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Considere o texto.


A expulsão dos franceses do litoral do Rio Grande, logo depois de sua expulsão da Paraíba, tornou-se a pedra-angular da colonização, pois só assim estaria confirmada a conquista da região pelos portugueses,


...porque era o Rio Grande que eles procuravam de preferência, pela sua proximidade dos estabelecimentos e portos paraibanos e pela cordialidade de relações com os potiguares, cujo apoio e auxílio lhes eram valiosos. Aliás, essa cordialidade de relações dava-se com quase todas as tribos, não porque os franceses fossem mais hábeis do que os portugueses, mas porque, sem outro intuito que não fosse encontrar facilidade no contrabando, se abstinham de empregar a violência, de usar a força.


(Augusto Tavares Lyra. História do Rio Grande do Norte. Natal:

Nordeste Editora Gráfica, 1998, p.33. (In: Sérgio Luiz Bezerra Trindade. História do Rio Grande do Norte. Natal: Editora do IFRN, 2010. p.35)


O texto permite concluir que a relação entre os potiguares e os portugueses (assim como com os demais grupos indígenas) foi marcada por resistência, hostilidade e violência. Isso ocorreu em razão

Resposta:

A alternativa correta é letra E) do interesse dos colonizadores em reduzirem os índios à escravidão e expulsá-los de suas aldeias para se apropriar de suas terras.

 

GabaritoLetra E

 

Inicialmente às relações entre indígenas e portugueses foram amistosas.

 

Isso porque entre 1500 e 1530, não houve o interesse dos portugueses em colonizar as novas terras. Além de enviarem algumas expedições de reconhecimento do litoral, os portugueses estabeleceram algumas feitorias, também no litoral, onde adquiriam pau-brasil dos indígenas em troca de mercadorias como espelhos, facas, tesouras e agulhas.

 

Com a Colonização, a partir da década de 1530, em virtude de ameaças externas, e o início de uma economia baseada no plantio de açúcar é que se iniciou a captura de indígenas e o tráfico interno de escravos indígenas para atender aos engenhos brasileiros.

 

A produção açucareira foi implantada em associação direta com o trabalho escravo. A produção em larga escala exigia um número imenso de trabalhadores submetidos a uma situação de exploração quase ilimitada. A maioria dos colonos portugueses que vinham ao Novo Mundo não se dispunham para as desonrosas atividades manuais e desejavam, de imediato, obter terras e escravos para o seu sustento.

 

O tráfico de escravos indígenas foi tão lucrativo que, em 1548, uma população composta por seiscentos colonos de origem europeia, possuía mais de três mil escravos de origem indígena.

 

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: A inabilidade da mão de obra indígena para as lavouras de cana foi uma explicação usada para explicar os motivos da transição para o trabalho escravo africano. Hoje entende-se que é uma visão estigmatizada. Afinal, a mão de obra escrava indígena foi capaz de sustentar o trabalho colonial até o final do século XVI, sobretudo no litoral açucareiro. Além disso, os indígenas não ficaram livres da escravidão, principalmente com a expansão colonial para o Maranhão e o Pará, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Ocorre que, ao longo do século XVI, boa parte dos nativos do litoral foi dizimada, principalmente pela ação de epidemias como a varíola. Outra parte foi controlada pelos jesuítas, que dificultava a escravização dos indígenas, e os nativos restantes fugiram para as matas do interior.

De toda forma, a violência partiu dos portugueses que invadiram suas tribos para capturar escravos e terras.

 

Letra B: Essa não foi a razão do clima de resistência, hostilidade e violência entre indígenas e portugueses. Apesar de ter havido também casos de hostilidade e resistência imediata de grupos indígenas, como aqueles em que os conquistadores foram executados por grupos indígenas que praticavam rituais de antropofagia, no geral, os indígenas se mostraram pacíficos e muito curiosos ante a presença dos europeus. Como foi dito, as primeiras relações entre portugueses e indígenas foram amistosas.

 

Letra C: Como vimos, a colonização se deu a partir da economia açucareira e não a partir da criação de gados. E foi para trabalhar nos engenhos de açúcar que muitos indígenas foram capturados e escravizados.

 

Letra D: Não havia por parte dos portugueses a intenção de proteger e preservar as tradições e costumes indígenas.

 

Resposta baseada nas fontes:

 

AZEVEDO, Gislane Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História: volume único. São Paulo: Ática, 2005.

 

CAMPOS, Flavio de. A escrita da história: ensino médio: volume único. 1ª ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005.

 

COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral, volume 1. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

 

VAINFAS, Ronaldo et ali. História: das sociedades sem Estado às monarquias absolutistas, volume 1. São Paulo: Saraiva, 2010.

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