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Até os dias de hoje há muita controvérsia sobre a antiguidade dos povos do Novo Mundo, que só era novo em relação a uma Europa que se reconhecia como velha. As estimativas mais tradicionais mencionam o período de 12 mil anos, mas pesquisas recentes arriscam projetar de 30 mil a 35 mil anos. Sabe-se pouco desta história indígena, e dos inúmeros povos que desapareceram em resultado do que agora chamamos eufemisticamente de “encontro” de sociedades. Um verdadeiro morticínio teve início naquele momento: uma população estimada na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos em, aproximadamente, 800 mil, que é a quantidade de índios que habitam o Brasil atualmente. São muitos os fatores que explicam tal desastre populacional. Sobre o encontro entre europeus, povos pré- -colombianos e africanos, analise as afirmativas a seguir.


I. Existiu uma barreira epidemiológica favorável aos europeus que exterminou grande parte dos povos pré-colombianos.


II. Na África, a barreira epidemiológica exterminou os brancos que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada.


III. Na América, os índios morriam, atacados por agentes patogênicos, mas a falta de imunidade não é suficiente para justificar tamanha mortandade; o cataclismo biológico só teve tais consequências porque ocorreu em um contexto, com características sociais específicas e, até então, em equilíbrio.


IV. Na África, como na América, a barreira epidemiológica exterminou os povos locais que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada.


Estão corretas apenas as afirmativas

Resposta:

A alternativa correta é letra C) I, II e III.

Gabarito: Letra C

 

As afirmativas corretas são I, II e III.

 

A questão foi construída com base no livro Brasil: uma biografia de Lilia M. Schwarcz e Heloisa Starling.

 

Vamos comentar cada afirmativa.

 

I. Existiu uma barreira epidemiológica favorável aos europeus que exterminou grande parte dos povos pré-colombianos. (CORRETA)

 

Para as autoras, a barreira epidemiológica favorável aos europeus foi um dos fatores de desequilíbrio de mortes de indígenas na América. Enquanto os europeus trouxeram diversas doenças para as quais os organismos dos indígenas não tinha como se defender, da parte dos indígenas foram poucas as moléstias que contribuíram para as mortes dos europeus.

 

II. Na África, a barreira epidemiológica exterminou os brancos que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada. (CORRETA)

 

Diferentemente da América onde a barreira epidemiológica exterminou as populações nativas, no continente africano essa barreira atuou em favor de matar os europeus, como se houvesse uma linha invisível e envenenada. Boa parte dos europeus antes do século XIX foi morta por doenças tropicais como a malária. Resolvida essa questão da profilaxia, os europeus conseguiram adentrar no continente africano com maior intensidade.

 

 

III. Na América, os índios morriam, atacados por agentes patogênicos, mas a falta de imunidade não é suficiente para justificar tamanha mortandade; o cataclismo biológico só teve tais consequências porque ocorreu em um contexto, com características sociais específicas e, até então, em equilíbrio. (CORRETA)

 

Na América, os índios que morriam por doenças, foram atacados por agentes patogênicos da varíola, do sarampo, da coqueluche, da catapora, da difteria, do tifo, da peste bubônica e da gripe. Mas a falta de imunidade não é a única justificativa para a quantidade de mortos. Esse genocídio indígena ocorreu em um contexto com características sociais específicas e que foi desequilibrado pela presença do europeu que explorou a mão de obra indígena e provocou um aumento das guerras entre povos indígenas a fim de sustentar a colonização.

 

 

IV. Na África, como na América, a barreira epidemiológica exterminou os povos locais que morreram aos milhares, como se houvesse uma linha invisível e envenenada. (INCORRETA)

 

Já foi dito que na América a barreira epidemiológica atuou para exterminar os indígenas enquanto no continente africano ocorria o contrário, isso até meados do século XIX. Os europeus eram a maioria dos mortos quando entravam em contato com as populações locais.

 

 

Referência:

 

SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

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