Em 1514, o Papa Leão X concedeu aos monarcas portugueses, em caráter hereditário, o Padroado sobre as terras conquistadas, o que, na colonização do Brasil, fez desses monarcas grãos mestres da Ordem de Cristo, que os autorizava a:
- A) reterem o monopólio da exploração do pau brasil.
- B) cobrarem aos colonos a décima parte (dízima) de toda a produção.
- C) administrarem os sacramentos do catolicismo como representantes da Sé de Roma.
- D) delegarem a administração da Justiça aos capitães donatários nas suas capitanias.
- E) impedirem a participação de judeus e comerciantes nas câmaras municipais.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) cobrarem aos colonos a décima parte (dízima) de toda a produção.
Gabarito: Letra B
cobrarem aos colonos a décima parte (dízima) de toda a produção.
Portugal foi um dos reinos europeus que se formou a partir das lutas contra os muçulmanos que conquistaram a Península Ibérica. Essas cruzadas cristãs renderam aos portugueses, apoio e aliança com o papado e a Igreja Católica.
Os diversos papas concederam aos nobres e reis portugueses direitos por terem lutado contra os "infiéis" mouros, como eram descritos os muçulmanos. Assim, um desses direitos, o chamado padroado, foi reformulado pelo Papa Leão X e entregue aos grão-mestres da Ordem de Cristo pelo fato dessa ordem religiosa ter auxiliado na defesa da fé cristã contra os muçulmanos. O grão-mestre da Ordem de Cristo tinha entre seus direitos o de gerir plenamente os seus rendimentos, recolher a décima parte de todos os bens dos fiéis no ultramar e nomear autoridades eclesiásticas.
Progressivamente os papas seguintes foram alterando o padroado, possibilitando que esse direito ficasse nas mãos dos monarcas portugueses e não mais com o grão-mestre da Ordem de Cristo.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: reterem o monopólio da exploração do pau brasil.
O monopólio da exploração do pau brasil não era uma concessão da Igreja Católica. O rei português detinha o monopólio do pau-brasil por ser legítimo conquistador das terras ultramarinas e em alguns casos autorizava particulares a explorar um determinado produto em seu nome.
Letra C: administrarem os sacramentos do catolicismo como representantes da Sé de Roma.
O padroado não permitia aos reis europeus administrarem sacramentos como se fossem autoridades religiosas. Os sacramentos ficavam ainda a cargo dos clérigos.
Letra D: delegarem a administração da Justiça aos capitães donatários nas suas capitanias.
O padroado não interferia em assuntos de organização do estado, se concentrando apenas naqueles de matéria religiosa.
Letra E: impedirem a participação de judeus e comerciantes nas câmaras municipais.
O padroado não interferia em assuntos de organização do estado, se concentrando apenas naqueles de matéria religiosa.
Referências:
ASSIS, Virgínia Mª Almoêdo de. "Clero e Coroa na capitania de Pernambuco". CLIO - Série Histórica do Nordeste n.16, 1996.
SANTIROCCHI. Ítalo Domingos. "Padroado e Regalismo no Brasil Independente". XIV Jornadas Interescuelas/Departamentos de Historia de la Facultad de Filosofía y Letras. Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, 2013.
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