“A ascensão de Dom José I ao trono de Portugal, em 1750, e a nomeação de Sebastião José de Carvalho e Melo para a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra representaram uma mudança radical na forma de conceber o poder e o papel do Estado. Inspirado pelo pensamento Ilustrado, ambos defendiam um Estado laico, que deveria concentrar os seus esforços na modernização do país, no fortalecimento de sua presença na Metrópole e Colônia.”
(SOUZA JÚNIOR, José Alves de. 2012. p. 27.)
Assinale, a seguir, a afirmativa que melhor representa o pensamento de Sebastião José de Carvalho e Melo.
- A) O esforço modernizador contou com ampla participação da nobreza e das ordens religiosas, principalmente os jesuítas.
- B) A consecução plena dos fins material e espiritual do homem exigia que Estado e Igreja estivessem aliados em um mesmo propósito.
- C) A administração no período Josefino lutou contra uma estrutura agrária e semifeudal, domínio social e político da nobreza e clero.
- D) As reformas foram efetuadas no período Josefino, principalmente aquelas direcionadas à perpetuação do poder temporal diante da secularização do Estado.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) A administração no período Josefino lutou contra uma estrutura agrária e semifeudal, domínio social e político da nobreza e clero.
Gabarito: Letra C
A administração no período Josefino lutou contra uma estrutura agrária e semifeudal, domínio social e político da nobreza e clero.
A segunda metade do século XVIII português é marcada por uma tentativa do reino empreender reformas para acabar com o atraso econômico se comparado com outros reinos europeus. Atraso justificado por alguns pensadores tendo como origem a estrutura agrária e semifeudal do reino, que preservava o domínio social e político dos nobres e do clero.
Assim, a partir de 1750 teve início o período conhecido como época pombalina (1750-1777), momento no qual o rei D. José I e seu "primeiro-ministro", Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal.
Pombal foi o responsável pela criação de ações políticas, econômicas e culturais para a monarquia portuguesa tendo por base ideias iluministas e reformistas. À frente da pasta de secretário de estado dos negócios interiores do reino, cargo equivalente ao de primeiro-ministro, Pombal renovou grande parte das estruturas político institucionais da Coroa Portuguesa à luz do pensamento ilustrado corrente à sua época lutando contra os privilégios concedidos à nobreza e às ordens religiosas dentro da Coroa Portuguesa.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: O esforço modernizador contou com ampla participação da nobreza e das ordens religiosas, principalmente os jesuítas.
O esforço modernizador contou com a resistência da nobreza e das ordens religiosas, principalmente os jesuítas. Pombal objetivava diminuir ou eliminar a influência desses dois grupos na organização política do reino.
Letra B: A consecução plena dos fins material e espiritual do homem exigia que Estado e Igreja estivessem aliados em um mesmo propósito.
Essa alternativa aponta para a ideia defendida pela Igreja e não por Pombal. O pensamento religioso defendia que o Estado reconhecesse a superioridade da Igreja, inclusive, a supremacia papal sobre a real. Pombal, como adepto das ideologias iluministas, acreditava o contrário, que a Igreja, principalmente as ordens religiosas, deveriam estar submissas ao poder régio. O poder que essas instituições construíram ao longo do tempo era um obstáculo à consecução das políticas econômicas do reino. Assim, Estado e Igreja entraram em conflito, pois as políticas promovidas pelo ministro iam na direção do fortalecimento do estado e enfraquecimento do poder religioso.
Letra D: As reformas foram efetuadas no período Josefino, principalmente aquelas direcionadas à perpetuação do poder temporal diante da secularização do Estado.
As reformas foram efetuadas para retirar o poder temporal da Igreja, aquele poder em que essa instituição ganhou em matéria política e econômica, podendo decidir os rumos da política da Coroa Portuguesa. Pombal desejava subordinar a Igreja ao poder régio e para isso tomou uma série de medidas que retiravam a participação da Igreja na política portuguesa, como, por exemplo, em relação ao ensino e na administração dos indígenas das aldeias.
Referências:
CARDOSO, Ciro Flamarion. "A crise do colonialismo luso na América Portuguesa". In: LINHARES, Maria Yedda. História Geral do Brasil. 14ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier: 2016.
SOUZA JUNIOR, José Alves de. Tramas do cotidiano: religião, política, guerra e negócios no Grão-Pará do setecentos - um estudo sobre a Companhia de Jesus e a política pombalina. Tese de Doutorado em História. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2009.
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