Filipe Camarão, Henrique Dias, André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira são personagens que participaram da Insurreição Pernambucana, que foi
- A) um movimento de oposição ao absolutismo de D. Pedro I e resultou na formação de outro país, a Confederação do Equador, durante o primeiro reinado.
- B) o conflito entre manifestantes a favor e contra as medidas de austeridade de D. Pedro II, em 1848, na primeira fase do segundo reinado.
- C) um movimento separatista pernambucano, ocorrido no período regencial, entre 1831 e 1840, e que somente foi pacificado com a ascensão de D. Pedro II ao trono.
- D) o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região.
Gabarito: Letra D
o conflito responsável pela expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, no século XVII, e que garantiu a continuidade do sistema colonial português na região
Os quatro personagens citados pelo enunciado da questão foram nomes importantes do processo de expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro, ocorrido entre 1640 e 1654. Cada um deles liderou tropas que combateram os flamengos na capitania de Pernambuco até a definitiva expulsão.
André Vidal de Negreiros, nascido na Paraíba, era filho de proprietário de engenho. Participou ativamente na guerra contra os holandeses, sendo considerado o principal elemento da resistência ao domínio batavo no Nordeste. Participou ativamente de todas as fases de ocupação dos holandeses. Um dos episódios mais conhecidos da narrativa sobre André Vidal de Negreiros foi o incêndio proposital no canavial de seu pai quando os holandeses iniciaram a ocupação da Paraíba.
Felipe Camarão era indígena, membro da população potiguar. Lutou ao lado dos luso-brasileiros na expulsão dos holandeses comandando um batalhão de indígenas.
Henrique Dias era negro liberto e comandou uma tropa de negros libertos na guerra contra os holandeses.
João Fernandes Vieira era português e na época da invasão holandesa estava endividado e em grande penúria. Inicialmente lutou ao lado dos luso-brasileiros contra a ocupação batava. Mas depois que a derrota era inevitável passou para o lado dos holandeses e se tornou um grande colaborador dos mesmos. Nessa época contraiu muitos empréstimos para aumentar suas propriedades. Quando a Companhia das Índias Ocidentais resolveu cobrar as dívidas contraídas por muitos senhores de engenho, João Fernandes foi um dos primeiros a fazer resistência a essa medida, uma vez que também estava endividado. Passou para o lado dos luso-brasileiros, transformando-se em comandante de um exército de libertação.
Por que as demais estão incorretas?
Letra A: um movimento de oposição ao absolutismo de D. Pedro I e resultou na formação de outro país, a Confederação do Equador, durante o primeiro reinado.
Trata-se de um movimento de resistência ocorrido em 1824 durante o reinado de D. Pedro I. Organizado a partir do fechamento da Assembleia Constituinte e da outorga da Constituição, a Confederação do Equador pretendia separar as províncias do Nordeste que formariam um estado confederado.
Letra B: o conflito entre manifestantes a favor e contra as medidas de austeridade de D. Pedro II, em 1848, na primeira fase do segundo reinado.
Trata-se da Revolução Praieira ocorrida em 1848 durante o reinado de D. Pedro II. Foi um conflito entre as forças liberais e as conservadoras em Pernambuco.
Letra C: um movimento separatista pernambucano, ocorrido no período regencial, entre 1831 e 1840, e que somente foi pacificado com a ascensão de D. Pedro II ao trono.
Essa alternativa pode tratar de uma série de revoltas ocorridas durante a Regência e que tiveram palco a província pernambucana, como por exemplo, a setembrada (1831), a novembrada (1831), a abrilada (1832), a cabanada (1832-1835) e as carneiradas (1834-1835). Assim resta difícil saber de qual desses movimentos a alternativa faz referência.
Referências:
BASILE, Marcello. "O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840)". In: GRINBERG, Keila e SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial. Volume II, 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
VAINFAS, Ronaldo. “Tempo dos flamengos: a experiência colonial holandesa”. In: GOUVÊA, Maria de Fátima e FRAGOSO, João Luís Ribeiro. O Brasil Colonial – volume 2 (1580-1720). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.
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