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Em novembro de 1807, temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de boa parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil, onde se estabeleceu até 1821, ano em que regressou à metrópole já como rei. Com relação às diversas consequências, para a colônia, da permanência de D. João VI no Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.

A noção de brasilidade, ou seja, a consciência de ser brasileiro, esteve presente desde cedo na cultura política e na identidade da sociedade brasileira, tendo-se manifestado nas sedições nativistas da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, ambas de cunho emancipacionistas, e, em fins do período colonial, terminado por ser a base da luta pela independência do Brasil.

Resposta:

A alternativa correta é letra B) Errado

Gabarito: ERRADO

 

Em novembro de 1807, temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o príncipe regente de Portugal, D. João VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de boa parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil, onde se estabeleceu até 1821, ano em que regressou à metrópole já como rei. Com relação às diversas consequências, para a colônia, da permanência de D. João VI no Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.

  

O avaliador foi muito hábil em manipular as narrativas históricas oficialescas para mensurar o conhecimento dos candidatos sobre história brasileira. A propaganda republicana e, principalmente, a criação histórica varguista buscaram no passado brasileiro um sentido de permanência e de pertencimento que fosse além da emancipação política. Isto é, buscaram construir a ideia de um povo brasileiro que surgiu diretamente da miscigenação com toda sua singularidade e que sempre ansiou pela independência para que pudesse dar total expressão para a sua "brasilidade".

 

Essa ficção sobre a consciência popular generalizada buscava criar uma impressão difusa de que havia um povo autenticamente brasileiro já desde os tempos coloniais e que o Brasil contemporâneo é resultado de uma longa caminhada de afirmação dessa consciência cidadã. Nesse sentido, tomaram movimentos provincianos de independência como expressões inequívocas da vontade brasileira de libertação frente a Portugal. Para tanto, omitiram que tanto a Inconfidência Mineira (1789) como a Conjuração Baiana (1798-1799) tinham, sim, uma proposta de libertação republicana frente ao domínio colonial; mas que eram propostas limitadas, respectivamente, aos limites das províncias de Minas Gerais e da Bahia (que se aliou com algumas outras da região). Em nenhuma das oportunidades houve de fato um pensamento de libertação brasileira, mas antes a precipitação de profundas insatisfações de elites locais com o jugo colonial.

 

Além disso, o processo da Independência (1822) foi muito mais ligado ao Período Joanino (1808-1821) e à Revolução Liberal do Porto (1820) do que propriamente ao engajamento popular pela causa brasileira. Pelo contrário, em grande medida, a independência política brasileira passou ao largo da mobilização popular, sendo antes uma ação dos homens da corte e da elite brasileira. As preocupações de criar um sentimento de brasilidade surgiriam apenas com a Independência e seriam um campo de batalha político em vários momentos dos séculos XIX e XX. Portanto, item ERRADO.

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