Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

 

Frontispício de Nova Lusitania, Historia de Guerra Brasilica (1675, Lisboa), de Francisco de Brito Freire.


Com relação às invasões holandesas do século XVII, e com base na análise do frontispício, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.


(  ) As invasões holandesas se inserem no quadro das relações internacionais entre os países europeus, disputando o controle do comércio do açúcar.


(  ) A capitulação holandesa, em 1654, imposta pelo poderio português, é objeto de propaganda no frontispício mediante a sobreposição do escudo da Restauração a um mapa que alude aos domínios do Império ultramarino português.


(  ) A especificidade do conflito em terras coloniais, marcado pelo uso de emboscadas com pequenos grupos, em constante movimento, está indicada na referência à “guerra brasílica” no título da obra.


As afirmativas são, respectivamente,

Resposta:

A alternativa correta é letra D) V, V e V.

Gabarito: Letra D

 

A sequência correta é: V,V e V.

 

Vamos analisar as proposições.

 

(V) As invasões holandesas se inserem no quadro das relações internacionais entre os países europeus, disputando o controle do comércio do açúcar.
 

As invasões holandesas em territórios ultramarinos pertencentes a Portugal e Espanha situam-se nas mudanças nas relações internacionais europeias. Se os holandeses mantinham uma boa relação econômica com Portugal de onde obtinham lucros em função do comércio açucareiro e boa relação política com a Espanha no tempo de Carlos V, a ascensão de Filipe II ao trono português graças à união das coroas ibéricas modificou completamente esse quadro. O monarca procurou retirar a autonomia política dos holandeses dentro do império bem como praticou uma política de intolerância religiosa em territórios espanhóis que recaiu também sobre os holandeses que eram do credo calvinista.
 

Como resposta à tentativa de retirada de autonomia e dos ataques aos protestantes holandeses houve rompimento com a Espanha, que por sua vez decidiu decretar um embargo econômico a qualquer navio holandês. Portugal foi envolvido nesse conflito entre espanhóis e holandeses, pois sendo parte da monarquia espanhola, ficou proibido de comercializar com os holandeses, principalmente o açúcar nordestino, importante produto vendido por Portugal aos holandeses que o revendiam no mercado europeu. 
Assim, a Holanda entendeu Portugal como inimigo e decidiram ocupar o Nordeste para garantir diretamente o controle sobre a produção do açúcar colonial, sem necessitar comprar de Portugal.

  

( V ) A capitulação holandesa, em 1654, imposta pelo poderio português, é objeto de propaganda no frontispício mediante a sobreposição do escudo da Restauração a um mapa que alude aos domínios do Império ultramarino português.
 

Podemos notar no frontispício o escudo português da Dinastia de Bragança, responsável por empreender o processo de restauração monárquica diante da Espanha. Ou seja, o monarca e seus apoiadores da nobreza e do grupo mercantil decidiram realizar a independência portuguesa em relação à Coroa Espanhola. Feita essa independência, os portugueses com apoio dos colonos, diga-se de passagem, conseguiram expulsar os holandeses do Nordeste em 1654. Assim, o acontecimento da Restauração Portuguesa foi lido pelos colonos como um forte indício da luta pela restauração do nordeste ocupado pelos holandeses.

  

( V ) A especificidade do conflito em terras coloniais, marcado pelo uso de emboscadas com pequenos grupos, em constante movimento, está indicada na referência à “guerra brasílica” no título da obra.
 

O título da obra História da Guerra Brasílica guarda referência ao momento em que Portugal retoma o Nordeste que estava sob domínio holandês. Para vencer os holandeses, os colonos luso-brasileiros utilizaram-se de várias táticas, desde a aliança com indígenas e também com escravos até ao uso de emboscadas.

  

Referência:
 

VAINFAS, Ronaldo. "Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa". In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro e GOUVÊA, Maria de Fátima (Orgs.) O Brasil Colonial (1580-1720). volume 2. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2017.
 

Continua após a publicidade..

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *