A “guerra dos bárbaros” representou uma ruptura na história da América Portuguesa, pois prefaciou um ciclo de hostilidades que dizimou uma diversidade de povos indígenas que habitavam o sertão. Sobre isso, analise as alternativas e assinale a resposta correta.
- A) A "guerra dos bárbaros" patrocinada pela Coroa para forçar os descimentos indígenas só chegou ao fim após a implementação do Diretório Pombalino em 1758.
- B) A "guerra dos bárbaros" atingiu as populações indígenas não aldeadas. Não se verifica a extensão da guerra para os aldeamentos comandados por Jesuítas.
- C) O único intuito dos paulistas ao se envolverem na guerra como bugreiros, era o de garantir que os índios preados no conflito, tornassem seus escravos.
- D) Para os colonos, desejosos em obter terras, os índios representavam um entrave à expansão das fazendas de gado, por isso, deveriam ser exterminados.
- E) Por parte dos indígenas confederados, os processos de resistência e sobrevivência se deram de maneira violenta. Não se observa na história da guerra dos bárbaros, resistências pacíficas.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) Para os colonos, desejosos em obter terras, os índios representavam um entrave à expansão das fazendas de gado, por isso, deveriam ser exterminados.
Gabarito: Letra D
(Para os colonos, desejosos em obter terras, os índios representavam um entrave à expansão das fazendas de gado, por isso, deveriam ser exterminados.)
A Guerra dos Bárbaros é um conjunto de conflitos e hostilidades ocorridos entre colonos luso-brasileiros e os indígenas "bárbaros", considerados pelo colonizador como aqueles que eram resistentes ao avanço colonial e não falavam o tupi. Eram genericamente conhecidos como tapuias, mas tinham diferentes famílias linguísticas (janduís, kariris, canindés, entre outros).
Os conflitos iniciados em fins do século XVII e chegando até as primeiras décadas do século XVIII eram motivados pelas disputas por terras a fim de consolidar a expansão da pecuária e para aumentar o patrimônio rural.
Diante das resistências indígenas, os colonos pregaram o extermínio total das comunidades que residiam nas terras do sertão. Diversas campanhas infligiram derrotas nos indígenas. Outras conseguiram resistir bravamente, mas ao final, as guerras resultaram no controle do interior do nordeste pelos colonos.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: A "guerra dos bárbaros" patrocinada pela Coroa para forçar os descimentos indígenas só chegou ao fim após a implementação do Diretório Pombalino em 1758.
A Guerra dos Bárbaros chegou ao fim após a assinatura de tratado entre chefes indígenas e a Coroa Portuguesa no início no final do século XVII. Mas mesmo com a assinatura de paz, os ataques dos colonos às terras indígenas continuaram.
Letra B: A "guerra dos bárbaros" atingiu as populações indígenas não aldeadas. Não se verifica a extensão da guerra para os aldeamentos comandados por Jesuítas.
As guerras entre "bárbaros" e colonos atingiram populações indígenas aldeadas e não aldeadas, inclusive, contando com a participação de jesuítas para defender as suas missões dos ataques de indígenas e de colonos.
Letra C: O único intuito dos paulistas ao se envolverem na guerra como bugreiros, era o de garantir que os índios preados no conflito, tornassem seus escravos.
Os paulistas também buscavam receber as terras dos indígenas que fossem derrotados, expulsos e feitos prisioneiros.
Letra E: Por parte dos indígenas confederados, os processos de resistência e sobrevivência se deram de maneira violenta. Não se observa na história da guerra dos bárbaros, resistências pacíficas.
Podemos citar como resistências pacíficas: as fugas dos trabalhos nas fazendas, a escolha pelo aldeamento para não serem combatidos pelos colonos e assinatura de acordos de fronteiras e terras entre líderes indígenas e a Coroa Portuguesa.
Referências:
MOURA, Itamazeo Tarquínio do Lago. Para além das armas: outras formas de resistência indígena frente à expansão portuguesa na Capitania do Rio Grande. Disponível em: https://www.rn.anpuh.org/2016/assets/downloads/veeh/ST09/Para%20alem%20das%20armas%20outras%20formas%20de%20resistencia%20indigena%20frente%20a%20expansao%20portuguesa%20na%20Capitania%20do%20Rio%20Grande.pdf
RAMINELLI, Ronald. "Guerra dos Bárbaros". In: VAINFAS, Ronaldo (Org.) Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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