Fragmento I
“O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe entre o círculo familiar e o Estado uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição.”
(Holanda, 1995:141.)
Fragmento II
“Vivo e absorvente órgão da formação social brasileira, a família colonial reuniu, sobre a base econômica da riqueza agrícola e do trabalho escravo, uma variedade de funções sociais e econômicas. Inclusive, como já insinuamos, a do mando político: ou oligarquismo ou nepotismo, que aqui madrugou, chocando-se ainda em grafia foi utilizada como um exemplo válido para toda a sociedade brasileira.”
(Freyre, 1994:22-23.)
Tendo em vista a análise dos fragmentos, a opinião dos consagrados autores e a realidade brasileira colonial, é possível inferir corretamente que as ideias
- A) dos autores são antagônicas e, apesar disso, ambas estão relacionadas à realidade brasileira colonial.
- B) de ambos, apesar de pequenas diferenças, são complementares e abrangem a realidade brasileira colonial.
- C) dos pensadores anteriormente citados se diferem apenas em relação ao significado de público e privado na política.
- D) dos dois historiadores englobam, de maneira primordial, toda a verdade acerca das relações sociais e políticas do período colonial.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) dos autores são antagônicas e, apesar disso, ambas estão relacionadas à realidade brasileira colonial.
Gabarito: alternativa A)
O "Fragmento I" traz um trecho do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda. O argumento central do autor é apontar como existe uma descontinuidade e até uma oposição quando tratamos da relação entre o Estado e família enquanto instituições sociais no Brasil colonial.
As ideias do Fragmento II pertencem ao sociólogo brasileiro Gilberto Freyre. Aqui, o autor aponta diversas funções sociais da família no período colonial brasileiro. Para Freyre, a família é um órgão "vivo e absorvente" da formação social brasileira, portanto, está ligada ao Estado.
As análises dos autores divergem significativamente e não são complementares, por isso podemos eliminar as alternativas B) e C). A alternativa D) traz um notável erro ao afirmar que as duas análises englobam "toda a verdade", isso seria um grande equívoco do ponto de vista das ciências humanas e sociais, até porque, Holanda e Freyre estão apresentados argumentos que seguem direções opostas.
Os autores realmente apresentam ideias antagônicas, mas que são argumentos de suas análises sobre a sociedade brasileira no período colonial, assim como a afirma a alternativa A).
Portanto, o gabarito é: a) dos autores são antagônicas e, apesar disso, ambas estão relacionadas à realidade brasileira colonial.
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