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Questões Sobre Medievalidade Europeia - História - concurso

Questão 51

Na Baixa Idade Média, mais precisamente entre os séculos XII e XIII, o centro- norte da Itália formava um viveiro de prósperas cidades que expressavam o vigor da retomada econômica do Ocidente naqueles séculos. Muitas dessas cidades, em termos político- administrativos, eram

  • A)autônomas, organizadas como repúblicas, e internamente divididas em simpatizantes do papa (guelfos) e simpatizantes do imperador (gibelinos).
  • B)repúblicas, internamente coesas, e aliadas umas às outras na luta contra os poderes universais do papa e do imperador.
  • C)organizadas internamente como democracias, e externamente como uma federação, para tratar com o papa e o imperador.
  • D)governadas por condottieri, que garantiam sua independência frente aos inimigos externos, constituídos pelo papa e pelo imperador.
  • E)soberanas que, para escapar à dominação bizantina e sarracena, financiavam o Império e o Papado
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A alternativa correta é A)

Na Baixa Idade Média, entre os séculos XII e XIII, o centro-norte da Itália destacou-se como um importante polo de desenvolvimento urbano e econômico. As cidades dessa região, como Veneza, Florença e Gênova, prosperaram graças ao comércio, ao artesanato e ao renascimento das atividades financeiras. Politicamente, essas cidades apresentavam uma organização singular no contexto medieval europeu.

A alternativa correta é a A), pois muitas dessas cidades italianas eram autônomas, funcionando como repúblicas independentes. Internamente, estavam divididas entre os guelfos (partidários do papa) e os gibelinos (partidários do imperador), um conflito que refletia a disputa entre o poder papal e o poder imperial na região.

Essa autonomia permitiu o florescimento de um modelo político único, onde o poder era exercido por elites urbanas, muitas vezes ligadas ao comércio e às corporações de ofício. A rivalidade entre guelfos e gibelinos, no entanto, também gerou conflitos internos, demonstrando a complexidade do cenário político dessas cidades.

Questão 52

“A Idade Média não é o período dourado que certos românticos quiseram imaginar, mas também não é, apesar das fraquezas e aspectos dos quais não gostamos, uma época obscurantista e triste, imagem que os humanistas e os iluministas quiseram propagar.”
Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos.
Rio de Janeiro: Agir, 2007, p. 18

A ambígua imagem da Idade Média que hoje temos deriva, em parte, de representações

  • A)negativas do período, que destacam a opressão a que os camponeses eram submetidos, a intolerância da Igreja e as repetidas temporadas de fome.
  • B)positivas do período, que destacam o papel relevante que as mulheres tinham na vida social, o avanço tecnológico e o desenvolvimento nas artes visuais.
  • C)negativas do período, que destacam a atuação do Tribunal da Inquisição, a ausência de mobilizações sociais e o direito divino que justificava o absolutismo.
  • D)positivas do período, que destacam o resgate de valores religiosos oriundos da Antiguidade Clássica, a arquitetura românica e gótica e as festas populares.
  • E)negativas do período, que destacam a ausência de liberdades políticas, a persistência do politeísmo e de práticas de bruxaria em toda a Europa Ocidental.
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A alternativa correta é A)

O trecho de Jacques Le Goff sobre a Idade Média nos convida a refletir sobre como esse período histórico foi interpretado de maneiras contraditórias ao longo do tempo. A visão romântica e idealizada contrasta com a perspectiva negativa difundida por humanistas e iluministas, que a retrataram como uma era de obscurantismo e retrocesso. No entanto, como o próprio autor sugere, a realidade medieval é mais complexa do que essas representações polarizadas.

A alternativa correta, A), aponta para uma das facetas negativas frequentemente associadas à Idade Média: a opressão camponesa, a intolerância religiosa e as crises de fome. Esses elementos reforçam a imagem de um período marcado por desigualdades sociais e sofrimento, que contribuiu para a visão pejorativa consolidada posteriormente. No entanto, é importante lembrar que essa representação, embora baseada em aspectos reais, não esgota a riqueza e a diversidade da experiência medieval.

As outras alternativas apresentam visões parciais ou imprecisas. Enquanto algumas exageram os avanços sociais e culturais (como em B) e D)), outras simplificam excessivamente as dinâmicas políticas e religiosas da época (como em C) e E)). A resposta correta, portanto, está naquela que reconhece os traços negativos sem reducionismos, alinhando-se à abordagem equilibrada proposta por Le Goff.

Questão 53

A Igreja Católica centralizou ações políticas e não se descuidou de aumentar seu poderio econômico na Idade Média. Teve, também, presença na formulação do pensamento e na construção da cultura da época. Um dos pensadores mais expressivos foi Santo Agostinho, que:

  • A)era favorável ao fim das crenças baseadas apenas na fé, procurando seguir os princípios das concepções de mundo de Platão.
  • B)escreveu As Confissões, obra de valor para o catolicismo, responsável pela defesa da razão e da igualdade social entre os seus adeptos.
  • C)construiu reflexões que influenciaram Calvino e Lutero na efetivação da reforma protestante nos tempos modernos.
  • D)compartilhou com as teorias de Tomás de Aquino, todas voltadas para defesa da fé absoluta no poder de Deus.
  • E)criticou os excessos cometidos pelos papas da época, exigiu maior liberdade religiosa e o fim das crenças politeístas.
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A alternativa correta é C)

A Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na Idade Média, não apenas como instituição religiosa, mas também como força política, econômica e cultural. Entre os pensadores que marcaram esse período, Santo Agostinho se destaca por suas reflexões profundas, que transcenderam seu tempo e influenciaram movimentos posteriores, como a Reforma Protestante.

Santo Agostinho, autor de obras como As Confissões e A Cidade de Deus, desenvolveu uma filosofia que harmonizava elementos da tradição cristã com o pensamento grego, especialmente o platonismo. Suas ideias sobre a graça divina, o pecado original e a predestinação foram retomadas séculos depois por reformadores como Calvino e Lutero, que as utilizaram como base teológica para questionar as práticas da Igreja Católica no século XVI.

Embora outras alternativas apresentem aspectos relacionados ao pensamento de Santo Agostinho, a opção C) é a que melhor sintetiza seu legado histórico, destacando sua influência direta nos reformadores protestantes. Sua obra não se limitou à defesa da fé ou à crítica pontual, mas construiu um sistema de pensamento que reverberou por séculos, moldando debates teológicos e filosóficos mesmo após o fim da Idade Média.

Questão 54

O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã” .
THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado).

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao

  • A)ateísmo.
  • B)judaísmo.
  • C)hinduísmo.
  • D)islamismo.
  • E)protestantismo.
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A alternativa correta é D)

O café tem origem na região onde hoje se encontra a Etiópia, mas seu cultivo e consumo se disseminaram a partir da Península Árabe. Aportou à Europa por Constantinopla e, finalmente, em 1615, ganhou a cidade de Veneza. Quando o café chegou à região europeia, alguns clérigos sugeriram que o produto deveria ser excomungado, por ser obra do diabo. O papa Clemente VIII (1592-1605), contudo, resolveu provar a bebida. Tendo gostado do sabor, decidiu que ela deveria ser batizada para que se tornasse uma “bebida verdadeiramente cristã”.

THORN, J. Guia do café. Lisboa: Livros e livros, 1998 (adaptado).

A postura dos clérigos e do papa Clemente VIII diante da introdução do café na Europa Ocidental pode ser explicada pela associação dessa bebida ao:

  • A) ateísmo.
  • B) judaísmo.
  • C) hinduísmo.
  • D) islamismo.
  • E) protestantismo.

O gabarito correto é D).

Questão 55

Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha.
DUBY, G. e t al. “Séculos XIV-XV” . In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com

  • A)o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
  • B)a migração de camponeses e artesãos.
  • C)a expansão dos parques industriais e fabris.
  • D)o aumento do número de castelos e feudos.
  • E)a contenção das epidemias e doenças.
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A alternativa correta é A)

O texto apresentado aborda a transformação das muralhas medievais, que deixaram de ser simples estruturas defensivas para assumir um novo papel como pontos de passagem ou pórticos no final da Idade Média. Essa mudança está intimamente ligada ao contexto histórico da época, marcado por profundas alterações sociais e econômicas.

A alternativa correta, A) o crescimento das atividades comerciais e urbanas, reflete a dinâmica desse período. Com o ressurgimento do comércio e o desenvolvimento das cidades, as muralhas passaram a ser mais do que barreiras de proteção contra invasões. Elas se tornaram espaços de circulação, integrando a cidade ao movimento de mercadorias e pessoas, essencial para a economia urbana em expansão.

As outras opções não se adequam ao contexto. A migração de camponeses (B) e a expansão industrial (C) são fenômenos posteriores ou de menor impacto no período. O aumento de castelos (D) não está relacionado à função das muralhas urbanas, e a contenção de epidemias (E), embora relevante em outros aspectos, não explica a mudança no uso dessas estruturas.

Portanto, a reconfiguração das muralhas como pontos de passagem foi um reflexo direto do crescimento comercial e urbano, que demandava maior integração entre os espaços, superando a mentalidade de isolamento característica do início da Idade Média.

Questão 56

As cidades europeias receberam um contingente cada vez maior de pessoas que migravam dos campos para as cidades em busca de melhores condições de vida. As cidades, durante a Baixa Idade Média, formavam “ilhas de liberdade” nas quais os antigos servos se libertavam das obrigações pactuadas com os senhores feudais. Esse processo migratório para as cidades, intensificando a vida urbana, ao mesmo tempo em que contribuiu para as transformações do sistema feudal, também foi marcado por problemas sociais capazes de configurar um cenário apocalíptico na sociedade europeia.

Sobre o renascimento urbano na Europa durante a Baixa Idade Média, é correto afirmar:

  • A)como resultado da ampliação das atividades comerciais e nascimento do sistema capitalista durante a Baixa Idade Média, podemos afirmar que houve nas cidades a composição de novas classes sociais como artesãos, bancários e comerciantes, transformando, assim, as relações sociais e produtivas.
  • B)o Renascimento urbano durante a Baixa Idade Média provocou revoltas burguesas à medida que cidades europeias sofreram com a Peste Negra, a fome e as guerras. Todas provocaram grande mortalidade de pessoas, diminuindo o contingente de mão de obra e enfraquecimento do comércio. Os servos, ao comporem a classe social mais rica, eram indiferentes aos problemas sociais, pois viviam exclusivamente nos seus feudos, estando imunes à Peste Negra e à violência da burguesia.
  • C)A Peste Negra foi responsável pela mortandade de 1/3 da população europeia durante o início da Idade Média. Nesse cenário, o misticismo popular via nesta doença uma punição divina contra o pecado humano. A burguesia, sendo submissa aos seus servos, era a mais atingida pela doença.
  • D)Entre as várias funções das cidades medievais, podemos identificá-la como um centro produtor de gêneros agrários, de modo a alimentar todo seu contingente populacional. A produção de manufaturas ocorria exclusivamente em ambientes rurais.
  • E)Os senhores feudais exerciam grande influência econômica e política nas cidades. Desse modo, o renascimento urbano não era visto como uma ameaça ao seu poder exercido nos feudos, contribuindo para a continuidade de uma descentralização do poder político.
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A alternativa correta é A)

O renascimento urbano na Europa durante a Baixa Idade Média representou um período de profundas transformações sociais, econômicas e políticas. As cidades emergiram como espaços de liberdade, atraindo um grande contingente de pessoas que buscavam escapar das rígidas estruturas feudais. Esse movimento migratório não apenas reconfigurou a dinâmica urbana, mas também acelerou o declínio do sistema feudal e o surgimento de novas relações produtivas.

A alternativa A) está correta, pois destaca a formação de novas classes sociais urbanas, como artesãos, comerciantes e banqueiros, fruto da expansão das atividades comerciais e do embrião do capitalismo. Esses grupos, organizados em guildas e corporações de ofício, transformaram as relações de trabalho e produção, criando uma economia menos dependente da terra e mais voltada para o mercado.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A Peste Negra, por exemplo, ocorreu no século XIV (final da Baixa Idade Média), e não no início do período medieval. Além disso, a burguesia não era submissa aos servos, mas sim uma classe em ascensão que desafiava o poder feudal. As cidades medievais também não eram meros centros agrários, mas sim polos de produção artesanal e comércio.

Portanto, o renascimento urbano foi um fenômeno complexo que, ao mesmo tempo que libertou os camponeses do jugo feudal, criou novos desafios sociais e econômicos, pavimentando o caminho para a modernidade.

Questão 57

O historiador Jacques Le Goff, analisando o Ocidente europeu na Idade Média, comenta:

O conflito entre o tempo da Igreja e o tempo dos mercadores afirma-se pois em plena Idade Média, como um dos acontecimentos maiores da história mental destes séculos, d urante os quais se elabora a ideologia do mundo moderno, sob a pressão da alteração das estruturas e das práticas econômicas.

LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média: tempo, trabalho e cultura no Ocidente. Lisboa: Estampa, 1979. p. 45.

Esse conflito referido pelo autor diz respeito

  • A)à tensão entre a moral burguesa, que defendia o ?justo preço? e a moderação do lucro, e os valores clericais, que enalteciam o ócio, como expressão da confiança na Providência.
  • B)à contradição entre a exploração dos servos, a qual sustentava a produção nos domínios feudais, e a concepção de uma sociedade fraterna defendida pela Igreja.
  • C)às dificuldades de conciliação entre os interesses religiosos das Cruzadas e as ambições das cidades italianas, que lucravam com as novas rotas comerciais abertas pelo movimento cruzadista.
  • D)à incompatibilidade entre o ponto de vista defendido pela Igreja sobre a economia e as ideias capitalistas da burguesia, a qual gradativamente se consolidava.
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A alternativa correta é D)

O historiador Jacques Le Goff, ao analisar o Ocidente europeu na Idade Média, destaca um conflito fundamental que moldou a mentalidade da época: a tensão entre o tempo da Igreja e o tempo dos mercadores. Essa oposição não se limitava apenas a uma disputa sobre a medição do tempo, mas refletia um choque mais profundo entre duas visões de mundo em transformação.

O texto de Le Goff aponta para a incompatibilidade entre a concepção religiosa do tempo, baseada em ciclos naturais e ritmos litúrgicos, e a nova temporalidade linear e quantificada dos comerciantes. Essa contradição, conforme o autor, foi um dos eventos mais significativos na formação da ideologia do mundo moderno, surgida sob a pressão das mudanças econômicas.

A alternativa correta (D) capta precisamente esse conflito ao mencionar a incompatibilidade entre a visão eclesiástica da economia e as ideias capitalistas emergentes da burguesia. A Igreja medieval mantinha uma postura tradicional que condenava a usura e defendia princípios como o "justo preço", enquanto a nascente burguesia mercantil desenvolvia práticas e valores que prenunciavam o sistema capitalista.

As outras alternativas não correspondem ao cerne do conflito descrito por Le Goff. A alternativa A distorce os valores clericais (que não enalteciam o ócio) e a moral burguesa (que não defendia moderação do lucro). A alternativa B desvia o foco para a relação entre servos e senhores feudais, que não é o tema do trecho. Já a alternativa C, embora mencione um aspecto histórico relevante, aborda uma questão específica (Cruzadas) que não reflete o conflito mais amplo entre temporalidades e mentalidades mencionado pelo autor.

Portanto, a alternativa D é a que melhor traduz o "conflito entre o tempo da Igreja e o tempo dos mercadores" como expressão do choque entre a ordem medieval em declínio e os valores modernos em ascensão.

Questão 58

Identifique a afirmação correta sobre a Idade Média Ocidental.

  • A)Os “mendicantes” que circulam pelas cidades e pelos campos são sempre religiosos que se dedicam à obtenção de recursos para peregrinações à Terra Santa.
  • B)As pessoas que, dada sua origem, ocupam as posições sociais mais elevadas recebem o nome de “senhores”, porque as terras que possuem são designadas “senhorias”.
  • C)As relações de vassalagem e de servidão ocorrem no interior da nobreza e definem a submissão hierárquica dos senhores perante os reis.
  • D)São vedadas as práticas de escravidão por dívida e guerra, mas os camponeses podem ser considerados propriedade dos senhores.
  • E)Os religiosos são os únicos que têm direito de receber rendas e tributos pagos pelos camponeses.
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A alternativa correta é B)

Identifique a afirmação correta sobre a Idade Média Ocidental.

  • A) Os “mendicantes” que circulam pelas cidades e pelos campos são sempre religiosos que se dedicam à obtenção de recursos para peregrinações à Terra Santa.
  • B) As pessoas que, dada sua origem, ocupam as posições sociais mais elevadas recebem o nome de “senhores”, porque as terras que possuem são designadas “senhorias”.
  • C) As relações de vassalagem e de servidão ocorrem no interior da nobreza e definem a submissão hierárquica dos senhores perante os reis.
  • D) São vedadas as práticas de escravidão por dívida e guerra, mas os camponeses podem ser considerados propriedade dos senhores.
  • E) Os religiosos são os únicos que têm direito de receber rendas e tributos pagos pelos camponeses.

O gabarito correto é B).

Questão 59

As catedrais são imensas mas, acima de tudo, são altas, para impressionar aquele que as vê e as visita, e fazer com que sinta uma coisa muito importante: a altura do lugar reflete a altura de Deus no céu. As catedrais são dedicadas a Ele, são a Sua casa. E seu prestígio se estende àquele que O representa na Terra: o bispo. Um outro aspecto mais banal teve certamente sua impor­ tância: as catedrais estão quase sempre situadas nas cidades, que concorrem entre si para ver qual delas terá a maior, a mais alta, a mais bela catedral.
(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007. Adaptado.)

Segundo o texto, as catedrais medievais





  • A)demonstram o poder de Deus na Terra e consolidam, por meio dos bispos, a supremacia do poder temporal sobre o poder religioso.
  • B)revelam a impossibilidade humana de superar limites e barreiras na adoração a Deus e na edificação arquitetônica.
  • C)têm importante caráter simbólico na construção e manutenção da fé religiosa e nas disputas políticas entre cidades.
  • D)manifestam o despojamento e a pobreza sem ostentação dos líderes religiosos e políticos, pois a edificação das catedrais é justificada como prova do amor a Deus.
  • E)são destituídas de significados religiosos, pois a principal preocupação de seus edificadores é confirmar o poder dos bispos e dos líderes políticos locais.
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A alternativa correta é C)

O texto de Jacques Le Goff sobre as catedrais medievais destaca seu caráter simbólico e multifacetado, tanto no âmbito religioso quanto no político. A altura imponente dessas construções não apenas reflete a grandeza de Deus, mas também serve como um instrumento de afirmação da fé e do poder da Igreja, representado pelo bispo. Além disso, a localização urbana dessas estruturas revela uma competição entre cidades, que buscavam demonstrar prestígio através da grandiosidade de suas catedrais.

A alternativa correta, portanto, é a C), pois sintetiza os dois aspectos principais abordados no texto: o papel das catedrais como símbolos da fé religiosa e sua função nas disputas de poder entre as cidades medievais. As demais alternativas ou distorcem o sentido do texto ou ignoram sua ênfase no simbolismo e na rivalidade urbana.

Assim, as catedrais medievais não eram apenas espaços de devoção, mas também expressões de identidade e poder, consolidando tanto a hierarquia religiosa quanto o orgulho cívico das cidades que as abrigavam.

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Questão 60

O termo Idade Média foi empregado pela primeira vez por humanistas italianos para caracterizar um período intermediário entre a Antiguidade e o Renascimento dos antigos. Tais humanistas queriam se descolar da Idade Média, afirmando ser esta um período de trevas. O termo Renascimento foi criado por Giorgio Vassari (1511-1574), artista italiano, para designar uma redescoberta da Antiguidade, uma volta ao passado.

(Flavio de Campos, A Escrita da História)

Para muitos historiadores, o Renascimento representa a ruptura com o mundo medieval e o início da Idade Moderna, pois marca


  • A)a transformação do rural agrário para o urbano industrializado
  • B)a retomada dos mitos e deuses antigos em detrimento do cristianismo.
  • C)a queda das monarquias absolutistas e a chegada da burguesia ao poder.
  • D)a passagem do teocentrismo medieval para o antropocentrismo moderno.
  • E)o fim da servidão e a generalização do trabalho assalariado.
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A alternativa correta é D)

O termo Idade Média foi cunhado por humanistas italianos como uma forma de demarcar um período intermediário entre a Antiguidade Clássica e o Renascimento, visto por eles como uma época de obscurantismo cultural. Essa visão pejorativa foi intencional, pois os humanistas buscavam se distanciar do mundo medieval para celebrar a redescoberta dos valores clássicos, movimento que Giorgio Vassari chamou de Renascimento.

De acordo com o texto de Flavio de Campos, o Renascimento não foi apenas um retorno ao passado, mas também uma ruptura com a mentalidade medieval. Para muitos historiadores, esse período marca o início da Idade Moderna, justamente por representar uma mudança profunda na visão de mundo: o teocentrismo medieval, que colocava Deus no centro de todas as coisas, deu lugar ao antropocentrismo, que elevou o ser humano à posição de protagonista.

Entre as alternativas apresentadas, a que melhor define essa transição é a letra D), pois capta a essência da mudança filosófica e cultural ocorrida no Renascimento. Enquanto as outras opções mencionam transformações econômicas ou políticas que, embora relevantes, não são tão centrais para caracterizar o espírito renascentista quanto a passagem do teocentrismo para o antropocentrismo.

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