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… a tendência para o enfeixamento de imensos latifúndios nas mãos de um só, que não pode ter a esperança de tirar proveito deles, nem para si nem para sua família, por muitas gerações, ao passo que a grande massa tem de jazer servilizada, sem recursos nem proteção, sob poderio dos senhores de terras.

 

(Gottfried Heinrich Handelmann. Geschichte von Brasilien citado por WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.)

 

Em termos econômicos, o período colonial brasileiro se estruturou em torno de três grandes eixos: a dependência externa, o latifúndio e a escravidão. O latifúndio se caracterizou tanto pela monocultura quanto pelas relações sociais e políticas de cunho aristocrático centralizadas em torno dos proprietários de terras.

 

Assinale a alternativa que explica a existência da grande propriedade no período colonial brasileiro.

Resposta:

A alternativa correta é letra C) A abundância de terras, permitindo a integração às primitivas sesmarias de novas áreas de cultivo, e a prática de agricultura e pecuária extensivas e tecnicamente rudimentares que demandam grande quantidade de solo.

Gabarito: ALTERNATIVA C

  

... a tendência para o enfeixamento de imensos latifúndios nas mãos de um só, que não pode ter a esperança de tirar proveito deles, nem para si nem para sua família, por muitas gerações, ao passo que a grande massa tem de jazer servilizada, sem recursos nem proteção, sob poderio dos senhores de terras.

(Gottfried Heinrich Handelmann. Geschichte von Brasilien citado por WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Formação do Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.)

 

Em termos econômicos, o período colonial brasileiro se estruturou em torno de três grandes eixos: a dependência externa, o latifúndio e a escravidão. O latifúndio se caracterizou tanto pela monocultura quanto pelas relações sociais e políticas de cunho aristocrático centralizadas em torno dos proprietários de terras.

 

Assinale a alternativa que explica a existência da grande propriedade no período colonial brasileiro.

  • a)  A necessidade de os engenhos otimizarem a produção e a produtividade visando atender o mercado internacional e o perigo representado pela presença espanhola nas fronteiras da América Portuguesa.

Ora, os latifúndios se concentravam no Nordeste da América portuguesa, ou seja, muito distantes das principais posições espanholas, não fazendo sentido, portanto, falar-se em um perigo espanhol para a formação dos latifúndios. Além disso, como fica claro no trecho citado no enunciado, os latifúndios eram altamente ineficientes, permanecendo parte significativa do território sem produção. Alternativa errada.

 
  • b)  A dinâmica da expansão territorial colonial realizada pelos bandeirantes que disponibilizou um vasto estoque de terras e a existência de uma numerosa população livre a ser utilizada como mão de obra.

Os bandeirantes tiveram importante função na expansão territorial portuguesa na América, principalmente a partir de São Paulo para o interior do continente. Nas áreas tratadas, onde vingou a plantation, a participação dos bandeirantes foi praticamente nula, não sendo, portanto, razoável associar a sua ação à formação dos latifúndios. Nos latifúndios, a principal fonte de mão de obra escrava era o tráfico negreiro, e não o apresamento indígena realizado pelos bandeirantes. Alternativa errada.

 
  • c)  A abundância de terras, permitindo a integração às primitivas sesmarias de novas áreas de cultivo, e a prática de agricultura e pecuária extensivas e tecnicamente rudimentares que demandam grande quantidade de solo.

As monoculturas de exportação pressupunham vastas áreas territoriais para cultivo. Afinal, esgotava-se o solo com relativa rapidez, sendo necessário expandir a lavoura para novas regiões sem nenhuma forma de rodízio ou de organização mais sofisticada - prevalecendo, portanto, o modo extensivo de agricultura. Por sua vez, a pecuária extensiva também forçava a colonização para o interior do continente; afinal, não era permitida a manutenção de rebanhos na proximidade da lavoura de exportação para evitar que os animais destruíssem plantações. Com isso, a pecuária extensiva ia também configurando latifúndios no interior. A abundância de terras e a pressa de colonização efetiva do território pressionavam para um modelo de sesmarias no qual a concentração de terras na mão de alguns senhores era um pressuposto de todo o sistema. ALTERNATIVA CORRETA.

 
  • d)  A lógica da organização do sistema colonial de exploração econômica voltada para o mercado externo e a existência de um mercado de terras de caráter capitalista.

Não se pode falar que um mercado de terras de caráter capitalista na América portuguesa. A concessão de terras partia do Estado português e das disputas locais sem uma lógica comercial mais fortalecida. A formação da fidalguia da terra se dava sobretudo pelos jogos de poder, e não pela compra de terrenos como num mercado capitalista normal. Alternativa errada.

  

Sem mais, está correta a ALTERNATIVA C.

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