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As críticas feitas na Europa pelo pensamento ilustrado ao absolutismo assumiram no Brasil o sentido de críticas ao sistema colonial. No Brasil, Ilustração foi, antes de mais nada, anticolonialismo. (COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999, p. 26).

 

O texto acima faz alusão aos movimentos anticoloniais de fins do século XIX. A respeito do contexto histórico daquele período, analise as afirmativas a seguir:

 

I. Criticar a realeza e o poder absoluto dos reis significava lutar pela emancipação dos laços coloniais.

 

II. Os estudantes que viajavam para o exterior, completando seus estudos em Portugal ou na França, voltavam imbuídos das novas ideias e se tornavam seus principais propagandistas.

 

III. Nem as prisões, nem os exílios, nem os enforcamentos foram capazes de deter a marcha do processo. Em vão a censura intentava impedir a divulgação das ideias nocivas à ordem vigente.

 

IV. A Inconfidência Mineira, que tinha propostas igualitárias, contava com a possibilidade de um levante de escravos, já que o número de homens pretos, livres e escravos superava em muito o dos brancos; por isso, contava com a composição de um exército popular.

 

V. Os líderes da Conjuração Baiana, membros das elites agrárias, não permitiram que setores populares se integrassem ao movimento, limitando seus ideais aos aspectos emancipacionistas.

 

Assinale

Resposta:

A alternativa correta é letra E) se apenas as afirmativas I, II e III estiverem corretas.

Gabarito: ALTERNATIVA E

 

As críticas feitas na Europa pelo pensamento ilustrado ao absolutismo assumiram no Brasil o sentido de críticas ao sistema colonial. No Brasil, Ilustração foi, antes de mais nada, anticolonialismo. (COSTA, Emília Viotti da. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999, p. 26).

 
  • O texto acima faz alusão aos movimentos anticoloniais de fins do século XIX. A respeito do contexto histórico daquele período, analise as afirmativas a seguir:

A banca adotou o vexatório expediente do plágio para elaborar as afirmativas que seguem. Todas elas foram retiradas do livro "Da monarquia à república" de Maria Viotti da Costa; ou seja, há uma lógica ultrapassada de aprendizado pela repetição e de renúncia do avaliador à autonomia intelectual. Observemos, então, os trechos propostos.

 
  • I. Criticar a realeza e o poder absoluto dos reis significava lutar pela emancipação dos laços coloniais.

Na página 26, lê-se:

 

As críticas feitas na Europa pelo pensamento ilustrado ao absolutismo assumiram no Brasil o sentido de críticas ao sistema colonial. No Brasil, Ilustração foi, antes de mais nada, anticolonialismo. Criticar a realeza, o poder absoluto dos reis, significava lutar pela emancipação dos laços coloniais. Nas duas últimas décadas do século XVIII, as tensões entre colonos e metrópole se concretizaram em alguns movimentos conspiratórios os quais evidenciam a influência das revoluções Francesa e Americana e das idéias ilustradas. Nos autos dos processos de Devassa as idéias revolucionárias eram definidas como “os abomináveis princípios franceses”.

 

Note o estudante que, fora de contexto, a afirmação assume tonalidades completamente diferentes. A equiparação feita pela autora não resume a luta emancipacionista à questão do absolutismo, mas insere noções sobre as mentalidades do período, quando havia, sim, uma associação importante entre o Antigo Regime e a colonização na mente dos indivíduos. No entanto, fora de contexto, a frase assume uma característica generalizante muito imprecisa, o que prejudicava o julgamento do item.

  
  • II. Os estudantes que viajavam para o exterior, completando seus estudos em Portugal ou na França, voltavam imbuídos das novas ideias e se tornavam seus principais propagandistas.

Na página 27, lê-se:

 

Os estudantes que viajavam para o exterior, completando seus estudos em Portugal ou na França, voltavam imbuídos das novas idéias e se tornavam seus principais propagandistas. Em conversas em casas particulares ou nas esquinas, nas academias literárias e científicas ou nas sociedades secretas, analisavam, às vezes superficialmente, os efeitos da Revolução Francesa e comentavam suas leituras, diante de um público curioso que se incumbia de passar adiante, de forma vaga e imprecisa, o que ouvia. Apesar do caráter implacável da repressão, os “abomináveis princípios franceses” reapareciam a cada passo como argumentos justificadores de novas sublevações.

 

As ideias iluministas estavam, sim, em circulação na colônia e esses estudantes eram vetores importantes nesse intercâmbio de informações. Tanto as ideias quanto o movimento revolucionário em si representaram grande impacto nos horizontes de expectativa da vida na colônia. Havia uma porção letrada da população que absorvia avidamente essas novas ideias, o que driblava as estruturas de repressão mantidas pela metrópole contra esse ideário. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • III. Nem as prisões, nem os exílios, nem os enforcamentos foram capazes de deter a marcha do processo. Em vão a censura intentava impedir a divulgação das ideias nocivas à ordem vigente.

Na página 27, lê-se:

 

Nem as prisões, nem os exílios, nem os enforcamentos foram capazes de deter a marcha do processo. Em vão a censura intentava impedir a divulgação das idéias nocivas à ordem vigente. Em vão a polícia punia com rigor as tentativas de insurreição. Burlando a fiscalização, alguns livros penetravam no país. Mas era menos por intermédio dos livros e mais pelos contatos pessoais que as novas idéias se difundiam.

 

Esta afirmativa e a anterior estão intimamente relacionadas. Como apontado acima, a circulação clandestina de ideias na colônia era uma realidade estabelecida e os mecanismos de repressão não era suficiente para interrompê-la. AFIRMATIVA VERDADEIRA.

 
  • IV. A Inconfidência Mineira, que tinha propostas igualitárias, contava com a possibilidade de um levante de escravos, já que o número de homens pretos, livres e escravos superava em muito o dos brancos; por isso, contava com a composição de um exército popular.

Tramada e debelada em 1789, a Inconfidência Mineira era, sobretudo, um movimento de elite. Desgastada com os pesados impostos da Coroa portuguesa, essa elite mineira se organizou para libertar a capitania do controle metropolitano, mas para manter a ordem vigente social vigente - ou seja, uma sociedade baseada na exploração do ouro com mão de obra escrava. Ainda que pretendesse estabelecer uma república após a separação em relação a Portugal, os inconfidentes não tinham uma preocupação com as massas, o que deixava o movimento muito restrito. Afirmativa falsa.

 
  • V. Os líderes da Conjuração Baiana, membros das elites agrárias, não permitiram que setores populares se integrassem ao movimento, limitando seus ideais aos aspectos emancipacionistas.

A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Assim, é incorreto se colocar como protagonistas do movimento baiano os latifundiários, já que foi um movimento urbano com forte adesão popular. Afirmativa falsa.

 

Assim, são verdadeiras as afirmativas II e III.

 

Assinale

a)  se apenas as afirmativas IIII estiverem corretas.

b)  se apenas as afirmativas II IV estiverem corretas.

c)  se apenas as afirmativas IIIIV estiverem corretas.

d)  se apenas as afirmativas IIIIV estiverem corretas.

e)  se apenas as afirmativas III III estiverem corretas.

 

Por exclusão, poderia chegar o candidato à alternativa E, que é indicada como correta pela banca. No entanto, a construção da primeira afirmativa é extremamente dúbia por ter sido deslocada do seu contexto original. Isso, sem sombra de dúvidas, atrapalhava a compreensão da proposta, inviabilizando a solução completa da questão. Ou seja, na nossa avaliação, não há alternativa correta nesta questão, devendo a banca ANULAR a questão.

 

Nosso gabarito: ANULADA

Gabarito da banca: ALTERNATIVA E

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