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“A história de São Gonçalo, por sinal, vai bem além do perfil de mera cidade-dormitório. Habitada pelos tupinambás, a região foi dividida em sesmarias e distribuída aos colonos que lutaram contra os invasores franceses, no século XVI, refletindo o interesse da Coroa portuguesa em povoar e fixar sua posse nessas terras.”

Extraído de: http:/www.faperj.br/?id=747.2.2

São Gonçalo, já no século XVII, havia se tomado uma próspera freguesia.

Sobre os interesses envolvendo as invasões francesas na Baía da Guanabara à época citada, destaca-se corretamente:

Resposta:

A alternativa correta é letra D) Fruto do relativo abandono pelos portugueses, os franceses invadiram a região, visando a assegurar seus interesses na extração do pau-brasil.

Gabarito: ALTERNATIVA D

   

"A história de São Gonçalo, por sinal, vai bem além do perfil de mera cidade-dormitório. Habitada pelos tupinambás, a região foi dividida em sesmarias e distribuída aos colonos que lutaram contra os invasores franceses, no século XVI, refletindo o interesse da Coroa portuguesa em povoar e fixar sua posse nessas terras.” Extraído de: http:/www.faperj.br/?id=747.2.2

  

Sobre os interesses envolvendo as invasões francesas na Baía da Guanabara à época citada, destaca-se corretamente:

  • a)  Sendo praticantes fervorosos do catolicismo, os invasores franceses pretenderam se fixar no Rio de Janeiro com vistas a implantar uma colônia na região.

Não faz muito sentido a referência à adesão religiosa dos franceses, que, de fato, eram marcadamente católicos; mas o Reino de Portugal era oficialmente católico e não aceitava outras denominações religiosas em seus domínios coloniais. Sobre as intenções francesas na América do Sul, é algo um tanto quanto impreciso, mas é fato que, no século XVI, foi estabelecida a colônia da França Antártica na Baía de Guanabara. A colônia francesa existiu na região entre 1555 e 1570 e é difícil estabelecer se os interesses eram de extrativismo vegetal mais imediato ou de um projeto de colonização mais amplo. No entanto, não há dúvidas sobre a implantação de uma colônia francesa na região do Rio de Janeiro.

 
  • b)  Aliados históricos dos portugueses, os franceses romperam e resolveram invadir a colônia portuguesa na América por interesses econômicos.

Não faz sentido se falar em aliança histórica entre França e Portugal no século XVI, ainda que houvesse, sim, proximidades entre os reinos por conta do pertencimento à cristandade. Mas, naquele momento, a França era uma potência retardatária nas Grandes Navegações, tendo comprometido muito tempo e recursos para sustentar a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) contra os ingleses. Ou seja, quando os franceses tiveram condições de fazer os esforços necessários para se lançar à exploração oceânica, os reinos ibéricos já tinham pronunciado suas posses sobre o Novo Mundo, acessando riquezas e possibilidades impensáveis para esses outros Estados. Consequentemente, o reino francês passou a financiar atividades de pirataria contra as esquadras coloniais, assim como lançou várias tentativas de se fixar na costa atlântica da América do Sul. Alternativa errada.

 
  • c)  Interessados em controlar a extração de ouro que se desenvolvia no Rio de Janeiro à época, os franceses optaram por invadira cidade já criada.

A cidade do Rio de Janeiro foi fundada em 1565, dez anos após o estabelecimento dos franceses na Baía de Guanabara, justamente dentro do esforço português para enfrentar a invasão francesa - ou seja, a origem da capital fluminense, fundada por Estácio de Sá, foi parte importante para a expulsão dos franceses. Além disso, à época, não havia uma relevante exploração aurífera na América portuguesa, o que só ocorreria de fato na primeira metade do século XVIII; ou seja, momento muito posterior ao que se tem em tela aqui. Alternativa errada.

 
  • d)  Fruto do relativo abandono pelos portugueses, os franceses invadiram a região, visando a assegurar seus interesses na extração do pau-brasil.

É muito delicado se falar em "relativo abandono pelos portugueses", já que eram as primeiras décadas após o descobrimento. Se é verdade que os primeiros trinta anos após o descobrimento foram de certo marasmo na América portuguesa, cujas atividades estavam basicamente concentradas no extrativismo vegetal. No entanto, em 1534, foi estabelecido o sistema das capitanias hereditárias, o que era um esforço, de fato, para viabilizar a ocupação efetiva do território. Então, não faz muito sentido se falar em abandono português, ainda que o sistema das capitanias hereditárias tenha, de fato, fracassado. Ainda em 1548, tendo em vista as dificuldades dos capitães-donatários, Portugal estabeleceu o Estado do Brasil e um governo-geral para organizar a colonização e administrar a América portuguesa a partir de um centro local. Sobre os interesses franceses, de fato, a exploração da extração do pau-brasil era um problema muito significativo, já que a viabilidade econômica do empreendimento colonial ainda não estava claro, tampouco outras riquezas mais ostensivas haviam sido descobertas. No entanto, há de se observar que o projeto de colonização francesa na América do Sul previa tanto uma França Antártica (estabelecida na Baía de Guanabara)  quanto uma França Equinocial, que foi mais tardia e equivalia à invasão no Maranhão e o posterior estabelecimento em Caiena. Portanto, podemos afirmar que a alternativa simplifica excessivamente a realidade, sendo insustentável dizer, como a banca, que esteja correta.

   

Como fica claro nos comentários acima, a única alternativa possível como resposta é a primeira, ainda que tenha uma construção um tanto quanto truncada. Portanto, na nossa avaliação, as únicas possibilidades válidas aqui seriam a ALTERNATIVA A ou a ANULAÇÃO.

 

Nosso gabarito: ALTERNATIVA A ou ANULAÇÃO

Gabarito da banca: ALTERNATIVA D

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