Questões Sobre Imperialismo e Colonialismo do século XIX - História - concurso

O texto apresentado aborda o estabelecimento de um novo sistema geoeconômico atlântico entre os séculos XVI e XVIII, destacando o comércio triangular que conectou Europa, África e Américas. Esse processo consolidou a dominação europeia, especialmente da Europa Ocidental, sobre as sociedades africanas e americanas, permitindo a acumulação de capital em escala global por meio do comércio e da exploração.

A análise das alternativas revela que a opção correta é a C), pois reconhece a complexidade e diversidade do continente africano no período em questão. A África não era um espaço homogêneo ou desconhecido, mas sim uma região com ricas estruturas políticas, culturais e sociais. Impérios como o Mali e o Reino do Congo exemplificam essa sofisticação, demonstrando que as interações com os europeus ocorreram em um contexto de sociedades organizadas e influentes.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A alternativa A) ignora as dinâmicas internas africanas, reduzindo suas transformações à influência europeia. A B) desconsidera o conhecimento prévio que os europeus tinham sobre partes da África antes das navegações portuguesas. A D) simplifica o tráfico atlântico, já que cativos eram obtidos também em regiões do interior. Por fim, a E) subestima o impacto que o contato com africanos e americanos teve na sociedade europeia, desde a economia até a cultura.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor reflete a realidade histórica descrita no texto, reconhecendo a pluralidade e a autonomia das sociedades africanas no período do comércio atlântico.

O fragmento de texto de Norman Davies destaca o dinamismo e o poderio europeu no século XIX, abrangendo aspectos técnicos, econômicos, culturais e intercontinentais. Esse cenário de supremacia europeia teve como uma de suas consequências diretas a expansão colonial, especialmente no continente africano. Ao final do século XIX, de fato, quase todo o território africano estava sob o domínio de potências europeias, como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal, consolidado durante a Conferência de Berlim (1884-1885), que regulamentou a partilha da África entre as nações europeias. Portanto, a afirmação está correta.

Resposta: C) CERTO

O expansionismo europeu no século XIX foi um período marcado pela intensificação do colonialismo, com potências como a Grã-Bretanha estabelecendo domínios em vastas regiões da Ásia, África e Oceania. No caso específico da Índia, a conquista britânica teve início por meio da Companhia das Índias Orientais, uma entidade comercial que, apesar de privada, operava sob a proteção e o aval do governo britânico. Essa relação permitiu que a empresa agisse como um braço do imperialismo inglês, consolidando o controle político e econômico sobre o território indiano antes que a Coroa assumisse o poder diretamente em 1858, após a Revolta dos Sipaios.

Portanto, a afirmação de que a conquista da Índia pelos britânicos começou através da Companhia das Índias Orientais, sob proteção governamental, está correta (C). Esse modelo de colonização corporativa foi uma característica singular do imperialismo britânico, demonstrando como interesses econômicos e estratégias políticas se entrelaçaram durante o processo de dominação colonial.

O expansionismo europeu no século XIX marcou profundamente a história global, com a divisão de vastas regiões da Ásia, África e Oceania em zonas de dominação ou influência colonial. Esse processo, conhecido como imperialismo, consolidou o poderio econômico e político das potências europeias sobre territórios distantes, explorando seus recursos e subjugando suas populações. No entanto, o século XX trouxe uma reação significativa por parte dos povos colonizados, culminando em movimentos de independência e na busca por autonomia política e econômica.

Nesse contexto, a Conferência de Bandung, realizada em 1955, representou um marco histórico para os países afroasiáticos. O evento reuniu nações que haviam recentemente conquistado sua independência ou que ainda lutavam contra o colonialismo, unindo-as em torno de objetivos comuns, como a descolonização, a não-alinhação durante a Guerra Fria e a promoção da cooperação econômica e cultural. A afirmação de que esses Estados se apresentaram como um bloco organizado perante o mundo é correta, pois Bandung simbolizou a emergência do chamado "Terceiro Mundo" como uma força política coletiva.

Além disso, é verdade que a maioria dos participantes da conferência possuía economias baseadas principalmente na agricultura, refletindo sua condição de países em desenvolvimento com estruturas produtivas pouco diversificadas. O Japão, por outro lado, destacava-se como exceção, já que, naquele período, iniciava seu processo de industrialização acelerada, diferenciando-se das demais nações presentes. Portanto, a afirmação está correta (C), pois retrata com precisão tanto a organização política dos Estados afroasiáticos quanto suas características econômicas na época.

O período entre 1870 e 1914, conhecido como a era do imperialismo, representou uma fase crucial na História Contemporânea, marcada por transformações profundas no sistema capitalista. A alternativa correta, B), destaca a transição do capitalismo concorrencial para uma fase monopolista, impulsionada pela fusão entre o capital industrial e o bancário. Esse processo não apenas expandiu o alcance do capitalismo além das fronteiras europeias, mas também consolidou estruturas econômicas mais complexas e centralizadas.

Durante esse período, as potências europeias e os Estados Unidos buscaram novos mercados e fontes de matéria-prima, intensificando a exploração de territórios na África, Ásia e América Latina. A formação de trustes e cartéis exemplificou a concentração de capital e poder, característica do imperialismo. Essa dinâmica econômica foi acompanhada por uma política expansionista agressiva, que justificava a dominação colonial sob argumentos de "missão civilizadora", embora seu objetivo principal fosse o controle econômico.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A alternativa A) ignora o fortalecimento do Estado e a política protecionista da época; C) desconsidera a natureza monopolista e a expansão extraeuropeia; D) reduz o imperialismo a uma narrativa ideológica, sem abordar seus fundamentos econômicos; e E) simplifica erroneamente a divisão geopolítica, já que as áreas de influência eram disputadas e sobrepostas. Portanto, a resposta B) é a que melhor sintetiza as características centrais do imperialismo nesse período.

O item em questão afirma que os Estados Unidos da América abstiveram-se de participar da expansão colonial no último quarto do século XIX devido ao seu passado colonial e ao seu mercado consumidor interno. No entanto, essa afirmação está incorreta, conforme indicado pelo gabarito (E). Apesar de sua história como ex-colônia e de possuir um mercado interno robusto, os EUA não ficaram totalmente alheios ao imperialismo do século XIX e início do XX.

Na realidade, os Estados Unidos engajaram-se em ações expansionistas, ainda que de forma distinta das potências europeias. Exemplos notáveis incluem a anexação do Havaí em 1898, a Guerra Hispano-Americana (que resultou no controle de Porto Rico, Guam e Filipinas) e a política do "Big Stick" na América Latina, que reforçou sua influência econômica e política na região. Portanto, a afirmação de que os EUA se abstiveram do colonialismo é equivocada.

Embora os Estados Unidos tenham adotado uma abordagem menos direta do que o colonialismo tradicional europeu, sua atuação no período foi marcada por intervenções e expansionismo, caracterizando-se como uma forma de imperialismo. Assim, o item está errado ao sugerir que os EUA não participaram da expansão colonial da época.

O colonialismo e o imperialismo no século XIX e início do século XX representaram um período de transformações profundas na relação entre as potências europeias e suas colônias. A derrota britânica na Guerra de Independência das Treze Colônias, a independência do Haiti frente à França e os processos de emancipação nas Américas do Sul e Central marcaram, de fato, o fim do colonialismo característico do Antigo Regime. Esses eventos não apenas encerraram um modelo de dominação baseado no monopólio comercial e na exploração direta, mas também inauguraram uma nova fase na história colonial europeia, marcada por formas mais sofisticadas de controle e influência.

Portanto, a afirmação está correta (C), pois esses processos históricos simbolizaram a transição para um colonialismo de caráter mais econômico e indireto, em contraste com o modelo anterior. O imperialismo do século XIX, por exemplo, buscou expandir zonas de influência por meio do neocolonialismo, consolidando uma dominação menos explícita, mas igualmente eficaz.

O colonialismo e o imperialismo no século XIX e início do XX foram marcados por intensas rivalidades entre potências europeias, especialmente entre Grã-Bretanha e Alemanha, que competiam por territórios na África e na Ásia. No entanto, afirmar que essas disputas coloniais foram a principal causa da Primeira Guerra Mundial é incorreto. Embora tenham contribuído para o acirramento das tensões, outros fatores foram mais decisivos para o conflito, como o sistema de alianças militares (Tríplice Aliança x Tríplice Entente), o nacionalismo exacerbado, a corrida armamentista e o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, em 1914. Portanto, a afirmação está errada (E), pois simplifica excessivamente as causas complexas da Grande Guerra.