o item a seguir.
No período entre as hostilidades, britânicos e franceses
auxiliaram a dinastia Qing a derrotar um movimento
rebelde chinês messiânico de inspiração cristã, conhecido
como Reino Celestial Taiping, sediado em Nanquim.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

A carta de Lin Zexu à Rainha Vitória em 1839 revela uma crítica contundente ao comércio britânico de ópio na China, destacando a contradição entre a proibição rigorosa da droga na Grã-Bretanha e sua exportação forçada ao Império Qing. Esse contexto histórico é fundamental para compreender as Guerras do Ópio, conflitos que marcaram a imposição do imperialismo ocidental sobre a China. No intervalo entre as duas guerras, ocorreu um episódio significativo: a aliança entre britânicos, franceses e a dinastia Qing para suprimir a Rebelião Taiping (1850-1864), um movimento de caráter messiânico e influência cristã heterodoxa que ameaçava o governo central. Portanto, a afirmação de que as potências europeias auxiliaram os Qing contra o Reino Celestial Taiping está correta, evidenciando a complexidade das relações entre a China e o Ocidente no século XIX.

Resposta: C) CERTO

Questão 12

      Ouvimos dizer que, no vosso próprio país, o ópio é
proibido com o máximo rigor e severidade: esta é uma forte
prova de que sabeis muito bem como ele é danoso para a
humanidade. Como não permitis que ele fira vosso próprio
país, não deveríeis transferir droga tão prejudicial a outro
país, e menos ainda para o Império do Meio. Dos produtos
que a China exporta a vossos países, não há um que não seja
benéfico para a humanidade. Isso sem mencionar nosso chá e
ruibarbo, coisas sem as quais vossos países estrangeiros não
poderiam passar um dia. Se nós, do Império Central, vos
limitássemos do que é benéfico e vos privássemos de vossos
desejos, como poderíeis vós, estrangeiros, existir? 
LIN ZEXU. Carta de junho de 1839, Cantão, para sua Majestade a Rainha
Vitória da Grã-Bretanha e da Irlanda, Londres. 2 f. Sobre comércio de ópio
na China, traduzido, com adaptações 

No que se refere aos conflitos conhecidos como as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860), julgue (C ou E) o item a seguir.
Apenas com a derrota na segunda Guerra do Ópio, a China
viu-se obrigada a permitir a instalação de representações
estrangeiras residentes na respectiva capital imperial.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é C)

A carta de Lin Zexu à Rainha Vitória em 1839 revela a profunda indignação chinesa diante do comércio britânico de ópio, que minava a saúde e a economia do Império Qing. O texto expõe a contradição moral de um país que proibia a droga internamente, mas a exportava agressivamente para a China. Essa disputa desencadeou as Guerras do Ópio, marcando o início de um século de humilhações para a China perante as potências ocidentais.

O item avaliado afirma corretamente (C) que apenas após a derrota na Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) a China foi forçada a aceitar representações diplomáticas estrangeiras permanentes em Pequim. Essa concessão, consolidada no Tratado de Tianjin (1858) e ratificada após a ocupação da capital em 1860, simbolizou a submissão do Império Qing à ordem colonial. Enquanto a Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) havia aberto portos comerciais, foi a segunda derrota que quebrou definitivamente a resistência chinesa à presença diplomática ocidental no coração do poder imperial.

Resposta: C) CERTO

Questão 13

      Ouvimos dizer que, no vosso próprio país, o ópio é
proibido com o máximo rigor e severidade: esta é uma forte
prova de que sabeis muito bem como ele é danoso para a
humanidade. Como não permitis que ele fira vosso próprio
país, não deveríeis transferir droga tão prejudicial a outro
país, e menos ainda para o Império do Meio. Dos produtos
que a China exporta a vossos países, não há um que não seja
benéfico para a humanidade. Isso sem mencionar nosso chá e
ruibarbo, coisas sem as quais vossos países estrangeiros não
poderiam passar um dia. Se nós, do Império Central, vos
limitássemos do que é benéfico e vos privássemos de vossos
desejos, como poderíeis vós, estrangeiros, existir? 
LIN ZEXU. Carta de junho de 1839, Cantão, para sua Majestade a Rainha
Vitória da Grã-Bretanha e da Irlanda, Londres. 2 f. Sobre comércio de ópio
na China, traduzido, com adaptações 

No que se refere aos conflitos conhecidos como as Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860), julgue (C ou E) o item a seguir.
A incontestável vitória britânica na primeira Guerra do
Ópio foi facilitada pelo controle inglês sobre o porto
de Hong Kong.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

A carta de Lin Zexu à Rainha Vitória em 1839 revela a indignação chinesa diante do comércio britânico de ópio, que minava a saúde e a economia do Império Qing. O texto expõe a contradição moral: enquanto a Grã-Bretanha proibia a droga em seu território, lucrava com sua disseminação na China, aproveitando-se da dependência criada. Essa hipocrisia comercial foi um dos estopins das Guerras do Ópio.

Quanto ao item avaliado, a afirmação de que a vitória britânica na primeira Guerra do Ópio (1839-1842) foi facilitada pelo controle de Hong Kong está incorreta (E). Historicamente, os britânicos só ocuparam Hong Kong após o Tratado de Nanquim (1842), que encerrou o conflito. A superioridade naval e tecnológica - não a posse estratégica do porto - foi decisiva para o triunfo inglês. A China, com navios obsoletos e táticas ultrapassadas, não conseguiu resistir ao poderio militar britânico, marcando o início de um século de humilhações frente às potências ocidentais.

Questão 14

      Ouvimos dizer que, no vosso próprio país, o ópio é
proibido com o máximo rigor e severidade: esta é uma forte
prova de que sabeis muito bem como ele é danoso para a
humanidade. Como não permitis que ele fira vosso próprio
país, não deveríeis transferir droga tão prejudicial a outro
país, e menos ainda para o Império do Meio. Dos produtos
que a China exporta a vossos países, não há um que não seja
benéfico para a humanidade. Isso sem mencionar nosso chá e
ruibarbo, coisas sem as quais vossos países estrangeiros não
poderiam passar um dia. Se nós, do Império Central, vos
limitássemos do que é benéfico e vos privássemos de vossos
desejos, como poderíeis vós, estrangeiros, existir? 
LIN ZEXU. Carta de junho de 1839, Cantão, para sua Majestade a Rainha
Vitória da Grã-Bretanha e da Irlanda, Londres. 2 f. Sobre comércio de ópio
na China, traduzido, com adaptações 

No que se refere aos conflitos conhecidos como as Guerras do
Ópio (1839-1842 e 1856-1860), julgue (C ou E) o item a seguir.
As Guerras do Ópio foram produto direto da
competição entre as potências coloniais europeias e os
Estados Unidos que disputavam entre si concessões do
governo de Pequim.

  • C) CERTO
  • E) ERRADO
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A alternativa correta é E)

A carta de Lin Zexu à Rainha Vitória em 1839 revela uma crítica contundente à hipocrisia britânica no comércio de ópio, destacando a contradição entre a proibição da substância na Grã-Bretanha e sua exportação forçada para a China. Esse documento histórico ilustra o cerne do conflito que levou às Guerras do Ópio: não uma disputa entre potências europeias por concessões chinesas, mas sim a resistência do Império Qing à imposição colonial britânica por meio do narcotráfico.

O item analisado afirma erroneamente que as Guerras do Ópio resultaram de competições entre potências ocidentais. Na realidade, o conflito teve origem na determinação chinesa em combater o comércio ilegal de ópio, que corroía sua sociedade e drenava sua prata, enquanto a Grã-Bretanha insistia em manter esse lucrativo tráfico. A Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) ampliou a participação francesa, mas o cerne permaneceu sendo a subjugação da China às demandas imperialistas, não uma disputa intereuropeia.

Portanto, a afirmação está errada (E), pois desconsidera a natureza assimétrica do conflito, onde uma China soberana enfrentava a agressão colonial, não uma mera disputa entre potências por privilégios comerciais. As Guerras do Ópio representaram antes um capítulo sombrio do imperialismo ocidental do que uma competição entre pares pelo acesso ao mercado chinês.

Questão 15

Na segunda metade do século XIX, a Europa vivia transformações de ordem econômica e cultural que se fizeram sentir em outras partes do planeta. Nesse contexto, as principais potências europeias adotaram a política imperialista, também chamada de neocolonialismo, para suprirem suas necessidades comerciais e expandirem suas zonas de influência sobre o restante do mundo.

Entre as consequências do neocolonialismo e do imperialismo, encontra-se:

  • A)o movimento de independência da América Espanhola.
  • B)a era Meiji.
  • C)as revoluções socialistas na América Central.
  • D)a expansão da ideologia socialista na Europa Oriental.
  • E)a Primeira Guerra Mundial.
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A alternativa correta é E)

Na segunda metade do século XIX, a Europa passava por profundas transformações econômicas e culturais que reverberaram globalmente. Foi nesse cenário que as principais potências europeias adotaram políticas imperialistas, também conhecidas como neocolonialismo, visando atender às suas demandas comerciais e ampliar suas áreas de influência pelo mundo.

Entre as consequências diretas desse processo, destaca-se a Primeira Guerra Mundial (alternativa E). O imperialismo acirrou as rivalidades entre as nações europeias, criando tensões geopolíticas e uma corrida por territórios e recursos que, somadas a outros fatores, culminaram no conflito global de 1914-1918.

Embora as outras alternativas mencionem eventos históricos relevantes, como a era Meiji no Japão (B) ou movimentos independentistas na América (A), nenhum deles está diretamente ligado às consequências imediatas do neocolonialismo europeu do século XIX da mesma forma que a Grande Guerra.

Questão 16

A colonização da Oceania começou na segunda metade do século XVIII, bem depois da colonização dos demais
continentes e promoveu o domínio da civilização ocidental sobre os povos locais. A Oceania foi denominada pelos
europeus como:

  • A)Novo Mundo.
  • B)Velho Mundo.
  • C)Antigo Mundo.
  • D)Novíssimo Mundo.
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A alternativa correta é D)

A colonização da Oceania, iniciada na segunda metade do século XVIII, representou um processo tardio em comparação com a ocupação europeia em outros continentes. Enquanto América, África e partes da Ásia já haviam sido exploradas e colonizadas há séculos, a Oceania permaneceu relativamente isolada até as grandes navegações do período moderno. Esse atraso histórico fez com que os europeus a denominassem como o "Novíssimo Mundo", diferenciando-a tanto do "Novo Mundo" (as Américas) quanto do "Velho" ou "Antigo Mundo" (Europa, Ásia e África).

A chegada dos colonizadores à Oceania marcou o início de um domínio cultural, político e econômico ocidental sobre os povos nativos, como os maori, os aborígenes australianos e os habitantes das ilhas do Pacífico. Esse processo trouxe consequências profundas, incluindo a marginalização das culturas locais, a introdução de novas doenças e a exploração dos recursos naturais. A expressão "Novíssimo Mundo" reflete não apenas a descoberta tardia, mas também a percepção europeia de que se tratava de uma fronteira ainda mais distante e exótica.

Portanto, a alternativa correta é a letra D) Novíssimo Mundo, pois essa denominação foi utilizada para distinguir a Oceania dos outros territórios já conhecidos e colonizados anteriormente. O termo reforça a ideia de que a região era vista como a última grande descoberta geográfica da expansão europeia.

Questão 17

Leia e responda:
“Uma enorme onda de atividades, reflexões e revisões
anticoloniais e, em última análise, anti-imperiais tomou conta
do edifício maciço do império ocidental, enfrentando-o,
para empregar a vívida metáfora de Gramsci, num cerco
mútuo. Pela primeira vez, os ocidentais foram compelidos
a se encarar não simplesmente como o governo colonial,
mas como representantes de uma cultura e mesmo de
raças acusadas de crimes — crimes de violência, crimes de
eliminação, crimes de consciência.” ( Said, Edward W. – “
Cultura e Imperialismo”).
O chamado neocolonialismo, que ocorreu nos territórios
do Continente Africano e Asiático, produziram
consequências e experiências extremas, na maioria
das vezes, negativas. Sobre o Imperialismo europeu
neste período, assinale a alternativa INCORRETA:

  • A)Utilizaram de um discurso civilizatório e de ideologias, como o darwinismo social, que justificavam a invasão destes territórios
  • B)Os objetivos do Imperialismo foram os de adquirir fontes de matérias primas capazes de alimentar a indústria europeia a baixíssimos preços
  • C)Ainda nos dias de hoje inúmeras regiões no continente africano e asiático lidam com as consequências do Imperialismo europeu como guerras entre grupos étnicos–raciais divergentes realocados em mesmo território, devido à partilha promovida pela civilização Europeia; ou ainda, a larga exploração de bens naturais a baixos preços à empresas ocidentais
  • D)É muito comum ao se falar em Cultura e História Oriental fazê-lo através dos olhares ocidentais, principalmente europeu, e não pelos reais sujeitos destas Histórias
  • E)Devido ao longo processo exploratório promovido pelos países europeus ao redor do globo, em destaque os continentes Asiático e Africano, a União Europeia permitiu livre entrada e permanência em seus territórios a todos os nascidos em territórios explorados
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A alternativa correta é E)

O texto apresentado aborda o impacto do imperialismo europeu, especialmente durante o período neocolonial, sobre os territórios africanos e asiáticos. Edward W. Said destaca como as potências ocidentais foram confrontadas com as consequências de suas ações coloniais, não apenas como governantes, mas como representantes de uma cultura acusada de crimes históricos. A análise das alternativas revela que a opção incorreta é a letra E, pois não há registros de que a União Europeia tenha concedido livre entrada e permanência ilimitada a todos os nascidos em territórios explorados. Essa afirmação não corresponde a nenhuma política migratória real implementada pela UE.

As demais alternativas apresentam características verídicas do imperialismo: o uso de justificativas pseudocientíficas como o darwinismo social (A), a busca por matérias-primas baratas (B), os conflitos étnicos herdados da divisão colonial (C) e a narrativa histórica dominada pela perspectiva europeia (D). A alternativa E, portanto, destoa por apresentar uma suposta reparação que nunca ocorreu de fato, ignorando as complexas restrições migratórias contemporâneas. O imperialismo deixou marcas profundas, mas a abertura irrestrita de fronteiras europeias não está entre suas consequências históricas.

Questão 18

Analise a citação a seguir.
“[…] Após o segundo round de guerra mundial, a revolução
mundial e sua consequência, a descolonização global,
aparentemente não havia mais futuro no velho programa
de alcançar prosperidade enquanto produtores primários
para o mercado mundial dos países imperialistas […].”
HOBSBAWM, Eric J. Era dos extremos. O breve século XX,
1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p 342.
Eric Hobsbawm, em sua análise, indicou dois tipos
de países surgidos com a descolonização: os mais
ambiciosos e os menos bem-sucedidos.
Os mais ambiciosos conseguiram maior independência
nacional no mercado mundial, entre outras razões,
porque

  • A)buscaram a participação de setores privados da economia, nacionais ou estrangeiros, sob estreita vigilância e fiscalização do judiciário local, para investir nos setores básicos da economia, sobretudo de recursos naturais.
  • B)desenvolveram políticas de industrialização sistemática, ou de substituição de importações, assim como buscaram meios para controlar e desenvolver seus recursos naturais, como o petróleo, a exemplo do México.
  • C)estabeleceram planos de industrialização altamente centralizada no Estado, sem levar em conta o estágio de atraso em que se encontravam, não possuindo, por isso, quadros capazes de manter esses planejamentos.
  • D)sustentaram, paralelamente ao modelo industrializante estatal, um forte peso da economia tradicional de exportação de bens primários, agora, numa parceria formado pelo Estado e por agricultores de subsistência.
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A alternativa correta é B)

A citação de Eric Hobsbawm em "Era dos Extremos" aborda as transformações econômicas e políticas no cenário global após a Segunda Guerra Mundial, destacando o impacto da descolonização. O autor aponta que os países recém-independentes enfrentaram o desafio de superar a dependência histórica da exportação de produtos primários para as potências imperialistas. Nesse contexto, Hobsbawm distingue duas categorias de nações: as mais ambiciosas, que buscaram maior autonomia econômica, e as menos bem-sucedidas, que mantiveram modelos tradicionais de subordinação ao mercado internacional.

A alternativa correta (B) reflete a estratégia adotada pelos países mais ambiciosos, que implementaram políticas de industrialização sistemática e substituição de importações, além de fortalecer o controle sobre seus recursos naturais. Essa abordagem permitiu que nações como o México reduzissem sua vulnerabilidade externa e construíssem bases para um desenvolvimento econômico mais autônomo. Ao contrário de manterem-se como meros exportadores de commodities, esses países investiram na diversificação produtiva e no fortalecimento de sua capacidade industrial, criando condições para uma inserção mais soberana na economia mundial.

As demais alternativas apresentam modelos que não correspondem ao caminho bem-sucedido descrito por Hobsbawm. A opção (A) menciona a participação do setor privado sob vigilância do judiciário, o que não era o foco principal dos países mais ambiciosos. Já a alternativa (C) descreve um planejamento estatal rígido e desconectado da realidade local, característica que não condiz com os casos de sucesso. Por fim, a opção (D) propõe a manutenção do modelo primário-exportador, justamente o paradigma que os países mais progressistas buscaram superar.

Portanto, a análise de Hobsbawm revela que o êxito dos países pós-coloniais esteve vinculado à capacidade de romper com a dependência do modelo primário-exportador através de políticas industriais ativas e controle soberano sobre os recursos nacionais - estratégia que permitiu a algumas nações alcançarem maior independência no cenário econômico internacional.

Questão 19

Sobretudo  a  partir  da  Idade  Moderna,  chegando  à contemporaneidade,  a  história  da  Europa  e  da  América  é indissociável  da  história  da  África.  Relativamente  ao  tema, assinale a alternativa correta. 

  • A)Apesar das pressões de movimentos sociais, ainda não  há  legislação  determinando  o  estudo  de  história  da  África nas escolas brasileiras.
  • B)Um equívoco em que muitos incorrem, no Brasil, é imaginar ser a África um continente homogêneo, sem maiores distinções entre seus povos.
  • C)Fundamental  na  colonização  do  Brasil,  a  escravidão  africana  inexistiu  nas  demais  áreas  da  América  colonizadas pelos europeus.
  • D)Por causa das condições de absoluta sujeição impostas  aos  escravos  africanos,  é  bastante  reduzida  sua  contribuição para a formação cultural do Brasil.
  • E)Diferentemente do ocorrido no Novo Mundo, a Europa desconhecia a escravidão e não mantinha intercâmbio de negócios com a África.
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A alternativa correta é B)

O estudo das relações históricas entre Europa, América e África é fundamental para compreender a formação das sociedades contemporâneas. A alternativa correta, B), aponta para um equívoco comum: a ideia de que a África é um continente homogêneo, sem diversidade cultural e étnica. Essa visão simplista ignora a riqueza e a complexidade das civilizações africanas, que possuem histórias, línguas, tradições e organizações sociais distintas.

A escravidão africana foi um elemento central na colonização das Américas, incluindo o Brasil, e sua influência cultural é inegável, contradizendo a afirmação da alternativa D). Da mesma forma, a Europa mantinha relações comerciais com a África muito antes da colonização das Américas, como demonstram os registros históricos, invalidando a alternativa E).

No Brasil, a Lei nº 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, o que refuta a alternativa A). Além disso, a escravidão africana foi presente em diversas colônias americanas, não apenas no Brasil, tornando a alternativa C) incorreta.

Portanto, a alternativa B) é a única que reflete um aspecto importante e frequentemente negligenciado: a diversidade do continente africano e a necessidade de compreendê-lo em sua pluralidade.

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Questão 20

Catorze potências participaram da Conferência de Berlim
(1884-1885), que no essencial estabeleceu uma espécie de “gentleman’s agreement”: cada potência europeia
comprometia-se a não mais fazer aquisições selvagens
sem notificar as outras, para permitir que estas apresentassem seus pleitos. Os povos ou reis africanos, considerados “res nullius”, não foram sequer consultados ou
informados de todas essas discussões.
(Marc Ferro, História das colonizações: das conquistas
às independências, séculos XIII a XX)
Acerca dos resultados dessa conferência, sabe-se

  • A)do importante ganho do rei Leopoldo II, da Bélgica, reconhecido como soberano proprietário do Congo.
  • B)da derrota diplomática da Grã-Bretanha, porque foi impedida de ocupar as colônias portuguesas, especialmente, o senegal.
  • C)da vitória de Portugal, pois as potências presentes na conferência aceitaram o Mapa Cor-de-Rosa, que se refere às terras ligando Angola e Moçambique.
  • D)da eficiente ação diplomática alemã que conquistou, em acordos bilaterais, territórios estratégicos que pertenciam à Grã-Bretanha.
  • E)da conquista francesa sobre vários territórios, principalmente na África Central, que estavam sob o controle do Império Britânico.
FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é A)

A Conferência de Berlim (1884-1885) foi um marco na história do colonialismo europeu na África, reunindo catorze potências que buscaram estabelecer regras para a partilha do continente africano. O acordo principal consistia em um "gentleman’s agreement", pelo qual as nações europeias se comprometiam a evitar anexações desordenadas de territórios sem prévia comunicação às demais potências. No entanto, como destacado no texto de Marc Ferro, os povos africanos e seus líderes foram completamente excluídos dessas negociações, tratados como "res nullius"—coisa de ninguém—sem direito a voz ou participação.

Entre os resultados mais significativos da conferência, destaca-se o reconhecimento do rei Leopoldo II da Bélgica como soberano proprietário do Estado Livre do Congo (alternativa A). Esse arranjo, longe de ser benéfico para a população local, resultou em um dos regimes coloniais mais brutais da história, marcado pela exploração extrema e violações sistemáticas dos direitos humanos. As demais alternativas apresentadas não correspondem aos fatos históricos: a Grã-Bretanha não sofreu uma derrota diplomática em relação às colônias portuguesas (B), Portugal não obteve reconhecimento para o Mapa Cor-de-Rosa (C), a Alemanha não conquistou territórios britânicos por meio de acordos bilaterais (D), e a França não tomou controle de territórios britânicos na África Central (E).

Assim, a Conferência de Berlim consolidou a dominação europeia na África sob um véu de legalidade internacional, ignorando completamente a soberania e os interesses dos povos africanos. O caso do Congo sob Leopoldo II exemplifica como esses acordos serviram, acima de tudo, aos interesses imperialistas das potências europeias, com consequências devastadoras para o continente africano.

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