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“A colonização do Brasil, de seu lado, foi tardia, intensificando-se quando o quadro institucional da metrópole já começava a sentir as transformações determinadas pelas grandes descobertas. Nem por isso, entretanto, deixaram de se prolongar na América diversos traços de ligação com a Idade Média lusitana; a titulatura de grande número de funcionários, instituições como a das sesmarias e as discussões relativas a um caráter feudal das capitanias hereditárias, quando mais não fosse, seriam suficientes para atestar essa continuidade.”

(HOLANDA, Sérgio Buarque. Introdução Geral. In HOLANDA, Sérgio Buarque & CAMPOS, Pedro Moacyr. História Geral da Civilização Brasileira – Tomo I: A Época Colonial. 6ª Ed. São Paulo: Difel, 1981, p. 25).

Leia as assertivas abaixo e marque a CORRETA:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) Sesmaria representava uma das prerrogativas do poder metropolitano, mais precisamente a de conceder casas, pardieiros ou terras para terceiros. Essa doação era a de propriedades consideradas não aproveitadas e os responsáveis pelo favorecimento mencionado eram os sesmeiros, então eleitos pelos conselhos locais e confirmados pelo rei.

Gabarito: Letra D

 

Sesmaria representava uma das prerrogativas do poder metropolitano, mais precisamente a de conceder casas, pardieiros ou terras para terceiros. Essa doação era a de propriedades consideradas não aproveitadas e os responsáveis pelo favorecimento mencionado eram os sesmeiros, então eleitos pelos conselhos locais e confirmados pelo rei.
 

O Sistema de Sesmaria já existia em Portugal, tendo sido utilizado no século XIV para incentivar a agricultura e estimular o povoamento do Algarve, no sul do reino. Em Portugal, a distribuição de sesmaria era feita pelo sesmeiro, na América Portuguesa a prerrogativa de distribuir sesmarias foi dada ao capitão donatário.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: No contexto das grandes descobertas, Portugal instituiu a Idade Média lusitana em sua colônia na América, promovendo a vinda de funcionários, a implantação da indústria manufatureira, da imprensa régia e de instituições monárquicas a exemplo das sesmarias.
 

Apesar dos traços de ligação com a Idade Média lusitana na nova colônia, como a distribuição de sesmaria, Portugal não instituiu a Idade Média lusitana na América portuguesa. A colônia devia manter uma relação de comércio exclusiva com a metrópole, o chamado exclusivo metropolitano, e estava impedida de implantar indústrias e de desenvolver atividades de imprensa.

 

Letra B: A sesmaria possibilitou a criação de um mercado interno, favorecendo o trabalho livre de toda população e o incremento de novas tecnologias na colônia portuguesa na América.
 

A sesmaria na colônia foi utilizada visando a instalação da economia açucareira e não o desenvolvimento de um mercado interno, também baseou-se na utilização do trabalho escravo, não favorecendo, portanto, o trabalho livre. Além disso, o empreendimento açucareiro não requeria tantas tecnologias.

 

Letra C: As capitanias hereditárias permitiram a inclusão dos povos originários, como membros ativos e participativos da sociedade que emergia no processo de colonização.
 

As capitanias hereditárias não permitiram a inclusão dos povos originários, como membros participativos da sociedade colonial, esses, quando não eram mortos, eram transformados em escravos para as lavouras de açúcar.

 

Letra E: As capitanias hereditárias impulsionaram o capitalismo industrial brasileiro.

 

Baseada na monocultura com utilização do trabalho escravo e voltada para a exportação, seguindo a lógica do exclusivo metropolitano, as capitanias hereditárias, apesar de terem lançado as bases da colonização, não foram capazes de impulsionar um capitalismo industrial brasileiro, até mesmo porque não havia a permissão para se instalar indústrias na América Portuguesa devido ao pacto colonial (ou exclusivo metropolitano).

 

Referências:

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 2. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

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