A entrada de homens a serviço da Coroa portuguesa nos sertões do Estado do Brasil produziu diversos conflitos entre indígenas e conquistadores. Apesar das diversas circunstâncias de cada embate, as autoridades régias denominaram Guerra dos Bárbaros os levantes indígenas no interior do nordeste em fins do século XVII e início do XVIII.
A respeito da Guerra dos Bárbaros, analise as afirmativas a seguir, considerando V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( ) A Coroa lusa denominava de “gentios bravos”os índios rebeldes e, com base em informações obtidas por aliados tupi, os cronistas coloniais construíram um imaginário sobre os grupos que habitavam o sertão e que se rebelavam à ação colonizadora, definindo-os “tapuia”, sinônimo de bárbaro, inimigo, indomável.
( ) Os confrontos entre luso-brasileiros e comunidades tapuias nos sertões nordestinos foram motivados pela concessão de sesmarias à recém-criada Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, a quem caberia o controle do sertão paraibano após a expulsão dos holandeses.
( ) Devido ao despreparo das infantarias locais e à resistência oferecida pelos tapuias, os colonos nordestinos aliaram-se aos paulistas, a quem interessava reduzir os índios rebelados à escravidão, em nome da guerra justa, tornando a sua participação na Guerra dos Bárbaros um empreendimento lucrativo.
A sequência correta é:
- A) V – V – F;
- B) V – F – V;
- C) F – V – V;
- D) F – F – V;
- E) V – F – F.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) V – F – V;
Gabarito: Letra B
A sequência correta é: V,F,V
Vamos analisar as proposições.
(V) A Coroa lusa denominava de “gentios bravos” os índios rebeldes e, com base em informações obtidas por aliados tupi, os cronistas coloniais construíram um imaginário sobre os grupos que habitavam o sertão e que se rebelavam à ação colonizadora, definindo-os “tapuia”, sinônimo de bárbaro, inimigo, indomável.
A Coroa portuguesa denominou genericamente os indígenas resistentes à colonização de "gentios bravos". Com base nas informações obtidas por seus aliados indígenas genericamente chamados de Tupis, muitos conquistadores, cronistas e escritores do período colonial construíram um imaginário sobre os grupos que habitavam o sertão. A denominação generalista que surgiu dessa construção foi “Tapuia”, sinônimo de bárbaro, inimigo, indomável. Esta designação englobava vários grupos étnicos, mas dois se destacaram: os Cariri, habitantes do sertão de dentro – atuais estados da Bahia, de Pernambuco e do Piauí; e os Tarairiús, que viviam no sertão de fora – área que abrange os atuais estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba.
(F) Os confrontos entre luso-brasileiros e comunidades tapuias nos sertões nordestinos foram motivados pela concessão de sesmarias à recém-criada Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, a quem caberia o controle do sertão paraibano após a expulsão dos holandeses.
Os confrontos entre luso-brasileiros e comunidades tapuias nos sertões foram motivados pelo choque entre os interesses coloniais e os interesses indígenas. De um lado, os colonos buscavam ocupar o espaço, prevenindo a volta dos holandeses, bem articulados com os habitantes daquelas áreas, e possível invasão de outros povos europeus, além de torna-lo rentável para a Coroa, com a implementação da pecuária. Do lado indígena, estava a luta para manter suas culturas, ritos e território que era devorado pelos colonizadores.
(V) Devido ao despreparo das infantarias locais e à resistência oferecida pelos tapuias, os colonos nordestinos aliaram-se aos paulistas, a quem interessava reduzir os índios rebelados à escravidão, em nome da guerra justa, tornando a sua participação na Guerra dos Bárbaros um empreendimento lucrativo.
Os primeiros choques entre colonos do nordeste e os indígenas tapuias resultaram em algumas derrotas das tropas coloniais. O resultado foi o estabelecimento de um acordo entre as autoridades administrativas das capitanias nordestinas com os paulistas, que já haviam sido contratados para dar fim ao Quilombo dos Palmares. O acordo para os paulistas era bastante interessante, uma vez que a eles seria autorizado praticar guerra justa contra os indígenas e reduzi-los à escravidão. Os indígenas seriam enviados à capitania de São Vicente para depois serem revendidos, o que seria um empreendimento lucrativo.
Referência:
DIAS, Patrícia de Oliveira. A Bárbara Guerra do Açu. Disponível em: https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/?temas=a-barbara-guerra-do-acu
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