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Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres- -escolas, tropeiros, soldados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria lavoura ganhava alento novo.

 

(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”. História geral da civilização brasileira, vol 2, 1960. Adaptado.)

 

De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII

Resposta:

A alternativa correta é letra C) provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração.

Gabarito: Letra C

 

provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração.

 

A atividade mineradora na região central do Brasil produziu diversas consequências. Uma das principais foi a urbanização dessa região.

 

Com a corrida em busca de ouro e diamantes, o interior da colônia atraiu muitas pessoas, favorecendo a conquista do território e o aumento da população no Brasil colonial.

 

De acordo com Luiz Koshiba, como a mineração era uma atividade em tempo integral houve a necessidade de permanência das pessoas que se deslocaram para essas regiões centrais da colônia. Essas pessoas precisaram residir em algum local. Daí surgiram os arraiais para abrigar essa população. Além disso, essa população que chegou em grandes quantidades necessitava se alimentar. Como a região não tinha autossuficiência em produção de mercadorias, as regiões vizinhas acabaram fornecendo os produtos de gênero alimentício e, posteriormente, outros produtos para consumo. Podemos notar que houve uma integração entre a região central e outras áreas da colônia, como o sul, que fornecia carne para alimentar a população das Minas. Além disso, o ouro precisava ser exportado para Portugal o que possibilitou a criação de caminhos/estradas até o porto para escoamento. Esses caminhos foram utilizados por tropeiros para abastecer a região mineradora.

 

Ainda de acordo com Koshiba, a própria Coroa Portuguesa se encarregou de participar do processo de urbanização quando promoveu o agrupamento de arraiais a fim de garantir controle e vigilância sobre a atividade mineradora. Assim, surgiram as vilas, como Ouro Preto, Mariana, Sabará, São João del Rei, dentre outras.

     

Por que as demais estão incorretas?

 

Letra A: impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a independência colonial.

 

A Coroa portuguesa tentou exercer controle sobre a região mineradora, em muitos casos com sucesso a ponto de eclodirem revoltas contra o domínio metropolitano e a pesada carga de impostos estabelecida sobre a atividade.

 

Letra B: bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração.

 

A atividade mineradora propiciou que houvesse elevação social na colônia, daí o desejo de muitos na participação da atividade a fim de enriquecimento e mobilidade social.

 

Letra D: extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea economicamente ativa.

 

A atividade mineradora não acabou com a economia agroexportadora. Enquanto Minas produzia os metais preciosos, o litoral da colônia prosseguia com a produção de gêneros voltados à exportação, como algodão, fumo e açúcar.

   

Letra E: restringiu a divisão da sociedade em senhores e escravos e limitou a diversidade cultural da colônia.

 

O que podemos notar no trecho da questão é um grande grupo de pessoas que não estava situada como senhores ou escravos. Ou seja, era um grupo intermediário às vezes ligado à atividade mineradora diretamente. Esse grupo intermediário surgiu em função da mineração e passou a realizar atividades ligadas ao mundo urbano.

   

Referências:

 

COTRIM, Gilberto e RODRIGUES, Jaime. Historiar, 7° ano: ensino fundamental, anos finais. São Paulo: Saraiva, 2018.

 

KOSHIBA, Luiz. História do Brasil no contexto da história ocidental. São Paulo: Atual, 2003.

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