Com o declínio da produção aurífera em Minas Gerais e a pressão metropolitana no sentido de arrecadar, anualmente, as cem arrobas de ouro devidas ao rei, a situação dos donos das minas ficou difícil. A decretação da derrama deixou a população revoltada com o governo e, no entender dos inconfidentes, criava um contexto favorável a rebeliões. Sobre a Inconfidência Mineira, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Caracterizou-se pelas lideranças das camadas populares.
( ) Entre os rebelados, muitos tinham grandes dívidas com o fisco metropolitano.
( ) O movimento era emancipacionista e pretendia fazer de Minas Gerais, se possível, do Rio de Janeiro, um novo país.
( ) Havia um consenso entre participantes da Inconfidência quanto à questão da abolição da escravidão.
( ) No plano econômico, havia a intenção de estimular as manufaturas.
A sequência está correta em
- A) V, V, F, V, F.
- B) F, F, V, V, F.
- C) V, V, F, F, V.
- D) F, V, V, F, V.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) F, V, V, F, V.
Gabarito: Letra D
A sequência correta é: F,V,V,F,V.
Vamos comentar as assertivas.
( F ) Caracterizou-se pelas lideranças das camadas populares.
A Conjuração de 1789 ou Inconfidência Mineira foi um movimento de sublevação contra a Coroa Portuguesa e era formado por lideranças ligadas às elites administrativas e econômicas da região de Minas Gerais. Tomás Antônio Gonzaga, um dos líderes da revolta, por exemplo, era ouvidor-geral de Minas. Além dele, havia cônegos, padres, profissionais liberais, como médicos, engenheiros, militares de alta e baixa patente, homens de negócio, fazendeiros, comerciantes, emprestadores de dinheiro, contratadores e poderosos magnatas locais.
( V ) Entre os rebelados, muitos tinham grandes dívidas com o fisco metropolitano.
Entre os participantes do movimento, muitos tinham grandes dívidas com a Cora Portuguesa, não cumpriam os contratos recebidos pelas autoridades administrativas ou estavam implicados em contrabandos, fraudes e corrupções. Lilia Schwarcz afirma que o Padre José da Silva e Oliveira Rolim, por exemplo, esteve grande parte de sua vida metido em fraude contra a Coroa, falsificando moedas, subornando autoridades administrativas e eclesiásticas e contrabandeou diamantes. Joaquim José Silvério dos Reis era um proprietário de terras e de minas completamente endividado com a Coroa e que enxergou no movimento a possibilidade de estar livre dessas dívidas, porém, no decorrer da organização do movimento optou por entregar a conspiração em troca do perdão das dívidas.
( V ) O movimento era emancipacionista e pretendia fazer de Minas Gerais, se possível, do Rio de Janeiro, um novo país.
Uma das bandeiras do movimento era o autogoverno da região das Minas, o que implicou na separação da região do restante do Brasil. Os revoltosos queriam transformar Minas em uma República aos moldes da República estadunidense, que havia se libertado do jugo metropolitano inglês. Esperavam que com a vitória da sublevação em Minas, outras capitanias também se sublevassem, como o caso do Rio de Janeiro e de São Paulo, mas nenhuma outra capitania se aliou à Conjuração.
( F ) Havia um consenso entre participantes da Inconfidência quanto à questão da abolição da escravidão.
Não havia um consenso entre os participantes do movimento quanto à abolição da escravidão, temática sempre discutida nos principais movimentos de contestação no Brasil dos séculos XVII a XIX. Como afirma Boris Fausto havia defensores da libertação dos escravizados que participassem da revolta, os defensores da abolição da escravidão porque era incompatível em uma república como assim pretendia os revoltosos a convivência entre livres e escravos e aqueles que eram contrários, pois os escravizados eram a força de trabalho principal na colônia.
( V ) No plano econômico, havia a intenção de estimular as manufaturas.
No plano econômico, os conjurados desejavam a prosperidade da região das Minas, incentivando a diversificação de atividades produtivas para além da mineração. Uma de suas propostas era a criação de manufaturas e oficinas nas principais vilas da região.
Referências:
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2000.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
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