Questões Sobre Imperialismo e Colonialismo do século XIX - História - concurso

O fragmento apresentado, extraído da obra de Albert Sarrault, reflete a mentalidade imperialista e colonialista que predominou na Europa durante a segunda metade do século XIX. Essa visão justificava a colonização como uma missão civilizadora, na qual as potências europeias, consideradas superiores, assumiam o papel de administrar e explorar as riquezas de territórios considerados "fracos" ou "atrasados". Essa ideologia estava diretamente ligada à expansão do capitalismo industrial e à necessidade de controle de matérias-primas e mercados consumidores.

A alternativa A) é a correta, pois sintetiza com precisão o contexto histórico da partilha afro-asiática no século XIX, liderada principalmente por Inglaterra e França. Esse processo foi impulsionado pela Revolução Industrial, que demandava recursos naturais e novos mercados, além de ser acompanhado por uma retórica de superioridade racial e cultural, usada para legitimar a dominação colonial. A colonização era apresentada como um "dever" civilizatório, conforme expresso no texto de Sarrault.

As demais alternativas apresentam imprecisões históricas. A alternativa B) refere-se ao imperialismo do século XVI, que tinha características distintas, ligadas ao mercantilismo e à expansão marítima, não ao capitalismo industrial. A alternativa C) menciona o "novo imperialismo" do século XIX, mas erroneamente o associa ao capitalismo comercial, quando na verdade estava vinculado ao capitalismo industrial. A alternativa D) desloca o colonialismo para o século XVI, atribuindo protagonismo à Alemanha e França, o que é anacrônico, já que essas nações só se consolidaram como potências coloniais no século XIX. Por fim, a alternativa E) menciona o século XVII, período em que o colonialismo ainda estava associado ao comércio de especiarias e ao tráfico de escravizados, não à industrialização.

Portanto, a alternativa A) é a que melhor se alinha com o conteúdo do fragmento e com o contexto histórico do imperialismo europeu do século XIX, marcado pela justificativa da colonização como missão civilizadora e pela busca de controle econômico e político sobre a África e a Ásia.

Ao longo do século XIX, o expansionismo imperialista foi um fenômeno marcante, influenciando profundamente a trajetória histórica de diversas sociedades ao redor do mundo. Entre as alternativas apresentadas, a correta é:

A) O expansionismo, nesse momento, estava associado ao desenvolvimento da industrialização e à expansão do capital financeiro, o que significava ampliar o mercado consumidor, garantir o controle sobre áreas fornecedoras de matérias-primas estratégicas e encontrar novas áreas de investimento.

Essa alternativa reflete a realidade do imperialismo do século XIX, que estava intrinsecamente ligado aos interesses econômicos das potências industriais. A busca por novos mercados, o acesso a recursos naturais e a necessidade de investimentos lucrativos foram os principais motores desse processo. As demais alternativas apresentam equívocos históricos:

• B) A ideia de "civilização" foi uma justificativa ideológica, mas não corresponde à realidade da resistência e dos conflitos gerados pela dominação colonial.
• C) O monopólio comercial foi característico do colonialismo dos séculos anteriores, não do imperialismo do século XIX, que operava sob uma lógica capitalista mais complexa.
• D) Houve, sim, significativos deslocamentos populacionais, como a migração de europeus para colônias de povoamento.
• E) A resistência ao colonialismo só obteve sucesso significativo no século XX, após a Segunda Guerra Mundial.

Portanto, a alternativa A é a única que descreve corretamente as motivações e características do imperialismo no século XIX.

A citação apresentada reflete o discurso colonialista europeu do século XIX, que buscava justificar a dominação sobre outros povos através de uma suposta missão civilizatória. Analisando as afirmativas, podemos compreender melhor esse contexto histórico.

Afirmativa I: Correta. Os europeus frequentemente classificavam os povos não europeus como primitivos ou atrasados, criando uma narrativa que legitimava a ocupação territorial e a submissão desses povos. Essa visão etnocêntrica servia como justificativa moral para o imperialismo.

Afirmativa II: Correta. O discurso da "missão civilizatória" era um elemento central na retórica imperialista. Os europeus apresentavam-se como portadores do progresso e da civilização para povos considerados bárbaros, ocultando assim os interesses econômicos e geopolíticos por trás da expansão colonial.

Afirmativa III: Incorreta. Embora os europeus falassem em partilhar cultura, na prática a "civilização" que impunham era unilateral e frequentemente destrutiva para as culturas locais. Além disso, associar esse processo à origem da globalização é um anacronismo, pois o conceito de globalização como o entendemos hoje surgiu muito posteriormente.

Afirmativa IV: Correta. Os estados europeus realmente buscavam justificar a ocupação territorial destacando supostos benefícios materiais que trariam às populações nativas, como infraestrutura, tecnologia e organização social europeia, embora na prática esses "benefícios" servissem principalmente aos interesses colonizadores.

Portanto, estão corretas apenas as afirmativas I, II e IV, correspondendo à alternativa C) do gabarito.

O imperialismo europeu nos séculos XIX e XX se manifestou por meio de diferentes instrumentos e modalidades coloniais, que variavam conforme os interesses estratégicos e econômicos das potências colonizadoras. O texto de Moura e Falcon destaca a diversidade desses mecanismos, desde expedições iniciais até a consolidação do domínio político e econômico.

A relação entre as colunas apresentadas revela a complexidade dessas formas de dominação:

1. Colônias propriamente ditas (3) correspondem à descrição de áreas onde a metrópole exercia controle total sobre todos os setores da vida econômica e social, dividindo-se em colônias de povoamento (como a Argélia francesa) e de exploração (como o Congo Belga).
2. Protetorados (4) representavam uma forma mais sutil de dominação, onde se mantinha a aparência de autonomia política local, mas com controle efetivo por meio de "conselheiros" europeus, como ocorreu no Marrocos francês e no Egito britânico.
3. Áreas ou Zonas de influência (1) eram regiões onde uma potência colonial garantia privilégios exclusivos para seus negócios, como ocorreu na China com o sistema de portos abertos controlados por diferentes potências europeias.
4. Colônias estratégicas (2) referiam-se a pequenos territórios de importância geopolítica, como Gibraltar, Aden ou as ilhas do Pacífico, que serviam como pontos de apoio logístico para as marinhas coloniais.

A sequência correta (3, 4, 1, 2) demonstra como o colonialismo europeu se adaptava às diferentes realidades locais, combinando desde o controle direto e total até formas mais indiretas de dominação, sempre visando a exploração econômica e a vantagem estratégica das metrópoles.

Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas em relação à conquista colonial europeia na África:

( V ) O colonizador se utilizou de requisições forçadas de alimentos, gado e carregadores aos povos locais.

( F ) O equilíbrio de forças obrigou o alistamento de europeus nos exércitos africanos, sob promessa de pilhagens.

( V ) Essa história conta com saque e destruição de aldeias, seguidos de escravização da população.

( V ) Houve o estímulo a rivalidades étnicas, divisão de uma nação em mais de um Estado “nacional” (europeu), aglutinação de mais de uma nação num mesmo Estado “nacional”.

( F ) Predominou a assimilação dos povos locais à cultura metropolitana e, em alguns casos, houve a imposição da cultura europeia (língua, costumes, religião).

( V ) O conquistador praticou crime de racismo, como o apartheid, que estabelecia normas discriminatórias de comportamento social.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo:

• A) V – F – V – F – V – V
• B) V – V – V – F – F – F
• C) V – F – V – V – F – V
• D) F – V – F – V – F – V
• E) F – F – F – V – V – V

O gabarito correto é C).

O texto de Eric Hobsbawm, retirado de A era dos impérios, descreve um momento histórico marcado pela expansão colonial e pelo imperialismo no final do século XIX e início do XX. O autor destaca que, entre 1880 e 1914, as potências capitalistas, como Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, EUA e Japão, dividiram grande parte do mundo em territórios sob seu controle direto ou indireto. Esse processo não se limitou apenas à dominação econômica, mas também à anexação formal e administração colonial.

Dentre as alternativas apresentadas, a que melhor caracteriza o fenômeno descrito por Hobsbawm é a C), que exemplifica o imperialismo por meio do domínio belga sobre o Congo e da influência norte-americana em Cuba. Esses casos ilustram claramente a política de expansão territorial e controle político exercido pelas potências da época. O Congo, sob o brutal regime de Leopoldo II da Bélgica, tornou-se um símbolo da exploração colonial, enquanto Cuba, após a Guerra Hispano-Americana (1898), caiu sob a esfera de influência dos EUA, exemplificando o imperialismo informal.

As demais alternativas não se adequam ao contexto descrito no texto. A opção A) refere-se ao colonialismo ibérico dos séculos XV-XVIII, anterior ao período abordado. As alternativas B) e D) tratam da Guerra Fria, um fenômeno do pós-Segunda Guerra Mundial, totalmente distinto do imperialismo do século XIX. Já a alternativa E) menciona conflitos entre franceses e britânicos na América do Norte, que ocorreram no século XVIII, antes do período analisado por Hobsbawm.

Portanto, a resposta correta é C), pois reflete com precisão o imperialismo do final do século XIX e início do XX, caracterizado pela partilha colonial e pela dominação política e econômica das potências capitalistas sobre vastas regiões do globo.

O Imperialismo, um dos principais processos iniciado no século XIX, teve repercussões profundas em vários continentes, principalmente na Ásia e África.

Acerca das origens, aspectos e principais consequências desse processo, todas as alternativas estão corretas, exceto a:

• A) Vítima da exploração desenfreada de seus recursos, a África, apesar da independência de seus países, ainda se ressente do passado colonial. Muitos estados desse continente ainda figuram entre os que possuem os piores indicadores sociais e econômicos do mundo.
• B) A China foi invadida, humilhada e perdeu sua autonomia e parte de seu território no século XIX. Na segunda metade do século XX recuperou sua força e poder e é na atualidade um exemplo de crescimento econômico acelerado, apesar dos graves problemas que o país herdou do passado.
• C) A Índia foi uma das principais colônias britânicas durante o processo imperialista. Desde 1947 tornou-se independente e é um dos mais importantes países em desenvolvimento da atualidade.
• D) O Brasil, depois da independência em 1822, tornou-se um dos principais países patrocinadores do Imperialismo. Isso ocorreu devido à aliança com Grã-Bretanha e EUA. Tal fato explica as várias colônias que o Brasil criou na América Central (Guiana e Cisplatina) e África (Angola e Moçambique).

O gabarito correto é D).

A Revolução Industrial foi um marco histórico que transformou profundamente a dinâmica econômica e social do mundo, especialmente no que diz respeito ao comércio internacional. O texto destacado aponta que, a partir de 1870, ocorreram mudanças significativas na estrutura do capitalismo mundial, com o surgimento de novas potências que passaram a competir com a hegemonia britânica. Esse período é frequentemente associado à fase imperialista do capitalismo, marcada pela expansão das potências industrializadas sobre territórios na África e na Ásia.

No entanto, a afirmação de que as potências ocidentais subjugaram o Japão e a Indochina, mas não conseguiram conter a resistência chinesa, contém imprecisões históricas. O Japão, por exemplo, não foi subjugado pelas potências imperialistas; pelo contrário, após a Restauração Meiji (1868), o país modernizou-se rapidamente e tornou-se ele próprio uma potência imperialista, rivalizando com as nações ocidentais. Já a China, apesar de sua resistência, sofreu intervenções estrangeiras, como as Guerras do Ópio e a imposição de tratados desiguais, que limitaram sua soberania.

Portanto, a afirmação contém erros ao descrever o papel do Japão e da China no contexto do imperialismo do século XIX. O gabarito correto é E) ERRADO, pois a resistência chinesa não foi totalmente bem-sucedida em evitar a dominação estrangeira, e o Japão, longe de ser subjugado, emergiu como uma potência imperialista.

Com base no processo histórico durante o século XIX, quando os Estados Unidos da América se constituíram potência econômica e política, julgue os próximos itens.

Aproveitando-se da vulnerabilidade militar da França, por conta das campanhas militares de Napoleão na Europa, o presidente Thomas Jefferson incorporou Louisiana ao território norte-americano, em 1803, mediante bloqueio naval e ocupação militar.

• C CERTO
• E ERRADO

O gabarito correto é E.

A respeito da escravidão ao longo da história da humanidade, é importante analisar criticamente os fatos históricos que antecederam a colonização europeia. O comércio de escravos já era uma prática consolidada em diversas regiões da África muito antes da interferência europeia, com rotas comerciais que se estendiam pelo Saara, Mar Vermelho e Oceano Índico.

Essas rotas não apenas demonstram a complexidade das relações comerciais africanas, mas também evidenciam que a escravidão não foi uma instituição criada ou exclusivamente ampliada pelos europeus. Sociedades africanas, árabes e asiáticas já participavam ativamente desse comércio, muitas vezes integrando escravos em suas estruturas econômicas e sociais de formas variadas.

Portanto, a afirmação de que o comércio de escravos era praticado na África antes da colonização europeia, por meio dessas rotas, está correta. Esse contexto histórico ressalta a necessidade de compreender a escravidão como um fenômeno global e multifacetado, que assumiu diferentes características de acordo com as culturas e períodos envolvidos.