Questões Sobre Movimentos de Reforma Religiosa - História - concurso

A Reforma Protestante foi um dos movimentos mais significativos da história ocidental, marcando uma ruptura profunda no seio da cristandade e redefinindo os rumos religiosos, políticos e sociais da Europa. Iniciada no século XVI, mais precisamente em 1517, quando Martinho Lutero afixou suas 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, esse movimento questionou as práticas e doutrinas da Igreja Católica, especialmente a venda de indulgências e a autoridade papal.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é de fato a letra B) Martinho Lutero, pois ele foi a figura central desse processo. Embora outros nomes, como Philipp Melanchthon e Johannes Bugenhagen, tenham tido papéis importantes como colaboradores de Lutero, e Lucas Cranach tenha contribuído artisticamente para a difusão das ideias reformistas, foi Lutero quem liderou e deu impulso inicial à Reforma. Suas críticas à corrupção eclesiástica e sua defesa da salvação pela fé, sem a intermediação da Igreja, foram fundamentais para a criação do protestantismo.

Os 500 anos da Reforma, completados em 2017, reforçam a relevância desse evento histórico, que não apenas dividiu o cristianismo, mas também influenciou a formação de Estados nacionais, a educação e a cultura moderna. A escolha de Lutero como principal responsável pela Reforma é, portanto, incontestável, dado seu papel como teólogo, escritor e líder desse movimento transformador.

A obra de Nicolau Maquiavel, O Príncipe, representou uma ruptura significativa com o pensamento político dominante na Europa do século XVI, o que explica sua censura pelo alto clero católico. A essência considerada perigosa pela Igreja não estava necessariamente em uma crítica direta à instituição religiosa, mas sim na separação entre moralidade cristã e ação política, caracterizando um laicismo aplicado à governança.

Maquiavel propôs que o governante eficaz deveria priorizar a manutenção do poder e a estabilidade do Estado acima de princípios religiosos ou éticos tradicionais. Essa abordagem secular, que desvinculava a autoridade política da doutrina católica, ameaçava o monopólio da Igreja sobre o pensamento e a orientação moral da sociedade. A alternativa correta, portanto, é a B) Defesa de um laicismo aplicado à política, pois capta o cerne da inovação maquiavélica que desagradou às autoridades eclesiásticas.

Enquanto outras opções mencionam elementos presentes no contexto histórico (como o absolutismo ou a inquisição), apenas a alternativa B reflete a verdadeira transgressão intelectual de Maquiavel: a construção de uma teoria política autônoma, não subordinada aos dogmas religiosos.

O texto apresentado demonstra como o cristianismo, ao longo de sua história, incorporou elementos de outras tradições culturais e religiosas para fortalecer sua própria instituição. No caso específico das festividades juninas, a Igreja adotou práticas pagãs relacionadas ao solstício de verão europeu, como as fogueiras, e as associou à figura de São João Batista, criando assim uma celebração sincrética. Essa estratégia de apropriação de cerimônias seculares permitiu que a Igreja mantivesse sua relevância cultural e religiosa, integrando tradições populares preexistentes em sua doutrina.

A alternativa correta, portanto, é a letra C, que indica a apropriação de cerimônias seculares. Essa prática não se limitou às festas juninas, mas foi uma estratégia recorrente da Igreja para consolidar sua influência. Ao invés de reprimir completamente as tradições populares, a instituição religiosa optou por ressignificá-las dentro de um contexto cristão, garantindo assim sua continuidade e aceitação entre os fiéis.

O processo descrito no texto ilustra como as religiões podem se adaptar e absorver elementos culturais diversos para se manterem relevantes em diferentes contextos históricos. A Igreja, ao adotar e cristianizar práticas pagãs, não apenas preservou sua autoridade espiritual, mas também enriqueceu suas próprias tradições, criando celebrações que permanecem vivas até os dias atuais.

O trecho apresentado sobre a Inquisição portuguesa no século XVII revela um cenário complexo em relação à intolerância religiosa durante a época Moderna. A análise do texto permite concluir que, embora a Inquisição fosse uma instituição poderosa e amplamente apoiada por setores como o clero secular, ela não atuou sem enfrentar resistências. Os jesuítas, por exemplo, emergiram como críticos contundentes, chegando a contribuir para a suspensão temporária do Tribunal na década de 1670. Além disso, os cristãos-novos desenvolveram estratégias jurídicas e políticas para contestar os métodos inquisitoriais, como o sigilo processual e o uso de testemunhas questionáveis. Esses grupos demonstraram que, mesmo em um contexto de predominância da intolerância, havia vozes dissonantes e formas organizadas de oposição. Portanto, a alternativa C) é a correta, pois evidencia que a intolerância não era unânime e que existiam focos de resistência em diferentes estratos da sociedade portuguesa daquele período.

O trecho citado de Quentin Skinner destaca a centralidade do Estado como objeto de análise no pensamento político europeu moderno, especialmente no que diz respeito às teorias sobre o poder monárquico. A partir dessa perspectiva, é possível relacionar as afirmações apresentadas aos pensadores corretos, conforme a alternativa C.

A primeira afirmação, que associa a educação do príncipe a uma ética cristã, remete diretamente ao humanista Erasmo de Roterdã. Em sua obra "A Educação do Príncipe Cristão" (1516), Erasmo defende que o governante deve ser instruído segundo os princípios morais do cristianismo, enfatizando a virtude, a sabedoria e o compromisso com o bem comum. Essa visão reflete o ideal renascentista de unir valores clássicos e cristãos na formação do líder político.

Já a segunda afirmação, que compara a soberania divina ao governo de um único homem, corresponde ao pensamento de Jean Bodin. Em "Os Seis Livros da República" (1576), Bodin desenvolve sua teoria da soberania, argumentando que o poder político deve ser indivisível, assim como a autoridade de Deus no universo. Para ele, apenas um governo centralizado e unitário - preferencialmente a monarquia - poderia garantir a ordem e a estabilidade do Estado.

Essa combinação entre Erasmo e Bodin exemplifica a diversidade de abordagens sobre o poder monárquico no período moderno, que iam desde preocupações ético-religiosas até argumentos de natureza jurídico-política. Ambos os pensadores, cada um a seu modo, contribuíram para as discussões sobre a legitimidade e o exercício do poder soberano que marcaram o pensamento político europeu.

No início do século XVI, a venda de indulgências pela Igreja Católica, promovida pelo Papa Leão X em parceria com o banqueiro Jacob Függer para financiar a construção da Basílica de São Pedro, gerou grande controvérsia. Essa prática, vista por muitos como uma exploração da fé e um abuso de poder, despertou a indignação de um monge agostiniano chamado Martinho Lutero. Sua revolta contra essa corrupção espiritual culminou nas famosas 95 Teses, pregadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg em 1517, marcando o início da Reforma Protestante.

Entre as alternativas apresentadas, a correta é D) Martinho Lutero, pois foi ele quem liderou a oposição teológica e moral contra a venda de indulgências. Erasmo de Roterdã (A), embora crítico da Igreja, adotava uma postura mais moderada; Thomas Morus (B) era um humanista católico; Pieter Bruegel (C) foi um pintor renascentista; e Nicolau Copérnico (E) revolucionou a astronomia, mas não se envolveu diretamente nesse conflito religioso. Portanto, a resposta correta é D) Martinho Lutero, figura central desse momento histórico que transformou o cristianismo no Ocidente.

Sobre a Contra-Reforma é CORRETO afirmar:

A Contra-Reforma, também conhecida como Reforma Católica, foi um movimento da Igreja Católica em resposta à Reforma Protestante. Analisando as afirmações apresentadas:

I - Esta afirmação está incorreta, pois a Contra-Reforma contou com o forte apoio do papa e dos bispos católicos, que lideraram esforços para reafirmar a doutrina católica e conter o avanço protestante.

II - Esta afirmação também está incorreta, já que a Contra-Reforma não conseguiu eliminar as religiões protestantes, que continuaram a se expandir e se consolidar em várias regiões da Europa.

III - Esta afirmação está correta, pois a Contra-Reforma de fato intensificou as tensões religiosas na Europa, resultando em guerras e perseguições entre católicos e protestantes.

IV - Esta afirmação também está correta, já que a Contra-Reforma promoveu a reativação do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), incentivou a catequização de indígenas nas colônias e estabeleceu o Índice de Livros Proibidos para controlar publicações contrárias à fé católica.

Portanto, apenas as afirmações III e IV estão corretas, correspondendo à alternativa E).

O texto em questão aborda o surgimento de uma importante vertente religiosa durante o século XVI, na Alemanha, fruto das críticas e propostas de reforma elaboradas por um monge católico agostiniano. Esse movimento, liderado por Martinho Lutero, questionava diversas doutrinas e práticas da Igreja Católica Apostólica Romana, como a venda de indulgências e a autoridade papal, marcando o início da Reforma Protestante.

Entre as alternativas apresentadas, a Igreja Luterana (opção C) é a resposta correta, pois foi fundada diretamente a partir das ideias de Lutero. As outras opções representam ramificações posteriores ou diferentes tradições protestantes: a Igreja Calvinista (A) segue os ensinamentos de João Calvino; a Anglicana (B) surgiu na Inglaterra sob Henrique VIII; a Menonita (D) tem raízes no anabatismo; e a Metodista (E) desenvolveu-se no século XVIII a partir do anglicanismo.

Portanto, a alternativa que melhor corresponde ao contexto histórico descrito é a C) Igreja Luterana, consolidando-se como a principal expressão da Reforma Protestante na Alemanha e influenciando profundamente o cenário religioso europeu.

Indicar a alternativa CORRETA.

I - A Reforma é consequência das teorias iluministas que se basearam nas ideias de Hegel de que a fé é um elemento individual.

II - O movimento reformista, além de propiciar mudanças institucionais, também está relacionado com a crise moral e religiosa pela qual passava a Europa.

III - A crítica aos abusos cometidos pela Igreja Católica foi um ponto central para a ocorrência do movimento reformista. Contudo, elementos relativos à política devem ser considerados.

IV - O movimento reformista promoveu um abalo na estrutura do poder religioso do mundo europeu ocidental.

• A) Todas estão corretas.
• B) Apenas I, II, III.
• C) Apenas II, III, IV.
• D) Apenas I, II, IV.
• E) Apenas I, III, IV.

O gabarito correto é C.

O texto apresentado destaca a importância histórica das civilizações chinesa e indiana até o século XVIII, ressaltando como essas regiões eram os principais centros de produção de artigos de luxo, atraindo o interesse comercial europeu. A busca por metais preciosos nas Américas, como ouro e prata, estava diretamente ligada ao financiamento dessas trocas comerciais com o Oriente. No entanto, quando se trata especificamente da colonização da América do Norte, o fator determinante foi outro: os conflitos religiosos na Inglaterra após a Reforma Anglicana.

A opção correta, conforme o gabarito, é a letra E. Esses conflitos religiosos, que incluíam perseguições e divergências entre anglicanos, puritanos e outras denominações, levaram muitos grupos a buscar refúgio e liberdade religiosa no Novo Mundo. Essa motivação distingue a colonização da América do Norte daquela ocorrida na América Latina, onde a exploração de recursos naturais e a conversão religiosa dos nativos eram prioridades. Portanto, enquanto o contexto geral da expansão europeia estava vinculado ao comércio com a Ásia, a colonização inglesa na América do Norte teve raízes profundas nas tensões religiosas do período.