Questões Sobre Movimentos de Reforma Religiosa - História - concurso

O contexto da Reforma Protestante foi marcado por uma série de transformações políticas, sociais e religiosas que redefiniram o panorama europeu no século XVI. Analisando as afirmativas apresentadas, é possível identificar os elementos que contribuíram para esse movimento histórico.

A afirmativa I está correta, pois a centralização monárquica de fato gerou tensões entre os reis e a Igreja Católica. O poder temporal da Igreja, especialmente por meio da cobrança de tributos e da posse de terras, conflitava com os interesses dos monarcas que buscavam consolidar seu próprio domínio político.

A afirmativa II está incorreta. O tomismo e a teologia agostiniana não defendiam que a salvação dependia exclusivamente do livre arbítrio e das boas obras. Na verdade, Martinho Lutero criticou justamente a ideia de que as obras humanas poderiam garantir a salvação, propondo, em contrapartida, a doutrina da justificação pela fé.

A afirmativa III está correta. A Paz de Augsburgo (1555) estabeleceu o princípio cuius regio, eius religio ("cuja região, sua religião"), permitindo que os governantes do Sacro Império Romano-Germânico escolhessem entre o luteranismo e o catolicismo, impondo sua escolha aos súditos.

A afirmativa IV está correta. Os anabatistas, liderados por Thomas Münzer, representaram um movimento radical que buscava não apenas reformas religiosas, mas também a transformação social, incluindo a redistribuição de terras e a ruptura com a estrutura feudal.

A afirmativa V está correta. O Calvinismo, de fato, expandiu-se rapidamente e assumiu diferentes denominações conforme a região: presbiterianos na Escócia, huguenotes na França e puritanos na Inglaterra, demonstrando sua influência além das fronteiras iniciais da Reforma.

Portanto, a alternativa correta é a E) Somente I, III, IV e V estão corretas, conforme indicado no gabarito.

Sobre a expansão do Império Carolíngio, é importante analisar cada afirmativa para compreender seu contexto histórico e impacto.

Afirmativa I: "O combate ao cristianismo aliado a uma política expansionista proporcionou grandes conquistas territoriais." Esta afirmação está incorreta, pois o Império Carolíngio, sob o comando de Carlos Magno, não combatia o cristianismo, mas sim o utilizava como base para sua expansão e consolidação de poder, promovendo alianças com a Igreja.

Afirmativa II: "Reformas de caráter social que privilegiavam a educação e a cultura deram impulso ao chamado Renascimento Carolíngio." Esta afirmação está correta, pois o período foi marcado por um investimento em escolas, cópia de manuscritos e preservação do conhecimento clássico, impulsionando um renascimento cultural.

Afirmativa III: "A fragmentação do Império Carolíngio deslocou o eixo de poder político-administrativo dos reinos, com o fortalecimento dos senhores das terras, originando a sociedade feudal." Esta afirmação também está correta, já que, após a divisão do império pelo Tratado de Verdun (843), o poder central enfraqueceu, levando ao surgimento do feudalismo.

Portanto, as afirmativas corretas são II e III, correspondendo à alternativa D).

Os trechos apresentados refletem diferentes doutrinas religiosas que surgiram durante a Reforma Protestante e seus desdobramentos. A análise de cada um deles permite identificar suas origens e relacioná-las às correntes teológicas correspondentes.

O Trecho I – “Assim vemos que a fé basta a um cristão. Ele não precisa de nenhuma obra para se justificar.” – expressa claramente a doutrina da justificação pela fé, um dos pilares do pensamento de Martinho Lutero. Essa concepção rejeita a necessidade de intermediários ou obras para a salvação, defendendo que apenas a fé em Deus é suficiente. Portanto, essa ideia está associada ao Luteranismo.

O Trecho II – “O rei é o chefe supremo da Igreja [...]” – remete ao Anglicanismo, estabelecido pelo rei Henrique VIII na Inglaterra. Nessa doutrina, o monarca assume o controle da Igreja, separando-a da autoridade papal e centralizando o poder religioso e político. Essa afirmação reforça a subordinação da Igreja ao Estado, característica marcante do Anglicanismo.

Por fim, o Trecho III – “Por decreto de Deus, alguns homens são predestinados à vida eterna e outros à morte eterna.” – reflete a doutrina da predestinação, formulada por João Calvino. Segundo o Calvinismo, Deus já determinou quem será salvo ou condenado, independentemente das ações humanas. Essa visão é central na teologia reformada e difere tanto do Luteranismo quanto do Catolicismo.

Dessa forma, a sequência correta que relaciona os trechos às suas respectivas doutrinas é: Luterana (I), Anglicana (II) e Calvinista (III), correspondendo à alternativa B).

O Barroco, estilo artístico que floresceu entre os séculos XVI e XVIII, foi profundamente influenciado pelo contexto histórico da Contrarreforma. Presente nos templos religiosos católicos, esse movimento expressou a doutrina da Igreja em resposta à Reforma Protestante, utilizando a arte como instrumento de propagação da fé e de glorificação do divino.

Entre as características marcantes do Barroco, destaca-se a riqueza de ornamentos nas fachadas e no interior dos templos (alternativa E). Essa opulência artística não era mero capricho estético, mas sim uma estratégia teológica: através da beleza exuberante, os artistas barrocos estabeleciam uma analogia entre a arte sagrada e a perfeição da criação divina. Os altares dourados, as esculturas dramáticas e os afrescos grandiosos serviam como manifestação visível da grandeza de Deus.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais:

• A) O uso de materiais rústicos contradiz a essência do Barroco, que valorizava precisamente a suntuosidade
• B) As figuras mitológicas clássicas eram mais características do Renascimento do que do Barroco religioso
• C) A hierarquia eclesiástica era justamente reforçada pela arquitetura barroca, não equalizada
• D) Os vitrais são mais associados ao estilo gótico, enquanto o Barroco privilegiava pinturas e esculturas

Portanto, a alternativa E corretamente identifica uma das principais estratégias do Barroco católico: usar a exuberância artística como expressão da glória divina e como instrumento de conversão, em perfeita sintonia com os objetivos da Contrarreforma.

No século XVI, a Reforma Protestante e a Contra-Reforma Católica marcaram um período de intensas transformações religiosas na Europa. Enquanto católicos e protestantes compartilhavam raízes cristãs comuns, suas visões sobre práticas e hierarquia religiosa divergiram profundamente. Analisando as alternativas apresentadas, a resposta correta é a letra B), que afirma: "os luteranos aceitaram a relação direta entre Deus e o fiel por meio da oração, sem dispensar a figura de um religioso."

Essa afirmação está alinhada com os princípios da Reforma Luterana, que defendia o sacerdócio universal dos fiéis. Martinho Lutero criticava a mediação exclusiva do clero na relação entre o homem e Deus, enfatizando que a fé e a leitura das Escrituras eram suficientes para a salvação. No entanto, os luteranos não aboliram completamente a figura do pastor, que continuou a existir como um guia espiritual, mas sem o caráter hierárquico e sacramental da Igreja Católica.

As demais alternativas apresentam equívocos históricos. A alternativa A) é incorreta porque, embora houvesse tensões entre Igreja e Estado, os católicos não se submeteram totalmente ao poder temporal dos reis. A alternativa C) descreve uma postura mais radical, como a dos anabatistas, e não a dos católicos. A alternativa D) é falsa, pois os calvinistas rejeitaram muitos rituais católicos, incluindo o culto aos santos. Por fim, a alternativa E) está errada, já que os luteranos mantiveram os sacramentos do batismo e da eucaristia, ainda que com interpretações distintas da doutrina católica.

Portanto, a resposta correta é a B), que reflete adequadamente a teologia luterana e sua ênfase na relação direta com Deus, sem eliminar completamente a função do pastor como orientador da comunidade.

No século XVI, a Reforma Protestante representou um movimento que transcendeu o âmbito estritamente religioso, impactando profundamente as estruturas políticas, sociais e econômicas da Europa. A afirmação de que "reformar a Igreja significava reformar o mundo, porque a Igreja era o mundo" reflete a intrínseca relação entre a instituição religiosa e a ordem estabelecida na época. Diante disso, a alternativa correta é a letra E), que destaca como o surgimento de grupos radicais, como os anabatistas, comprova que a Reforma ultrapassou os limites da religião.

A letra A) é incorreta, pois Martinho Lutero e outros reformadores estiveram diretamente envolvidos nos desdobramentos políticos de suas doutrinas, como a aliança com príncipes alemães para resistir à autoridade papal e imperial. A letra B) também está errada, uma vez que o papado não foi obrigado por Calvino a iniciar a Reforma; na verdade, resistiu a ela desde o início. A alternativa C) simplifica excessivamente o apoio à Reforma, já que membros da burguesia, da nobreza e até príncipes aderiram a ela por motivos variados, incluindo convicções religiosas e interesses políticos. A letra D) é igualmente equivocada, pois muitos cristãos apoiaram a Reforma por questões de fé e não apenas por benefícios materiais.

Portanto, a resposta correta é a E), pois evidencia que a Reforma não se limitou a uma disputa teológica, mas gerou movimentos sociais radicais que desafiaram a ordem estabelecida, como os anabatistas, que pregavam a separação entre Igreja e Estado e a igualdade social. Esses grupos demonstram como a Reforma influenciou não apenas a religião, mas também a sociedade e a política da época.

O tema central deste ensaio é a análise das causas que levaram à Reforma Protestante, um dos movimentos mais transformadores da história ocidental. A partir dos itens apresentados, é possível identificar os fatores que impulsionaram essa ruptura religiosa no século XVI.

A crise moral da Igreja Católica (I) foi um dos motivos mais evidentes, marcada pela venda de indulgências, corrupção do clero e distanciamento dos princípios cristãos originais. Paralelamente, o desenvolvimento dos Estados Nacionais (II) criou um cenário político favorável, onde monarcas buscavam maior autonomia em relação ao poder papal.

O progresso do capitalismo comercial (IV) também desempenhou papel crucial, pois a emergente burguesia via na ética protestante um sistema de valores mais compatível com suas atividades econômicas. Juntos, esses três elementos formam o conjunto de causas mais diretas da Reforma, conforme indicado na alternativa correta E.

Vale destacar que, embora o humanismo (V) tenha influenciado o pensamento reformista, ele foi mais uma consequência do que uma causa. Da mesma forma, o conflito mencionado no item III não corresponde exatamente ao contexto histórico, já que a burguesia tendia a apoiar, não a combater, o protestantismo.

Portanto, a combinação E) I, II e IV representa de forma mais precisa os fatores determinantes que levaram Martinho Lutero a afixar suas 95 Teses em 1517, desencadeando um movimento que redefiniu o mapa religioso da Europa.

A Reforma Protestante foi um dos movimentos mais impactantes do século XVI, marcando uma profunda transformação no cenário religioso e político da Europa. Surgida como uma crítica às práticas da Igreja Católica, especialmente em relação à venda de indulgências e à centralização do poder papal, a Reforma deu origem a diversas denominações cristãs, como o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo.

Entre as alternativas apresentadas, a resposta correta é a E), pois a Igreja Católica, diante do avanço das ideias protestantes, reagiu com a Contrarreforma. Esse movimento buscou reafirmar os dogmas tradicionais, combater heresias e reorganizar a estrutura eclesiástica por meio do Concílio de Trento (1545-1563). A Igreja também fortaleceu a Inquisição e criou a Companhia de Jesus (jesuítas) para difundir o catolicismo e conter a expansão protestante.

As outras alternativas estão incorretas porque:

• A) A Reforma não levou ao retrocesso de práticas como a usura, mas sim à sua legitimação em algumas vertentes protestantes, como o calvinismo.
• B) A interferência da Igreja Católica diminuiu nos países que adotaram o protestantismo, onde o poder religioso muitas vezes se submeteu ao Estado.
• C) A Igreja Anglicana surgiu na Inglaterra, mas não adotou o calvinismo integralmente nem criou um novo papa; o rei tornou-se chefe da igreja.
• D) Embora tenham ocorrido guerras religiosas, a principal reação católica foi a Contrarreforma, com reformas internas e não apenas conflitos armados.

Portanto, a alternativa E) é a que melhor representa a resposta da Igreja Católica à Reforma Protestante, com uma estratégia de reafirmação doutrinária e reorganização institucional.

No que se refere ao processo histórico europeu a partir do período medieval, o Renascimento e a Reforma Religiosa são elementos fundamentais que representam uma profunda transformação na sociedade, marcando a transição da Idade Média para os Tempos Modernos.

O Renascimento, com seu resgate dos valores clássicos e o desenvolvimento do humanismo, promoveu uma nova visão de mundo centrada no ser humano e no progresso intelectual. Paralelamente, a Reforma Religiosa, liderada por figuras como Martinho Lutero e João Calvino, questionou a autoridade da Igreja Católica e incentivou mudanças políticas, sociais e culturais na Europa.

Esses movimentos não apenas coexistiram, mas também se influenciaram mutuamente, contribuindo para o declínio do feudalismo e o surgimento de uma nova ordem baseada no comércio, na ciência e no pensamento crítico. Portanto, a afirmação de que ambos integram o contexto dessa transformação histórica é correta.

• C) CERTO