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A experiência que tenho de lidar com aldeias de diversas nações me tem feito ver, que nunca índio fez grande confiança de branco e, se isto sucede com os que estão já civilizados, como não sucederá o mesmo com esses que estão ainda brutos.

 

NORONHA, M. Carta a J. Caldeira Brant. 2 jan.1751. Apud CHAIM, M. M.

Aldeamentos indígenas (Goiás: 1749-1811). São Paulo:

Nobel, Brasília: INL, 1983 (adaptado).

 

Em 1749, ao separar-se de São Paulo, a capitania de Goiás foi governada por D. Marcos de Noronha, que atendeu às diretrizes da política indigenista pombalina que incentivava a criação de aldeamentos em função

Resposta:

A alternativa correta é letra E) da necessidade de controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às exigências do trabalho regular.

Gabarito: Letra  E (da necessidade de controle dos brancos sobre a população indígena, objetivando sua adaptação às exigências do trabalho regular.)
 
Durante a gestão administrativa da Coroa Portuguesa sob a influência do Marquês de Pombal, secretário da fazenda português, o Brasil, principal área econômica do Império lusitano, foi impactado por reformas político-econômicas que atuaram sobre o comércio, administração, fazenda e política externa.
 
Para essa questão, concentraremos nossa resposta nas reformas promovidas em relação à população indígena.
 
Um primeiro ponto de destaque foi a tentativa do reino português de assumir a organização dos indígenas, retirando a participação da esfera religiosa nesse assunto. Pombal foi contrário aos jesuítas e toda a sua forma de lidar com os povos nativos.
 
Estabeleceu-se um dispositivo legal chamado de Diretório dos Índios (1755-1798), que tentou transformar os indígenas em súditos da Coroa Portuguesa e na prática procurou tratar os indígenas como mão de obra. 
 
Dentre as principais características podemos destacar: 
 

  • o estímulo ao casamento entre luso-brasileiros e índias
  • o ensino da língua portuguesa 
  • a criação de aldeamentos voltados para uma estrutura econômica agrária, no qual o indígena seria visto como uma espécie de “agricultor”.

 
Por que as demais estão incorretas?
 
Letra A: das constantes rebeliões indígenas contra os brancos colonizadores, que ameaçavam a produção de ouro nas regiões mineradoras.
 

Embora os ataques indígenas ocorressem por resistência ao avanço colonizador, que buscava minérios em áreas em que as populações nativas se localizavam, o Diretório tinha por intenção estimular a colonização e a “civilização” dos indígenas, organizando-os em aldeias para trabalharem na agricultura.
 
Letra B: da propagação de doenças originadas do contato com os colonizadores, que dizimaram boa parte da população indígena.
 
Muitos indígenas foram dizimados no contato com os colonos brancos, mas a criação de aldeamentos dentro da lógica pombalina teve a ver com a lógica econômica, de utilização dos índios como força de trabalho produtiva de gêneros para a metrópole. Ou seja, não era para proteger os indígenas do contato com os colonos, mas trazê-los para a esfera do reino como população economicamente ativa. Além do mais, o Diretório acabou estimulando a presença de brancos dentro dos aldeamentos indígenas.
 
Letra C: do empenho das ordens religiosas em proteger o indígena da exploração, o que garantiu a sua supremacia na administração colonial.
 
A política indigenista de Pombal procurou eliminar a participação das ordens religiosas na administração dos índios, sobretudo, os jesuítas, que eram vistos como entrave à incorporação econômica da população indígena.
 
 
Letra D: da política racista da Coroa Portuguesa, contrária à miscigenação, que organizava a sociedade em uma hierarquia dominada pelos brancos.
 
Pelas disposições do Diretório, havia um estimulo ao casamento entre colonos e índias para colonizar as terras do interior do Brasil.
 
 
Referências:
 
KARASCH, Mary.”Catequese e cativeiro: política indigenista em Goiás, 1780-1889”. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
 
MONTEIRO, Nuno. “As reformas na monarquia pluricontinental portuguesa: de Pombal a dom Rodrigo de Sousa Coutinho”. In: FRAGOSO, João e GOUVÊA, Maria de Fatima. O Brasil Colonial: Volume 3 (1720-1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

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