Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna abaixo.
“Na _______________ não houve martírios, nem grandes heroísmos, foi um mero sintoma da generalização do pensamento liberal que vai explodir na geração seguinte. As reuniões ocorriam na Sociedade Literária. A devassa se realizou de dezembro de 1794 a fevereiro de 1795. Entre os presos processados estavam Silva Alvarenga e Afonso Arinos.”
- A) Conjuração Baiana
- B) Conjuração Mineira
- C) Conjuração do Rio de Janeiro
- D) Revolta de Felipe dos Santos
- E) Revolução Pernambucana
Resposta:
ESTA QUESTÃO FOI ANULADA, NÃO POSSUI ALTERNATIVA CORRETA
Gabarito: ANULADA
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna abaixo.
- “Na _______________ não houve martírios, nem grandes heroísmos, foi um mero sintoma da generalização do pensamento liberal que vai explodir na geração seguinte. As reuniões ocorriam na Sociedade Literária. A devassa se realizou de dezembro de 1794 a fevereiro de 1795. Entre os presos processados estavam Silva Alvarenga e Afonso Arinos.”
Infelizmente, não dispomos de qualquer justificativa oficial para se ter optado pela anulação desta questão. De toda forma, podemos fazer algumas considerações a esse respeito das alternativas propostas.
- a) Conjuração Baiana
A Conjuração Baiana (1798-1799) emergiu das contradições e das dificuldades vividas no ambiente da sua capitania. Salvador vivia ciclos de fome ao mesmo tempo em que a sociedade assumia uma configuração bastante singular: negros e mulatos (livres e libertos) vinham constituindo uma classe de trabalhadores urbanos (muitos deles, alfaiates) e autônomos com importante capacidade de articulação política. Nos anos anteriores, a escassez de alimentos atingiu níveis gravíssimos e deflagrou revoltas e saques em diversos pontos de Salvador. Paralelamente, negros e mulatos compunham cerca de 80% da população da capitania, e a noção de pertencimento e de revolta dos libertos contra a escravidão dava uma capacidade explosiva às mobilizações sociais na Bahia. Influenciados pelos acontecimentos no Haiti, pela Revolução Francesa e pelo pensamento iluminista, esses trabalhadores urbanos conspiraram pela proclamação de uma republica baiana independente, com fortes vínculos com a França revolucionária e livre da escravidão. Ou seja, a revolta tinha como ponto focal as questões mais importantes da vida da capitania, pretendendo libertá-la. Alternativa errada
- b) Conjuração Mineira
A Conjuração Mineira foi severamente reprimida antes de qualquer ação efetiva em 1789, tendo ocorrido a prisão dos seus líderes e a execução de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), do que decorreu o fim completo do movimento. O movimento mineiro reunia a elite intelectual e econômica de Vila Rica, principal cidade de Minas Gerais, numa conspiração para deflagrar a independência da capitania mineira frente ao domínio português. Entre as principais causas da revolta estava a cobrança de pesados impostos sobre a mineração, mesmo com o grave declínio da atividade mineradora no último quarto do século XVIII. À época, Portugal cobrava, em impostos, tanto a quinta parte de toda produção aurífera na colônia quanto estabelecia que anualmente a capitania deveria pagar uma quantia fixa em impostos (a chamada "Derrama"). Acossados pelos impostos em tempos de declínio, os principais membros da sociedade colonial ligada à mineração planejaram uma revolução para libertar apenas a capitania de Minas Gerais (e não toda a colônia) frente a Portugal, fundando uma república na América. Alternativa errada.
- c) Conjuração do Rio de Janeiro
Também referida como Conjuração Fluminense e como Conjuração Carioca, a Conjuração do Rio de Janeiro girou em torno de uma série de suspeitas infundadas contra figuras importantes da capital do Vice-Reino do Brasil. Em 1786, foi formada a Sociedade Literária, um grupo que, autorizado pelas autoridades coloniais, organizava reuniões regulares para debater toda sorte de temas científicos. No entanto, com o tempo, o grupo tomou ares políticos e havia certa simpatia com a Revolução Francesa (1789) e com as ideias iluministas e republicanas. Em 1794, o grupo seria proscrito pelo vice-rei e se daria início a uma devassa contra seus principais nomes. Com denúncias de que as reuniões continuavam acontecendo, as autoridades determinaram a prisão de duas figuras centrais: Silva Alvarenga (professor) e Mariano José Pereira da Fonseca (médico). Com suas casas revistas, nada foi efetivamente provado e acabariam libertos.
- d) Revolta de Felipe dos Santos
Também conhecida como Revolta de Vila Rica, a revolta de Felipe dos Santos ocorreu em 1720 num movimento de contestação contra as medidas de controle sobre a circulação do ouro extraído nas Minas Gerais. Sob a liderança do poderoso fazendeiro Felipe dos Santos, os revoltosos uniram as camadas mais populares num levante armado que durou cerca de um mês e chegou a tomar o controle de Vila Rica, um dos pontos mais importantes dos primeiros anos do Ciclo do Ouro. Entre as demandas dos revoltosos estavam a extinção das casas de fundição e a diminuição das redes de fiscalização, já que a Metrópole proibira a circulação de ouro em pepitas e em pó para aumentar o controle fiscal sobre a mineração. Com a derrota dos revoltosos, Portugal empreendeu uma série de alterações administrativas para aumentar o controle sobre a região aurífera, inclusive ampliando as casas de fundição. Alternativa errada.
- e) Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana (1817) se deu no contexto das grandes transformações do Período Joanino (1808-1821). Com a transferência da família real para o Brasil, instalando a corte no Rio de Janeiro, houve uma importante expansão dos impostos sobre a colônia, que passava a ter de sustentar praticamente sozinha a monarquia portuguesa e as campanhas militares no Prata. Ao mesmo tempo, a reestruturação administrativa e militar da vida colonial implicou num franco favorecimento da nobreza portuguesa sobre a elite colonial, colocando portugueses em postos de comando em toda a colônia, principalmente nas Forças Armadas - desprestigiando as elites locais. Desprestigiados e tendo de pagar mais impostos, os principais nomes da vida colonial em Pernambuco começaram a organizar uma onda de insurreições para proclamar uma república na região, o que contava com o apoio de diversos grupos como latifundiários, clérigos, magistrados, profissionais liberais e estudantes. O clima geral de insatisfação facilitou o alastramento da revolta em direção ao sertão, acionando as elites de Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba a favor das ideias dos pernambucanos. Ainda que cada grupo tivesse suas motivações muito próprias, há de se destacar que as questões eram, no máximo, regionais, não se tratando de um levante para libertar até o Rio de Janeiro, mas sim de um união de elites e de pessoas proeminentes da vida nordestina em favor de um rompimento contra o poder central. Alternativa errada.
Como se pode notar, a banca tentava fazer referência à Conjuração do Rio de Janeiro, que constava na alternativa C. No entanto, o enunciado apontava o nome de Afonso Arinos, jornalista e jurista brilhante, que teria grande atuação entre o final da monarquia e o início da república. Mas Arinos nasceria em 1846; ou seja, é muito posterior ao evento citado. Como o enunciado deve ser perfeito por definição, o erro cometido pela banca exige, de fato, a ANULAÇÃO da questão.
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